Vagueio pelo espaço, absorto no tempo,
quando o raio de sol toca tua face,
despertando em ti a alegria serena,
enquanto repousas sob a máscara
que embala tua pele em suave frescor.
A luz intensa, ao cruzar teu olhar,
traz consigo o reflexo dos meus pensamentos,
como um eco silencioso do que em nós habita:
o deleite insano do aroma solar,
a seiva ardente que nos envolve e consome.
As horas deslizam, furtivas e leves,
perdidas na ânsia do brilho esperado,
na urgência do sol que beija a pele,
libertando a essência mais pura do ser.
O instante se faz eterno na espera,
na calmaria do calor que não queima,
no frio que não afasta, mas nos une,
abraçados no espaço que só a nós pertence,
onde o encaixe é perfeito, e o tempo se dissolve.
Ao amanhecer, um braço adormece,
mas o sabor do sol permanece nos lábios.
Respirações profundas, sôfregas,
a suplicar por mais um dia de luz,
por mais um raio que, inevitavelmente,
retornará ao teu rosto,
iluminando, uma vez mais, o universo em nós.