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Danielle Furtado Nov 2014
Nasceu no dia dos namorados. Filho de mãe brasileira com descendência holandesa e pai português. Tinha três irmãos: seu gêmeo Fabrício, o mais velho, Renato, e o terceiro, falecido, que era sua grande dor, nunca dizia seu nome e ninguém se atrevia a perguntar.
A pessoa em questão chamaremos de Jimmy. Jimmy Jazz.
Jimmy morava em Portugal, na cidade de Faro, e passou a infância fazendo viagens ao Brasil a fim de visitar a família de sua mãe; sempre rebelde, colecionava olhares tortos, lições de moral, renegações.
Seu maior inimigo, também chamado por ele de pai, declarou guerra contra suas ideologias punk, seu cabelo que gritava anarquismo, e a vontade que tinha ele de viver.
Certo dia, não qualquer dia mas no natal do ano em que Jimmy fez 14 anos, seu pai o expulsou de casa. Mais um menino perdido na rua se tornou o pequeno aspirante à poeta, agora um verdadeiro marginal.
Não tinha para onde ir. Sentou-se na calçada, olhou para seus pés e agradeceu pela sorte de estar de sapatos e ter uma caneta no bolso no momento da expulsão, seu pai não o deixara com nada, nem um vintém, e tinha fome.
Rondou pelas mesmas quadras ao redor de sua casa por uns dias, até se cansar dos mesmos rostos e da rotina daquela região, então tomou coragem e resolveu explorar outras vidas, havia encontrado um caderno em branco dentro de uma biblioteca pública onde costumava passar o dia lendo e este seria seu amigo por um bom tempo.
Orgulhoso, auto-suficiente, o menino de apenas 14 anos acabou encontrando alguém como ele, por fim. Seu nome era Allan, um punk que, apesar de ainda ter uma casa, estava doido para ir embora viver sua rotina de não ter rotina alguma, e eles levaram isso muito à sério.
Logo se tornaram inseparáveis, arrumaram emprego juntos, que não era muito mas conseguiria mantê-los pelo menos até terminarem a escola, conseguiram alugar uma casa e compraram um cachorro que nunca ganhou nome pois não conseguiam entrar em acordo sobre isso, Jimmy tinha também um lagarto de estimação que chamava de Mr. White, sua paixão.
Os dois amigos começaram a frequentar o que antes só viam na teoria: as festas punk; finalmente haviam conseguido o que estavam procurando há tempos: liberdade total de expressão e ação. Rodeados por todos os tipos de drogas e práticas sexuais, mas principalmente, a razão de todo o movimento: a música.
Jimmy tinha inúmeras camisetas dos Smiths, sua banda favorita, e em seu quarto já não se sabia a cor das paredes que estavam cobertas por pôsteres de bandas dos anos 80 e 90, décadas sagradas para qualquer amante da música e Jimmy era um deles, sem dúvida.
Apesar da vida desregrada que levava com o amigo, Jimmy conseguiu ingressar na faculdade de Letras, contribuindo para sua vontade de fazer poesia, e Allan em enfermagem. Os dois, ao contrário do que seus familiares pensavam, eram extremamente inteligentes, cultos, criaram um clube de poesia com mais dois ou três amigos que conheceram em uma das festas e chamaram de "Sociedade dos Poetas Mortos... e Drogados!", fazendo referência ao filme de  Peter Weir.
O nome não era apenas uma piada entre eles, era a maior verdade de suas vidas, eles eram drogados, Jimmy  era viciado em heroína, Allan também mas em menos intensidade que seu parceiro.
Jimmy não era hétero, gay, bissexual ou qualquer outra coisa que se encaixe dentro de um quadrado exigido pela sociedade, Jimmy era do amor livre, Jimmy apenas amava. E com o passar o tempo, amava seu amigo de forma diferente, assustado pelo sentimento, escondeu o maior tempo que pôde até que o sentimento sumisse, afinal é só um hormônio e a vida voltaria ao normal, mas a amizade era e sempre seria algo além disso: uma conexão espiritual, se acreditassem em almas.
Ambos continuaram suas vidas sendo visitados pela família (no caso de Jimmy, apenas sua mãe) duas vezes ao ano, no máximo, e nesses dias não faziam questão de esconderem seus cigarros, piercings ou qualquer pista da vida que levavam sozinhos, afinal, não os devia mais nada já que seus vícios, tanto químicos quanto musicais, eram bancados por eles mesmos.
Era 14 de fevereiro e Jimmy completara 19 anos, a vida ainda era a mesma, o amigo também, mas sua saúde não, principalmente sua saúde mental.
O poeta de sofá, como alguns de nós, sofria de um existencialismo perturbador, o mundo inteiro doía no seu ser, e não podia fazer muito sobre aquilo, afinal o que poderia fazer à respeito senão escrever?
Até pensou em viver de música já que tocava dois instrumentos, mas a ideia de ter desconhecidos desfrutando ou zombando dos seus sentimentos mais puros não lhe era agradável. Continuou a escrever sobre suas dores e amores, e se perguntava por que se sentia daquela forma, por que não poderia ser como seu irmão que, apesar de possuírem aparência idêntica, eram extremos do mesmo corpo. Fabrício era apenas outro cidadão português que chegava em casa antes de sua mãe ficar preocupada, não que ele fosse um filho exemplar, ele só era... normal, e era tudo que Jimmy não era e jamais gostaria de ser; aliás, ter uma vida comum era visto com desprezo pelos olhos dele, olhos que, ainda tão cedo, haviam visto o melhor e o pior da vida, já não acreditava em nada, nem em si mesmo, nem em deus, nem no universo, nem no amor.
Como poderia alguém amar uma pessoa com tanta dor dentro de si? Como ele explicaria sua vontade de morrer à alguém que ele gostaria de passar a vida toda com? Era uma contradição ambulante. Uma contradição de olhos azuis, profundos, e com hematomas pelo corpo todo.
Aos 20 anos, o tédio e a depressão ainda controlavam seu estado emocional a maior parte do tempo, aos domingos era tudo pior, existe algo sobre domingo à tarde que é inexplicável e insuportável para os existencialistas, e para ele não seria diferente. Em um domingo qualquer, se sentindo sozinho, resolveu entrar em um chat online daqueles famosos, e na primeira tentativa de conversa conheceu uma moça do Brasil, que como ele, amava a banda Placebo e sendo existencialista, também sofria de solidão, o que facilitou na construção dos assuntos.
Ela não deu muita importância ao português que dizia "não ser punk porque punks não se chamam de punks", já estava cansada de amores e amizades à distância, decidiu se despedir. O rapaz, insistente e talvez curioso sobre a pessoa com quem se deparara por puro acaso, perguntou se poderiam conversar novamente, e não sabendo a dor que isso a causaria, cedeu.
Assim como havia feito com Allan, Jimmy conquistou Julien, a nova amiga, rapidamente. De um dia para o outro, se pegou esperando para que Jimmy voltasse logo para casa para que pudessem conversar sobre poesia, música, começo e fim da vida, todos os porquês do mundo em apenas uma noite, e então perceberam que já não estavam sozinhos, principalmente ela, que havia tempo não conhecia alguém tão interessante e único quanto ele.
Não demorou muito para que trocassem confidências e os segredos mais íntimos, mas nem tudo era tão sério, riam juntos como nunca antes, e todos sabem que o caminho para o coração de uma mulher é o bom humor, Julien se encontrava perdidamente apaixonada pelo ****** que conhecera num site de relacionamentos e isso se tornaria um problema.
Qualquer relacionamento à distância é complicado por natureza, agora adicione dois suicidas em potencial, um deles viciado em heroína e outra que de tão frustrada já não ligava tanto para sede de viver que sentia, queria apenas ler poesia longe de todas as pessoas comuns, essas que ambos abominavam.
Jimmy era todos os ídolos de Julien comprimidos dentro de si. Ele era Marilyn Manson, era Brian Molko, era Gerard Way, Billy Corgan, Kurt Cobain, mas acima de todos esses, Jimmy era Sid Vicious e Julien sonhava com seus dias de Nancy.
Ele era o primeiro e último pensamento dela, e se tornou o tema principal de toda as poesias que escrevia, assim como as que lia, parecia que todas eram sobre o luso-brasileiro que considerava sua cópia masculina. Jimmy, como ela, era feminista, cheio de ideologias e viciado em bandas, mas ao contrário dela, não teria tanto tempo para essas coisas.
Estava apaixonado por um rapaz brasileiro, Estêvão, que também dizia estar apaixonado por ele mas nunca passaram disso, e logo se formou um semi-triângulo amoroso, pois Julien sabia da existência da paixão de Jimmy, mas Estêvão não sabia que existia outra brasileira que amava a mesma pessoa perdidamente. Não sentiu raiva dele, pelo contrário, apoiava o romance dos dois já que tudo que importava à ela era a felicidade de Jimmy, que como ela, era infeliz, e as chances de pessoas como eles serem felizes algum dia é quase nula.
O brasileiro era amante da MPB e da poesia do país, assim como amava ouvir pós-punk e escrever, interesses que eram comum aos três perdidos, mas era profissional para ele já que conseguira que seus trabalhos fossem publicados diversas vezes. Se Jimmy era Sid Vicious, Julien desejava ser Nancy (ou Courtney Love dependendo do humor), Estêvão era Cazuza.
Morava sozinho e não conseguia se fixar em lugar algum, estava à procura de algo que só poderia achar dentro dele mesmo mas não sabia por onde começar; convivia com *** há alguns meses na época, mas estava relativamente bem com aquilo, tinha um controle emocional maior do que nosso Sid.
Assim como aconteceu com Allan e Julien, não demorou muito para que Estêvão caísse nos encantos de Jimmy, que não eram poucos, e não fazia mais tanta questão de esconder o que sentia por ele. Dono de olhos infinitamente azuis, cabelo bagunçado que mudava de cor frequentemente, corpo magro, pálido, e escrevia os versos mais lindos que poderia imaginar, Jimmy era o ser mais irresistível para qualquer um que quisesse um bom tema para escrever.
--
Julien era de uma cidade pequena do Brasil, onde, sem a internet, jamais poderia ter conhecido Jimmy, que frequentava apenas as grandes cidades do país. Filha de pais separados, tinha o mesmo ódio pelo pai que ele, mas diferente do amigo, seu ódio era usado contra ela mesma, auto-destrutiva é um termo que definiria sua personalidade. Era de se esperar que ela se apaixonasse por alguém viciado em drogas, existe algo de romântico sobre tudo isso, afinal.
Em uma quarta-feira comum, antecipada por um dia nublado, escreveu:

Minhas palavras, todas tiradas dos teus poemas
Teu sotaque, uma voz imaginada
Que obra de arte eram teus olhos
Feitos de um azul-convite

E eu aceitei.


Jimmy era agora seu mundo, e qualquer lugar do mundo a lembrava dele. Qualquer frase proferida aleatoriamente em uma roda de amigos e automaticamente conseguia ouvir sua opinião sobre o assunto, ela o conhecia como ninguém, e em tão pouco tempo já não precisavam falar muita coisa, os dois sabiam dos dois.
Desejava que Jimmy fosse inteiramente dela, corpo e mente, que cada célula de seu ser pudesse tocar todas as células do dela, e que todos os pensamentos dele fossem sobre amá-la, mas como a maioria das coisas que queria, nada iria acontecer, se achava a pessoa mais azarada do mundo (e provavelmente era).
Em uma noite qualquer, após esperar o dia todo ansiosa pela hora em que Jimmy voltaria da faculdade, ele não apareceu. Bom, ele era mesmo uma pessoa inconstante e já estava acostumada à esse tipo de surpresa, mas existia algo diferente sobre aquela noite, sabia que Jimmy estava escondendo alguma coisa dela pois há dias estava estranho e calado, dormia cedo, acordava tarde, não comia, e as músicas que costumavam trocar estavam se tornando cada vez mais tristes, mas era inútil questionar, apesar da intimidade, ele se tornara uma pessoa reservada, o que era totalmente compreensível.
Após três ou quatro dias de aflição, ele finalmente volta e não parece bem, mesmo sem ver seu rosto, conhecia as palavras usadas por ele em todos os momentos. Preocupada com o sumiço, foi logo questionando sua ausência com certa raiva e euforia, Jimmy não respondia uma letra sequer. Julien deixou uma lágrima escorrer e implorou por respostas, tinha a certeza de que algo estava muito errado.
"Acalme-se, ou não poderei lhe contar hoje. Algo aconteceu e seu pressentimento está mais que correto, mas preciso que entenda o meu silêncio", disse à ela.
Julien não respondeu nada além de "me dê seu número, sinto que isso não é algo que se conta por escrito".
Discando o número gigantesco, cheio de códigos, sabia que assim que terminasse aquela ligação teria um problema muito maior do que a alta taxa que é cobrada por ligações internacionais. Ele atendeu e começou a falar interrompendo qualquer formalidade que ela viria a proferir:

– Apenas escute e prometa-me que não irá chorar.
Ela não disse nada, aceitando a condição.
– Há tempos não sinto-me bem, faço as mesmas coisas, não mudei meus costumes, embora deveria mas agora é tarde demais. Sinto-me diferente, meu corpo... fraco. Preciso te contar mas não tenho as palavras certas, acho que nem existem palavras certas para o que estou prestes à dizer então serei direto: descobri que sou *** positivo. ´
Um silêncio quase mórbido no ar, dos dois lados da linha.
Parecia-se com um tiro que atravessou o estômago dos dois, e nenhum podia falar.
Julien quebrou o silêncio desligando o telefone. Não podia expressar a dor que sentia, o sentimento de injustiça que a deixava de mãos atadas, Ele era a última pessoa do mundo que merecia aquilo, para ela, Jimmy era sagrado.

Apenas uma pessoa soube da nova situação de Jimmy antes de Julien: Allan.
Dois dias antes de contar tudo à amiga, Jimmy havia ido ao hospital sozinho, chegou em casa mais cedo, sentou-se no sofá e quis morrer, comparou o exame médico à um atestado de óbito e deu-se por morto. Allan chegou em casa e encontrou o amigo no chão, de olhos inchados, mãos trêmulas. Tirou o envelope de baixo dos braço de Jimmy, que o segurava como se fosse voar a qualquer instante, como se tivesse que apertar ao máximo para ter certeza de que aquilo era real. Enquanto lia os papéis, Jimmy suplicava sua morte, em meio à lágrimas, Allan lhe beijou como o amante oculto que foi por anos, com lábios fracos que resumiam a dor e o medo mas usou um disfarce para o pânico que sentia e sussurrou "não sinto nojo de ti, meu amigo, não estás morto".
Palavras inúteis. Já não queria ouvir nada, saber de nada. Jimmy então tentou dormir mas todas as memórias das vezes que usou drogas, que transou sem saber com quem, onde ou como, estavam piscando como flashes de luz quase cegantes e sentia uma culpa incomparável, um medo, terror. Mas nenhuma memória foi tão perturbadora quanto a da vez em que sofreu abuso ****** em uma das festas. Uma pessoa aleatória e sem grande importância, aproveitou-se do menino pálido e mirrado que estava dormindo no chão, quase desmaiado por culpa de todo o álcool consumido, mas ainda consciente, Jimmy conseguia sentir sua cabeça sendo pressionada contra a poça d'água que estava em baixo de seu corpo, e ouvia risos, e esses mesmos risos estavam rindo dele agora enquanto tentava dormir e rezava pra um deus que não acredita para que tudo fosse um pesadelo.
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Naquele dia, Jimmy, que já era pessimista por si só, prometeu que não se trataria, que iria apenas esperar a morte, uma morte precoce, e que este seria o desfecho perfeito para alguém que envelheceu tão rápido, mas ele não esperaria sentado, iria continuar sua vida de auto-destruição, saindo cedo e voltando tarde, dormindo e comendo mal, não pararia também com nenhum tipo de droga, principalmente cigarro, que era tão importante quanto a caneta ao escrever seus poemas, dizia que sentir a cinza ainda quente caindo no peito o inspirava.
Outra manhã chegou, e mesmo que desejasse com toda força, tudo ainda era real, seus pensamentos eram confusos, dúvidas e incertezas tão insuportáveis que poderiam causar dores físicas e curadas com analgésicos. Trocou o dia pela noite, já não via o sol, não via rostos crús como os que se vê quando estamos à caminho do trabalho, só via os personagens da noite, prostitutas, vendedores de drogas, pessoas que compravam essas drogas, e gente como ele, de coração quebrado, pessoas que perderam amigos (ou não têm), que perderam a si mesmos, que terminaram relacionamentos até então eternos, que já não suportavam a vida medíocre imposta por uma sociedade programada e hipócrita. Continuou indo aos mesmos lugares por semanas, e já não dormia em casa todos os dias, sempre arrumava um espaço na casa de algum amigo ou conhecido, como se doesse encara
D. Furtado
Mateuš Conrad Dec 2019
and in my "hiatus" period of absence, circa 15th of April and 15th of December (minutes from a yesterday)... i've come to regret the Russians not having any... no... rather the bare minimum of orthography... surprise surprise! there's plenty to choose from! i had to return to a time when i was drilling greek into my head... naturally: a time for cyrillic was on the horizon... but... i couldn't do it with english alone... i need my mother tongue, a tongue that employs diacritical markers... again and again: english can do away with its j... it goes missing when raised to stand from a sitting position ȷ(J)... and it can cut the head off its I(standing)... ı(sitting)... to make an emphasis... i have been busy... drinking aside, have a look where i have been for the past... april, may, june, july, august, september, october, november, december:

ź = зь and ż = зъ

i'm drinking - and i am my most content - the world burns and goes about its usual wordly theatre... i'm huddling with a cameo role in the background... i am drinking content... my 3rd or 4th rejection letter! this time from : austin macauley publishers (london, cambridge, new york - sharjah - where the **** is sharjah?!) - i remember sending them a "manuscript" and a book already printed, bound... they said it would take them 6 weeks to reply... i didn't enclose an email address... i had to wait for the snailmail... my my... what lovely handwritting of my name and address... in the letter i did state: it's e(sch)lert... she omitted the (sch)... a rebecca crib admin assistant, of the editorial... 6 weeks though... hmm... i posted the letter and manuscript and the book way back prior to visiting my grandparents... circa 8th of september... it's a rejection letter... that much is true... but i'm drinking in celebration! i was making dinner in the afternoon and was asked: why are you so angry? i wasn't... i tried to figure out what i'd feel when enough of ms. amber was in me... i replied: i'm being apathetic... but now it's clear: i'm jovial! there's even a signature! an authentic signature... in all honesty... a rejection letter means something... if it is physically mailed... of course i'm celebrating! i exist! i exist outside the realm of getting spam snail-mail! of course i will reply... i'll tell them: destroy and recycle the manuscript - it really wasn't a manuscript to begin with... i pour my "efforts" on the manuscript canvas that's the html... but the already printed book? can you please not burn in... rather... keep it? i'd appreciate no 1933 Säuberung... and you know (kind reader) - i'll send this introspection to the same publisher... like it is... pop / pulp or whatever mongerel of style this has had to be... but a reply! i want to see how one might escape formal language, formal affairs, social affairs, esp. in letters - a dear ms. X / to whomever it might concern Y... kind regards / yours faithfuly Mr. Z... this has to be celebrated... given what's on the horizon... the norwegian novel viking a'comin'! the buldozer autobiography... the demand for a "death" of fiction... otherwise i'm still "here"... a "here" that truly is so distant that its distance allows my petty leeching and the world's grand fiasco theater of fire and smoke and mirrors! - after all... i'm not mad enough to be welcome to a cage if i'm a sparrow... a cage of rhyme, form and all those shackle devices / identifiers of "poetry"... the future is narrative... and the current narrative says? if you asked me to dress proper, for an opera... to don the shirt the tux and the bow (tie)... the well ironed trousers... perhaps... beside the point: air's in the head and i just wish i could heat it up... for a baloon of quasi-egoism effect... otherwise what is there... a former journalist becomes an isolationist essay-scribbler? all the best journalists retire from the profession and become essayists... polemicists... whatever... this "poet" says: no poet ever writes a novel... the real life is too fictive already... and most certain this "poet" adds: begone! lyricism and rhyme! i'll sing like the humming drone cleric of the hive of ambient refrigerator sounds at 2am when everything is sleeping...

capital: oh... so that's what it was... back circa 1990 - when inflation of currency was rife all over Poland? that's when foreign capital was flowing in: foreign money... the economy was flooded with pounds and dollars... and given the exchange rate: i remember a time when you could get circa 7zł for every 1 £ sterling... so why would a nation start to print its own money? well... because more foreign money is coming in - at the given exchange rate: apologies: i was born yesterday - i need to explain certain things, from scratch... as was once stated - there's only a finite amount of money in circulation... physical money... "apparently"... and no... if you were to materialise all the wealth in this world into either fiat or gold: there wouldn't be enough of it... but how else would inflation happen in a country like Poland circa 1992? foreign investement: the wild west of eastern europe when the soviet barricade fell... i do remember being asked a question as a child: which is more... these copper coins... or this piece of paper? on the piece of paper was written 5, 000, 000zł - i said the copper coins... i wasn't either right or wrong - the person asking the question laughed... i don't think it was a question of: there are more copper coins in the hand... than a single piece of paper... after all... perhaps i acted all trans-****-sapiens and became chimp and saw less zeros on the copper coins than on the piece of paper? how else does does a currency inflate - when foreign currency is poured into it... it's the opposite of foreign aid... you put £1 into an economy - with an exchange rate: currently you'd get circa 4, 50zł out of... so where is all this "excess" money to come from? the moment when foreign money is invested... is the moment you have to start printing your own money... imagine... if the word BLACK was worth more than CZERŃ (чернь): oh, we'd readily translate BLACK = CZERŃ... but we also need a sentence for that "to make sense"... and there i was... thinking that russian doesn't apply diacritical markers... oh... right... they're not as discrete with accents like some of us... notably? нь = ń... and so and likewise... wait wait... źródło (source)... in russian it would look, look: oh so ugly... зьрoьд-ł-ł-o... (wh)en (wh(en) but now i know this (w)oe: the soft sign (acute)... and the hard sign for... e.g. życzenia (wishes)... зъыченя (perhaps зъычениa) - point being: ź = зь and ż = зъ... now does language come to me...it never left me... but now ai appreciate the minor details... i see the english and their language and how they speak it... how they churn out metaphysics and how they call forthe help of **** similis to give history the rusty coating of: nothing between a today and tomorrow: there's only the hanging off a tree from a a tail that the chimpanze doesn't thave... everything is so very metaphysical: it's never orthographic! тe два: tak - тe: оба (there's a wikipedia mistake... U+0411 / U+0431... not o'bah... oo'b'ah...): щекaць: szczekać! to bark... eh... greek became too rigid... i could remember all the letters... always buckling on ζ (zETA) and ξ (11), upsilon (υ) and nu-nu-nu (ν)... and this is, practically nonsense to anyone with a base literacy knowledge... to exagerrate... who does mind such pedantic pleasures... when they could be somewhere else: skiing! but it's worthwhile to know how a nation's currency can be inflated... foreign money flows into the country - and whatever the exchange rate is... there is no such thing as a "grafitti compensation": then again, there is... perhaps literacy has been inflated... inflated for a second literacy of coding to be assured? otherwise? bypassing the orthodox print... bypassing orthodox editorial scrutiny... was... "nice"... until the moment when the mediator sought to see fit that the reader had more authority over the written word: having re(a)d it - over the person who had / has: written it! we do part our ways with the russians on the "debate" concerning the "cedilla" involving A(ą) and E(ę)... cedilla: yes yes... akin to garçon - waiter! waiter! please - that greek sigma at the end of a word: and all its ασπεκτς... aσpectς - that really is an orthographic statement... only Ssssssss'igma is a letter with "three dimensions" suited for it... a handwritten element... otherwise in the news this week? the apostrophe society is no more... like when you don't put a possessive article if the thing in "question" ends with an S, in english? e.g.? the colours' (sez sirs - alt. colours's sez sirs... ses-esses) imbued harmony... and that is a possesive article, isn't it? with an apostrophe: 's? it's not a plural identification - there would be no need for the apostrophe to begin with! pounds' worth: no... not a pound's worth - the worth of a pound... pounds' worth: the worth of pounds! - what's that german word... glücke! nein nein... etymological root: glück 'luck' (etymology is the new history... it bypasses journalism and serves some journalistic cousin that's powdered in dust of cremated bookworms) - and yes, a hypen can come to the fore: after a full-stop and the opening of a new sentence with a conjugation: - with disbelief / - and!

i'm not buying how the media narrative will turn Cymru into a "K-affair"... sim sim: similie or else... but these have been my greek buckles: ξ (oh... that's why i wrote 11... XI - ksi...) - it's rare to see ξ sometimes: esp. in philosophy books... rubric!

- ζ
- ν
- υ (i can be forgiven, these two letters
are not suited for print... unless working
with a microscope) - unlike a roman Vv...
- ξ

but this is just the greek... if you ever read some modern... you'd think: and i just don't know, where they get their ideas from - with all those diacritical excesses that heidegger notes...

but now... for my cyrillic mini-adventure:

from Miньsk (Mazowieцki): with love

it might be said, that if i just the bare minimum -
if i even do not write anything at all -
but i have too many petty griefs during the day
to much else than the odd, occasional chore;
at the same time i do not want to sound
amused, bewildered, bored or un-used...
it's just that i find writing and drinking before
falling to my 343rd death -
my 343rd labour for mask and then exfoliated
in a dream: that might come...
or might not come...
unless a known audience... a wake sized nieche
privy... i find either unconscious or subconscious
struggles to warm up to an anonymous crowrd...
unless it was me being propped up on stage...
flooded by light... and the audience in the din:
with barely a shadow to scratch...
perhaps: then and only then...
but i've found that: it would be best that i sentence
the 2hs spare i have for merely drinking
and loitering from one video to another:
perchance something new in music is to emerge...
"coquettish" with a "something" that will never
have any realism-focus for me to undertake
a second's day carnality of the banal...
perhaps all this: "going out of my own way"
has been too much - or just enough...
to make me drink more and take more pharma
knock-out enzymes...
a naproxen and an amitriptyline...
perhaps the focus was elsewhere...
to stand frozen in awe...
when someone might "add": from one big void:
ex nihil a priori to... nihil a posteriori...
and all this cameo theatre in between!
mein gott... i can also convene to praise those
brutal breeders of sorts...
enough time to occupy two decades...
perhaps even three...
and then the grim reality of: should my child
die... or... some other worse:
the mortal should not be inflicted by...
"not reading into the genetic clues": properly:
"all at once"...
oh i would be so much happier to take this mind to sleep:
to not make some idle focus -
to entertain some eyes while i turn aside all things
hyper-inflated in purpose...
to die of a heart-attack in one's sleep...
but otherwise to simply focus on a welcome tomorrow...
that would be...
a gracious beginning to posit the day's slouching
zenith... or... i'm not sure whether this be a coming
zenith or a nadir...
but there's still that clear-cutting focus
regarding russian orthography...
cutting it with two tongues... slit at the tip...
with english the "placebo": no diacritical markers evident...
well: a TILDE over a ȷ is no more necessary...
than a "tittle" (not thai-tle... ty'ttle) over an ı...
to borrow the greek phrase: cut one head of hydra -
two emerge... cut the two heads...
i come toward the russian mish-mash of diacritical
application...
it's not be-au-ti-ful... it's messy... it's what it is...
but already i can see what this: cutting off the heads
of the english j-i hydra looks like...
it's not enough to simply enlarge them to state: CAP(I)TAL-(J)...
the knitty-gritty... why then the tilde atop of 'em?
prior "corrections": łen and when...
is not akin to... wrak or wreck... although these two words
have the same meaning...
unless: "partisan" V comes in...
very - weary... Cracow or Krakov?
a W = a Ł = a W = a V ≠ a Ł...
Ęwa and Ądam (e nosinė) are not covered by
Russian orthography...
the list is as follows:
ż (зъ) and... ć (ць), ń (нь), ó (oь), ś (сь), ź (зь)...
the graphemes? i'll call them graphemes for simplicity...
even though: they're not the smallests units...
as are vowels... or the syllables of consonants
in the latin choir of B'ee, C'ee... e'M... etc.
ж alternatively RZ (Ż) or Ž... otherwise the fwench:
je (suis)... this is nothing more than...
an encyclopedic evaluation...
a trainwreck proposal of: should i ever be stuck in
in russia... and i would have to: read... (ee'd - r'ah)...
chop off a TILDE off the torso of the english:  ȷ...
a crescent moon lying back emerges in the russian... й...
but it's not the english: jeep! it's an english: yeep!
or a  ȷeep! alternatively: yawn could be:  ȷawn...
but not if: it's jaws... coming into play: to chatter from
the siberian cold... how else to explain?
if not by... example?
then there's the "exploration" of the greek F...
as much as in english...
фoughts on θilosoφy...
good to know the russians only "borrowed"
one of the greek Fs... "culturally appropriated" or...
wasn't St. Cyrill born a greek?!
and away from greek we move...
since χ (chi): yep: perpleX... a Ks to a Ts
(note, revision found below)...
otherwise hidden... in non-vowel binding consonants...
like... ч- and -х (although... that's not quiet a Ch-ur-hC -
but sure... some altar for siц and... no... no siPS)...
cholera! which is not: SHow me the CHow mein...
for that we need CARONs...
that's when ч becomes CZ (in polish) or otherwise:
Č... long have i wanted the polish to adopt this version...
to hide the SZ and the CZ (es'zed, х'zed) respectively...
how else to write: szczekam?
a russian would write... щекaм...
out of a "simple" ш out pops out a щ (this letter...
is probably the only "etymological" route to bind russian
to the oddities of Ęva and Ądam (e nosinė)...
ш (š) becomes щ (šč) -
whoever was to undermine the old rules
of engagement when the ruling parties gave up
a monolopy of literacy? you can literally hide an entire
letter / meaning by using a hachek...
hook...
as i begin to wonder:
how much did the slavic tribes "appropriate" greek...
and how much did the two greek saints...
try to make sense of the slavic glagolitic script?
em... Ⱋ looks pretty intact if you cut off the body... E:
reclining...
but i do come from the western lands of the eastern
lands... hence? hardly any cyrilic influence...
but i too: with my own oddities... already mentioned...
come to think of it? the bulgars joined
the "party"?
beside that? what other, russian"oddities"?
orthographic - i.e. aesthetic dictations / rubrics...
ю really is a я... the russians have this english tendency
to stress their pronouns...
i this... i that! i walked up a street! and kicked a black
cat 13 times down the street to ease my luck!
you can talk in polish for days... and never stress the I / я
pronoun... really...
and ю is just a variation of я...
throw in the remaining vowels and you'd probably
come up with some "new" russian letters...
like ye... good point... i did make a "mistake"...
щэкaм! i'm barking!
unless... that's only an orthographic question...
notably? if you're going to: zerkać...
peer in / at "on and off"... casually...
зэркaць... em... it must be an orthographic question...
ergo? i wasn't exactly "wrong"...
just bad taste... зeркaць...
i've already shown the difference between (ъ) and (ь)
in a latin script: that uses more diacritical markers
than english "supposedly" escapes with focusing
on the rather pointless TILDE over the J and I...
this "oddity": ы... ɨ  clearly it's not exactly a ł...
minor details... like a mona lisa smiling...
best example of close proximity?
take a... no... that's a hollowed out "why"...
i know how it sounds... and there are no diacritical marks
needed for it... since there's a clear distinction
that i know of, between: I J Y...
tY... this little sucker is born from the fact that...
western slavs have a name for this letter...
iGREK... funny... the russians borrow more greek lettes...
and have to have...
ё (yo), e (ye), у (which they treat like a greek would U -
never mind the greeks themselves
making the following ref. Υγ / Γυ) -
and of course the я (ya)... so no wonder i see this
"letter" (ы) as an absolutely oddity...
i could stomach: ż (зъ) and ź (зь) differences...
well that's as far as i would come in learning russian...
spot the odd ones out... proper...
й (j) and ё... which is some german loan vowel with
that ******* umlaut... otherwise...
this poo'em was born from trying to **** the english
hydra of "orthography", with its mighty bounty
of the ȷ-ı TILDE! my my... what a ride!
come to think of it... now i think i can sleep.
- it hasn't been such a waste of an hour... drilling this in:
into my head...
after all... what did the professional clarinet player
say then asked about playing professionally
in a travelling orchestra? after 30 ******* years of
blowing hard into this thing...
guess what i still end up doing?
it's not so much learning... i'm still practising!

because this will not end like some sort of "summary"...
i will remember each letter if i weave it into
this latin letter by letter...

the refleξive (x)
in that one might have χeated (ch) -
again!
what it is about an ξ-ray that is also an
"χ"-ray? the "ex" k'ss k'ss cuss...
is this what james joyce's finnegans wake
should have looked like?
again!
the cruξ of the matter...
whenever a question was to be raised about:
any χoice to be had...

i have come to grips with russian orthography...
i'll repeat... the crescent moon over и ("e")
to state: this must be elongated: й ("y") stands outs...

best examples are given by sports commentators,
notably in ski jumping...
suffiξes of surnames...
akin to -cki endings...
yes... you're seeing what i'm seeing...
we'll need some russians to work this one
out... how a C is not an S...
and how it's not KK either...
-цки... hello wet drum-kit snare!

of course not: you're not seeing N:И...
let alone: нaйт (night...
evidently -igh- is a bit complicated...
with ref. to the surd in knight - kappa and
the gamma and the ha ha ha ha tetragrammaton
left arm... vowel catcher i'd be most inclined
to borrow from the hebrews...
whenever they're not busy actually using it...
and not being a bunch of 'ebrews -
electronic brewing of tea?)
сo дaрк (so dark)...

which is the equivalent of writting english
grafitti "backward"... how it sounds...
and not for: what's the formality?
i figured: take the small steps, the trickle...
burn the eyes out with incremental poppy-seed
acts of progress... like the grand Pilgrim Emeryk
from the Świętokrzyski region of Poland
(holy cross)...
each year the pilgrim shuffles to the top of
the mountain with a speed of:
a poppy-seed's worth of distance each year...
by the time he reaches the top of the mountain:
the end of the world will arrive...

am i the next Delmore Schwatrz?
no... i don't have a Lou Reed to contend with...
am i obsessed with Finnegans Wake?
well i didn't spot any "additions" to the letters...
i didn't see any diacritical markers...
a book that shouldn't be translated since...
it ignores... a worthwhile mention
of the concept of orthography -
which is my escape from any western vogue
of metaphysics... i hide behind the omniscient
niqab of orthography... my face can be forever
hidden... but my eyes need to be on... fire!
fire! i want you to burn!

so i went to see the russians having
left the greeks... about any "nuance" bound
to the... ****-naked english language
with its magic act of the disappearing heads
off of J and I...
as you do... you "forget them" and also have to:
somehow "remember" them to be used...

do i still enjoy drinking and listening to
teutonic chants in german?
god almighty! when wouldn't i not listen to german
medieval music... when drinking?!
is that such a terrible sin?

also? i finished the trilogy of H. Sienkiewicz...
and i read some Boris Pasternak...
there was Nietzsche in polish - paul's leash said:
he's more bearable in this language,
than in english...
and how could i forget! there was...
Knausgård... Karl, Ove... volumes 1 and 2
of mein kampf...

now a "summary": hmm... ż (зъ) and... ć (ць)...
could... now... hard sign (ъ) is not exactly worth
ascription if... or rarther: because...
you don't treat a caron over an S or a C...
to "hide the english H" or the Aesti Z when coupled...
there's no need to write чъ... since?
that's pretty much in-itself given č of the nature
of чeap...
ć / ць is different in that... you'd have to hear
it first...
however... the one exception of this "rule" is already
self-enclosed in ж... which is зъ... somehow...
but not зь... examples?

жart / зъart... żart (joke)...
зьrebi... well there's no 'ę' in russian
to name: źrebię - mustang colt...
is there?
so... i was "wrong"...
in that ź = зь and ż = зъ is true...
but? ź = зь and ż = зъ = ж...
so from a "quiet unique" perspective...
and: mein gott! who's to see, travel,
and subsequently marvel at the pyramids of giza...
i'm a different version of what's
considered to be "tourism"...

give me this sole equation:
ź = зь and ż = зъ = ж
and i'll be happy for a month.
as i have been...

oh i'm back... and things have taken
SPEC-TAC-U-LAR turns and twists!
****-naked english over 'ere is gonna make
a chariots of fire runner...
i bet it will... when it comes against a juggernaut
like me.
learning russian and drilling greek until i go "blind"
Ah, pobre Dolores
Mais uma vez está cansada de suas mágoas e constipada com suas dores
Há quem diga que quando olha o céu, sonha com estrelas
Acalme-se Dolores, hoje tenho um presente para entretê-la
Acorde de seu sonho e largue esses afazeres
Olhe para A Casa Abandonada dos Prazeres
Almeja tanto assim?
O seu ignoto fim?
Por quê toma todos esses remédios?
Se o que deseja é pular do mais alto prédio
Para quê todas essas doenças inventadas?
E essas mulheres, para quê invejá-las?
Na casa encontrará a cura
Não mais carregará sua imaginária feiura
Lá será bela como sempre quis
Mas pergunte-se o que é ser feliz
Lá, em todas as paredes, encontrará espelhos
E em todas camas encontrará lençóis vermelhos
Onde finalmente poderá gozar
E a beleza que não é sua, contemplar
Goze, goze Dolores
Mistura seu prazer com suas dores
Goze, goze mais uma vez
Goze toda sua estupidez
Saiba que nem tudo que cintila é ouro
E fora da casa continuará seu agouro
Quando fora estiver, da vida perderá a crença
E a cada vez que entrar e sair, nascerá uma nova doença
Uma daquelas de sua hipocondria
E a cada dia verá a verdadeira agonia
Sentirá dor, e fome
Não se lembrará de seu nome
Não poderá comer, pois a doença te devastará
E para a casa todos os dias irá correr, a sonhar
Lembre-se de novo
Que nem tudo que brilha é ouro
Ganhará a casa e perderá o mundo
E seu eu estará perdido num poço profundo
Um dia dirá:

Será?
Toda aquela estética...
era tão assim... patética?
Nossas escolhas não tem volta
Para o destino não há revolta
Não devo mais chorar
Só me resta, agora, gozar

Goze, goze Dolores
Mistura seu prazer com suas dores
Goze, goze mais uma vez
Goze toda sua estupidez
Contos da Casa Abandonada dos Prazeres
Dolores - O primeiro conto
Victor Marques Jul 2012
Os Homens e a natureza!

Quando me levanto sem o toque do galo, com o despertador de forma assustadora. Vejo um novo dia de eterna graça e bênção para todos aqueles que por um motivo se entrelaçaram em minha vida. Os comboios, aviões, carros seus ruídos e rapidez nos fazem cavalgar por imensos lugares que outrora eram esquecidos no tempo.
A natureza diferente de nós homens acorda com sinfonias de pássaros, grilos e rãs!
A ganância consome corações rotineiros e injustiçados de homens sem valor que são falsos profetas de um tempo sem ser tempo, de um mundo maltratado por esses mesmos homens,
Que se vestem de fato e gravata e exploram seus semelhantes.
Enquanto o homem se esquecer de que todo o seu irmão nasce, vive e morre por uma vontade sublime da criação de um Deus infinito. Por de lado o amor pelo luxo, dinheiro, poder e plena satisfação pessoal.
A natureza sim é plena, gratuita, nobre, singela. A harmonia de vales e montes sonolentos motivos de meditação, sustento e um amor infindável com seu criador me bafeja hinos cantados com belas harpas do tempo de David.

Um mundo de homens que deixam de ser homens, que o tempo deixa de ser tempo e que a natureza é mal-amada geram uma desconfiança e um sofrimento em todos os seres humanos que labutam por dias melhores na rotina do nosso tempo.

Ensinamentos de cada pedra que se pisa, de cada ave livre que esvoaça no céu, dos golfinhos que comunicam sem o homem os entenderem…

Victor Marques
Ken Pepiton Aug 2022
That child,
seems to be reading to my old dog friend.

Can we teach a dog to read and see the significance
some men find in syllables unsaid?

In print,
Sibilant denture whistles, perk no ear
silent esses no ear can hear, un spoken esses essentially
signify nothing, simple noise.

But a good dog will respond to the slightest whistle, as if…
A sibyl said listen,
hear the wind enter the world once with
inspired expired whistling sound found in song

this way,
this is the way,

Say plain the sound of each sign.

Alpha Beta, Aleph Bet, Ayee Bee

See, these let words be saved as signals

Letters, let silent sounds hold meaning in

signs of sounds men can make,
Like
Ah. or baah, which certain ruminants make as well…

A man can say ah, and mean plain nothin'

and some dogs can too,
but when dogs say, ah, it's often

a yawn gone into a groan like a stretched out
awww as the back arches
backward and front paws stretch out.
Tail swishing slow sweeps
swirling dust mites in a shaft of morning light,

more wind than any butterfly wing or
humming bird wing could stir.

"Remember", his brown eyes say,
this posture always meant,
"let's do some fun,
go for a run,
follow a scent"

But then, another yawn
and a shake. a glance from those knowing eyes,

signifying, signing , if I am happy, he is, too.

A dog friend then punctuates, by curling down into
a black and white comma
with a bit of golden tail
covering the nose
twitiching ante

cipitating a chase that leads to this new place,
where new sounds can sound
insignificant,
dream time humms,
not worth the effort to hear,
since we are not going anywhere, today.

Ah, be, still.
Tomorrow is the myth.
My dog swears that's true.
Today, or never, and
never's fine. He Yawns.
Old Oliver died, in mid 2020. He was a very good dog.
Dayanne Mendes Dec 2012
Vejam todos esses Cristãos,
Se orgulham tanto de ir à Igreja,
E não enxergam o próprio irmão.

Que por aí ainda passando fome,
Com medo, com frio e sem nome,
Mais um excluído da sociedade.

Vejam todos esses Cristãos,
Celebrando o Natal com presentes,
Se esquecendo do verdadeiro motivo,

Da existência do Natal.
Gastam, gastam, gastam,
E esquecem que pelo mundo à fora,

Muita gente queria só amor no Natal.
Vejam estes cristãos, egocêntricos,
Que são alguém na Igreja,

E fora dela mudam tanto.
Estes Cristãos perderam o amor,
Perderam Jesus.

Já não amam mais ao seu Deus,
Mas sim a sua religião,
Estão obcecados por uma instituição:

A Igreja!
Isso é um sonho lucido
Acorde, todos esses tempos
andou dormindo
sonhando com amor
cure essas feridas
depois de todos esses anos
viu que o amor, o que é amor?
uma ilusão, ou um sonho interminável.
Victor Marques Feb 2014
Explicar a minha descendência

Deitei-me na cama e não consegui encontrar amor para me amar ou até me confortar e dar guarida.
   Não preciso de ter a luz acesa para entender a minha descendência.  O Pelourinho centenário que venera  minha casa é um privilégio celeste que Reis terrenos gostariam de ter e poder contemplar....
      Nossos antepassados deixarem um pouco deles que perdura para sempre em nossos corações enquanto seres humanos aptos para sobreviver.
        As pessoas estabelecem nesta vida laços que seriam impossíveis senão acreditassem que por qualquer razão iriam ser lembrados depois da sua morte.
A este pensamento  de lembrar quem docemente amou eu chamo imortalidade.  A minha definição de imortalidade é diferente de todas as outras.
A imortalidade depende duma descendência adequada que se manifesta no amor eterno por quem por amor nos deu a conhecer tantas vezes  coisas que pareciam imagens distorcidas de uma realidade que parecia não ser adequada aos nossos antepassados.
      Nem sempre todos os seres humanos conseguem perceber a sua genialidade , nem sequer a sua disponibilidade para completar percursos iniciados por seus entes queridos. Ou melhor ainda,  seus descendentes,  seus antepassados....!
      Eu vou receber sempre na minha memória,  esses ensinamentos que um dia alguém me ofereceu.
Que coisa bonita , que encanto,  que vontade sublime estes meus antepassados tiveram em me fazer acreditar que eu fazia parte de uma geração nobre .
  Victor Marques
Mariah Tulli Mar 2015
E abriu um buraco na alma, deram alguns tiros na alma e agora ela ta toda furada. Até pouco tempo atrás esses buracos  eram um problema, mas o homem percebeu que os furos eram pequenos e não atrapalhavam em nada, eles até melhoravam a alma, pois ela acabou se tornando uma peneira, que filtra tudo o que passa por ela e só permanece com o necessário. A alma fura e remenda, até o dia que ela se solta e vai viver em outras vidas.

"Alma mole, vida dura, tanto insiste em sua fuga."
Como uma gota de água se juntando formando um oceano,
É a cor da esperança azulada desse mar perto dos teus seios,
Nada diferente da saudade das noites loucas perto da água,
Em que vivi momentos eternos para o meu coração,
Não poderia nunca esquecer que aqueci meus anseios junto de ti,
Acreditei na realização dos melhores sonhos perante o teu sorriso,
O teu silêncio confortou-me sempre que precisava de paz e harmonia.
A cor dos teus olhos igual à do meu coração nunca eu vou esquecer,
Como não me esqueço das tuas mãos quentes agarrando o meu corpo,
O teu suspiro suave mantendo-me quente e aconchegado nos teus braços.
Se eu voltar a viver esses momentos para sempre recordar,
Será ironia de um destino permanente e cada vez mais distante,
Mas é essa a verdade que ficou, é difícil ocuparem o teu lugar,
Também porque continua ocupado com as tuas coisas,
O teu cheiro mantem-se impregnado em mim como se fosse hoje,
O som das tuas palavras doces ficou nos meus ouvidos,
E ainda hoje te ouço por vezes nos meus sonhos!
Tudo acabou mal mas não muda a pessoa que tu és!
És exactamente aquilo que te dizia tantas vezes ao ouvido!
Coisas que só eu e tu sabemos e vamos recordando!
Um desejo que estejas bem e guardes de mim boa lembrança!
Se assim for nada que pudesse existir me deixaria mais feliz.

Autor: António Benigno
Got silken silver scratches etched deep into my ring,
their lascivious lines lick up and down like an ecg
they match the beat of my heart when with kisses i am carefree
It says surrendered but it's a constant act of surrendering
I twirl it in circles
I realize it is not a shackle
I realize that it is protection
That in its silver and ebony reflection
I see a more beautiful picture of the future of this thing
That where the esses sliver into scratches of black at their edges
i trace my faith, my face with my eyes  in introspection
and where the three ees travel in between the other letters on the ring
there on the surface, its purpose is surfacing
Wörziech May 2013
Monstros convictos tomam,
a todo instante, minha mente.

A ilusão é ignorá-los.
A restrição é encontrá-los.

Gracioso o tédio provocado pelas rupturas sangrentas que professam tal destino
indiscretamente escrito pelos sombrios passageiros que me acompanham,
que se rebelam contra mim todos os dias.

Em súbitos sons, surtos e tons,
abraçam-me e acariciam-me
essas anomalias negadas por muitos,
esses assombros temidos por todos.

Enquanto o inocultável poder de persuasão das criaturas
faz-me síntese inexprimível,
a perfeição defendida pelos céus é fatalmente extinguida
pela percepção concedida à TERRA.
Expo 86' Nov 2015
Nunca achei que seria tão fácil me vendar
Mas olhando para trás
Havia tantas coisas que não gostaria de ver
E talvez graças a essa cegueira, lembrar não me faz sofrer
Apenas buscar um abraço e tentar esquecer
Ver o mundo desaparecer

Talvez viver de promessas e sonhos foi o que nós fez perder
E todo esses pedregulhos viraram aterros
Para os próximos sonhos
Que podem se tornar verdadeiros
E não apenas uma moldura sem fotografia
Que decora a mobília de um cômodo sem a pintura do apego

E deixar o tempo passar seja o melhor que tenho a fazer
Ele revigora e maquia cicatrizes que nem podemos ver
Por isso talvez, mesmo sem historias para contar
Acho que deveria me entregar
Para que ele me leve ao lugar mais distante de ti

Sempre achei que um pouco de nós faria bem
O que dizer? nunca fui muito bom em escolher
Mas talvez se nós reencontrarmos em alguns anos quais quer
Podemos perceber que o jogo nunca terminou
Apenas virou, e agora estamos em times diferentes
Sempre se esbarrando e se machucando
Mas nunca se cumprimentando

Talvez devesse ter visto de longe
Ou não ter me iludido tanto
E saber que fomos
Destinados a fingir
Viver de falsas proximidades e carícias geladas
E nunca de ternura nos abraços ou paixão nos beijos
Destinados a fingir
Uma paixão idiota
Que mais parecia um cigarro
Que logo se transforma em fumaça
E no vento para o mundo se esvai
De que cor sopra hoje o teu vento e que sol o faz voar,
Quais os caprichos do teu tempo que desdenham ao luar,
Qual a cor das tuas pétalas que ao rubro quero provar,
Um sabor e uma lembrança pra sempre eu vou recordar!

Foi no brilho dos teus olhos e na tristeza do teu olhar,
Foi as formas da tua face que me acolheram o despertar,
Tantas outras tantas de voltas eu te quero a ti reencontrar,
Provar de novo os teus beijos doces e me poder deliciar!

Ouro fino cor de cetim para te cobrir e levar ao pé do mar,
Jogar na areia todas as lembranças e poder ali te abraçar,
Dar um aperto louco, quente e mouco no silêncio a te amar,
Viver de novos todas as caricias dadas e poder fervilhar!

Como eu voou de novo nos meus sonhos a te ver voar,
Como me entrego na loucura que se apoderou como colar,
Me dá voltas nas voltas mas me segura não vai estrangular,
É preciso apenas acreditar que nada foi em vão e vai voltar!

As saudades frescas a vontade mais forte de te vir a poder amar,
Sejam esses os caminhos de dois seres que acreditaram nesse amar,
Uma febre fresca, um alívio doce, um jeito sem força, apenas te amar!

Autor: António Benigno
Pelos caminhos do tempo pelas vontades do vento apenas gestos e palavras certas!
It’s the midsty morning,
all grammar’s run amuck
and the rapture won’t take me.

They’re lining up,
the letters and errant punctuation.

Spray-tagged against walls
they’ll torment the souls
who’ll stay here in god’s mean timing.

I keep putting apostrophe’s
where they don’t belong.

It’s an oblonging of words
and it will always be
my denial.

What’s possessed me?

I could pose esses,
caressing them down to tildes,
til disappointed and unsexed
by a symbolic life on its side,
they'd rise back up to text,
not angry but sure
their standing’s worth fighting for.

That’s nothing but a bad dream.

Line theft has left
this man fantastical
and it’s broken my container
of finger-twitching quotations.
Marco Raimondi May 2017
I

Queira a ter-te tal sacrifício impune à beleza
Desventurar no ofício da morte formosa
No rito estrangulado, no campo da destreza,
Pensamentos que julgo uma ilusão honrosa

Sob a lembrança dos antigos, arcaica proeza
Se medos sentimos dessa prática tão dolorosa,
Aquieta-se! A relva abaixo espera em sua frieza,
Para o pútrido sepulcro de uma luz ardorosa

Onde graça, cuja índole se esquiva,
Singram os raciocínios obscuros
De uma consciência a julgar-se viva

É o fim a tocar alma fugitiva,
A único respeito, tomar com acuro
Um fadário apagado de perspectivas

II

Ao meu semblante prefere-se o nada, diante das vãs venturas
Pois se é hábito e desconcerto sempre padecer,
Coerente é, por esses horrores, nunca me ater
Para que não lastime o infinito desta amargura

Esta angústia vazia que na miséria perdura
Sufocando meu espírito em sofrer,
Vede a todos dura sentença! É preferível já não ser,
Que fugir do fim que, em descrença, meu corpo procura

Se Dido no desalento, por Eneias, deixa vida,
Estou cá, em silêncio de alma desvarrida
A cessar aos vermes o que vivo eternamente

Em álgido lamento, pude cantar nesta partida,
Algumas rimas de mi'a face enlanguescida,
Em que pude prezar da morte seu beijo unicamente
Daniello Mar 2012
I paid for the two coffees and brought
them back to the table, swear they
chinkled in my hands like the music
in my teeth jouncing around when I
see you. You wrote letters in your
bright notebook and as I sipped you
asked me to discover them. High task.
Could barely read your cursive boughs
and sinewy slippery esses, slip slip
sliding off the page as you smiled
with a pixieish shrug—see, can’t do it.
But I sipped a little more deliberately,
slitted my eyes back to you, wrote
you some mischief on a napkin and
you laughed. It was buoyant and I
floated for a second above the wooden
bench, sustained by other voices like
cushions of marzipan I could dip in
your coffee and you would love it.

And back then you were really in
front of me, I should have limned your
lines and ridges onto your notebook,
just to show you. Should have taken
out my camera in a way you wouldn’t
have seen and taken a picture of those
eyes, the way you looked right there,
right then. Maybe you’d have seen
mine being created then—suddenly
rushing, flushing blood to a created
thing, made out of thin air, substantive.
Seen how you gave me my flesh, how
you made me an unknown drinker of
all life’s subtle blessings, peacefully,
even while within the mist of its
peaceless ecstasy and fury.
Brent Kincaid Apr 2016
I like to rub her righteous
Rubber baby buggy bumpers
While her Sister Susie
Sells seashells by the sea shore.
Susie works in a shoeshine shop,
She sits, and she shines all day long.
She confesses with too many esses
It lispers up her whispered song.

Peter Piper picking peppers
Putting pickled peppers in a ***.
Woodchuck chucked wood,
Chuckling, chucked the wood he got.
Susie’s sister Betty Botter
Bought a pound of bitter butter.
Betty was a bit of a ******.
She said her butter was better bitter.

I thought of a thought, thinking
It was a very difficult thing to occur.
Thinking, busily thinking;
Blinking, and winking, thinking of her
We made a date at a quarter to eight
Said, “I’ll see you at the gate, don’t be late.”
Lucky and plucky, my ducky doo,
It was a heavy date, and a heavy gate.

Leary of a really weary *****
We wandered in our wandering leathers
Wondered if whether wetter
Weather were better to weather together.
We celebrate our late date
We didn’t skate, or deliberate our fate
Suffice is to further elucidate
And cheerily chewed the churros we ate.
rusty shacks Jun 2013
I have a plethora of empty et ceteras ahead of ya for getting you a head of yeahs. With this thick pen i spaz, repeat my jazz, ******, foobaz. Move through new class. U2 sweet lass or move it last. like molasses through the past without esses. Witout ss? Ooh, too fast? So we give r for morales, too, dad. You don't get it? Oh, too bad.
Letícia Costa Jun 2013
Pernas longas e cabeças grandes
Olhos pequenos e cílios gigantes
Roupas iguais
Conversas vazias

É ridículo
Tudo
Todos

Previsível e Decepcionante
Orgulhosos e Invejosos
Esperançosos e Iludidos

Mas quem sou eu pra julgar?
Sou mais um entre esses seres malditos
Limpou-se a terra e o mar
E os maus pensamentos,
Nascia amor, sentia-se no ar
Coisas de novos encantos!

Tudo era novo agora,
A alegria era ordem do dia,
Acertava-se a nova hora,
O Tempo era a academia!

Ninguém crescia depressa,
Vida não era a mesma correria,
O Homem cumpria a promessa,
Daquilo que sonhamos um dia!

Não havia dor nem maus sentimentos,
Não, não era o céu o mundo onde vivia
Era o mundo que o Homem tanto queria,
Deu-se o valor a esses limados acabamentos!

Ligou-se a dor e o sofrimento
Com o amor e o sentimento,
Se cuidaram  e deram alimento
Exemplificaram esse casamento!

Autor: António Benigno
Código de Autor: 2015.06.03.11.17.06.01
Ken Pepiton Dec 2018
That child,
seems to be reading to my old dog friend.

Can we teach a dog to read and see the significance
some men find in syllables unsaid?

In print,
Sibilant denture whistles, perk no ear
silent esses no ear can hear, un spoken esses essentially
signify nothing, simple noise.

But a good dog will respond to the slightest whistle, as if…
A sibyl said listen,
hear the wind enter the world once with
inspired expired whistling sound found in song

this way,
this is the way,

Say plain the sound of each sign.

Alpha Beta, Aleph Bet, Ayee Bee

See, these let words be saved as signals

Letters, let silent sounds hold meaning in

signs of sounds men can make,
Like
Ah. or baah, which certain ruminants make as well…

A man can say ah, and mean plain nothin'

and some dogs can too,
but when dogs say, ah, it's often

a yawn gone into a groan like a stretched out
awww as the back arches
backward and front paws stretch out.
Tail swishing slow sweeps
swirling dust mites in a shaft of morning light,

more wind than any butterfly wing or
humming bird wing could stir.

"Remember", his brown eyes say,
this posture always meant,
"let's do some fun,
go for a run,
follow a scent"

But then, another yawn
and a shake. a glance from those knowing eyes,

signifying, signing , if I am happy, he is, too.

A dog friend then punctuates, by curling down into
a black and white comma
with a bit of golden tail
covering the nose
twitiching ante

cipitating a chase that leads a new place,
where new sounds can sound
insignificant,
dream time humms,
not worth the effort to hear,
since we are not going anywhere, today.

Ah, be, still.
Tomorrow is the myth.
My dog swears that's true.
Today, or never, and
never's fine. He Yawns.
Searching for the place being tween subtle and simple called sublime,
just below the harsh glare of scrutiny.
Mariana Seabra Jul 2023
Chegaste a mim em forma de argila, num balde de plástico furado.  
Apanhei-te, de surpresa, embrulhada nas ondas do meu mar salgado.  
Estavas escondida, por entre os rochedos, rodeada pelas habituais muralhas que te aconchegam,  
                                                   ­     as mesmas que me atormentam,  
quando levantas uma barreira que me impede de chegar a ti.  

Segurei-te nos braços, como quem se prepara para te embalar. Sacudi-te as algas, e encostei o meu ouvido à casca que te acolhia no seu ventre.  
Não conseguia decifrar o som que escutava, muito menos controlar a vontade de o querer escutar mais. Algo ecoava num tom quase inaudível. Sentia uma vida...uma vida fraca, sim...mas, havia vida a pulsar. Podia jurar que conseguia sentir-te, para lá da barreira, como se me tivesses atravessado corpo adentro.
Ainda não conhecia o som da tua voz, e ela já me fazia sonhar.  

Pulsavas numa frequência tão semelhante à minha!... não resisti,  
fui impelida a chegar mais perto. Precisava de te tocar, precisava de te ver,
     só para ter a certeza se eras real,
                           ou se, finalmente, tinha terminado de enlouquecer.

Se tinha perdido os meus resquícios de sanidade,  
                                                     ­                                   consciência,
                                                                ­                        lucidez,                              
ou se era verdade que estávamos ambas a vibrar,
no mesmo espaço, ao mesmo tempo, no mesmo ritmo de frequência, uma e outra e outra...e outra vez.  

Vieste dar à costa na minha pequena ilha encantada. Na ilha onde, de livre vontade, me isolava.  
Na ilha onde me permitia correr desafogadamente,  

                                             ­                            ser besta e/ou humana,  
                                                       ­                  ser eu,  
                                                           ­              ser tudo,
                                                                ­         ser todos,  
                                                        ­                 ou ser nada.  

Na mesma ilha onde só eu decidia, quem ou o que é que entrava. Não sabia se estava feliz ou assustada! Mais tarde, interiorizei que ambos podem coexistir. Por agora, sigo em elipses temporais. Longos anos que tentei suprimir num poema, na esperança que ele coubesse dentro de ti.

(…)

“Como é que não dei pela tua entrada? Ou fui eu que te escondi aqui? Será que te escondi tão bem, que até te consegui esconder de mim? És uma estranha oferenda que o mar me trouxe? Ou és só uma refugiada que ficou encalhada? Devo ficar contigo? Ou devolver-te às correntes? Como é que não dei pela tua entrada...? Que brecha é que descobriste em mim? Como é que conseguiste chegar onde ninguém chegou? Como é que te vou tirar daqui?”.  

Não precisei de te abrir para ver o que tinha encontrado, mas queria tanto descobrir uma brecha para te invadir! Não sabia de onde vinha esse louco chamamento. Sei que o sentia invadir-me a mim. Como se, de repente, chegar ao núcleo que te continha fosse cada vez menos uma vontade e, cada vez mais uma necessidade.

Cheiravas-me a terra molhada,  
                                                      ­   depois de uma chuva desgraçada. Queria entrar em ti! Mesmo depois de me terem dito que a curiosidade matava. Queria tanto entrar em ti! Ser enterrada em ti!  

A arquiteta que desenhou aquele balde estava mesmo empenhada                                                        ­                                                             
                                 em manter-te lá dentro,  
e manter tudo o resto cá fora. A tampa parecia bem selada.  

Admirei-a pela inteligência. Pelo simples que tornou complexo.  
Pela correta noção de que, nem toda a gente merece ter o teu acesso.

(...)

Vinhas em forma de argila...e, retiradas as algas da frente, vi um labirinto para onde implorei ser sugada. Estava no epicentro de uma tempestade que ainda se estava a formar e, já se faziam previsões que ia ser violenta. O caos de uma relação! de uma conexão, onde o eu, o tu e o nós, onde o passado, o futuro e o presente, entram em conflito, até cada um descobrir onde se encaixa, até se sentirem confortáveis no seu devido lugar.  

Estava tão habituada a estar sozinha e isolada, apenas acompanhada pelo som da água, dos animais ou do vento, que não sabia identificar se estava triste ou contente. Não sabia como me sentir com a tua inesperada chegada. Não sabia o que era ouvir outro batimento cardíaco dentro da minha própria mente,  

e sentir uma pulsação ligada à minha, mesmo quando o teu coração está distante ou ausente.  

No começo, espreitava-te pelos buracos do balde, por onde pequenos feixes de luz entravam e, incandesciam a tua câmera obscura,  

                 e tu corrias para te esconder!
                 e eu corria para te apanhar!
                 e foi um esconde-esconde que durou-durou...
                 e nenhuma de nós chegou a ganhar.  

Quanto mais te estudava, menos de mim percebia. Mais admiração sentia por aquela pedra de argila tão fria. "Que presente é este que naufragou no meu mar? Como é que te vou abrir sem te partir?"

Retirei-te a tampa a medo,  
                                                a medo que o teu interior explodisse.  

E tu mal te mexeste.  
                                  E eu mexia-te,
                                                           remex­ia-te,
                                                           virava-te do direito e do avesso.  

És única! Fazias-me lembrar de tudo,
                                                          e não me fazias lembrar de nada.

És única! E o que eu adorava  
é que não me fazias lembrar de ninguém,  
                             ninguém que eu tivesse conhecido ou imaginado.

És única! A musa que me inspirou com a sua existência.  

“Como é que uma pedra tão fria pode causar-me esta sensação tão grande de ardência?”

(…)

Mesmo que fechasse os olhos, a inutilidade de os manter assim era evidente.  
Entravas-me pelos sentidos que menos esperava. Foi contigo que aprendi que há mais que cinco! E, que todos podem ser estimulados. E, que podem ser criados mais! Existem milhares de canais por onde consegues entrar em mim.  

A curiosidade que aquele teu cheiro me despertava era imensa,                                                          ­                                                

               ­                                                                 ­                  intensa,
                                                                ­                                                       
         ­                                                                 ­                         então,  
                                          
             ­                                                                 ­                    abri-te.

Abri-me ao meio,  
só para ver em quantas peças é que um ser humano pode ser desmontado.

Despi-te a alma com olhares curiosos. E, de cada vez que te olhava, tinha de controlar o tempo! Tinha de me desviar! Tinha medo que me apanhasses a despir-te com o olhar. Ou pior!  
Tinha medo que fosses tu a despir-me. Nunca tinha estado assim tão nua com alguém.  
Tinha medo do que os teus olhos poderiam ver. Não sabia se ficarias, mesmo depois de me conhecer. Depois de me tirares as algas da frente, e veres que não sou só luz, que luz é apenas a essência em que me prefiro converter. Que vim da escuridão, embrulhada nas ondas de um mar escuro e tenebroso, e é contra os monstros que habitam essas correntes que me debato todos os dias, porque sei que não os posso deixar tomar as rédeas do meu frágil navio.  

(...)

Vinhas em inúmeros pedaços rochosos,
                                                                ­             uns afiados,  
  
                                                   ­                          uns macios,

                                                               ­           todos partidos...

Sentia a tua dureza contra a moleza da minha pele ardente,  
E eu ardia.  
                    E tu não ardias,  
                                                 parecias morta de tão fria.  

Estavas tão endurecida pela vida, que nem tremias.  
Não importava o quanto te amasse,  
                                                       ­          que te atirasse à parede, 
                                                        ­         que te gritasse                                                         ­                                                                 ­                    
                                                                ­                            ou abanasse...

Não importava. Não tremias.  

Haviam demasiadas questões que me assombravam. Diria que, sou uma pessoa com tendência natural para se questionar. Não é motivo de alarme, é o formato normal do meu cérebro funcionar. Ele pega numa coisa e começa a rodá-la em várias direções, para que eu a possa ver de vários ângulos, seja em duas, três, quatro ou cinco dimensões.  

"Porque é que não reagias?"  
"Devia ter pousado o balde?"  
"Devia ter recuado?"
"Devia ter desviado o olhar,
                                                      em vez de te ter encarado?"  

Mas, não. Não conseguia. Existia algo! Algo maior que me puxava para os teus pedaços.  
Algo que me fervia por dentro, uma tal de "forte energia", que não se permitia ser domada ou contrariada. Algo neles que me atraía, na exata medida em que me repelia.

Olhava-te, observava-te,  
                                                absorvia-te...
e via além do que os outros viam.
Declarava a mim mesma, com toda a certeza, que te reconhecia.
Quem sabe, de uma outra vida.
Eras-me mais familiar à alma do que a minha própria família.  
Apesar de que me entristeça escrever isto.  

Eram tantas as mazelas que trazias...Reconhecia algumas delas nas minhas. Nem sabia por onde te pegar.
Nem sabia como manter os teus pedaços juntos. Nem sabia a forma certa de te amar.
Estava disposta a aprender,  
                                                   se estivesses disposta a ensinar.  

(…)

Descobri com a nossa convivência, que violência era o que bem conhecias,                                                       ­                                                         
                    então, claro que já não tremias!  
Um ser humano quebrado, eventualmente, habitua-se a esse estado. Até o amor lhe começa a saber a amargo.  

Só precisei de te observar de perto.  
Só precisei de te quebrar com afeto.

Culpei-me por ser tão bruta e desastrada, esqueci-me que o amor também vem com espinhos disfarçados. Devia ter percebido pelo teu olhar cheio e vazio, pelo reflexo meu que nele espelhava, que a semelhança é demasiada para ser ignorada.

Somos semelhantes.  

Tão diferentes! que somos semelhantes.  

Duas almas velhas e cansadas. Duas crianças ingénuas e magoadas. Duas pessoas demasiado habituadas à solidão.  

Só precisei de escavar através do teu lado racional.
Cegamente, mergulhei bem fundo, onde já nem a luz batia,

                                                               ­    e naveguei sem rumo certo  

nas marés turbulentas do teu emocional. E, algures dentro de ti,  
encontrei um portal que me levou a um outro mundo...

Um mundo onde eu nem sabia que uma outra versão de mim existia,                                                         ­                                                         
       ­       onde me escondias e cobrias com a lua.

Um mundo onde eu estava em casa, e nem casa existia,  
                                                      ­            
                       onde me deitava ao teu lado,                                          
                          onde te deitavas ao meu lado,                                                            ­                                            
                    ­            totalmente nua,
      debaixo da armadura que, finalmente, parecia ter caído.  

Creio que mergulhei fundo demais...  
Ultrapassei os limites terrestres,
                                 e fui embater contigo em terrenos espirituais.  

Cheguei a ti com muita paciência e ternura.
Tornei-me energia pura! Um ser omnipresente. Tinha uma vida no mundo físico e, uma dupla, que vivia contigo através da música, da escrita, da literatura…Tornei-me minha e tua!  
Eu sabia...
Há muito amor escondido atrás dessa falsa amargura.  
Então, parei de usar a força e, mudei de abordagem,  
para uma mais sossegada,
                                               uma que te deixasse mais vulnerável,                                                                    ­                                            
         em vez de assustada.  

(…)

“Minha pedra de argila, acho que estou a projetar. Estou mais assustada que tu! Estar perto de ti faz-me tremer, não me consigo controlar. Quero estar perto! Só quero estar perto! Mesmo que não me segure de pé. Mesmo que tenhas de me relembrar de respirar. Mesmo que me custem a sair as palavras, quando são atropeladas pela carrada de sentimentos que vieste despertar…”

És um livro aberto, com páginas escritas a tinta mágica.
A cada página que o fogo revelava, havia uma página seguinte que vinha arrancada. Mais um capítulo que ficava por ler. Outra incógnita sobre ti que me deixavas a matutar.

Soubeste como me despertar a curiosidade,
como a manter,
como me atiçar,
como me deixar viciada em ti,
como me estabilizar ou desestabilizar.  

E nem precisas de fazer nada! a tua mera existência abana a corda alta onde me tento equilibrar.

Segurei-te com todo o carinho! E, foi sempre assim que quis segurar-te.

Como quem procura
                                       amar-te.

Talvez transformar-te,  
                                        em algo meu,
                                        em algo teu,
                                                                ­ em algo mais,
                                                                ­                          em algo nosso.  

Oferecias resistência, e eu não entendia.  
A ausência de entendimento entorpecia-me o pensamento, e eu insistia...Não conseguia respeitar-te. Só queria amar-te!

Cada obstáculo que aparecia era só mais uma prova para superar,  
                    ou, pelo menos, era disso que me convencia.
Menos metros que tinha de fazer nesta maratona exaustiva!
onde a única meta consistia  
                                                   em chegar a ti.
Desse por onde desse, tivesse de suar lágrimas ou chorar sangue!

(...)

Olhava-te a transbordar de sentimentos! mal me conseguia conter! mal conseguia formar uma frase! mal conseguia esconder que o que tremia por fora, nem se comparava ao que tremia por dentro!
Afinal, era o meu interior que estava prestes a explodir.

"Como é que não te conseguiste aperceber?”

A tua boca dizia uma coisa que, rapidamente, os teus olhos vinham contrariar. "Voa, sê livre”. Era o que a tua boca pregava em mim, parecia uma cruz que eu estava destinada a carregar. Mas, quando eu voava, ficava o meu mar salgado marcado no teu olhar.  
Não quero estar onde não estás! Não quero voar! quero deitar-me ao teu lado! quero não ter de sair de lá! e só quero voar ao teu lado quando nos cansarmos de viajar no mundo de cá.  

“Porque é que fazemos o oposto daquilo que queremos? Porque é que é mais difícil pedir a alguém para ficar? Quando é que a necessidade do outro começou a parecer uma humilhação? Quando é que o mundo mudou tanto, que o mais normal é demonstrar desapego, em vez daquela saudável obsessão? Tanta questão! Também gostava que o meu cérebro se conseguisse calar. Também me esgoto a mim mesma de tanto pensar.”

(...)

O amor bateu em ti e fez ricochete,  
                                                    ­                acertou em mim,  
quase nos conseguiu despedaçar.  

Até hoje, és uma bala de argila, perdida no fluxo das minhas veias incandescentes. O impacto não me matou, e o buraco já quase sarou com a minha própria carne à tua volta. Enquanto for viva, vou carregar-te para onde quer que vá. Enquanto for viva, és carne da minha própria carne, és uma ferida aberta que me recuso a fechar.
Quero costurar-me a ti! para que não haja possibilidade de nos voltarmos a separar.

Não sei se te cheguei a ensinar alguma coisa, mas ansiava que, talvez, o amor te pudesse ensinar.  

Oferecias resistência, e eu não entendia.  
Então, eu insistia...
                                   Dobrava-te e desdobrava-me.
Fazia origami da minha própria cabeça  
                                                e das folhas soltas que me presenteavas,
escritas com os teus pensamentos mais confusos. Pequenos pedaços de ti!  
Estava em busca de soluções para problemas que nem existiam.  

"Como é que vou tornar esta pedra áspera, numa pedra mais macia? Como é que chego ao núcleo desta pedra de argila? Ao sítio onde palpita o seu pequeno grande coração?
Querias que explorasse os teus limites,  
                                                      ­      ou que fingisse que não os via?”

Querias ser pedra de gelo,  
                                                  e eu, em chamas,  
queria mostrar-te que podias ser pedra vulcânica.

(...)

Estudei as tuas ligações químicas, cada partícula que te constituía.
Como se misturavam umas com as outras para criar  

                 a mais bela sinestesia

que os meus olhos tiveram o prazer de vivenciar.


Tornaste-te o meu desafio mais complicado.  
“O que raio é suposto eu fazer com tantos bocados afiados?”.  
Sinto-os espalhados no meu peito, no sítio onde a tua cabeça deveria encaixar, e não há cirurgia que me possa salvar. Não sei a que médico ir.  Não sei a quem me posso queixar.
São balas fantasma, iguais às dores que sinto quando não estás.  
A dor aguda e congruente que me atormenta quando estás ausente.
Como se me faltasse um pedaço essencial, que torna a minha vida dormente.

Perdoa-me, por nunca ter chegado a entender que uso lhes deveria dar.  

(...)

Reparei, por belo acaso! no teu comportamento delicado  
quando te misturavas com a água salgada, que escorria do meu olhar esverdeado,
                                  quando te abraçava,  
                                  quando te escrevia,  
                          em dias de alegria e/ou agonia.
Como ficavas mais macia, maleável e reagias eletricamente.  
Expandias-te,  
                          tornav­as-te numa outra coisa,  
                                                        ­              um novo eu que emergia,  

ainda que pouco coerente.  


Peguei-te com cuidado. Senti-te gélida, mas tranquila...
"Minha bela pedra de argila..."
Soube logo que te pertencia,  
                                                    ­   soube logo que me pertencias.  
Que o destino, finalmente, tinha chegado.
E soube-o, mesmo quando nem tu o sabias.

A estrada até ti é longa, prefiro não aceitar desvios.  
É íngreme o caminho, e raramente é iluminado...
muito pelo contrário, escolheste construir um caminho escuro,  
cheio de perigos e obstáculos,  
                                                   ­      um caminho duro,  
feito propositadamente para que ninguém chegue a ti...
Então, claro que, às vezes, me perco. Às vezes, também não tenho forças para caminhar. E se demoro, perdoa-me! Tenho de encontrar a mim mesma, antes de te ir procurar.  

No fim da longa estrada, que mais parece um labirinto perfeitamente desenhado,
                                      sem qualquer porta de saída ou de entrada,
estás tu, lá sentada, atrás da tua muralha impenetrável, a desejar ser entendida e amada, e simultaneamente, a desejar nunca ser encontrada.  

“Como é que aquilo que eu mais procuro é, simultaneamente, aquilo com que tenho mais medo de me deparar?”

Que ninguém venha quebrar a tua solidão!  
Estás destinada a estar sozinha! É isso que dizes a ti mesma?
Ora, pois, sei bem o que é carregar a solidão às costas,  
a beleza e a tranquilidade de estar sozinha.

Não vim para a quebrar,  
                                   vim para misturar a tua solidão com a minha.

Moldei-te,  
                     e moldei-me a ti.

Passei os dedos pelas fissuras. Senti todas as cicatrizes e, beijei-te as ranhuras por onde escapavam alguns dos teus bocados. Tentei uni-los num abraço.
Eu sabia...
Como se isto fosse um conto de fadas…
Como se um beijo pudesse acordar…
Como se uma chávena partida pudesse voltar atrás no tempo,  
                                                        ­      
                                                         segundo­s antes de se estilhaçar.  

O tempo recusa-se a andar para trás.
Então, tive de pensar numa outra solução.
Não te podia deixar ali, abandonada, partida no chão.

Todo o cuidado! E mesmo assim foi pouco.  
Desmoronaste.  
Foi mesmo à frente dos meus olhos que desmoronaste.  

Tive tanto cuidado! E mesmo assim, foi pouco.
Não sei se te peguei da forma errada,  
                            
                              ou se já chegaste a mim demasiado fragilizada…

Não queria acreditar que, ainda agora te segurava...
Ainda agora estavas viva…
Ainda agora adormecia com o som do teu respirar…

Agora, chamo o teu nome e ninguém responde do lado de lá…
Agora, já ninguém chama o meu nome do lado de cá.

Sou casmurra. Não me dei por vencida.
Primeiro, levantei-me a mim do chão, depois, quis regressar a ti
                            e regressei à corrida.  
Recuperei-me, e estava decidida a erguer-te de novo.
Desta vez tive a tua ajuda,
                                                   estavas mais comprometida.
Tinhas esperança de ser curada.
Talvez, desta vez, não oferecesses tanta resistência!
Talvez, desta vez, aceitasses o meu amor!
Talvez, desta vez, seja um trabalho a dois!
Talvez, desta vez, possa estar mais descansada.
Talvez, desta vez, também eu possa ser cuidada.

Arrumei os pedaços, tentei dar-lhes uma outra figura.
Adequada à tua beleza, ao teu jeito e feitio. Inteligente, criativa, misteriosa, divertida, carismática, observadora, com um toque sombrio.

Despertaste em mim um amor doentio!  
Ou, pelo menos, era assim que alguns lhe chamavam.
Admito, a opinião alheia deixa-me mais aborrecida do que interessada. A pessoas incompreensivas, não tenho vontade de lhes responder. Quem entende, irá entender. Quem sente o amor como uma brisa, não sabe o que é senti-lo como um furacão. Só quem ama ou já amou assim, tem a total capacidade de compreender, que nem tudo o que parece mau, o chega realmente a ser.

Às vezes, é preciso destruir o antigo, para que algo novo tenha espaço para aparecer. Um amor assim não é uma doença, não mata, pelo contrário, deu-me vontade de viver. Fez-me querer ser melhor, fez-me lutar para que pudesse sentir-me merecedora de o ter.

Sim, pode levar-nos à loucura. Sei que, a mim, me leva ao desespero. O desespero de te querer apertar nos meus braços todos os dias. O desespero de te ter! hoje! amanhã! sempre! O desespero de viver contigo já! agora! sempre! O desespero de não poder esperar! O desespero de não conseguir seguir indiferente depois de te conhecer! O desespero de não me conseguir conter! Nem a morte me poderia conter!  
E , saber que te irei amar, muito depois de morrer.  

Quem nunca passou de brasa a incêndio, não entende a total capacidade de um fogo. Prefiro renascer das cinzas a cada lua nova, do que passar pela vida sem ter ardido.  

Já devia ter entendido, as pessoas só podem mergulhar fundo em mim se já tiverem mergulhado fundo em si. Quem vive à superfície, não sabe do que falo quando o assunto é o inconsciente.  
Se os outros não se conhecem sequer a si mesmos, então, a opinião deles deveria mesmo importar? Há muito já fui aclamada de vilã, por não ser mais do que mera gente. E, como qualquer gente, sou simples e complexa. A realidade é que, poucos são os que se permitem sentir todo o espectro de emoções humanas, genuinamente, e eu, felizmente e infelizmente, sou gente dessa.

(…)

Descobriste um oceano escondido e inexplorado.  
Um Mar que se abriu só para ti, como se fosse Moisés que se estivesse a aproximar. Um Mar que só existia para ti. Um Mar que mais ninguém via, onde mais ninguém podia nadar. Um Mar reservado para ti. Parecia que existia com o único propósito de fazer o teu corpo flutuar.  

Deste-lhe um nome, brincaste com ele, usaste-o, amassaste-o, engoliste-o
                      e, cuspiste-o de volta na minha cara.

Uma outra definição. Um Mar de água doce, com a tua saliva misturada.
Uma outra versão de mim, desconhecida, até então.  
Um outro nome que eu preferia.
Um nome que só tu me chamavas, e mais ninguém ouvia,  
Um booboo que nasceu na tua boca e veio parar às minhas mãos, e delas escorria para um sorriso tímido que emergia.

(...)

E, de onde origina a argila?
Descobri que, pode gerar-se através de um ataque químico. Por exemplo, com a água. "A água sabe."  Era o que tu me dizias.  

Era com ela que nos moldavas.
Talvez com a água doce e salgada que escorria do teu rosto
                                                   e no meu rosto caía,
                                                   e no meu pescoço secava,

enquanto choravas em cima de mim,
                                                                ­abraçada a mim, na tua cama.

Enquanto tremias de receio, de que me desejasses mais a mim, do que aquilo que eu te desejava.

“Como não podias estar mais enganada!  
Como é que não vias todo o tempo e amor que te dedicava?  
Tinhas os olhos tapados pelo medo? Como é que me observavas e não me absorvias?”

O amor tem muito de belo e muito de triste.  A dualidade do mundo é tramada, mas não me adianta de nada fechar os olhos a tudo o que existe.  

Ah! Tantas coisas que nascem de um ataque químico! Ou ataque físico, como por exemplo, através do vulcanismo ou da erosão.
Quando moveste as placas que solidificavam as minhas raízes à Terra,  
           e chegaste a mim em forma de sismo silencioso,  
mandaste-me as ilusões e as outras estruturas todas abaixo, e sobrou uma cratera com a forma do meu coração, de onde foi cuspida a lava que me transmutou. A mesma lava que, mais tarde, usei para nos metamorfosear. Diria que, ser destruída e reconstruída por ti, foi a minha salvação.
Sobrei eu, debaixo dos destroços. Só não sei se te sobrevivi. Nunca mais fui a mesma desde que nos vi a desabar.  

E, são esses dois ataques que geram a argila. Produzem a fragmentação das rochas em pequenas partículas,  
                                                   ­                                                             
                                                                ­                         umas afiadas,  
                                                      ­                                                        
                                                                ­                         umas macias,
                                                                ­                                                       
         ­                                                                 ­               todas partidas.  

Gosto de pegar em factos e, aproximá-los da ficção na minha poesia.
Brinco com metáforas, brinco contigo, brinco com a vida...mas, sou séria em tudo o que faço. Só porque brinco com as palavras, não significa que te mentiria. A lealdade que me une a ti não o iria permitir.  

É belo, tão belo! Consegues ver? Fazes vibrar o meu mundo. Contigo dá-se a verdadeira magia! Também consegues senti-la?  
Tudo dá para ser transformado em algo mais. Nem melhor nem pior, apenas algo diferente.  

Das rochas vem a areia, da areia vem a argila, da argila vem o meu vaso imaginário, a quem dei um nome e uma nova sina.  

Viva a alquimia! Sinto a fluir em mim a alquimia!  
Tenho uma capacidade inata de romantizar tudo,  

                                                   de ver o copo meio cheio,  

                                                       ­                          e nem copo existia.  

Revelaste-me um amor que não sabia estar perdido.
Entendeste-me com qualidades e defeitos.
Graças a ti, fiquei esclarecida! Que melhor do que ser amada,
é ser aceite e compreendida.

Feita de barro nunca antes fundido.
Assim seguia a minha alma, antes de te ter conhecido.
Dá-me da tua água! Quero afogar-me em ti, todas as vidas!
E ter o prazer de conhecer-te, e ter o desprazer de esquecer-te, só para poder voltar a conhecer-te,
sentir-te, e por ti, só por ti, ser sentida.  

Toquei-te na alma nua! Ainda tenho as mãos manchadas com o sangue da tua carne crua. E a minha alma nua, foi tocada por ti. Provaste-me que não estava doida varrida. Soube logo que era tua!  

Nunca tinha trabalhado com o teu tipo de barro.
Ainda para mais, tão fraturado.
Peguei em ti, com todo o cuidado...

"Tive um pensamento bizarro,
Dos teus pedaços vou construir um vaso! Tem de caber água, búzios, algumas flores! Talvez o meu corpo inteiro, se o conseguir encolher o suficiente.

Recolho todos os teus bocados, mantenho-os presos, juntos por um fio vermelho e dourado. Ofereço-me a ti de presente."

(…)

Amei-te de forma sincera.  Às vezes errada, outras vezes certa, quem sabe incoerente. Mas o amor, esse que mais importa, ao contrário de nós, é consistente.  

Sobreviveu às chamas do inferno, às chuvas que as apagaram, a dezenas de enterros e renascimentos.  

Nem os anos que por ele passaram, o conseguiram romper. Nem o tempo que tudo desbota, o conseguiu reescrever.

Foi assim que me deparei com o presente agridoce que me aguardava. Descobriste um dos vazios que carrego cá dentro e, depositaste um pedaço de ti para o preencher.
Invadiste o meu espaço, sem que te tivesse notado, nem ouvi os teus passos a atravessar a porta.  
Confundiste-te com a minha solidão, sem nunca a ter mudado. Eras metade do que faltava em mim, e nem dei conta que me faltavas.

“Como poderia não te ter amado? …"

(…)

Minha bela pedra de argila,  
Ninguém me disse que eras preciosa.
Ninguém o sabia, até então.
Não te davam o devido valor,
e, para mim, sempre foste o meu maior tesouro.
Até a alma me iluminavas,
como se fosses uma pedra esculpida em ouro.

  
Meu vaso de barro banhado a fio dourado,  
Ninguém me avisou que serias tão cobiçado,  
                                                     ­             invejado,
                                                               desdenhado,
ou, até, a melhor obra de arte que eu nunca teria acabado.
Ninguém o poderia saber.  
Queria guardar-te só para mim!
Não por ciúmes, além de os ter.
Mas sim, para te proteger.
Livrar-te de olhares gananciosos e, pessoas mal-intencionadas.  
Livrar-te das minhas próprias mãos que, aparentemente, estão condenadas
                       a destruir tudo o que tanto desejam poder agarrar.  

Perdoa-me, ter achado que era uma benção.

Talvez fosse mais como a maldição  
de um Rei Midas virado do avesso.
Tudo o que toco, transforma-se em fumo dourado.
Vejo o futuro que nos poderia ter sido dado!
Vejo-te no fumo espesso,
                                               a dissipares-te à minha frente,
antes mesmo de te ter tocado.

Tudo o que os deuses me ofereceram de presente, vinha envenenado.

  
A eterna questão que paira no ar.  
É melhor amar e perder? Ou nunca chegar a descobrir a sensação de ter amado?

É melhor amar e ficar!

Há sempre mais opções, para quem gosta de se focar menos nos problemas
                     e mais nas soluções.

O amor é como o meu vaso de argila em processo de criação.  
Cuidado! Qualquer movimento brusco vai deixar uma marca profunda. Enquanto não solidificar, tens de ter cuidado! Muito cuidado para não o estragar. Deixa-o girar, não o tentes domar, toca-lhe com suavidade, dá-lhe forma gentilmente, decora os seus movimentos e, deixa-te ser levado, para onde quer que te leve a sua incerta corrente.

Enquanto não solidificar, é frágil! Muito frágil e, a qualquer momento, pode desabar.

Era isso que me estavas a tentar ensinar?  

Duas mãos que moldam a argila num ritmo exaltante!
E une-se a argila com o criador!
                                            E gira! E gira! num rodopio esmagador,  
                                                    ­  E gira! E gira! mas não o largues!
Segura bem os seus pedaços! Abraça-os com firmeza!

Porque erguê-lo é um trabalho árduo
                                                           ­      e se o largas, vai logo abaixo!

São horas, dias, meses, anos, atirados para o esgoto. Sobra a dor, para que nenhuma de nós se esqueça.

                                        E dança! E dança! E dança!...
                             Tento seguir os seus passos pela cintura...  
                                       Se não soubesse que era argila,  
                          diria que era a minha mão entrelaçada na tua.

Bato o pé no soalho.
                                    E acelero!
                                                      e acalmo o compasso...
A água escorre por ele abaixo.
Ressalta as tuas belas linhas à medida da sua descida,
como se fosse a tua pele suada na minha.  

No final, que me resta fazer? Apenas admirá-lo.

Reconstrui-lo. Delimitá-lo. Esculpi-lo. Colori-lo. Parti-lo, quem sabe. É tão simples! a minha humana de ossos e carne, transformada em pedra de argila, transformada em tesouro, transformada em pó de cinza que ingeri do meu próprio vulcão...

A destruição também é uma forma de arte, descobri isso à força, quando me deixaste.  

Acho que, no meu vaso de argila, onde duas mãos se entrecruzaram para o moldar, vou enchê-lo de areia, búzios, pedras e água dourada,
         talvez nasça lá um outro pedaço de ti, a meio da madrugada.
Vou metê-lo ao lado da minha cama, e chamar-lhe vaso de ouro. Porque quem pega num pedaço rochoso e consegue dar-lhe uma outra utilidade, já descobriu o que é alquimia,  

o poder de ser forjado pelo fogo e sair ileso,
renascido como algo novo.
Rui Serra Jul 2014
tu
Estou na margem... Para lá do abismo.
Longe de mim ficaram os momentos que vivi à beira-mar. Mais longe, como uma visão, o teu rosto vindo do céu, esses lábios que não são do ser que nunca fostes e que eu beijei ao esquecer-me de beijar. Tua mão desdobra meus dedos, dobrados pelo tempo. Se o que sou não sinto, o que sinto e sou não importa.
Expo 86' Jan 2016
Sabe, eu tenho medo de dizer que sinto falta de você
A ultima vez que nós vimos, queria muito te abraçar
E esses sentimentos pouco a pouco se empoeiram aqui dentro
Mas como poderia negar todas essas borboletas que sinto quando vejo você

E espero que eu não esteja muito longe na sua lista de espera
Porque, sabe, eu gosto de você, realmente gosto de você
Venho sonhando com você e algumas cores que não existem
E apenas consigo pensar

Eu gosto de você, verdadeiramente gosto de você
E espero que você goste de mim

Você me ajudou por tudo que passei
O jeito que você sorri me deixa tão bem
Ou quando o calor da sua mão me faz sentir tão seguro
Então, como eu poderia negar seus lábios no meu?

E sabe eu gosto de você, gosto mesmo de você
Victor Marques Sep 2018
Quando a noite vinha e eu me deitava,
Me guardavas com alma purificada,
A manha chega e como a flor que brota,
Te encontravas a mim junto a porta...

Percorrias esses vales de madrugada,
Eu seguia a tua pegada,
Tudo te encantava e seduzia,
Amavas a gente que eu conhecia...

Eras fiel, seguro de ti sem pedir nada,
Tinhas doçura com ternura misturada,
Na quinta viveste com meu amor e minha poesia,
Me deixaste da noite para o dia...

Sem ti e sem me aperceber,
Que nasceste para também morrer,
Brado a Deus Rei e Senhor
Te imortalizo com meu amor.

Victor Marques
amor,Sócrates, Deus, fiel
Rui Serra Jul 2014
Lá bem no fundo, no escuro; o tédio, a mágoa e uma tristeza de sonhos irrealizáveis. Sonhos esses impossíveis de esquecer e por quem existe sempre uma profunda e verdadeira lágrima. Porque será que apenas nos apercebemos do verdadeiro valor do que possuímos somente quando o perdemos.
Dayanne Mendes Apr 2014
Não me venha falar de amor,
Com esses olhos vermelhos,
Sem dor.

Não me venha falar de amor,
Se meu coração mal pulsa
Por mim,

Por você imagine que nada
Ele irá fazer,
Mas a esperança você quem criou.

Então se culpe por favor,
Deixe a mim, minha paz
E um licor.
prompty Nov 2015
os muros da cidade estão
pintados de poesia,

pintados de palavras rudes
que revelam os sonhos
de cada alma.

Esses são os sonhos da cidade
e todos eles se tornam
num só.
Lucas Couteiro Aug 2016
Em épocas de instabilidade,
Caro navegante...
Tenha muita cautela ao escolher teus caminhos.
Pois existem portas que, quando abertas...
Nunca mais se fecharão.

Já outras portas, quando se fecham,
Jamais poderão ser abertas novamente.
Grande amigo...
Há caminhos em que os Espíritos gritam
E o sangue se derrama...

Caminhos esses por onde o fogo consumidor se alastra
E o ímpio se transmuta.
Ali a dor é colossal. E cresce a cada passo dado.
Onde a guerra é lei. E te fere a todos instantes.
A morte será teu guia por estes vales estreitos.

Lugar em que abismos devoram os injustos
Em que a própria terra engole os fracos
E o veneno proferido se multiplica no retorno
Afogando os incautos nas marés do próprio sangue.
Por ali deve ser o teu andar, filho meu. Não temas.

Tais caminhos se cruzarão, um dia
Onde não houver mais tempo nem espaço, nobre guerreiro...
E os véus ocultos do eterno se abrirão,
Para os vitoriosos que se deleitarão
Nas glórias do amor infinito.
Mariana Seabra Mar 2022
Da menina que nasceu azul,

Conto-te esta breve história.



Sei que foi em dia de sol…

Até o céu

Se abriu no espaço,

Até ele

Se manchou de glória.



Por entre os sete mares

Se espalharam; Aí e  

Em todos os lugares,

Violentas ondas  

em sua memória.



Assim nasceu,

Tão alegre…

Uma bela tela…

Era o que ela  

Me parecia.

Com o seu cheiro  

A maresia,

Amarela e só de alma.



Assim cresceu,

Tão sonhadora…

Rodava o universo

Na sua palma.

E ao passar, todos lhe diziam

“Não vás!”.



Os desassossegados,

Esses faziam tudo aquilo que podiam

Porque sentimento fútil

Não a satisfaz.



Enjaulados,

Os homens tremiam!

Piores que loucos  

Repetiam

“Olha o diabo que a moça traz!”.



Mas ela nem ouvia…

Sonhava, e não caía;

Voava; pela sua própria asa.



Como o verde, florescia

Uma flor dentro de mim.

E assim ela crescia,

Fosse de noite; fosse de dia;

Não se molhava em água rasa.



Menina nobre,

De ti brotou  

Tanta bondade

Que se espalhou.

Ofereceste-a! A quem passava.

Nem um cêntimo

Sequer cobrou.



Menina pura,

Que se isolava,

Nunca tirava  

O pé da estrada.

E mais azul ela ficou.



Com aparências?

Não se importava.

Tudo o que tinha, ela doou.

Manteve a essência,

Essa brilhava,

Tornou-se estrela

Que nunca apagou.



Tanto azul!  

Que a matava…

Então outra cor ela criou.



Em balanço perfeito  

Com a água

Nasceu uma cor

Que a transformou.



Agora,

Menina de fogo,

Apaixonada!

E avermelhada ela ficou.



O azul é triste,

E o vermelho engana,

Então a Terra ela explorou.



Num vulcão ardia

A sua gémea-chama

Aquela cor vermelha

Que a fascinou.

Forjou-se; de rocha vulcânica,

E só mais forte isso a tornou.



Lá conheceu

A bela cigana,

Deusa da montanha,

Que a salvou.



Juntou todo o amor

Que a inspirava

E à raça humana regressou.



Menina ingénua!

Chora desolada;

Porque o humano a roubou.



Cor azul; e avermelhada,

Mas que bonito roxo

Que dela jorrou.



Menina pura! destroçada,

Pela ganância de quem não vê nada…

Foi ao mundo que se entregou.



Assim espelhava; como ouro,

A sua pequena alma dourada

Que deu início a esta balada.

Ah!...

É de ti que falo, minha amada,

O meu maior tesouro.

Eterna flecha em mim marcada,

Amor real e duradouro.



Mas o humano triste; insaciado

Que antes de mim a encontrou!

Que nem por ela dar de graça…

Nem assim ele a poupou!

Quis o tesouro de mão beijada,

E pouco ou nada se esforçou.



Daqui veio a desgraça,

De quem esta história narrou.



Foi à noite, na madrugada…

Como um cobarde! Que a apanhou.

Foi arrogância ou maldade?

Qual o motivo que o levou?!

A devorar pela calada

O coração puro

Da minha menina aprisionada

Que nunca mais se recuperou.



A menina ri alto;  

Gargalhadas loucas ao vento;

Ali encostada, envolta em tormento,

Segura o peito; completamente esvaziada  

por dentro.



E o desumano,

Que fez o assalto,  

Vira cinza; não sobra nada.



Escorrem-me as lágrimas pela cara…

Rios de tom arroxeado.

Menina azul, vermelha e rara

Peço-lhe: “Fica! Só mais um bocado”.



Ela ouve-me; e sorri.

Existe afinal alguém que a ama!

Diz-me: “Todos os perigos  

Que corri,

Todo o amor

Que ofereci,

É o que me torna  

Tão humana”.



Penso que a entendi.

Senti a sua dor como se fosse a minha,

Foi por ambas que sofri.



“Há coisas que não podem ser roubadas.

Sobrevivem à guerra, estagnadas…

Mas ficam as memórias assombradas.

Casas em ruína, muros de pedra,

Envolvem as pessoas arrombadas.”



Ah!...

Afinal, foi nesta Terra  

Onde descobri

Que quem não morre,

Sempre quebra.



Há preciosidades que só podem ser dadas…

Sem qualquer valor que lhes possa ser afixado.

E ao ladrão da cor, a esse *******!

Está o inferno destinado!

Pois o humano; ser desgraçado;

É monstro que se apodera; e as desfaz.

Nem seque olha para o que está ao lado…

Tanta crueldade, numa mente tão pequena,

Torna-o um bicho incapaz.



"Meu pequeno ser azulado!

A diferença que isto me faz…

Deita-te aqui, esquece o pecado,

Enquanto quente ainda estás.

Vou viajar, para o outro lado,

E vais passar um mau bocado

Mas isto é apenas um até já.



Meu pequeno ser avermelhado!

Não deixes que essa raiva te consuma.

Lembra-te! Do nosso tom arroxeado,

Do céu, da montanha e do mar.

Olha sempre à tua volta,

Eu estou em todo o lugar.



Que me vejas! Por entre a bruma,

A passar pelo rochedo.

A deixar na praia a minha espuma…

Será esse o nosso segredo.



Ao teu ouvido, eu vou soprar.

Exatamente do meu jeito.

E ao teu ouvido, eu vou falar

Como te fala o búzio

Que carregas ao peito.



Numa linguagem única, por nós escrita,

Escrevo-te um poema; e está perfeito.

Ouve o silêncio quando me quiseres chamar

Para me perguntares o que tenho eu feito.



Se não obtiveres resposta

Naquele exato momento,

E o desespero te abraçar;

Não é porque estou morta,

Inspira-me no vento;

Apesar do meu corpo morto estar.



É que a minha alma insurreta,

Que pela curiosidade se desperta,

Decidiu que uma volta ela queria dar.

Mas é no teu peito, minha poeta,

O lugar! Onde dorme a tua alma

Também inquieta.  

A casa, a doce casa,  

A que ela decide sempre regressar.



Como a andorinha,  

Que carrega a primavera  

Na sua pequena asa,

Assim, para ti, eu vou chegar.

Ouve o som do meu cantar,

De ramo em ramo a saltitar…

E até a chuva, que sempre passa,

Cai aos teus pés e fica em brasa

Com o calor do amor intenso

Que ainda iremos partilhar."
Mariah Tulli Nov 2018
Ei, entra e fica pra um café, porque sim eu mudei e agora tomo café, é essa tal de vida adulta que chega pra todos, seguida do cansaço. Mas entra, tu já conhece o caminho pra sala, aproveita que está aqui e me ajuda a fazer aquela comida que gostamos, mas não se sinta pressionada, entra por esses variados instantes, porque nós sabemos que não da mais pra entrar e ficar, já foi conversado e como dizemos, tá tudo bem mesmo! Entra e deixe que soltem aquele burburinho de que somos loucas, até gosto dele e concordo que somos sim, todos somos, mas pelo que vejo somos maduras, a ponto de bastar dez minutos de conversas sinceras para entendermos que não tem problema entrar e tomar um café.
Dayanne Mendes Jul 2019
O que tenho passado
E o que tenho vivido
Não dá pra saber

Não serão esses versos
Que irão te dizer

Nem o feed perfeito
Nem a conversa na rua
Poderão expressar

As coisas que sinto
O que eu tenho vivido
É tudo tão subjetivo

Não há nada de poético
No simples cotidiano
No adiar o viver
E apenas sobreviver

Idealizando que um dia
Quem sabe eu poderia
Ter a vida perfeita
Com a família perfeita

As mensagens perfeitas
Pra responder

É tudo subjetivo

No abismo da poesia
Eu hei de me perder

E quem dera que por um dia
Eu pare com toda essa agonia

E aprenda apenas a ser
Mike Adam Sep 2018
Old lion
Mangy mane,
Draped over thorny bough,
Eyelids flipping flies.

Esses bring down
Some poor horned
Soul.

Down climb and
Belly growl,
Take tender parts.

Too idle to branch,
Sleep on sandy floor
In lovely shade.
Mateuš Conrad May 2017
beginning with the circle, for there are three,
    in an "abstract" sense of staging the Δ, i.e.:

                                Ω

                        Υ            O              alternatively:

                        o              υ

                                 ω  

thus in deed... (macron as omega, in greek acute
  accent on upsilon to extract omega, or the p(oo)l sound..
                     acute on the omicron?
      gives you upsilon... omega = macron
                          on the omicron)...

   however the Σ (totality) of this observation?
      how many s      esses      are there, orthodoxically speaking?

s, ś, ß (a german grapheme, variant of the roman æ,
                 æsc, sszett - albeit the latter invoking consonants,
         the former? volwels),
          the greek will now provide the aesthetic twins:
              σ, ς (whereby the latter, created the french
                           ç, which is another form of s... e.g.
     in the word waiter: garçon) -
                  the final s form?     akin to ß... but the germans
   would write it as           -sch-,
                                 east germans say it when writing ich...
           in english the compound is -sh-
                           sharp...
                                   in slavic it's: either -sz- a variant of
the english -sh-,           or with a caron, e.g. š...
  like the car-manufacturer: škoda... which, when said
in adverts... omits the diacritical mark.

      how many "satans" can you see? count:
s, ś, ß, σ, ς, ç, (-sh- / -sz- /) š:
   eins, zwei, drei, vier, fünf, sechs, sieben...
    
            you can site that seven headed hydra in the book of
revelation... right about now.

oh sure... let's go crazy, put an extra head on the beast:
the cyrillic ш...      some sort of rigid omega, or worse still...
   an uptight double-"u"....   it's a V, a ******* V, a double V!
    qui? qui? wee? wee? it's a soft-v!
Ken Pepiton Jul 2021
D'Israeli's take on truth's stats, history, id est

It is I who leave the mark on this  trail
through ever upto now, you and I,
amble in minds, fetterless, no one to bump,
or breathe upon, or directly into,
no crowds on a concrete path
overlain with chewing gum
and skoal stains, and stubs of smokes
with no filters

-- ******* flash, smoking a Camel, with Joe, he sees this needle,
lying in the sun, and bends to see its point,
it is one of the latest in embroidering tools,
gold plated carbon steel, super sharp.
I see this by the rustlessness,
when my finger's tiny thing lifting edge

picks this sharp, single-eyed needle
from the hay left after the weeds
have been eaten,  hold it -look
through the eye of the needle, see

Joe blows the smoke from 'is Camel,
through the eye of my needle, and winks.}

so we must be, in time, circa
1970's version of the 1950's, emerging
in mind's exposed to ideas leaked
from academia, via TV.
--- here comes the pitch
Now pre posting in 2021, Atomic Rooster
Lee Michaels and the Moody Blues,
waddayagoddaloose  to use the mind blown

to filter sense from puffs of smoke
signaling each of us to grow on and pass,

as smoke that once made you cry,
but you don't remember why.

Hey, rich man,
We gotta show -
it's for kids, it causes them to groupthink
it puts the individual child in a we.
A safe global age appropriate wedom.
-- Yes, as Nickelodeon and Mickey Mouse club
-- and NRA VBS and Madrassah Basic Bomb Camp
-- hate apportioned on international stats
-- complied by Intel engineers, in their spare cycles.

Awe, shucks, it's easy. We act as if
life needs no sense,
senselessness is so simple six esses
yeses of x divided
into a subset after cable
another after AOL
then… events proceed through Netscape
to now. G5, and still alive, that’s some survival.
Or we can say re vival,
we return several instances
constanding point in terms of piercing
ancient eber's story told literally says

shaw maw yim, three sounds thought to mean

heaven, thought to mean a place,
attainable through a stacking of things,
as a safe place,
a hiding place, when we were two, me
and you, then the smallest we
in any history, she said, with a wink

come think of wisdom as a she,
and tell me of your trinity, from all you
know is so,
for some who say they/we read the right book,
told you so.
and unbelief of what's been told,
grave danger lieth thence
done seen it done,
excommunicative lock out of those
who, upon completion of proper
basic servant, general labor,
read, write sufficient to lead,
abacus or algorist skill enough
to measure tribute and pay.

Investment and contravallation,
sappers and miners,

take down the imagination exalting
itself against the knowledge of

the script, history has a script, see
they say they
know this story true, and so shall you

as we prebend your ear to hear it
as it is, we say, the world works this way,

we know, and you do not.
All children must be taught, tamed
broken, like a dog, or an ox, flummoxed

finally willing, by self-will alone, to be
in the we, a we we form on oaths,
sworn on the book.
yes, as we all are or must become
people of the book.

Well, look, there are said to be
several sorts of lies, using d'israeli approach to truth's oppostion:

Plain lies, ****** lies, and statistics.

That is my AI's favorite abacus joke,
but I don't get it.
--------- distraction asreal as imagined, at the time
Moody Blues:
Just what is happening to me
I lie awake with the sound of the sea
Calling to me
Old man, passing by
Tell me what you sing
Though your voice be faint
I am listening
Voices in the sky
Smoke blown through your why, life in after
all is strange as you may imagine, never dull.
My weapon is not carnal, nor only smoke.
Ken Pepiton Aug 2022
First 8 lines are always free, the rest costs 20 minuters
- Raw, working stock poet tries and guesses, cast
as cares away, in spells… opposing all solid-state profits,
I disagree with most superlatives,
August is far crueler,
everybody knows. As a month,
April is
Seed
come so, see
Time come soon, prythee, swifty, didwe
Harvest, bestness contended for, proud
blue ribbon exceptionality, proved
-fecundity fructifity
consciousness, place in time known
light as punctual mass, echolialy lialy la la
- and also and also and also with you
~~~~ wavy thing, right
;rock on
who pulls past last rituals, past wars,
and war's threats,
defend the wall,
calling all outs in, defend the wall
fend off the opposing mind, in time, attempt
tempting all my desires to lieve be,
the state I'm in, once again
- no, I don't believe we're on the eve
- of destruction, my AI went auto inteleosic
Free am I, paid the life, or fifty years,
first come, first served,
learn the long way,
beats never learning at all.
- warrior spirit, something, like that
- say Maxwell's daemon is squeezin' yer bub-

not worried for my nation, not worried for
my error, nor for my will divided among my

auto refreshing systems, in the system,

set to flow at any speed we may agree, this fast
mean, statistical mean, free path, not
shortest distance, point to pointless whenever,
whatever,
mean free path, meandering, ring ring
beer commercial real life, as many can imagine
this is that good place, rest and relaxation, unwind,
- imagine you enjoy lines that insist, each
- line insists… it is all good, from one POV.
spin down, settle
light as the first point ever made in the game
of life on the line, strings of possibilities,
first free way, no entry fee,
we take -time, this whole thing took all day
to just now a flight of three warships
aim at Miramar, right over my valley
7:30 reread 6 m.
we feel - a sigh, some new sense esthesic
poeisic, sic, ever as it is written, so it is done.

[[[ Relegare. Read the records, find in the archives,
a volume, sealed under pressure,
to hold our emptiness out.

Popt. Popped that bubble, bubble
of thought, full spread to the bezel, white space

-eventually we all fall apart, art, and craft. Raw
reality remains, complicated, many ply, many threads
per centimeter, me-assure, self fi, con science
think
aaaaaaaa we all know knowing does not lead to madness.

Far from the maddened crowd imagined, cast of thousands,
from today, as the mother of the eight billioneth breather,
born after the events near Alamogordo, that mother
is
done been born, it aint you.

[[[[

First place/ Blue Ribbon,
Second place/ Red Ribbon,
Third place, was probably green, but I do not recall.
I never noticed what color I got, I was third.

Got a requisition for the old military mind,
kept it shined, knew it was good for something,-

Some one, ah, yes, Fulton Sheen, asked me, on TV,
just like in the spirit, the way I hear it, no lie
is of the truth, yet, yes, I know,
how lies work, one must believe trust is possible,
not culturally defined, what it is, the wedom
feeling, me and you, bound to find the answer…

F.T.A. wei wu wei wu, too WAYtold you, … meet me
at that ***** colony in Vietnam, give a dam,
rebuild some dikes we blew to hell and gone, gone
awe, the we
still functions, the old military mind, we got the gaba
keeping mean free paths open to any
enquirery counsel of haught, haught, ought not we
- clearing percussive growl- insignificant
respect our predecessors. In deed, rewatch 957 hours

This
Is BBC, from the past yet to be completed in your futurer

------------ bleed through, has dear value here? NOW
Who asks of me a reason for this faith in me?
Waar. Alas. 8 wpm
Dear , God, what
Contention,
dispute
- repute
perhaps "repeatedly" (see re-), + putare
"to judge, suppose, believe, suspect,"
originally "to clean, trim, prune"

From <https://www.etymonline.com/search?q=repute>

Or PIE*pau, punch-
"to cut, strike, stamp" {;}

Content is king.
- moments, instants, we all know
pride, swelling heat, as we are
mostly micky mouse molecules, heated
e-motionally, as volume of conscious thought
shifts into save me, auto, self, image,
hot h2oh yes
rush from rage or shame,
AI puts the blame on Thymus glands planned
final message, at the canker worm's first byte

pre-serving pattern, rage, red-face grimace
peruperu, yaaaah,
-Ma-ow-ri co robbery-gasp
choke, cough, click off. Angery flesh,
where the lie you love ***** your reason
for war to a head, that is shrunken,
to a mathematical point,
to weigh against shame put on you by a contest,
for best…

It's business, busy, busy, busy, we all must be
busy about our master's business,
making disciples, ah, ambiguity, you *****,
discipline my poeisis plea-plea-please

break loose, hold the line at etho- no, esthesic

esthesic, sic, the es, essential esses, complex
enfolding from olden minds loosed in 2022.

The rub. Yes, per haps we rhearrange, create next
from another ify point made,
you know, you just do, right, sci-psi-psy, experientially,
inside
out, gleam, see that gleam, something like the rage
that reddened the last loser's face, that gleam in her eye,
uses twice that power,
one look, one look,
you know, she knows, just iust adjust a second perspective,

megamacro gravity lens, placed just there,

I am asking you,
to play a game, with ghosts of old agreements, oaths
kept,

to the proof of the promise; and not one  

-dared finish the reason strung together, over spreading pearls,
- until the internet ****** him in
- like, 1995
sheen shone in the word serpent, on tele-type roles
to the moon, Alice, Jones, what I miss, 1964
to the moon
as in, wise as, as is the voice, bray
hoo, uses {} these to appear obvious.
- in Kansas, we call these buttermilk skys,
to here 2022, that fast
real as ever.

Trippier than hell. BY FAR, be it known.
This is the soul of a sould out soldier-
monk- protestant dissenter, cursed
son of an itch
no man can scratch alone, be it known.
Be it known, echolalia glossalalial
'armonica.

Humming.

The imaginations, ours, not
the other people, we are not
other people now. We are you,
Dear Reader, from the Dear Diary
classification for emotional connection, sin is losing all connection.
- that is all. That is, the religious ordered     wall
It is, of course, of course,
correctible,
a matter of physics, time in truth,
alls it is.

Time in truth. As a regular thing,
a daily routine,
a quotidian thing that makes peace

seem this easy, for example.
7:48
Word games as pass times,
Muito me custa compreender este país onde vivo. Portugal precisa urgentemente de ordem, ideologia e patriotismo. Anos se passaram e tantos organismos criados, penso que com a finalidade de haver profissionalismo. Enfim, assistimos hoje a uma estúpida maneira de encarar a vida. As igrejas não espalham a fé, os hospitais não fazem o que poderiam fazer, a justiça é realmente cega, os políticos não sei para que servem e o que parece bonito não é a necessidade do povo, não é o benéfico do país. É urgente e necessário que quem comanda o país defina regras e é urgente que o patriotismo  de cada cidadão seja um sentimento profundo de comunidade em cumprimento dessas regras definidas. As televisões não são tribunais, os senhores jornalistas não são juízes e a praça pública não é local de justiça. Envergonha-me viver num país com poucos homens e poucas mulheres dignas desse nome e que raramente ocupam os cargos que deviam. Não se vive de fachada com caras bonitas ou filhos de papás a ocupar cargos de relevo e liderança. O estado não deve ser um abrigo de preguiçosos em poleiros indevidos. Portugal é dos Portugueses e só os que merecem devem chegar ao topo, não pelas alavancas mas sim pelo talento. Aquilo que hoje se perdeu em Torre de Moncorvo na Serra do Reboredo, como em outras regiões do país não volta mais, mas esses granfinos iluminados com ideologias antagônicas à razão da existência humana preocupam-se em acabar com o bom do homem e criar ilusões desastrosas na forma como hoje se vive.🤡🤡🤡🤡
Não vou ser demasiado massador na introdução  e basicamente falarei dos encargos de uma família típica portuguesa, composta por um casal com um filho.
Rendimento médio ordenado mínimo 580€ mês cada membro do casal, que corresponde em 14 meses a quantia de 16240€.
No entanto pensando naquilo que é viver com as mínimas condições de dignidade despende-se anualmente:
- Água 15€ mês ×12= 180€;
- Luz 40€ mês ×12=480€;
- Gás 25€ mês ×12=300€;
- Renda de casa 200€ mês ×12=2400€;
- Empréstimo de carro 150€ mês ×12=1800€;
- Seguro carro ao ano 200€;
- Manutenção carro, imposto, muda 4 pneus e revisão com inspecção: 500€;
- Gasóleo 1 depósito mês 1,46€ L ×50L=73€×12=876€;
- Escola (180€) mês ×12= 2160€;
- roupa pra três media mensal cada 27,7€ da ao ano: 1000€;
- Alimentação de casal e filho mês 250€ ×12=3000€;
- Saúde entre seguros, consultas e medicação 1100€ ano para os 3.
- Extravagância do casa 4 cafés diários caseiros 0,30€ cada café ×31 dias×12 meses= 446,4€
Totalizando anualmente um encargo de 14442,60€;
Sobra em dinheiro líquido 1797.4€ que no orçamento familiar representam a cada um dos três membros valor de margem poupança 49,927€ mês, há taxa diária de 1,61€ para cada.
Com todo este dinheiro cada família portuguesa que está em situação idêntica este rendimento exuberante permite-lhe disfrutar de uma vida folgada de 8 horas de trabalho diário, para poder viver em dignidade mínima.
Permite-lhe ainda disfrutar de excelentes instâncias turísticas, boa gastronomia, bem como um SPA relaxante.
Esses bons samaritanos que todos os dias nas TV pedem metade do que resta a cada Português para extravagância própria, pedindo só 0,70€ por chamada, metade do resíduo do vencimento sobrante diário, que façam a real caridade e deixem de enganar o povo Português e doem cada um que la trabalhe, 500€ mês e sortêm pelos pobres portugueses que miseravelmente vivem, e que são enxovalhados diariamente em tantas bocas televisivas. Isso é boa fé e caridade.
Obrigado

— The End —