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Victor Marques Sep 2013
Sonhos


Pairas no pensamento, no inconsciente!
Estou eu a visionar as cataratas que explicam a beleza do salpicar das gotas de água…
O paraíso com anjos vestidos de um rosa velho mal tratado passeia numa barca que até
Já fora do diabo.

A espuma desse mar celestial quase entra em tão enfadonha embarcação.
Ruma em direção aos confins de lado nenhum, pois os sonhos se multiplicam e em segundos
Se esvanecem. Foge o vento que em dias de tempestade é frio, bate em tudo que lhe aparece á frente.
Temos sonhos dos dragões que no cabo das tormentas nos amedrontam todos os dias, nós fazem tremer de medo, chorar …transpirar junto aos lençóis de linho já raro.

Que pesadelo, que sonho arrepiante!

Existem sim os sonhos que também são sonhos de todos os seres humanos. O sonho de ser amado e amar na plenitude enquanto ser vivo.
A dignidade humana está na perseverança de quem sonha com amor a causas nobres. Na sua vida terrena o homem sonha e obras maravilhosas nascem por amor.

O meu sonho é um sonho de amor pelos outros, de dar de uma forma gratuita: um sorriso, um aperto de mão, um abraço, um conselho, uma troca positiva de olhar.
O meu sonho é o sonhar com Deus amor feito de bem, um sonhar que vai sempre mais além…
O meu sonho é amar a natureza sempre e respeitar suas leis…
Nunca deixes de sonhar, de contemplar as estrelas, o orvalho, o sol, a lua. Estamos num tempo que temos de sonhar sempre mesmo estando acordados.

Victor Marques
Victor Marques Oct 2013
Bom dia a todos...Desejo que tudo corra na plenitude e vossos anseios e desejos se concretizem na abundância e plenitude. Boa vindima para aqueles que ainda continuam na tão nobre Colheita. Esta poesia é dedicada ao meu Pai: António Alexandre Marques e a todos os seus amigos e conhecidos.

Lembro-me de Ti meu querido Pai

As videiras cansadas pelo sol tórrido de verão,
O rio corre por amor e paixão.
Eu procuro a resposta que não acho,
Sou feito de uvas e do teu abraço.

As rochas xistosas esperam a madrugada,
As uvas amarelas e avermelhadas.
E tu meu Pai continuas aqui sepultado,
Pois o vinho foi teu amor, meu fado…

Palavras sábias de profeta que sonha e sabe,
Lembrança de ti e eterna saudade.
Nossa Senhora de Fátima te acolheu,
Eu anseio também para ser seu…

As uvas dão precioso fruto,
Eu continuo vivo e de luto.
O Douro sublime se consome e exalta,
Por ti Pai saudade quase me mata…

Victor Marques
pai, uvas, amor, saudade.douro
Se sou poeta
é porque passo todas noites sozinho
Ser poeta é coisa de quem não tem o que fazer

Cansado?
Apaixonado?
Furioso?

Porque não sai da sua casa?
Porque não vai, desesperadamente, ter com a mulher que ama?
Porque não grita?
Tem medo estar louco, não é?
Mas já está
Sempre esteve
Sempre-nunca soube
Mas não se preocupe
não há nada demais
nunca houve nada demais

Eu sei bem, que a poesia é desculpa para nada fazer
Mesmo se você não escrevesse
Não haveria de sair
Eu te conheço
Você está.... acomodado

Não é preguiça
Nem medo,
Talvez alguma ansiedade,
Mas muita acomodação

Passa o dia pensando no que?
Fazendo o que?
Estuda pra que?
Se sonha? Sonha
Julia Jaros Nov 2016
Sonha em se vestir com as nuvens
Cantar para uma platéia no topo da montanha mais alta
Sentir a luz do sol infiltrando seu corpo
Compartilhando o brilho entre si.

Beijar sem machucar
Divertir sem causar alvoroço
Ver sem precisar matar
nem correr para qualquer pescoço.

Beber um licor no bar mais caro
Flertar com os bonitões
Um volume a mais em suas calças
Escapando-lhes os botões.

A única platéia daquelas asas pretas,
aveludadas
Era o limo da gruta
Não corria, nem se assustava
Batia palmas quando ela cantava.
Se apaixonara.

Como poderia dar certo?
Ela queria o mundo
Saia todo dia por um segundo
Queimando-se
Por um breve trinfo.
Ah, pobre Dolores
Mais uma vez está cansada de suas mágoas e constipada com suas dores
Há quem diga que quando olha o céu, sonha com estrelas
Acalme-se Dolores, hoje tenho um presente para entretê-la
Acorde de seu sonho e largue esses afazeres
Olhe para A Casa Abandonada dos Prazeres
Almeja tanto assim?
O seu ignoto fim?
Por quê toma todos esses remédios?
Se o que deseja é pular do mais alto prédio
Para quê todas essas doenças inventadas?
E essas mulheres, para quê invejá-las?
Na casa encontrará a cura
Não mais carregará sua imaginária feiura
Lá será bela como sempre quis
Mas pergunte-se o que é ser feliz
Lá, em todas as paredes, encontrará espelhos
E em todas camas encontrará lençóis vermelhos
Onde finalmente poderá gozar
E a beleza que não é sua, contemplar
Goze, goze Dolores
Mistura seu prazer com suas dores
Goze, goze mais uma vez
Goze toda sua estupidez
Saiba que nem tudo que cintila é ouro
E fora da casa continuará seu agouro
Quando fora estiver, da vida perderá a crença
E a cada vez que entrar e sair, nascerá uma nova doença
Uma daquelas de sua hipocondria
E a cada dia verá a verdadeira agonia
Sentirá dor, e fome
Não se lembrará de seu nome
Não poderá comer, pois a doença te devastará
E para a casa todos os dias irá correr, a sonhar
Lembre-se de novo
Que nem tudo que brilha é ouro
Ganhará a casa e perderá o mundo
E seu eu estará perdido num poço profundo
Um dia dirá:

Será?
Toda aquela estética...
era tão assim... patética?
Nossas escolhas não tem volta
Para o destino não há revolta
Não devo mais chorar
Só me resta, agora, gozar

Goze, goze Dolores
Mistura seu prazer com suas dores
Goze, goze mais uma vez
Goze toda sua estupidez
Contos da Casa Abandonada dos Prazeres
Dolores - O primeiro conto
Mariana Seabra Mar 2022
É aqui que me encontras, novamente,
Entre o sonho e a parede.

Só quem sonha
E depois tenta
Transpô-lo para a vida,
Sabe o que é abrir um portal,
Assistir de fora ao seu próprio funeral,
Ter uma eterna ferida
Que de tão brutal
Não cicatriza.

Olhar no seu interior
E não ver tinta.
Entrar no núcleo da personalidade,
Sentir cada átomo que brilha,
Ser a sua própria armadilha,
Estar em paz com a própria ambiguidade.

Respira...
Inspira, expira...
E não sai ar.
O que sai são apenas mais sonhos
Que nunca cheguei a concretizar.

Mas o sonho, tal como o sono,
Esse ninguém me tira!

Mentira!
Há sempre alguém que me vem roubar.
Seja o sono ou a alegria.
Vêm pela noite e conseguem torná-la mais fria,
Raramente vêm para me aconchegar.

Eterna sonhadora,
Sempre com o amor na mira.
Mas, no final das contas,
É o desamor que mais me inspira.
Sem ele não havia dor ou desespero.
Se tudo fosse feliz e concretizado,
Os meus versos não tinham o mesmo significado.
Não haviam motivos para lutar pelo que quero.
Dou graças por seguir o caminho errado!


O Cupido que me foi designado
Deve ter a mira estragada.
Perdoem-me o termo, só faz cagada.
Não treinou a pontaria,
Volta e meia, lá acerta onde não deveria.


Talvez seja um Cupido cego,
bêbado, drogado.
Puxa do cigarro com ele apagado,
Olha-me nos olhos, desapontado,
Enquanto retira do seu saco
Um velho arco sem fio,
Um monte de flechas quebradas...


Mostra-me as asas cortadas...
Questiono-me
"Será que as perdeu na aterragem?
Ou também o roubaram durante a sua breve passagem?"
Pobre coitado!
Não sou exemplo para o julgar,
Também eu sei o que é sentir-me um falhado.
Puxar do fumo, incansavelmente,
Para tentar matar um mal
Que já está demasiado entranhado.

Só quem sonha
E depois tenta
Transpô-lo para a vida,
Sabe o que é precisar de um colo confortável,
Umas mãos carinhosas,
Um sorriso amável,
Um abraço apertado,
Poesia para amparar
Quando tudo o resto parece ser retirado.
Quando o tapete é puxado
E o chão para ter-se alagado,
Criando um buraco sem fim
Que suga tudo o que tenho para dar.
A Terra que me engole,
Enche-me os pulmões de sujidade
Até os estragar.
E sufoca, é verdade...
Mas confesso! É na adversidade
Que, surpreendentemente, aprendo a prosperar.

"Depois da tempestade vem a bonança!"
Relembro-me, tentando manter a esperança.
E nada mais importa,
Nem me quero mais importar.

É a morte em vida,
Repito, uma eterna ferida...
Um sonhador sem amor
É como uma fotografia sem cor,
Como um Sol que não emite calor.
Inútil.

É a morte em vida,
Sem amor não sei sonhar.
E sem o sonho,
Estou entre a espada e a parede,
Com a distância que nos separa a encurtar.

A espada, quem a segura sou eu,
Sedenta que ela entre,
Que me perfure sem piedade,
Só por curiosidade
De ver o que vai jorrar do meu centro.

Aperto a lâmina entre os dedos,
Observo o sangue a escorrer...
Sinto um certo tipo de prazer
Sadio, talvez doentio.
Penso para mim mesma
"Enquanto sangrar estou viva...".
Aponto-a a este amaldiçoado coração,
Faço pressão,
Finalmente respiro e, digo
"Mas que belo é morrer!
Fechar os olhos e nunca mais sofrer."

Já escrevia num outro poema,
"A morte não dói a ninguém,
O que dói é ter de cá ficar".
A cigana que me leu a sina,
Essa sempre teve razão!
Sentiu logo na sua visão
Que ser racional não me assiste,
Que sou feita de pura emoção.
Autora de sensações
Intensas, vibrantes, sinceras, imensas.
Que não sou feita de pele e osso,
Que tudo em mim é coração.
Que sem amor não há sonhos,
Não há motivos.
Para uma pessoa que nasceu amante,
Amar é a sua única missão.

E se não houver ninguém para amar?
Então, baterá lento o coração,
E irá bater cada vez mais lento,
Até se esvair de mim a pulsação.

Fará a sua própria revolução!
Estarei lá para a presenciar!
Para poder gritar "Acabou! Acabou!".

Que anjo foi este que veio no meu ombro aterrar?
Foi Deus ou o Diabo que o mandou?
Alguém o pode vir cá abaixo buscar?
Como é que um anjo me pode partir assim?

Talvez seja simples,
Talvez ela tenha razão...
"O arquiteto deste mundo não o desenhou para mim".
Enfim, gastei mais uma vida em vão.

Já morri e renasci,
Mais vezes do que as consigo contar.
É a morte em vida...
Já sou profissional de recomeços!
Mas nem sempre tenho forças,
Ou vontade, para querer recomeçar.
um encantador de mentira/Im lovely lie

******************

Sou um encantador de mentira
De mente fecunda e alma tristonha
Aquele que diante da flor suspira
E por um grande amor sonha.

O que a morte, enquanto delira,
Busca sem medo ou vergonha,
Mas por mais que a ela prefira
Tu insistes em dar-me vida enfadonha.

Meu caderno de pueris rimas está cheio
Talvez seja hora de puxar o freio,
Pois solidão atada a mim segue.

Oh! Senhor tire do peito o medo
De um fim agora a este enredo
Por favor, a morte não mais me negue.

http://www.poetafernandes.com.br/search/label/poesias
Cavaleiro de brilho vibrante
Andarilho sombrio e errante
Quanto pesa a balança do teu coração?
O mistério dos dias deixados pra trás
No critério dos vícios trocados por paz
Quanto custa pra ti o teu próprio perdão?

Se por mil trilhas correste a estrada
Se é de dois gumes a tua espada
Quem és tu, ó guerreiro, no grito da morte?
O corpo largado no escuro
Ou o brilho do espírito puro
Qual dos dois em tí é mais forte?

Na batalha tu és a prudência
Na vigílha és a paciência
Mas se choras, teu grito é atroz
E se a dor que te dói é tamanha..
Fiel companheira acompanha
Sabes bem o que vem logo após

A coragem que brande a espada
Degrau por degrau a escada
Do sonho que sonha acordar

Se  ergues teus olhos pra cima
Sabes bem qual é tua sina
Lutar, lutar e pra sempre lutar!
O POETA RUMINA
boi no pasto coletivo
palavras alimentando
ideias
e a revelação -
seu sal diario
às sete, às nove -
oração das horas abertas:
- sonha acordado
sua lira tangendo
só e pensativo vai pela estrada:
boi amordaçado -
pelos demais se imola
o poeta - boi
rumina
mas não é
vaca sagrada.
**
Adalberto Queiroz,"Frágil Armação"(1985).
https://notegraphy.com/adalbertodequeiroz/note/1837566
seu cabelo sempre cheiroso

seu jeito tão charmoso 



carinhosa e corajosa



ela ama o oceano 
e sonha com golfinhos 

os beijos dela são suaves 
e cheios de carinho 



mulher forte e linda

no meu coração sempre bem-vinda



quero te ver bem de saúde
ser sua filha me enche de gratitude 



cada detalhe seu tão delicado como 
uma estrela do mar


hoje eu quero te agradar e prometo para sempre te amar.

- gio, 10.12.2018

— The End —