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Amanda Gleria Nov 2014
Chove ou amanhece
Os esqueletos dançam.

Estão mortos!

Vivem a morte, nutridos
Pelo sentido
Pela ardente vontade  de

Fitar meus olhos.

Com aqueles seus buracos
Vazios do crânio
Sem mesmo
Lembrar da dor que tiveram

Por já terem vivido.

Se nutrem da seiva
De guardar a vida
Do escárnio imperecível do passado.
É somente para isso que

Os esqueletos dançam.
Rui Serra Jan 2014
Só, navego num oceano vazio. Com ela, mergulho no meu mais íntimo e sigo em frente. Descubro o meu eu, e recordo dias passados, onde a alegria brotava em mim, como a seiva brota do pinheiro.
Numa noite de trovoada em que tinha por companheiro o vento, perdi-me. Se me voltar a encontrar serei de novo feliz.
Rui Serra Jul 2015
tu que
vagueias na neblina
ocultando a transparência do teu ser,

tu que
viajas por entre mundos
procurando sedento a seiva da vida,

perscruta no teu eu
o mapa que te levará

à fonte
da
imortalidade.
Mistico 2d
Vagueio pelo espaço, absorto no tempo,
quando o raio de sol toca tua face,
despertando em ti a alegria serena,
enquanto repousas sob a máscara
que embala tua pele em suave frescor.

A luz intensa, ao cruzar teu olhar,
traz consigo o reflexo dos meus pensamentos,
como um eco silencioso do que em nós habita:
o deleite insano do aroma solar,
a seiva ardente que nos envolve e consome.

As horas deslizam, furtivas e leves,
perdidas na ânsia do brilho esperado,
na urgência do sol que beija a pele,
libertando a essência mais pura do ser.

O instante se faz eterno na espera,
na calmaria do calor que não queima,
no frio que não afasta, mas nos une,
abraçados no espaço que só a nós pertence,
onde o encaixe é perfeito, e o tempo se dissolve.

Ao amanhecer, um braço adormece,
mas o sabor do sol permanece nos lábios.
Respirações profundas, sôfregas,
a suplicar por mais um dia de luz,
por mais um raio que, inevitavelmente,
retornará ao teu rosto,
iluminando, uma vez mais, o universo em nós.

— The End —