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Lua Bastos Apr 2015
Na neblina abafada
Dentre as árvores, dentre algas
Sentir a água
Ouvir os cantos
Cintilante
Suas mãos quentes tocaram meu tornozelo
Seu coração frio tocou o meu
Oh, Deus,
Se realmente estou apaixonado
Me faça não querer deixa-la
Os corações que já quebrei,
não se comparam ao dela
Deixe-me ficar
Se realmente estou apaixonado,
me diga se ela corresponde
Seu canto entrou em meus ouvidos
Uma sintonia aveludada,
salgada,
com uma pitada de perigo
O som dos pingos de água se rebatendo
Venha comigo, vamos viver juntos
Seja minha esposa.
Presa por algemas de areia
Se rebatia enquanto suas mãos puxavam as minhas
Delicada.
Uma beleza agoniante
Oh, Deus,
O que será de mim?
Um vida fria terei caso não ficar com ela.
Me trazendo para a água
Sussurrando feitiços e me deixando cego pelo amor
Meu corpo logo estará submerso
Estou indo
Ofegante
Coração frio, mãos quentes, beleza agoniante
Vendo a escuridão
Cego por um amor planejado
Um coração antes sujo,
fora iludido por olhos vibrantes
e pele cintilante
O coração quente fora apagado,
sentindo amor.
Oh, Deus,
diga-me, terminarei sendo enganado?
Cordas soltas de uma língua, sedenta de sabor de saliva,
Cordas das amarraras verdes, do barco que eu navego,
Os serões de cordas amordaçando, uma vida decisiva,
Perderam-se entre os ramos do futuro, que eu pego!

Vejo-te pegar nas cordas da minha vida, que me orientam,
Não és fútil ao pensar que elas não funcionem como marioneta,
Dás-me alento, e o teu toque equilibrado, meus ideais afinam,
O teu jeito de combinar os gestos, não são de uma paixoneta!

O calor do carinho que me dás, é transpiração de amor na cama,
O amor dos teus dias, são raios de vida, que regeneram meus desafios,
Uma palavra tua, um carinho teu, é como água que sacia minha fama,
O teu olhar atento, sob meus anseios, são como metais halogéneos!

És a corrosão para os ferrugentos jumentos, instalados em galhardia,
Cuidas-me do meu ser como do teu, e de minha vida, dando-lhe liberdade!
Contigo a transpiração do meu caminho, não me assusta nem me é fantasia,
É real, tu és bela e tornaste-me magnificamente de bem, com a verdade!

Sentir-te respirar confortavelmente, é o meu maior objectivo,
Verificar cuidadosamente cada poro teu e senti-lhe o cheiro a vida,
Conduzir os meus sonhos no teu carro da felicidade, é agressivo,
Metas são fins, nosso destino é conduzido por longa vida dividida!

E assim, revelo ao mundo, o teu nome, maravilhoso ser de mulher fatal,
O teu constante conforto, com que deliro, é agora muito e meu afinal!
Patrícia os meus sonhos e os teus, são agora o meu diário mundial!
Autor: António Benigno
Código de autor: 2013.08.03.02.14
Wörziech May 2014
e com a falta dos ventos vindos do sul,
deixa conscientemente de sentir a liberdade de rodar estradas a fora.

Somente paira nele o interesse por presenciar ares históricos
e as tonalidades azuis entardecidas de trilhas já traçadas pelas correntes em Istambul.

Há de se dizer que peculiarmente nesse instante,
percebe, nele próprio, pontuações apanhadas
que sua adorável gaita não tardaria a memorar:

Não é como o desconhecimento prévio
de uma viagem antiquada;

Tampouco uma imitação da intermitente angústia
pela eclosão de sentimentos vendidos em cápsulas;
Menos ainda assemelha-se com as incertezas graduais
que ocasionalmente acercam uma mente amada;

Incomparável é àquela perda do título real
concedido pelos grifos dos selos já borrados,
jogados sobre a mesa e observados em companhia
de aspirações psíquicas,
sentida em uma insana tarde corroída pelo vício.

É, em verdade,
o ruído, abafado e sintetizado,
dos restos talhados em um porão sempre a oeste,
através dos trompetes, de fumaça e metal,
regidos em orquestra pelo grupo
Camaradas do Estado Mundial.

Uma sequência sonora que perdura a narrar uma bela ficção.
A trajetória dum velho chamado Cristóvão a desbravar,
com pensamentos amenos,
terras sem dono e de corpos sem coração.
A bela construção ideológica de utilizar a dor de seus pés
para tornar esquecida aquela no peito,
provocada pelos seus negros palpitantes pulmões.

Enredo a cantarolar sua bravura por abandonar o grande cavalo
não mais selvagem autônomo e colocar-se frente ao sol túrgido no
horizonte;
desdobrando uma desregrada peregrinação atormentada pela poeira em sua narina e uma ocasional perca de controle promovida
por uma tosse ora doce, ora amarga.

Sempre em sintonia com as batidas de uma nota perdida,
adentrando o território de brasões a cores e a gesticular com gentis ramos de um mato esquecido,
vira caminharem ao seu lado alguns dos seus mais queridos juízos.

Precisamente com seu conjunto de novos e velhos amigos, o calor do espaço ele agora prioriza sentir;

De pés descalços, somente se concentra em seu ininterrupto primeiro passo,
deixando de lado o frenético, deliberado e contínuo deslocar de aço
através das regulares e vagas pontes asfálticas pelas quais todos os dias ele fatalmente necessitava deixar suas despersonalizadas pegadas;
pontes que continuam a apontar o caminho plástico e pomposo
para o estável mundo das mais belas famílias a venderem, amontoadas,
suas próprias almas à beira da estrada rígida e sem graça.

*"Viajará fora das estradas!"
Victor Marques Feb 2015
Primavera que acordas vinhedos adormecidos

     Hoje fiz uma promessa a mim mesmo que seria escrever para ti: Primavera! Desde menino que me encantas, me envolves, me rejuvenesces…Sim, és tu Primavera que me acordas de sonos bem ou mal dormidos. Com os crescer dos dias parece que tudo cresce de uma forma descontrolada e um infindável colorido permanece aos olhos de quem te acolhe e enaltece.
    Sim, só poderias ser tu a bendizer todas as rosas campestres que por ti anseiam para comunicar e nos fazer sentir odores, por vezes já esquecidos. Os jardins se enfeitam com violetas, lírios, hortênsias. Os charcos ficam mais esverdeados e alegres, pois as rãs têm mais tempo para cantar.
    Primavera abençoada que acordas vinhedos durienses adormecidos, que aqueces rio Douro e Tua.  Amendoeiras em flor brancas e puras que acolhem abelhas que procuram alimento param se saciar. Nos campos é imensa a alegria de semear sementes que servirão de alimento para tantos seres que não compreendem o poder de nascimento contínuo que existe em todas as Primaveras. Parece que tudo está com disposição de despertar…
      Parece que tudo ressuscita, que tudo nasce, que tudo vive com maior apego e sintonia com o Deus Criador. Por tudo isto queria também eu ser uma Primavera excelsa e porque não celestial aos olhos de quem nunca teve ou sentiu uma Primavera.
    Victor Marques
primavera,despertar
Victor Marques Jul 2012
A chuva

Chove intensamente para alegria das gentes,
Para os campos e suas sementes.
No nosso peito existe secura,
Chove e vem do céu água pura.

Chuva miudinha que quase não molhais,
Dais de beber aos pardais.
Chuva calorenta de um dia de verão,
Chuva que canta linda canção.

A chuva não bate no preso em sua cela,
Nem pode ser vista de sua janela,
Escutar a chuva que bate em sintonia,
Eu me devaneio com suave melodia.

A chuva dá imenso prazer,
De noite ou ao amanhecer.
Sentir a chuva com amor e sentimento,
Estendedoiro fustigado pelo vento.

Victor Marques
Victor Marques Nov 2012
Os teus olhos  

Os teus olham de uma maneira,
As coisa simples, pergaminhos,
Sorrisos de criancinhas,
Mágoas tuas e minhas…

Os teus olhos com franqueza,
O odor da mãe natureza.
Desejos e desejos sempre como tesouros,
Horizontes e estendedoiros.
Olhos cheios de espuma,
Que olham para coisa nenhuma…!

Os teus olhos dormem na bruma,
Pois olhar também se esfuma.
Cânticos em sintonia,
Rouxinóis e sua melodia.

Os teus olhos beijam o luar no verão,
Olhar que vem do coração,
Olhos com olhar de solidão,
Olhos que dizem sim e não?

Victor Marques
olhos, natureza, criação, canção
Fernanda Savaris Dec 2015
Acaso
criou o caso
que nós criamos

Sintonia, simpatia
A mão leve e o riso frouxo
Fantasia
Dos que vem
Dos que vão
Dos que vivem

Vivemos,
Vivemos bem
Apesar de outros alguéns
E do imaginário que nos retém

A cumplicidade sutil
Dos olhos que sabem
Que não se verão mais
Que sabem dos momentos de paz
E da vida quando está à mil

O carinho na base
Dos sentimentos puros
Na positividade
Do desconhecido, do não vivido
E ainda assim natural
Na pureza, na conexão
Daquilo que não cria o mal
E que aprendeu a entender
Como se comporta um igual.
DAVID Jul 2017
El placer de la mirada,
La voz melodiosa q emana
de ellos

La mirada sensual
Y sonora, latente
Y viva

El candor de sus ojos
Y la verdad que emana
de ellos

Y el alma sanada
Sonrie. Sanadora,
PASIONAL Y QUE
ALIVIA.

y aun asi, en contra
De todo, una mirada
Que dio LIBERTAD.

Pasión y ternura, almas
Conectadas a través
De sus miradas

Y la libertad de saber
Eso, completo y perdido,
Desnudo y sin barricadas

Mas alla de certezas,
Zonas seguras y escudos,
Conectado, sereno

La desnudez de la libertad,
Sin mascaras, y el distante
Placer de una mirada frente
A otra

en sintonia con el todo,
A traves de los ojos
que lo embellesen todo.
Victor Marques Nov 2017
A meus pais com todo o meu amor ....


Sentado olho para o lume aceso que me aquece,
Dou graças por tudo que me enobrece,
Amigos que tenho em meu coração,
Pedaços de folhas e solidão …
Por meus pais eu tenho uma gratidão infinita,
Olho para o céu e tudo me parece divinal,
Pois quem sou eu afinal…
Pensamento sublime de quem com amor se dignifica.
Sem nascimento eu não escreveria com alma pura sem demagogia,
Sou feito das gentes e do seu amor que me vicia,
Sobre rochas de granito e xisto misturados,
Escrevo com a franqueza de meus antepassados.
Porque nascendo e vivendo em constante sintonia,
Me rejubilo com o sol ao meio dia,
Com a noite me aconchego em quentes mantos,
Perdido em sonhos e pensamentos.
Victor Marques
amor,pais , terra
Victor Marques Oct 2018
As estrelas brilham....

Já estou á procura de um novo dia,
Pelas as estrelas eu espero,
Sintonia eu vejo porque quero,
Sentinela do sul em eterna vigia...

Me perco nos zumbidos da noite apavorado,
Olho para o céu estrelado!
Me contento com tudo sem pedir nada,
Natureza morta e quase ofuscada....

As estrelas brilham na noite de quem quer,
Até parecem ser e ao mesmo tempo não ser,
Com olhos que até parecem nem querer dormir,
As observo com desejos de quem quer se redimir.

Elas estão todas entretidas e sempre cintilantes
Na noite são solidárias e muito brilhantes,
Parecem feitas para dar amor ao universo distante,
Mas beijando o mundo e suas gentes.


Victor Marques
Estrelas brilham
hi da s Oct 2017
hoje eu acordei achando que as rosas da minha vida iam se entupir de água da chuva. e até que sim, mas quis dizer o que mesmo?

contente demais pra mascarar meu sentimento na busca de palavras precisas ou convidativas.

hoje eu to eu, só que com mais alguém.
o outro eu que fumou da natureza e tá em sintonia com alguma coisa.

mas é estranho que sinto as vezes uma relutância em querer voltar pro zero e nada. ou é alguma outra coisa nova que preciso passar na vida.

tudo que eu sei, eu fico com pé atrás. as vezes o negócio é mais no fundo. muito além do que eu possa imaginar.

queria só saber escrever as coisas mais lindas pra daí eu ficar contente.

olha só, me perdi totalmente do porque vim escrever aqui. só queria dizer que vale a pena registrar: hoje eu fui muito produtiva. muito além do que nos últimos dias. mas fluiu sem doer e me senti super bem. e acho que é isso.
drogada
Victor Marques May 2019
Hoje pensei no tempo que sempre passa,
Absorve tudo , tudo enlaça,
Ai tempo do tempo que tudo ultrapassa,
Tempo do alento em estado de graça,
Mas o tempo no entanto, tudo ama e abraça .

O tempo vai leve e sem pressa,
Parece uma linda personagem,
Que revive uma sentida imagem,
De uma caricatura de diferente peca.

O tempo vive em sintonia com a noite e a madrugada,
Se envolve contigo, e com a tua donzela meia embriagada,
Com tudo isto o mundo através do caos foi criado,
Tempo do tempo com presente, futuro e passado.

Ai tempo que pareces inconstante e vadio,
Acorrentado na foz de um triste rio.
Tempo de conquistas, euforias desenfreadas,
Tempo de musas bem amadas...
Ai tempo de tantas cigarras que no meio dos zimbros fazem alaridos,
Tempo do tempo com a alma e forca dos meus sentidos.

Victor Marques
tempo, tempo, vida, morte
Victor Marques Jul 2022
Sem sabermos bem o que é o destino,
Sem sabermos se é  profano ou divino.
Parece ter ordem cósmica ou sobrenatural,
Destino que parece efémero  e fatal.

Ninguém a ele pode escapar,
Nem dele se pode livrar.
Parece ser um dever cumprido,
Dum sonho passado, vivido.


O destino existe e nunca é conhecido,
Parece ser porto sem abrigo.
O homem nasce com tudo predestinado,
Seja no amor, na morte, no pecado.

Parece estar em sintonia com o Deus criador,
Um ser supremo feito de  paz e amor.
Criaturas transcendentais repletas de luz,
Te enfeitiçam com o destino que  seduz.


Destino da criança que chora sem razão,
Respiramos com a brisa a bater no coração.
Entusiasmo com o espelho da vidraça,
Destino que tudo conforta e abraça.

Victor Marques
destino, vida, morte, ordem, acaso, natural, sobrenatural
Victor Marques Jun 2022
Com sentido ou sem  se vive,
Perdido em sonhos que tive,
Horizontes avermelhados  vou abraçar,
Ousando sentir desejo no olhar.

Na nossa rotina que parece escrita,
Sorrir com entusiasmo que fica,
Sentimentos que não controlas,
Sapatos gastos sem  solas,
Ouvir sons que amolecem teu ser,
Olhos que adormecem sem querer.

A vida parece tudo querer absorver,
Eu vivo sem o mundo perceber,
Em sintonia com o dia ao anoitecer,
A vida eu quero agradecer.

Tudo parece ser eterno,
O mundo  é céu, ou inferno.
O olhar que sabe olhar consome,
Não tem guarida, nem nome.
Nas estrelas, nas as areias do mar,
Sinto o vento a passear.


Victor Marques
olhar, agradecer, mundo
Victor Marques May 2022
Caminho por entre vinhas que despertam  Primavera ,
Grilos que cantam afinados ,
Passarinhos fazem seus ninhos.
Giestas brancas e amareladas,
Enxadas que cavam sua terra,
Sobreiros com cortiça para seus vinhos.
Douro meu, de meus antepassados.

Pedras de xisto e granito lado a lado,
Muros que serpenteiam harmonia,
Vinhos feitos com amor e poesia.
Motivo de tristeza e alegria,
O rio corre sem pressa, compassado ,
Zimbros para cigarras acasalar por amor,
Douro em todo o seu esplendor.


Tuas encostas por Deus e homem consagradas,
Videiras verdes  e sempre abençoadas,
Oliveiras cheias de paz e em sintonia,
Companheiras de noite e de dia ,
Por do sol que as cobre com um manto protector avermelhado,
Douro meu  e da mais bela fada sem
Principe encantado.

Victor Marques
Douro, amor,vinho,videiras
Mariana Seabra Mar 2022
Escrevo esta fábula em forma de poema,

Na tentativa que seja mais fácil de a recordar.

Agarro numa folha e desenho algumas letras,

Penso em dois animais que nos possam caracterizar.

E assim, começa, como é suposto qualquer fábula começar:



Era uma vez um leão

Perdido na floresta.

Os homens que o viam, fugiam...

Pobre leão! que fizeram que ti uma besta,

Condenaram-te ao exílio,  

Sem terem qualquer razão.

Idiotas! Que já nem diferenciam

Um animal a rugir de medo

De uma besta humana  

Que foge dele em desespero.  



Andou meses e meses  

Às voltas, desorientado,  

No meio da extensa vegetação.

Não havia uma voz que o guiasse,

Não havia uma alma amiga que lhe esticasse a mão.



Só ele conhece e sente o horror  

de ser chamado de predador.

Ouvir mais gritos do que risos,  

Levar mais pancada do que amor.

Só quem o conhece sabe que não o faz por mal.

Faz sim, por sobrevivência, por instinto natural.





Pobre leão!  

Nessa floresta,  

Desencantada,

Por qualquer trilho que andava

Só encontrava a solidão…



Num belo dia de chuva,

Caída como que por compaixão,

Espreitou uma pequena aranha

Através do denso pêlo do leão.



Arrastada pelo vento,

Para sua maior alegria ou desalento,

Foi no seu pêlo que, ela, decidiu pousar.



Terá visto, no leão,

Um porto seguro

Para se refugiar?





Tinha medo da chuva?  

Ou era nele que se queria hospedar?



Habituado a estar sozinho,

Forçosamente isolado,

Este pobre leão cansado,

Ao mínimo toque da aranha

Saiu a correr disparado…



Não estava habituado

A ter companhia.



Aquela doce aranha,

Que nem por um segundo o largou,

Entendeu porque é que ele a temia...

Decidiu correr a seu lado e,

Como se fosse pura magia,

Fez brotar no leão  

As sensações que há muito ele desligou.



Foi o ceder do coração,

O reavivar das memórias,

Que logo o abrandou.



Quando se encontraram,

Um ao outro,

Entrelaçados num olhar,

Não foram precisas  

Quaisquer palavras

Para lhes revelar:

Que apesar de qualquer diferença que possam encontrar,

ambos têm o mesmo tamanho

No que toca ao Amor

Que ambos têm  

Para dar.



A aranha sobe ao seu ouvido,

Para lhe poder murmurar:

“Calma, meu pequeno leão,

Sei que estás cansado,

Ferido e traumatizado...

Nunca foi minha intenção te assustar.

Não me temas, nem me afastes!

Não pretendo deixar-te desamparado,

Estou aqui para te curar.

Segue-me tu, agora,  

Tenho um lugar para te mostrar…

O sítio perfeito

Onde vais conseguir descansar.”



O caminho era longo, mas pareceu-lhe menos demorado,

Só porque caminhavam lado a lado.



E quando chegou ao destino,

Ou quando o destino se foi com ele esbarrar,  

O leão nem conseguiu acreditar

Que naquela floresta,

Muito menos solitária,

Era exatamente  

Onde ele precisava de estar…



O tal destino,  

Já traçado,

Assim o veio relembrar

Que às vezes é preciso se perder,

Para mais tarde,

Se reencontrar.



Nessa mesma noite,

A floresta parecia encantada.

Só se ouvia  

dois corações

a bater em sintonia.  

Pum…pum…pum...pum…

Só se viam  

Duas almas nuas

Deitadas e embaladas

Numa teia perfeitamente desenhada.



Quem se atreve a dizer que o leão pertence à savana?

Anda esta gente toda enganada!

Nunca leram a pequena história

Do leão e da aranha.



E quem a ler, talvez dirá, que história mais estranha!
Fortes Jun 2018
tu me tem

teu corpo envolto no meu
transcendendo o que a gente entende por tempo e espaço
e logo eu to pirado
surtado
anestesiado
de ti

me pira a cabeça quando teus lábios me percorrem
e minha mente foge
de onde quer que eu esteja
por ti

o sol refletindo diretamente nos nossos corpos pretos
suados
é energia, meu nego
assim como a lua nos banha no final de qualquer tarde
sem segredo

a sintonia que nos envolve escapa de qualquer significado que já foi atrelado a essa palavra
e eu te digo
não existe explicação pro que eu tenho contigo

e vice-versa

o que a gente tem não envolve pressa
eu já falei
tempo e espaço não nos cabem mais

que mordomia de rei!

acordar do teu lado e sentir o fervor dos teus sentidos encostados em tudo que eu chamo de corpo

quente
eu vejo tuas chamas
e logo sinto quando tu me chama
pro abraço
ou pro amasso

tudo queima, de qualquer forma
é indiferente
a intensidade no ato define tudo que a gente sente

e eu não nego
só me entrego
me encaixo nas tuas mãos
e ali me aqueço

nego, ah, meu nego
esse sorriso bobo que tu vê não consegue
mais se manter em segredo

porque tu me tem
e sem qualquer bloqueio
ou explicação
eu arrisco dizer que te tenho também

— The End —