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Victor Marques Dec 2009
Amar… e o mar


Molhar as mãos na água salgada,
Soslaio da onda esbranquiçada.
Beleza da lua iluminada,
Areia sem tua pegada.

O mar calmo e fluído,
Um cântico de harpa sentido.
Mar nem sempre conquistado,
Ruir do futuro, do passado.


A areia sem voz, nem cor,
A noite é singular.
Ondas de par em par,
Frio que parece calor,
Cheiro salgado do teu amor.

Victor Marques
- From Network, wine and people....
Expo 86' Oct 2015
Vai me demorar um pouco para me acostumar a viver
Para tentar pensar em esquecer
Para que essas feridas talvez comecem a cicatrizar
Para que o  tempo para de ruir
Para que passe essa necessidade de me esconder
Já sem laços que me predeem aqui
Já nem sei mais o porque estou nesse lugar
Só mais um dia, mais um cigarro, mais um segundo
Não para me preparar
Mas para o acaso me abrigar
Para que ele entregue um pouco de você a mim
Ou que um pouco de mim voe até você
E assim que vejo o quão distante tu é de mim
O desespero me faz pensar
Em preparar e apontar, algumas chegaram até em disparar
E apenas levar tudo  que é meu
Talvez seja muito melhor assim
Deveria deixar o tempo te acompanhar
Minha a falta da minha presença para ti talvez seja um favor
Mas para mim a tua é o meu maior pavor
XVI
Compassadamente
as estruturas internas do edifício
começam a ruir
Ninguém se atreve a saltar da Torre
temem a morte eterna do espírito
e a dívida a ser paga eternamente
As labaredas do desespero já estavam acesas
consumindo dia a dia os alicerces que ainda estavam em construção
e os próprios pedreiros atiravam pedras à obra
Eis que o grande Arquiteto faz o prédio desabar
As lágrimas dos pedreiros escorrem
Já é tarde para arrependimentos

Um raio cósmico atravessa minha morada
Enquanto um buraco ***** engole meu alento
Sofro em silêncio... Como um guerreiro deve sofrer
Uma nova casa foi erguida
Um a um vejo meus irmãos retornarem para casa
Embora meu pai não aceite o meu retorno

Há uma multidão que escarnece minha amargura
Seus lábios se compadecem do meu exílio
Enquanto seus pensamentos louvam minha derrota

E eu... que tanto lutei...
Mas fora vaidade
Tudo fora vaidade
De nada valeu minhas batalhas
Eu permaneço no vale dos caídos
E meu pai se recusa a se dirigir a mim
Assassinei a minha honra
Descartei minha lealdade
Mas ei de edificar novamente minha própria morada

— The End —