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Mariana Seabra Mar 2022
Escrevo esta fábula em forma de poema,

Na tentativa que seja mais fácil de a recordar.

Agarro numa folha e desenho algumas letras,

Penso em dois animais que nos possam caracterizar.

E assim, começa, como é suposto qualquer fábula começar:



Era uma vez um leão

Perdido na floresta.

Os homens que o viam, fugiam...

Pobre leão! que fizeram que ti uma besta,

Condenaram-te ao exílio,  

Sem terem qualquer razão.

Idiotas! Que já nem diferenciam

Um animal a rugir de medo

De uma besta humana  

Que foge dele em desespero.  



Andou meses e meses  

Às voltas, desorientado,  

No meio da extensa vegetação.

Não havia uma voz que o guiasse,

Não havia uma alma amiga que lhe esticasse a mão.



Só ele conhece e sente o horror  

de ser chamado de predador.

Ouvir mais gritos do que risos,  

Levar mais pancada do que amor.

Só quem o conhece sabe que não o faz por mal.

Faz sim, por sobrevivência, por instinto natural.





Pobre leão!  

Nessa floresta,  

Desencantada,

Por qualquer trilho que andava

Só encontrava a solidão…



Num belo dia de chuva,

Caída como que por compaixão,

Espreitou uma pequena aranha

Através do denso pêlo do leão.



Arrastada pelo vento,

Para sua maior alegria ou desalento,

Foi no seu pêlo que, ela, decidiu pousar.



Terá visto, no leão,

Um porto seguro

Para se refugiar?





Tinha medo da chuva?  

Ou era nele que se queria hospedar?



Habituado a estar sozinho,

Forçosamente isolado,

Este pobre leão cansado,

Ao mínimo toque da aranha

Saiu a correr disparado…



Não estava habituado

A ter companhia.



Aquela doce aranha,

Que nem por um segundo o largou,

Entendeu porque é que ele a temia...

Decidiu correr a seu lado e,

Como se fosse pura magia,

Fez brotar no leão  

As sensações que há muito ele desligou.



Foi o ceder do coração,

O reavivar das memórias,

Que logo o abrandou.



Quando se encontraram,

Um ao outro,

Entrelaçados num olhar,

Não foram precisas  

Quaisquer palavras

Para lhes revelar:

Que apesar de qualquer diferença que possam encontrar,

ambos têm o mesmo tamanho

No que toca ao Amor

Que ambos têm  

Para dar.



A aranha sobe ao seu ouvido,

Para lhe poder murmurar:

“Calma, meu pequeno leão,

Sei que estás cansado,

Ferido e traumatizado...

Nunca foi minha intenção te assustar.

Não me temas, nem me afastes!

Não pretendo deixar-te desamparado,

Estou aqui para te curar.

Segue-me tu, agora,  

Tenho um lugar para te mostrar…

O sítio perfeito

Onde vais conseguir descansar.”



O caminho era longo, mas pareceu-lhe menos demorado,

Só porque caminhavam lado a lado.



E quando chegou ao destino,

Ou quando o destino se foi com ele esbarrar,  

O leão nem conseguiu acreditar

Que naquela floresta,

Muito menos solitária,

Era exatamente  

Onde ele precisava de estar…



O tal destino,  

Já traçado,

Assim o veio relembrar

Que às vezes é preciso se perder,

Para mais tarde,

Se reencontrar.



Nessa mesma noite,

A floresta parecia encantada.

Só se ouvia  

dois corações

a bater em sintonia.  

Pum…pum…pum...pum…

Só se viam  

Duas almas nuas

Deitadas e embaladas

Numa teia perfeitamente desenhada.



Quem se atreve a dizer que o leão pertence à savana?

Anda esta gente toda enganada!

Nunca leram a pequena história

Do leão e da aranha.



E quem a ler, talvez dirá, que história mais estranha!
ummily Apr 2016
La Ratita Presumida
“... y sentia muy feliz. Pero al terminar, el gato se lanzo sobre ella para comer se la. La Ratita lorgo escaper y aprendio a no fiarse de la aparencias”

Generally speaking, the most romantic matters take place beneath the moonlight. It shone down on the city of Barcelona that night with a certain intention, a mysterious plan. She went out for a cigarette, or a “thought” as she liked to think of it, her soul already marinating in a bottle of cheap, red wine.  She let the moonlight pour its possibilities upon her skin as she exhaled into the night.

It was this recipe:
¾ bottle of red wine,
1 pack of Marlboro Lights,
a pinch of red lipstick and
a dash of moony-mist  

on the dimly lit terrace that started it all.

Just then, a tall, blondish, smart looking guy walked into the room. She felt as though she could see the weight of his brain sitting in his head. Almost visible were the synapses firing within.

He spoke so smoothly, in a comforting, southern accent.
His words cast visions of sunsets,
surrounding her
in an unfamiliar, yet soothing
warmth.
She drew closer.
His southern spark lit her cigarette and
with that flick of the match,
an immediate magic ignited between them.

They spoke of Matthew Macconaughy, death and anxiety... death by anxiety, art and music and love and lust.

lovelustlovelustlovelustlostlove

“Just come with me,” he said,  “I’m not expecting anything... we’ll get brunch!” , he said. Ooooooh that’s a mighty word there, “BRUNCH”.

“Brunch”,
A word capable of bringing this girl,
to her knees
~the birds and the bees~
she left with him.
                                                              ..­.

“You had me at ‘brunch’.”
They took a cab to his shoebox-sized flat in Gracia, “the best neighbourhood of Barcelona by far”. They linked lips, caressed, clutched each other’s flesh and faded into one as the sun began to rise.
                                                           ­   ...
The sun came beating through the dungeon –like windows of the shoebox-shaped room. The laundry hanging outside-as it must in this city- cast shadows across their naked skin. It appeared to be dancing quite joyfully, despite the intensely hung-over state of the two strangers that lay entangled amongst the sheets.
As promised, BRUNCH ensued.  They chatted, and laughed and flirted. They shared secrets that no one else knew.

“I like your brain”, he said.
                                                               ...
In the weeks to come they spent every waking moment of each weekend in each other’s company. The rest of the time was spent as the charismatic protagonist in the day dreams of the other one’s mind.  

Hospital General, Sant Cugat Del Valles, Valldoreix, La Floresta, Las Planes, Baixador de Vallvidrera, Peu del Funicular, Reina Elisenda, Sarria, Les Tres Torres,  La Bonanova, Muntaner, Sant Gervasi, Gracia, Provenca,  Passeig de Gracia, Placa Catalunya.

The Trains chugged on
And on
And just remember it’s hard to stop a train...

Gracia -the best neighbourhood in Barcelona- sang like a bird in her ear and a sore thumb pressing its weight into her aching heart.  

Take me Spanish Caravan, yes I know you can...
...I know where treasure is waiting for me
Silver and gold in the mountains in Spain
I have to see you again and again.

Take me Spanish Caravan, yes I know you can.

                                                           ­        ...
That dreaded, dreary morning, the rain beat down. The rain in Spain falls mainly on the plane -Or all over, really.

She helped him stuff his damp laundry
into his star-spangled suitcase,
himself into her...




He came,
she left, and so did he.




*I'd like to see you again
and again.
a short story.

a ghost story.
Aparna Oct 2020
rain mist wreathed
virid groves
of evergreen
sun languished
behind clouds grey
overcast sky
lachrymose;
distant rumble
thunder;brontide
pellet-laden gusts
of wind;cold
leaf-stirring
nubivagant drops
falling
glistening foliages
rustling;
celadon leaves
rain-washed
brushwood damp
galore humus
dewy silence;
gerful downpour
incipient
another rain poem:)
Victor Marques Sep 2013
O Poeta que ama o Douro e suas enxadas….

Poeta perdido e sem vontade de caminhar,
Um espelho branco que reflete um olhar.
Ele se espanta com a beleza do rio,
Verão de incêndios, muito quente e doentio.

Palavras bonitas á floresta bem-amada,
Fogueiras de gente tresloucada.
O Poeta ama a montanha quando escreve,
Alma pura como a neve.

O Poeta partiu seu punho que ama as alcateias,
Cidades, montes, vales e suas aldeias.
O Poeta escreve sobre chamas apagadas,
Ama o Douro e suas enxadas.

Victor Marques
No rosto leproso da noite, ventos giram cartas como quem não quer nada/ Ou talvez vultos guardam melancolia no quarto branco/ Oh! tão bom beber hálito gelado da lua junto aos antepassados, lá se vão fugidios das estrelas; sete são. Os mais jovens, no rio, colhem cristais & dançam ( ritual veludo puro, sombra azul circula)/ Rápido, múltiplas festas ecoam do infinito, este cínico pastor poda asas feridas; mãos sagradas dos mortos & dos mitos/ Bebemos & cantamos, no colo floresta desnuda/ Neste banquete vermelho, virgens dão o toque úmido & todos os santos saboreiam o útero/ Sob o aconchego do delírio a loucura desfila, santa de todos os dias!
Las hadas, las bellas hadas,
existen, mi dulce niña,
Juana de Arco las vio aladas,
en la campiña.
Las vio al dejar el mirab,
ha largo tiempo, Mahoma.
Más chica que una paloma,
Shakespeare vio a la Reina Mab.
Las hadas decían cosas
en la cuna
de las princesas antiguas:
que si iban a ser dichosas
o bellas como la luna;
o frases raras y ambiguas.
Con sus diademas y alas,
pequeñas como azucenas,
había hadas que eran buenas
y había hadas que eran malas.
Y había una jorobada,
la de profecía odiosa:
la llamada
Carabosa.
Si ésta llegaba a la cuna
de las suaves princesitas,
no se libraba ninguna
de sus palabras malditas.
Y esa hada era muy fea,
como son
feos toda mala idea
y todo mal corazón.
Cuando naciste, preciosa,
no tuviste hadas paganas,
ni la horrible Carabosa
ni sus graciosas hermanas.
Ni Mab, que en los sueños anda,
ni las que celebran fiesta
en la mágica floresta
de Brocelianda.
Y, ¿sabes tú, niña mía,
por qué ningún hada había?
Porque allí
estaba cerca de ti
quien tu nacer bendecía:
Reina más que todas ellas:
la Reina de las Estrellas,
la dulce Virgen María.
Que ella tu senda bendiga,
como tu Madre y tu amiga;
con sus divinos consuelos
no temas infernal guerra;
que perfume tus anhelos
su nombre que el mal destierra,
pues ella aroma los cielos
y la tierra.
Rui Serra Apr 2014
Percorro milhas para te ver
Perco-me por entre
As densas árvores
Da floresta
Volto a encontrar-me
Pérfidas amazonas
Atacam
No limiar da floresta
De novo a sensação
De estar vivo
Deambulo pelo rio
De asfalto
Rumo à pirâmide
Irei só
Para terminar
A minha viagem.
Altas encinas de ondulante copa;
Troncos que os inclináis sobre las aguas
De los torrentes; pinos misteriosos
Que sois, al viento, cual silvestres arpas,
¿En vuestro ensueño secular y altivo,
No soñáis con las épocas lejanas,
Cuando el eco fugaz de los desiertos
Del Canadá, tan sólo en la comarca
Conocía  las voces de las tribus,
Que en su existencia nómade mezclaban
Sus cánticos guerreros en la selva
Al rumor de las grandes cataratas?

Bajo el cielo, de estrellas tachonado,
Cuando del polo tempestuosas ráfagas
Sacuden vuestros gajos, que parecen,
Bajo la luz lunar, vagos fantasmas,
(Soñáis tal vez con los lejanos días,
Con los días gloriosos de la patria,
Cuando en vuestras guaridas, nuestros padres
La barbarie de siglos dominaban;
Cuando llevando el ideal por guía
y de ensueños heroicos llena el alma,
Se abrían paso entre la selva, al grito
De «Dios lo quiere»; el campo desbrozaban
Para la vida, y en el yermo inculto
Convertían los troncos en pilastras
De futuras metrópolis, y luego,
Pensando en las proezas del mañana,
Al amparo del bosque congregados
En las noches de invierno, como hosannas
Hacían resonar en sus clarines,
Nuncios de redención y de esperanza,
El himno del futuro en el desierto,
Sobre la virgen tierra americana?

Sí, soñáis, de pretéritas edades
Testigos, que os erguís en las montañas,
Mudos sobrevivientes de naufragios
En que fueron hundiéndose las razas...

y resistiendo el golpe de los siglos
Vuestro ramaje que imponente se alza,
A los vientos del cielo canadense
Con voz triunfal nuestra epopeya canta.
Igual que el ballestero
tahúr de la cantiga,
tuviera una saeta el hombre ibero
para el Señor que apedreó la espiga
y malogró los frutos otoñales,
y un «gloria a ti» para el Señor que grana
centenos y trigales
que el pan bendito le darán mañana.

      «Señor de la ruïna,
adoro porque aguardo y porque temo:
con mi oración se inclina
hacia la tierra un corazón blasfemo.

      »¡Señor, por quien arranco el pan con pena,
sé tu poder, conozco mi cadena!

      »¡Oh dueño de la nube del estío
que la campiña arrasa,
del seco otoño, del helar tardío,
y del bochorno que la mies abrasa!

      »¡Señor del iris, sobre el campo verde
donde la oveja pace,
Señor del fruto que el gusano muerde
y de la choza que el turbión deshace,

      »tu soplo el fuego del hogar aviva,
tu lumbre da sazón al rubio grano,
y cuaja el hueso de la verde oliva,
la noche de San Juan, tu santa mano!

      »¡Oh dueño de fortuna y de pobreza,
ventura y malandanza,
que al rico das favores y pereza
y al pobre su fatiga y su esperanza!

      »¡Señor, Señor: en la voltaria rueda
del año he visto mi simiente echada,
corriendo igual albur que la moneda
del jugador en el azar sembrada!

      »¡Señor, hoy paternal, ayer cruento,
con doble faz de amor y de venganza,
a ti, en un dado de tahúr al viento
va mi oración, blasfemia y alabanza!»

      Este que insulta a Dios en los altares,
no más atento al ceño del destino,
también soñó caminos en los mares
y dijo: es Dios sobre la mar camino.

      ¿No es él quien puso a Dios sobre la guerra
más allá de la suerte,
más allá de la tierra,
más allá de la mar y de la muerte?

      ¿No dio la encina ibera
para el fuego de Dios la buena rama,
que fue en la santa hoguera
de amor una con Dios en pura llama?

      Mas hoy... ¡Qué importa un día!
Para los nuevos lares
estepas hay en la floresta umbría,
leña verde en los viejos encinares.

      Aún larga patria espera
abrir al corvo arado sus besanas;
para el grano de Dios hay sementera
bajo cardos y abrojos y bardanas.

      ¡Qué importa un día!  Está el ayer alerto
al mañana, mañana al infinito,
hombres de España, ni el pasado ha muerto,
no está el mañana -ni el ayer- escrito.

      ¿Quién ha visto la faz al Dios hispano?

Mi corazón aguarda
al hombre ibero de la recia mano,
que tallará en el roble castellano
el Dios adusto de la tierra parda.
Serafeim Blazej Dec 2016
Marinheiro, marinheiro
Você sente o cheiro?
A morte chegou afinal

Marinheiro, marinheiro
Você sente o medo?
Seus companheiros se foram afinal

Marinheiro, marinheiro
Você sente o peso?
A escuridão abraçou você afinal

Marinheiro, marinheiro
Você sente o desespero?
Você quebrou afinal

Marinheiro, marinheiro
Você sente a floresta?
Foi lá que você morreu

Marinheiro, marinheiro
Você sente o mar?
É onde você nunca mais irá

Marinheiro, marinheiro
Se você é a própria morte
Por que você está morto afinal?
Poema e canção (como sempre).
Era parte de uma história (como sempre).

("Sailor, sailor, do you feel?")

Escrito em 08/11/16.
Michael Farrel ardía con un ardor puro como la luz.
Sus manos enseñaban a amar los lirios
y sus sienes a desear el oro de las estrellas.
En sus ojos bullían trémulas luces oceánicas.
Sus formas eran el himno de castidad de la arcilla,
suave y fragante y musical.
Bajo sus bucles rubios, undosos y profusos,
parecían temblar las alas de un ángel.

Emiliano Atehortúa era muy sencillo
y traía una infantilidad inagotable.
Su adolescencia láctea, meliflua y floreal,
fluía por las escarpas de mi madurez
como fluye por el cielo la leche del alba.
Cuando le vi en el vano ejercicio de la vida
me pareció que me envolvía el rumor de una selva
y me inundó el corazón la virtud musical de las aguas.
Hay almas tan melódicas como si fueran ríos
o bosques en las orillas de los ríos!

Guillermo Valderrama era indolente y apasionado.
Como un licor de bajo precio,
la vida le produjo una embriaguez innoble.
Sus formas pregonaban el triunfo de una estirpe.
Había en su voz un glú-glú redentor
y su amante le llamó una vez
"el Príncipe de las hablas de agua".

Leonel Robledo era muy tímido
bajo una apariencia llena de majestad.
En el recóndito espejo de su ternura
se le reflejaba la imagen de una mujer.
Toda su fuerza era para el ensueño y la evocación.
Le vi llorar una vez por males de ausencia
y me dije: hay una tempestad en una gota de rocío,
y, sin embargo, no se conmueven los luceros...

Stello Ialadaki era armonioso, rosáceo, azulino,
como los mares de Grecia, como las islas que ellos ciñen.
Efundía del mundo algo irreal, risueño, fantástico.
Se le veía como marchando de las playas de ensueño
que rozaron las quillas de Simbad el Marino,
hacia las vagas latitudes
por donde erró Sir John de Mandeville.
Cuando le conocí tuve antojo de releer la Odisea,
y por la noche soñé en el misterio de las espigas.
¡Evanaam! ¡Evanaam!

Juan Rafael Agudelo era fuerte. Su fuerza trascendía
como los roncos ecos del monte a los pinos.
Alma laboriosa, la soledad era su ambiente necesario.
Sus ilusiones fructificaban como una floresta
oculta por los tules del "todavía-no".
Sus palabras revelaban la fuerza de la realidad,
y sus actos tenían la sencillez de un gajo de roble.
En el espejo he visto el Mar, el Mar sordo.
La cimera cubríanle nubes grávidas de borrasca,
la faz en movimiento delirante bullía
con un hervor preñado de mútilos cadáveres
cárdenos, a la deriva. 1

Cegaba con telones cinéreos la angustia,
propugnando saltar de las órbitas -adamantina-. 2

Tenía de las bridas la voz ululadora
lista a irrumpir como jamás apolíptica.

Los ojos eran cóncavos vórtices abisales
donde ya nunca la estrella encendería
ni rielar idílico, ni tórridas fogatas.

En el espejo he visto el Mar sordo 3
-vago y difuso como en cristales de recuerdo;
-rígido y penetrante, -lacerante- como un sueño fallido: 4

y le he visto en el Día como en la Noche (y en el Crepúsculo
de estrellas desdibujadas y de músicas en esbozo
y de perfumes preludiando las sensuales sonatinas);

y le he visto en el Día (vigía desde la cofa)
que escudriña, oteante, el ir y venir en volúmenes
aborregados de las ondas indiferentes)

y le he visto en la Noche (sutil escucha en el acecho
de voces ultraterrenas, y de próximas, cuya caricia
fuera regalo de sus oídos, si no tortura lancinante).

Pero el Mar es un símbolo? Y es un mito el Océano,
emblemática selva pululadora de fugitivas
sombras, caos mirífico, floresta legendaria donde discurren 5
las vagueantes Náyades y las Titanias inasibles.

Un mito el Mar? Mirado en el espejo,
refractado en el ávida retina y bebido en su son 6
y aspirado en sus hálitos salinos y yodados,
-huésped de las Sirenas sortílegas
y de las Circes y las Calypsos prestigiösas
de hechizo inabolible? Es un Mito?   Es un Símbolo?

En el espejo he visto el Mar sordo. 7
Y le he visto en la Noche y en el Crepúsculo (y en el Día):

quieto Mar de viñeta, con la fuga en los mástiles
y la fuga en las velas recogidas
de los barcos inútiles, anclados como esqueletos de pirámides
en las glaucas arenas fijas.
Rui Serra May 2015
caio lentamente

diminuído . decaído . consumido

pensamentos demoníacos

lágrimas escorrem do meu rosto
e caem a meus pés

equilíbrio

visão extravagante
floresta de pedra

criaturas da noite
movem-se pacificamente
invisíveis

desejo

fogo incontrolável
que me absorve na sua graça

perplexo
danço nas chamas bruxuleantes

conspiro
ao som do silêncio da noite

e procuro o conforto
no gelo frio do teu ser

o meu dilema:
qual o meu caminho?
Rui Serra Jun 2015
o frio do inverno diminuiu
e deu a morte
deste vida à primavera.

ela caminha lentamente,
os dias ficam mais longos
e brisas quentes acordam do seu hibernar.

ao meu redor...
nascimento.

é a ressurreição da dança da vida,
a dança da floresta
que controla o pulsar da terra.

é a época da criação,
e de pena encharcada em tinta
crio rios nesta folha singela,
neste que é o dia
Mundial da Poesia.
El alma traigo ebria de aroma de rosales
y del temblor extraño que dejan los caminos...
A la luz de la luna las vacas maternales
dirigen tras mi sombra sus ojos opalinos.
Pasan con sencillez hacia la cumbre,
rumiando simplemente las hierbas del vallado;
o bien bajo los árboles con clara mansedumbre
se aduermen al arrullo del aire sosegado.
Y en la quietud augusta de la noche mirífica,
como sutil caricia de trémulos pinceles,
del cielo florecido la claridad magnífica
fluye sobre la albura de sus lustrosas pieles.
Y yo discurro en paz, y solamente pienso
en la virtud sencilla que mi razón impetra;
hasta que, en elación el ánimo suspenso,
gozo la sencillez que viene y me penetra.
Sencillez de las bestias sin culpa y sin resabio;
sencillez de las aguas que apuran su corriente;
sencillez de los árboles... ¡Todo sencillo y sabio,
Señor, y todo justo, y sobrio, y reverente!
Cruzando las campiñas, tiemblo bajo la gracia
de esta bondad augusta que me llena...
¡Oh dulzura de mieles! ¡Oh grito de eficacia!
¡Oh manos que vertisteis en mi espíritu
la sagrada emoción de la noche serena!
Como el varón que sabe la voz de las mujeres
en celo, temblorosas cuando al amor incitan,
yo sé la plenitud en que todos los seres
viven de su virtud, y nada solicitan.
Para seguir viviendo la vida que me resta
haced mi voluntad templada, y fuerte y noble,
oh virginales cedros de lírica floresta,
oh próvidas campiñas, oh generoso roble.
Y haced mi corazón fuerte como vosotros
del monte en la frecuencia.
Oh dulces animales que, no sabiendo nada,
bajo la carne sabéis la antigua ciencia
de estar oyendo siempre la soledad sagrada.
Rui Serra Jul 2014
O cavaleiro seguia pela
orla da floresta.
A lamina da salvação
brilhava ao ser beijada
pelo sol.
A mulher!
A mulher foi assassinada
imprudência.
Um tilintar de copos
Uma azafama infernal
El marfil con tal arte ha sido cincelado
que en él se ven de Colquida la floresta sombría
la hermosa Medea. Y el Toisón, como el día
radiante, en una estela reposa recostado.

El Nilo, cerca; y ebrias, bajo el azul dorado,
Las Bacantes, que riegan perfumes y ambrosía,
adornan con un pámpano, entre luz de alegría,
el yugo de una yunta que lenta huella el prado.

Abajo hay un combate de caballeros rudos;
después, héroes que vuelven muertos en sus escudos,
ancianos sollozan les y madres plañideras;

y en fin, en forma de asa, encorvando sus flancos,
apoyando en los bordes sus firmes senos blancos,
en el ánfora vense bebiendo las Quimeras.
Rui Serra Aug 2015
a noite cai sobre a floresta.
as estrelas brilham,
revelando as sombras do passado
das almas mortas, em voo.
Pan
Al través de breñales de floresta no hollada,
Cauteloso, en la sombra, por oculto sendero,
El Fauno, que las ninfas desnudas caza artero,
Se desliza, el pie rápido y ardiente la mirada.

Es grato, divagando, de una fuente ignorada
Oír, bajo las frondas, el rumor placentero,
Cuando sus áureas flechas el Sol, divino arquero,
Lanza en la móvil noche por la extensión callada.

Se extravía una ninfa, se para, y de la Aurora
Oye caer las lágrimas que desde el cielo llora
Y que en el verde musgo temblando se disuelven.

Desde el follaje, el Fauno salta sobre ella; aprisa
La rapta, hiere el aire con su burlona risa,
Y se aleja. Y los bosques a su silencio vuelven.
Rey de los hidalgos, señor de los tristes,
que de fuerza alientas y de ensueños vistes,
coronado de áureo yelmo de ilusión;
que nadie ha podido vencer todavía,
por la adarga al brazo, toda fantasía,
y la lanza en ristre, toda corazón.Noble peregrino de los peregrinos,
que santificaste todos los caminos
con el paso augusto de tu heroicidad,
contra las certezas, contra las conciencias
y contra las leyes y contra las ciencias,
contra la mentira, contra la verdad...¡Caballero errante de los caballeros,
varón de varones, príncipe de fieros,
par entre los pares, maestro, salud!
¡Salud, porque juzgo que hoy muy poca tienes,
entre los aplausos o entre los desdenes,
y entre las coronas y los parabienes
y las tonterías de la multitud!¡Tú, para quien pocas fueron las victorias
antiguas y para quien clásicas glorias
serían apenas de ley y razón,
soportas elogios, memorias, discursos,
resistes certámenes, tarjetas, concursos,
y, teniendo a Orfeo, tienes a orfeón!Escucha, divino Rolando del sueño,
a un enamorado de tu Clavileño,
y cuyo Pegaso relincha hacia ti;
escucha los versos de estas letanías,
hechas con las cosas de todos los días
y con otras que en lo misterioso vi.¡Ruega por nosotros, hambrientos de vida,
con el alma a tientas, con la fe perdida,
llenos de congojas y faltos de sol,
por advenedizas almas de manga ancha,
que ridiculizan el ser de la Mancha,
el ser generoso y el ser español!¡Ruega por nosotros, que necesitamos
las mágicas rosas, los sublimes ramos
de laurel Pro nobis ora, gran señor.
¡Tiembla la floresta de laurel del mundo,
y antes que tu hermano vago, Segismundo,
el pálido Hamlet te ofrece una flor!Ruega generoso, piadoso, orgulloso;
ruega casto, puro, celeste, animoso;
por nos intercede, suplica por nos,
pues casi ya estamos sin savia, sin brote,
sin alma, sin vida, sin luz, sin Quijote,
sin piel y sin alas, sin Sancho y sin Dios.De tantas tristezas, de dolores tantos
de los superhombres de Nietzsche, de cantos
áfonos, recetas que firma un doctor,
de las epidemias, de horribles blasfemias
de las Academias,
¡líbranos, Señor!De rudos malsines,
falsos paladines,
y espíritus finos y blandos y ruines,
del hampa que sacia
su canallocracia
con burlar la gloria, la vida, el honor,
del puñal con gracia,
¡líbranos, Señor!Noble peregrino de los peregrinos,
que santificaste todos los caminos,
con el paso augusto de tu heroicidad,
contra las certezas, contra las conciencias
y contra las leyes y contra las ciencias,
contra la mentira, contra la verdad...¡Ora por nosotros, señor de los tristes
que de fuerza alientas y de ensueños vistes,
coronado de áureo yelmo de ilusión!
¡que nadie ha podido vencer todavía,
por la adarga al brazo, toda fantasía,
y la lanza en ristre, toda corazón!
Se desgrana un cristal fino
sobre el sueño de una flor;
trina el poeta divino...
¡Bien trinado, Ruiseñor!Bottom oye ese cristal
caer, y bajo la brisa
se siente sentimental.
Titania toda es sonrisa.Shakespeare va por la floresta,
Heine hace un lied de la tarde...
Hugo acompaña la Fiesta
Chez Thérèse. Verlaine ardeen las llamas de las rosas,
alocado y sensitivo,
y dice a las ninfas cosas
entre un querubín y un chivo.Aubrey Beardsley se desliza
como un silfo zahareño;
con carbón, nieve y ceniza
da carne y alma al ensueño.Nerval suspira a la Luna,
Laforgue suspira de
males de genio y fortuna.
Va en silencio Mallarmé.
Y dijo la paloma:
-Yo soy feliz. Bajo el inmenso cielo,
en el árbol en flor, junto a la poma
llena de miel, junto al retoño suave
y húmedo por las gotas de rocío,
        tengo mi hogar. Y vuelo
        con mis anhelos de ave,
        del amado árbol mío
        hasta el bosque lejano,
        cuando, al himno jocundo
        del despertar de Oriente,
sale el alba desnuda, y muestra al mundo
el pudor de la luz sobre su frente.
        Mi ala es blanca y sedosa;
        la luz la dora y baña,
        y céfiro la peina;
son mis pies como pétalos de rosa.
        Yo soy la dulce reina
que arrulla a su palomo en la montaña.
En el fondo del bosque pintoresco
está el alerce en que formé mi nido;
y tengo allí, bajo el follaje fresco,
un polluelo sin par, recién nacido.
        Soy la promesa alada,
        el juramento vivo;
soy quien lleva el recuerdo de la amada
para el enamorado pensativo;
        yo soy la mensajera
de los tristes y ardientes soñadores,
que va a revolotear diciendo amores
junto a una perfumada cabellera.
        Soy el lirio del
viento.
Bajo el azul del hondo firmamento
muestro de mi tesoro bello y rico
        las preseas y galas:
        el arrullo en el pico,
        la caricia en las alas.
Yo despierto a los pájaros parleros
y entonan sus melódicos cantares;
me poso en los floridos limoneros
y derramo una lluvia de azahares.
Yo soy toda inocente, toda pura.
Yo me esponjo en las alas del deseo,
y me estremezco en la íntima ternura
de un roce, de un rumor, de un aleteo.
¡Oh inmenso azul! Yo te amo. Porque a Flora
das la lluvia y el sol siempre encendido:
porque siendo el palacio de la aurora,
también eres el techo de mi nido.
        ¡Oh, inmenso azul! Yo adoro
        tus celajes
risueños,
y esa niebla sutil de polvo de oro
donde van los perfumes y los sueños.
Amo los velos, tenues, vagorosos,
        de las flotantes brumas,
donde tiendo a los aires cariñosos
el sedeño abanico de mis plumas.
¡Soy feliz! Porque es mía la floresta,
donde el misterio de los nidos se halla;
        porque el alba es mi fiesta
y el amor mi ejercicio y mi batalla.
¡Feliz, porque de dulces ansias llena
calentar mis polluelos es mi orgullo;
porque en las selvas vírgenes resuena
la música celeste de mi arrullo;
porque no hay una rosa que no me ame,
ni un pájaro gentil que no me escuche,
ni garrido cantor que no me llame.

-¿Si?-dijo entonces un gavilán infame,
y con furor se la metió en el buche.
Entonces el buen Dios, allá en su trono
(mientras Satán, para distraer su encono
aplaudía aquel pájaro zahareño),
se puso a meditar. Arrugó el ceño,
y pensó, al recordar sus vastos planes,
y recorrer sus puntos y sus comas,
        que cuando creó palomas
no debía haber creado gavilanes.
Iii
Así, sire, en el aire de la Francia nos llega
la paloma de plata de Suecia y de Noruega,
que trae en vez de olivo una rosa de fuego.   Un búcaro latino, un noble vaso griego
recibirá el regalo del país de la nieve.
Que a los reinos boreales el patrio viento lleve
otra rosa de sangre y de luz españolas;
pues sobre la sublime hermandad de las olas,
al brotar tu palabra, un saludo le envía
al sol de media noche el sol de Mediodía.   Si Segismundo siente pesar, Hamlet se inquieta.
El Norte ama las palmas; y se junta el poeta
del fiord con el del carmen, porque el mismo oriflama
es de azur. Su divina cornucopia derrama
sobre el polo y el trópico la Paz; y el orbe gira
en un ritmo uniforme por una propia lira:
el Amor. Allá surge Sigurd que al Cid se aúna,
cerca de Dulcinea brilla el rayo de luna,
y la musa de Bécquer del ensueño es esclava
bajo un celeste palio de luz escandinava.   Sire de ojos azules, gracias: por los laureles
de cien bravos vestidos de honor; por los claveles
de la tierra andaluza y la Alhambra del moro;
por la sangre solar de una raza de oro;
por la arrnadura antigua y el yelmo de la gesta;
por las lanzas que fueron una vasta floresta
de gloria y que pasaron Pirineos y Andes;
por Lepanto y Otumba; por el Perú, por Flandes;
por Isabel que cree, por Cristóbal que sueña
y Velázquez que pinta y Cortés que domeña;
por el país sagrado en que Herakles afianza
sus macizas columnas de fuerza y esperanza,
mientras Pan trae el ritmo con la egregia siringa
que no hay trueno que apague ni tempestad que extinga;
por el león simbólico y la Cruz, gracias, sire.   ¡Mientras el mundo aliente, mientras la esfera gire,
mientras la onda cordial aliente un ensueño,
mientras haya una viva pasión, un noble empeño,
un buscado imposible, una imposible hazaña,
una América oculta que hallar, vivirá España!   ¡Y pues tras la tormenta vienes de peregrino
real, a la morada que entristeció el destino,
la morada que viste luto su puerta abra
al púrpureo y ardiente vibrar de tu palabra:
  y que sonría, oh rey Óscar, por un instante;
y tiemble en la flor áurea el más puro brillante
para quien sobre brillos de corona y de nombre,
con labios de monarca lanza un grito de hombre!
Es alegre el camino bajo las ramas
Flexibles y doradas de las retamas,
De tal modo floridas que es el sendero,
Para los verdes prados, un pebetero.

Las glotonas abejas viven de fiesta
Bajo la joya viva de la floresta.
¿Qué buen mago en el valle pulió el tesoro
De estas tan opulentas retamas de oro?

Traigo las trenzas llenas de la fragante
Lluvia de las corolas . Cuando mi amante
Pose en ellas los labios llevará en ellos

El perfume a retama de mis cabellos,
Como un alma aromosa, radiante y loca,
Que el sabor de la cita pondrá en su boca.
Alfonso, inquisidor estrafalario:
te doy mi simpatía, porque tienes
un aire de murciélago y canario.
Tu capa de diabólicos vaivenes
brota del piso, en un conjunto doble
de Venecias y de Jerusalenes.
Equidistante del rosal y el roble
trasnochas, y si busco en la floresta
de España un bardo de hoy, tu ave en fiesta
casi es la única que me contesta.
Ha pasado la siesta
y la hora del Poniente se avecina,
y hay ya frescor en esta
costa que el sol del Trópico calcina.
Hay un suave alentar de aura marina
y el Occidente finge una floresta
que una llama de púrpura ilumina.Sobre la arena dejan los cangrejos
la ilegible escritura de sus huellas.
Conchas color de rosa y de reflejos
áureos, caracolillos y fragmentos de estrellas
de mar forman alfombra
sonante al paso en la armoniosa orilla.
Y cuando Venus brilla,
dulce, imperial amor de la divina tarde,
creo que en la onda suena
o son de lira, o canto de sirena.
Y en mi alma otro lucero, como el de Venus, arde.
La noche es fría. El cielo más y más se ennegrece.
Llovizna. El viento airado la floresta estremece.

Del cazador furtivo la casa está cerrada.
El padre, sus dos hijos y un perro, a la hondonada
Han ido a cacería, y están allá en acecho.
Duerme el niño en la cuna junto al humilde lecho
Donde tranquilamente duerme también la abuela,
Y, nívea lana hilando, la hermosa niña vela.

Lamparilla de aceite, de fulgor vacilante,
Hace en el claro-oscuro resaltar su semblante
Sonrosado, que el brillo de los ojos alegra,
Y el oro del cabello que ata una cinta negra.

De hilar deja de pronto... ¿Qué sensación la agita?
¿Será  temor acaso? ¿Será acaso una cita?...

La puerta que da al campo se abre pausadamente,
Y, apuesto y rubio, un joven penetra de repente
Le tiende ella los brazos y le dice al oído:
«Podría la abuelita despertar... No hagas ruido».

En silencio se sientan, y parece el murmullo
Vago de sus palabras, como si fuera arrullo.

«¡Amor!», ella le dice, mientras le enjuga amante
Las gotas de la lluvia que cúbrenle el semblante.
-«¡Te amaré siempre!» Y ella responde conmovida:
-«Para amarte es mi alma, para amarte es mi vida».
 Luego exclama:
                                  «Qué triste que seas tú, bien mío,
 Hijo del guarda-bosque. ¿Por qué muro sombrío
Separa nuestras almas y nuestra dicha trunca?
¡Te amaré mientras viva, mas ser tu esposa, nunca!
Si esta pasión mi padre sospechara algún día,
Si mi amor descubriera, de dolor moriría».
El la interrumpe:
                        «¡Calla, calla, no digas eso!»
Y los azules ojos le cierra con un beso.

Las horas raudas vuelan en la tranquila estancia...

De pronto se oye el canto de un gallo a la distancia;
Otro gallo contesta, y el cielo se colora
Con los albores trémulos de la naciente aurora.

Parte el enamorado y al bosque se encamina.
El campo está cubierto por húmeda neblina;
Y al hogar, fatigados y ateridos de frío,
Los cazadores vuelven con el morral vacío.
Ven moverse las hojas del matorral. Se paran,
Y al matorral apuntan, y todos tres disparan...
«No perdimos la noche», dicen con alegría,
Y todos tres exclaman: «¡Qué buena cacería!»

Salta el perro; entre arbustos al matorral se lanza,
Y cuando llega, aúlla. Rápido el padre avanza
Seguido de sus hijos... y sobre el suelo mira
Al pobre hijo del guarda que entre su sangre expira.
Otra vez tus caminos me llevan hacia el alba,
cuando ya en mi sonrisa murió el último niño.
Otra vez esa flecha clavándose en la noche,
y esa lluvia de otoño para soñar contigo.

Otra vez esas manos alzándose hacia el sueño,
y estas sordas raices sedientas de rocío.
Y el profundo desastre de crecer en la sombra,
con los ojos cerrados y los brazos vacíos.

Otra vez esa antorcha que extenúa mi sangre,
y ese silencio oscuro que alarga su latido.
Oh, corazón de fiebre en la floresta negra,
muriendo lentamente y eternamente vivo.

Oh, si, otra vez y siempre, morir en cada estrella,
y encender esa lámpara que se apagó de frío.
¡Oh, si, otra vez y siempre, hasta morir la vida;
otra vez hacia el alba por todos los caminos!
Mi carne pesa, y se intimida
porque su peso fabuloso
es la cadena estremecida
de los cuerpos universales
que se han unido con mi vida.
Ámbar, canela, harina y nube
que en mi carne al tejer sus mimos,
se eslabonan con el efluvio
que ata los náufragos racimos
sobre las crestas del Diluvio.
Mi alma pesa, y se acongoja
porque su peso es el arcano
sinsabor de haber conocido
la Cruz y la floresta roja
y el cuchillo del cirujano.
Y aunque todo mi ser gravita
cual un orbe vaciado en plomo,
que en la sombra paró su rueda,
estoy colgado en la infinita
agilidad del éter, como
de un hilo escuálido de seda.
Gozo... Padezco... Y mi balanza
vuela rauda con el beleño
de las esencias del rosal:
soy un harén y un hospital
colgados juntos de un ensueño.
Voluptuosa Melancolía:
en tu talle mórbido enrosca
el Placer su caligrafía
y la Muerte su garabato,
y en un clima de ala de mosca
la Lujuria toca a rebato.
Mas luego las samaritanas,
que para mí estuvieron prestas
y por mí dejaron sus fiestas,
se irán de largo al ver mis canas,
y en su alborozo, rumbo a Sión,
buscarán el torrente endrino
de los cabellos de Absalón.
¡Lumbre divina, en cuyas lenguas
cada mañana me despierto:
un día, al entreabrir los ojos,
antes que muera estaré muerto!
Cuando la última odalisca,
ya descastado mi vergel,
se fugue en pos de una nueva miel
¿qué salmodia del pecho mío
será digna de suspirar
a través del harén vacío?
Si las victorias opulentas
se han de volver impedimentas,
si la eficaz y viva rosa
queda superflua y estorbosa,
¡oh, Tierra ingrata, poseída
a toda hora de la vida:
en esa fecha de ese mal,
hazme humilde como un pelele
a cuya mecánica duele
ser solamente un hospital!
Es un horror sin nombre y un silencio profundo
el día del pecado se amortajaba el mundo;
y Adán, tras de cerrarse la puerta del Edén,
viendo que Eva lloraba, dijo: -«No temas, ven,
acércame tus labios y penetra en mi amor,
y ofrécele a mi carne toda tu carne en flor.
Ven y oprime mi pecho con tu pecho agitado,
y aprende a amar la vida renovando el pecado.

»¿Ves? Todo nos rechaza. Toda la creación
repudia nuestro crimen, vibra de indignación:
Dios retuerce los árboles con cólera funesta,
como un vaho de fuego que cruza la floresta,
y hace brotar volcanes y desborda los ríos;
los astros se estremecen llenos de escalofríos,
y el trueno y el relámpago turban la paz del cielo.
Vamos... ¿Qué importa? Desata como un velo
sobre el cuerpo desnudo tu hermosa cabellera;
que arda el bosque a tu paso, que la espina te hiera,
que el sol queme tu espalda, que te injurien los nidos,
que el animal salvaje te acuse con rugidos,
y que al ver como sangras en el zarzal, después
se enmarañen serpientes hambrientas a tus pies…

»Y no importa, no importa, pues si el amor te llena
se ilumina el destierro, se perfuma la arena;
y yo no puedo nada con este Edén perdido,
pues me lo llevo todo con tu cuerpo querido.

»Y aunque Dios destruyera la flor, el viento, el mar,
todo renacería cantando en tu mirar;
todo; rosas y estrellas; árboles y montañas,
pues la vida infinita florece en tus entrañas;
y, si las cosas mueren en torno a tu belleza,
tú eres más poderosa que la Naturaleza,
ahora que ya pecaste, ahora que eres mujer.

»Bendito aquel momento cuando vi amanecer
la vida en tu pecado y el amor en tu crimen.
Ahora que Dios nos odia, los besos nos redimen;
y, al amarte en la tierra, y al besarnos los dos,
¡la Tierra es más que el Cielo y el Hombre es más que Dios!»
Victor Marques Apr 2022
Na vida dos seres humanos,
Temos brilho gratuito no  universo,
Ceu fechado, ceu  aberto.
Crescemos com enganos e desenganos.


Justica que condena,
Flor com sua cor,
Sol com seu esplendor,
Floresta onde o verde emana,
Lua do amor de quem te ama.


As estrelas esperam a lua cheia,
A vida e uma grande odisseia,
Borboletas com petalas molhadas,
Vida do sol e lua abencoadas.


Os seres coabitam sem grande ousadia,
O sol tras brilho, paz, alegria.
Louva tudo com simplicidade e harmonia,
Bendiz o sol e lua que alumia.
luz, sol, lua
Victor Marques Nov 2021
Na vida dos seres humanos,
Temos brilho gratuito no  universo,
Ceu fechado, céu  aberto.
Crescemos com enganos e desenganos.


Justiça que condena,
Flor com sua cor,
Sol com seu esplendor,
Floresta onde o verde emana,
Lua do amor de quem te ama.


As estrelas esperam a lua cheia,
A vida e uma grande odisseia,
Borboletas com pétalas molhadas,
Vida do sol e lua abençoadas.


Os seres coabitam sem grande ousadia,
O sol trás brilho, paz, alegria.
Louva tudo com simplicidade e harmonia,
Bendiz o sol e lua que alumia.


Victor Marques
luz, sol, lua
Galopando en sus blancos caballos, la luciente
Cuadriga sube al cielo. El fuerte resoplido
Hace ondular las mieses sobre el campo dormido,
Y la tierra en sus flancos abrasada se siente.

En vano la floresta se junta estrechamente.
El sol, atravesando su follaje tupido
Se desliza y alumbra el paisaje escondido
Donde se oye en las sombras el reír de una fuente.

Es la cálida hora cuando en mitad del día
Saltando entre zarzales, detrás de su jauría
Con clamores de muerte que a su paso levanta,

Y disparando flechas con arrojo violento,
Anhelante, y tendida la cabellera al viento,
Artemis, invencible, la enorme selva espanta.
Cual mirada de amor, al valle manda
El sol su luz ardiente y ambarina,
Y al ocultarse tras la cumbre andina
Más se embellece cuanto más se agranda.

Y cuando asoma en la radiosa banda
Del poniente la estrella vespertina,
Los de la alegre jira campesina
Al pueblo vuelven en jovial parranda.

De la montaña en la sinuosa curva
La luna alza su disco, y por la cuesta
Sube gozosa la risueña turba.

Y al son del río el rasguear contesta
De tiples y bandolas, que perturba
La muda placidez de la floresta.
En alto risco de la oscura falda
Al viento un árbol su ramaje inclina,
Y el campo, entre la calma vespertina,
Tiene un verde sombrío de esmeralda.

Brilla ancha ceja de zafiro y gualda
En el poniente, sobre gris neblina,
Y el sol, para morir, más se ilumina,
Y en rojos arreboles se enguirnalda.

Desde el río, al rumor de la floresta,
Subiendo van, de campesina fiesta
Cantos alegres y animadas voces;

Y al resplandor del cielo, azul y puro,
Se ven brillar entre el trigal maduro,
Como vivos relámpagos, las hoces.
Mariana Seabra Mar 2022
No céu diante de mim escondem-se visões de mundos que vivi.

Escondes-te.

Espera…Mas quem és tu? Espera!

Reconheço-te.

Não de agora, talvez de antes.



Antes…



Antes, quando não sabíamos que o mundo era redondo, mas também não importava.

Antes, quando rezávamos a agradecer pelo sol e pela chuva, pela Primavera e pelas flores, pela lua e pelas boas colheitas, quando ainda se via a magia no ar.

Antes, quando o tempo não tinha ainda esse nome e a noite e o dia não tinham distinção marcada pelas horas que se passavam.



“Calma, não há escuridão que uma fogueira não torne mais aconchegante.”- dizias-me, sei lá onde.



Antes, quando corríamos descalças pela terra mole e pela terra dura, quando passeávamos de mão dada pelos eternos campos de milhos.



“Corre por todo o lado. Vai! Não há propriedades neste mundo, a única coisa que possuímos é tudo o que somos.”- dizias-me, sei lá quando.



Antes, quando fugíamos por entre as árvores aos animais da floresta, e logo depois, quando nos apercebemos que o pior animal é o Homem e tivemos de fugir ainda mais depressa.



“Esconde-te dentro de ti mesma e ninguém jamais te encontrará…a não ser eu, como é óbvio, pois já vou saber onde estás.”- dizias-me, sei lá como.

Antes, quando éramos nómadas de mundo e víamos cada pôr-do-sol no cimo das colinas, e tão verdes que elas eram!



“Abraça-me com força, vem aí o escuro, aconchega-me junto a ti para não me perderes lá fora, como uma memória que carregas e gravas num poema, para a vida toda.”- dizia-te, sei lá onde.



Antes, quando nos sentávamos na areia à espera que a maré crescesse e nos tocasse, quando não havia “loucura” ou “sanidade”, quando fazíamos tinta das algas e colares das conchas que o mar trazia, só para nós.



“Ofereço-te este objeto que o mar trouxe e sempre que o encostares ao ouvido ouve-me a sussurrar as palavras mais bonitas destes mundos, só para ti.”- dizia-te, sei lá quando.



Antes, quando deslizava a mão pelo teu cabelo que escorregava nos meus dedos como ondas a encontrar o caminho por entre as rochas, e percorria cada pedaço da tua alma com pinceladas do sangue que nunca se desgasta.



“Pinto-te com a cor que não existe e que não pode ser inventada, a cor do amor eterno que sinto por ti, pinto-te para que no próximo mundo te possa reconhecer assim que te vir. Não te preocupes, vais sempre brilhar em mim como nenhuma outra cor brilhou. Encontra-me também a mim.”- dizia-te, sei lá como.





Talvez antes.



  

Agora…

Reconheço-te!

Lembras-te?

Que triste!

Nem eu.



Agora…



Agora lembro-me de ti, de uma noite fechar os olhos e já não ser o brilho da lua o meu preferido.
distinção bela
sou em este corpo uma floresta
onde a vida brota e foge
minha beleza é profunda e verde

— The End —