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Assim como eu... milhões
Sou só e somente mais um
Deixem-me viver em meu universo complexo
Cada qual com o seu, e seremos felizes
Mas não me venham a se queixar
Não se debatam sobre mim
Se quero o intangível...
é porque posso vê-lo
Rogo: vá cuidar de seu universo complexo!
Se sou tão complexo...
É Porque sei quem sou:
Eu sou o grande observador
Eu sou o homem
E enquanto os homens viverem sobre a Terra
e enquanto os rios correrem limpos ou sujos
Enquanto minha expansão se expande
continuarei observando, sendo eu... um homem. Um observador. Um universo complexo!
Wörziech May 2014
Mil-réis entre réis pagos pelo algodão e pelo o material sinteticamente enfadonho – ambos traçados na sala abafada em que, agora, a escuridão de frequência vibrante busca-me, parado, observando o sangue que segue, que traça, desenha os seus próprios afluentes em uma elaborada figura de empalhamento. Tropeço por entre galhos, perco um ou outro membro e abro os olhos. Agora, veja! Eles estão lá! Meus membros estão lá! Mas atente-se! Aquele, meio torto, veja-o com perfeição.
Digo, eram meus. Sim, pois agora a este outro pertence.  Está lá, na poça de meu sangue, com a minha própria estrutura, o que parece ter sido um simpático palhaço. Confirmo aquela minha primeira impressão: empalhado palhaço. Agora há algo dentro daqueles membros. Definitivamente há! Até vejo alguma perenidade por entre as articulações, à mostra - resultado de um trabalho mal feito pelo meu próprio líquido vermelho intenso.
Depois de muito apreciar minhas partes nunca tão bem aproveitadas, vejo algo mais além - vejo asas! Inicialmente, um âmago bastante ridículo e tedioso - mas observando mais atentamente, percebo profundamente que aquela minha obra orgânica possui, como verdadeira essência, o plano mais ao fundo, que não só se colocava de forma discreta, como aspirava se esconder do foco do olhar, retirando nitidez que a ele é supostamente é inerte. Percebi a explicação para minha atrapalhada e inconsciente criação. Humano algum será capaz de apreciá-la como eu aprecio. Amo-a agora como amo a morte! E morta está minha obra, afastada para sempre de mim. Assim como os meus olhos e libido.

*É um sangue amaldiçoado aquele que escorrera de mim, seria está a plausível explicação? Sequer traçara ele uma imagem de uma mecânica funcional.
De quem é a imagem que vejo no espelho?
Não é a mesma que me observo sem vê-la
Não possui a fonte existencial que lança os arredores para o interior
A única diferença entre mim e o que me permeia
É o corpo que carrego a todo instante, e dele os diálogos mentais que me definem como uma existência, pois as vozes que me surgem só eu posso ouvi-las e interpretá-las
Mas, talvez, a consciência seja simplesmente um canalizador e não uma fonte, pois as informações vêm de todos os lugares e ao mesmo tempo de um lugar só (ego).
De quem é a imagem que vejo quando olho para outra pessoa?
Não é a mesma imagem que essa outra existência se vê
Essa imagem que vejo faz parte de mim, sou eu, ou talvez o outro que vive em mim, que independe de uma consciência própria que não a minha.
Mas como eu me vejo?
Me vejo como acredito que os outros me vêem?
Eu sou o fruto das experiências passadas
Eu sou inconstante.
Totalmente renascido e irreconhecível a cada experiência
Mas isso é meu ego, o vidro mais frágil
O medo da solidão,
O medo da rejeição,
O ódio que é o medo de amar
O medo de amar que é o ódio por si mesmo
O **** é a carta coringa do desespero
O prazer de calar a dor
Mas o **** também dói, pois é a entrega de seu íntimo para outrem (você se diferencia) nós somos incapazes de amar o que é diferente, o **** fere o ego, pois o auge do prazer se dá com algo que nossa consciência insiste em odiar,
odiamos os outros, odiamos a nós mesmos
Mas é tudo ilusão
Ódio e medo, novamente, caminhando lado a lado
Mas é tudo ilusão
"O que está em cima está em baixo, não há diferença"
O que me define como singular?
Minhas roupas, meu cabelo, meu rosto, minha casa
meu carro, minha família, minha história
Fora isso quem sou?
Onde encontra-se a singularidade da voz que só minha mente escuta?
(Minhas ideias surgem de outras ideias que não são minhas
Eu sou o vazio)
Encontra-se no vazio, onde todos são iguais
Onde uma coisa não se diferencia da outra
Onde só nos resta amar, sem dor
A realidade é simplesmente aquilo em que acredito
Nada mais, nada menos
Pois o que os olhos não vêem o coração não sente
Melhor dizendo:
O que a mente não sente os olhos não vêem!
Depois de todo o devaneio
Me lembro...
Uma mulher, cujo a forma de sorrir,
a forma de morder os lábios,
o jeito com que ela me olha com o canto do olho
é totalmente singular, única
Mas não depende do ego, e nem de experiência
é algo inato, belo, não consigo odiar mesmo sendo diferente
Amor? sim
Mas algo diferente também
a vejo e amo como irmã, como mãe, como amante, como amiga
Amo sua existência como um todo
e não sei explicar
Ela escolheu não ficar comigo,
mas sempre vem a mim
Eu ainda continuo a ama-la, sem dor, nem sofrimento

Outra vez saio de uma discussão comigo mesmo sem respostas!
Wörziech Jul 2013
Vive de alternâncias imperceptíveis;
possui a maldição de viver momentos
somente para si inesquecíveis.

Quando se volta para o equilíbrio apolíneo,
percebe nele a maior incongruência,
uma limitação impraticável.

Vê-se desfocado de seus próprios pensamentos;
não julga, mas observa.
Tem medo.

Somente sente-se promissor ao som de seus poderosos companheiros,
que o auxiliam a destituir-se de seus próprios pesares.

Em sequência a isso, por um tamanho ardor é acometido
e tantos sentimentos que até ele vão para compor,
que sua existência e vida tornam-se intensas demais;
de tão pesadas e densas,
o levam ao caos,

a observar e esperar pelo surgimento de estrelas e brilho.
Serafeim Blazej Dec 2016
Eu estou atado ao garoto de cabelos negros
Ele é o rei das flechas
O príncipe e o próprio monarca
Ele é o último pássaro humano

Eu estou atado ao garoto de cabelos negros
Ele possui olhos pálidos
E canta como um rouxinol
Ele vai te enfeitiçar e atar

Eu estou atado ao garoto de cabelos negros
Ele me prendeu ao seu coração azul
Meu lar é mais frio que gelo
Eu, que um dia, fui uma fênix

Eu estou atado ao garoto de cabelos negros
Ele é o vilão de muitas lendas
Eu sou seu prisioneiro em todas elas
Inclusive em meu próprio mito

Eu estou atado ao garoto de cabelos negros
Eu fui seduzido por sua tristeza e solidão
Eu fui enganado por suas lágrimas
Eu fui preso por seus lábios

Eu estou atado ao garoto de cabelos negros
E nunca serei livre
Meu coração foi tomado de mim
Pelo garoto de cabelos negros
Escrito em 13/12/2016.
É um presente.
Rui Serra Jan 2014
Possuído por uma raiva febril segui para lá do abismo maldizendo todo o ser que um dia me fez sofrer.
Perdi a fé no homem, perdi a fé no Deus e entreguei todos os meus sonhos nas mãos da megera e fugi para lá dos meus sonhos.
Perdi a fé nas orações do homem, nas acções do homem e condenei ao fracasso cada passo desmedido e tresloucado.
Odiei.
Odiei cada ser que outrora conheci.
Fui traído.
Condenei os “amigos” que outrora possui.
Desisti de procurar a razão.
Desacreditei na amizade . . .
Desacreditei no amor . . .
E desisti!
Será loucura odiar a humanidade só porque uma donzela não dançou a valsa da vida contigo?
Rui Serra Mar 2015
a felicidade brilha nos teus olhos
e prendes-me
com o sorriso frio dos teus lábios.

esse corpo que em gestos me diz: possui-me.

essa pele que ao tocar-me diz: desejo-te.

e essa alma que na sua tranquilidade me diz: amo-te.
Mariah Tulli Jan 2017
M&M
Menina cabeça dura
Quase nunca se entende
E nao se arrepende
De ser tão crua

Possui leveza como na lua
E fica toda reluzente
Quando posa para as lentes
Que te deixam nua

Menina da rua
Que deixa meu coração quente
Nao foge da gente
Porque eu quero ser sua
hi da s Jan 2018
decidi abandonar o hábito de me privar. me privar das coisas que dizem com os olhos que não sou capaz. que não sei.
mas preciso começar de algum jeito pra daí saber.

então eu cansei de sentir vergonha, vesti meu segundo par de óculos e tratei de começar a escrever.
de qualquer jeito, sem compromisso, só pra tirar o peso que possui um aspecto cimentado, nada leve.
e fui alto. bem alto.
ainda sozinha mas fui alto. comigo mesma.

e antes eu só pintava com os dedos.
decidi então comprar pincéis.
depois parei.
agora desenho com caneta e papel. e se for pra comparar, eu não sei desenhar. mas sei pintar linhas.
e essas linhas me parecem lindas. e eu gosto delas.

e foi assim que eu comecei a fazer meus pedaços de arte.
eles são feios, mas também são lindos.
sobre minhas obras
Kodein Oct 24
Linda árvore venenosa, que majestosa tu és
Nem parece que tu possui raízes podres

Mas, afinal, de onde tu puxaste essas podres raízes? Teu bosque nativo é mais saudável que mil crianças

Talvez, você tenha nascido contaminada, destinada a ter este trágico fim

És venenosa, será que por tua culpa ou de terceiros?
De qualquer maneira, isso sequer importa.

A única coisa que verão em ti são tuas raízes e tua aparência.

Que alma nesse mundo seria capaz de olhar pra ti e ver beleza?

É melhor parar de sonhar com um dia te enxergar no reflexo do rio tão bela quanto teus bosques

Nem mesmo teus nativos te aceitaram, és apenas uma falha da natureza

Tão repugnante e negligênciado quanto um filho *******

Tu conviverás com a rejeição até que morra, essa é a culpa que tu carregará por ser venenosa
me sinto rejeitado

— The End —