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Joyce Rocha May 2014
Melancolia impregnada na alma:
Tento varrer todo esse sentimento
Com a imagem alegre que acalma
Não adianta, pesa sobre mim o sofrimento
Dos tombos dos homens do deserto.

Todas aquelas imagens apagadas
Para sempre se fazem perdidas
Desfeitas na areia calada
Se fazem eternas desconhecidas

E como eu lamento!
Oh, não podem ver?
O meu tormento?
Na areia, padece o meu ser.

Um dia, eu também tombarei
E quero em uma concha me enclausurar,
Pelas ondas flutuarei
E o mar me levará aonde eu sempre quis estar.
19/09/2013
Abro a carne do peito
como quem abre uma janela,
e deixo a luz me varrer
com suas mãos amarelas.

Então me deito em silêncio
no edredom branco,
e espero a morte chegar.

Sou um soldado russo
e beijo você
como se beijasse o futuro.

Beijo você
como se a saliva pudesse
lavar meu passado.

Como se entre suas coxas
morasse a porta da festa
que eu fui barrado.

No fim,
somos apenas dois homens —
uma mentira sustentando a outra,
rezando para que esse quarto
seja um casulo,
e que ao sair pela porta
sejamos qualquer coisa,
sejamos farol em mar escuro.

— The End —