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Expo 86' Sep 2015
Porque eu tenho que ser um desgraçado que há de morrer afogado nesse mar de elementos  de um passado que seria melhor apagado, porque há de mim ser mais um solitário que há de morrer queimado por todas essas emoções sem pário, porque há de mim ser mais um coitado que passa o tempo deitado nessa cama de sentimentos amaldiçoados
Arold Apr 2020
Ele é confusão
Inesperado como a chuva no Verão
Turbulento e confuso

Ouve-me de noite
Adormece de dia
Discorda dos meus princípios
É terramoto na minha personalidade

Ele é diferente
Por ser igual a tudo aquilo que procuro
Agita-me até água transbordar
Toca-me violentamente
E ainda me sinto virgem

Diálogos viram ausência
Abraços viram respirações suspensas
Memórias viram mensagens espaçadas

Ele é banho de água fria
Café queimado
Areia branca que queima
É desnecessário
Mas inevitável
Gil Cardoso Feb 2019
Sol queima a minha pele
Inicialmente
É agradavel
Depois, é dor

Como bolo doce que vou comer
Efeito da gulosia
Afoga o meu saber
Para mais tarde me aperceber
Que foi demasia
Aí puderei me arrepender

E então pergunto, qual é real?
Qual sigo nisto tudo
O presente ou o futuro?

Dizem-me “Carpe Diem!”
Então deixem-me comer bolo
Deixem-me queimar ao sol
Deixem-me viver a vida tolo

Depois dizem, “sê comedido”
“Tudo com moderação”
Então vivo o futuro agora
Não sigo prazer
Fujo à dor
Sempre a atrasar
A minha fatalidade

Eu sei lá

Mas enquanto escrevia isto
O sol fez o seu capricho
Tenho o poema terminado
E o meu braço queimado
Escrito: Maio 2018

— The End —