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Matthieu Martin Jul 2015
Beijou-me
e imediatamente senti seu gosto amargo
sob minha língua.
Tragava teus sentimentos
para um presente distante.
Não importava o ontem;
não importará amanhã.
Seu nome, seu número,
sua memória,
seu endereço virou canudo
e me levou pra outra toca.
A história, sempre a mesma:
Um curioso, um coelho,
Um papel, um chapeleiro,
Uma toca, o mundo inteiro.
Sentia meus pensamentos voarem;
de copo em copo, trago em trago, tiro em tiro,
mais e mais
pra aquele instante.
Por vinte minutos...
ou doze horas.
Não importa;
o doce sabor do seu néctar lisergia
não tocou os fios loiros da Aurora,
já não está aqui agora.
Cláudio Costa Feb 2023
Visão cega dum vão cultivar,
Anseio que derrama, ***** e mudo,
Ao longe o vislumbre de ti a passar
Escorre de mim sedento, sem ar,
A drenar lento por um canudo
sob um ser que finge ser,
ser que sabe fugir
mas não sabe desprender;
Ser que não serve para sentir,
mas sente para viver.

Já não sei seguir sem par
a cruzar rotas noutros trilhos
O fulgor do teu olhar,
por mais que o queira cuidar
vai cruzando noutros brilhos.
Indício que vem num tumulto agudo
Pulsar de veia que me assalta,
espreita o clarão pelo canudo
e a luz escorre na tua falta.
Sai de mim, por tudo te peço;
Sai de mim, mas não me leves
e deixa durar os dias breves,
assim que saias verei se os esqueço.
Sai de mim, mas leva a saudade
E deixa-me noutra realidade
Uma na qual não te conheço.

Memória reclusa, cativo tesouro
de fios mognos no sol louro,
Risos soltos em cabelos revoltos,
Imagem tua, miragem de um ser
que em quietude à distância
me dá ânsia de te ver.
Ecoa a afastar e prende-me ao chão,
Semeia desígnios num solo a vagar,
Curva-se e colhe sombras em vão.

Nado no rio que corre sem dor,
que é meu e finda num mar interior
Estou aqui, estou agora
Espreito-me de dentro para fora,
Vejo a eira a cultivar,
Trago grãos p'ra semear,
a visão cega fixa-se perto
E desvanece a clarear
um amanhã sempre incerto,
sempre brumoso a se esboçar.
¯\_(ツ)_/¯
hi da s Oct 2017
amargo é o gosto do vinagre. e ainda assim tão puro...
caroço de azeitona. metade da maçã. pedacinhos de berinjela.
carne doce pra acompanhar.
bebida da cor turquesa e canudo transparente pra ver melhor.
uma mesa de madeira muito bem alinhada.
só umas colheres e dois guardanapos.
meio quarto de pudim e nada mais.
com fome de tudo

— The End —