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Victor Marques Jun 2010
A beleza do mar…

Numa praia estou á beira do mar,
Vejo gaivotas a voar.
Sozinho e cheio de areias,
Avisto golfinhos e sereias.


A noite é sedutora,
Pergunta tu a alguém,
Não tenho ninguém,
O mar também chora.


As ondas, as conchas e o mar azul,
Imensidão, e eterno infinito,
Cântico do velho Saul…
Estou perdido, não existo!

É Maravilhoso e mesmo bom,
As ondas tem seu tom,
As algas marinhas,
Esverdeadas como vinhas.


Oh…tormento de corações,
Vaguear nas ilusões…
OH …MAR …terno amigo,
ÉS parecido comigo.

Victor Marques
- From Me...
Victor Marques Jan 2012
O mar dos poetas

Sereias do mar em que eu acredito,
Ilhas do oceano pacifico,
Noites que dormem em mim,
Cavalgadas no horizonte sem fim.

Escravizados pela monotonia que nos engana,
Faróis que alertam os desprevenidos,
O azul do mar que nos chama,
Poema dos poetas esquecidos.

A liberdade dos versos meus,
Ondas brancas com espuma,
Linhas azuis de coisa alguma,
O mar e Deus.

Cemitérios dos poetas sem nome,
Barcos sem velas içadas,
Imensidão que abraça e consome,
O mar, os poetas e suas cavalgadas.

Victor Marques
Victor Marques Oct 2012
Meu Deus

Deus meu me incitas,
Com cara feia ou bonita.
As plantas, o céu e o homem só,
Neve em cima de um trenó.

Deus do nada e de ninguém,
Do amor e do além.
O uivar do lobo,
Ardente e com fogo.

Deus sempre lunar,
Da terra e do mar,
Dunas e areias,
Peixes e sereias.

Deus real e também menino,
Feito celestial e divino,
Deus da vida e das flores,
Deus de todos os amores.


Victor Marques
Deus, meu, lunar
I

No intervalo do incessante
Para lá do perceptível
emaranhado numa zona incerta
quando a noite é mais de trevas
E um quarto bem estreito
é exageradamente infindo
ora ali o oniromante

De outrora letargo
de outro nome alcunhado
que agora desperto
aprende a dormir

recônditos respiros
rebuliços arredores
vasos sanguíneos
coléricas vozes
vislumbra o enfermo
sem remédio
sem cura
Um quadro preto
um naufrágio

II

Jaz adormecido
em cama de pedras
com colcha de espinhos

Lá dentro avenidas movimentadas sussurram verdades
cheias de  agudos
ângulos, retos, obtusos
com vértices nas curvas semicirculares

Um rompante inaudível
turbilhões de incertezas
de vozes cegas
emergindo da fresta tenebrosa
que brilha o **** cobiçado
de seios
de coxas
de longos cabelos loiros
de pele negra
de pele vermelha
de pele amarela
peles tão alvas quanto a neve
Uma avalanche de inseguranças
Correntes de ferro
enferrujadas
que rasgam a carne
com tétano
e o sangue escorre
num rio plácido
repleto de peixes e tartarugas
de ondinas e sereias
onde banham as musas
que cantam o canto de Morfeu
como eólia lira
que entorpece e inspira
o oniromante
que ali adormeceu

III

No sonho de um sonho
há um sonho esquecido
guardado a sete fechos
no fundo inflexível

de imagens arquetípicas
de desejos obscuros
de visões aterradoras
de um jovem bem febril

devagar vai adentrando
nessa estranha entrelinha
qual razão do desconexo
desconstrói o findo dia

tenazes vozes em seus ouvidos
reproduzidas como brados
brotam atroadas
de estrondosas trovejadas

Neste tempo sem um tempo
há tempos transcorrido
inesperados fragmentos
reprimidos e esquecidos

Por frações de um instante
trafegando entre a memória
dos dias das noites do futuro
do passado e das histórias

Clareiam-se como cruz
como carga no caminho
Cultuando a culpa a luz
jaz oculta na cova deslembrada

Estreitos fios a lumiar o teto escuro
tomam forma entrelaçada da aurora
Rompe o limiar do céu noturno
E abre os olhos pra não perder a hora





Victor Marques Oct 2012
Meu Deus

Deus meu me incitas,
Com cara feia ou bonita.
As plantas, o céu e o homem só,
Neve em cima de um trenó.

Deus do nada e de ninguém,
Do amor e do além.
O uivar do lobo,
Ardente e com fogo.

Deus sempre lunar,
Da terra e do mar,
Dunas e areias,
Peixes e sereias.

Deus real e também menino,
Feito celestial e divino,
Deus da vida e das flores,
Deus de todos os amores.


Victor Marques
Deus, meu, lunar
João Oliveira Apr 2016
Foste minha na cidade negra.
No miradouro mais alto beijei a tua nuca
Num lago de sereias perdi-me nas tuas coxas
Entrelacei os meus dedos nos teus cabelos
Oh, perdição! Cabelos suaves que derreteram os meus dedos.
Ansiei por ti a casa segundo
E cada gota vinda do céu lembrava que não era um sonho.
Senti os teus lábios, carnudos, joviais
Embriagados de loucura e êxtase
Amaste-me
Amei-te.
Entregaste-te a mim como a lua ao céu nocturno,
Quando Apolo correu, desapareceste
Fugaz, instantânea, um floco de neve no meio do oceano
Arrancaste do meu peito errante juras de amor eterno
Num fogo de saudade ardentes que irrompem no meu ser.
Não és minha na cidade dourada.
Daria o sol, para te ter só de noite.

— The End —