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Filomena Dec 2023
Está frio o tempo
E está forte o vento
Mas o rosto está contento
Que não falta aquecimento

Porque na figura
No caminho pela rua
As botinhas são felpudas
Refletindo as doçuras

E maldosamente olha
As pessoas na recolha
Mas ela nunca está nervosa
E sempre porta-se garbosa

E a sua processão
Nessa grande multidão
Não precisa de permissão
E é doce a sua canção

Porque o amor e o amizade
Para ela são bastantes
E não há necessidade
Atentar ao desplante

E está frio o tempo
E está forte o vento
Mas o rosto está contento
Que não falta aquecimento
My first attempt at writing in Brazilian Portuguese.
If you speak Portuguese
and have a suggestion,
please let me know.
Original English:
https://hellopoetry.com/poem/4594310/the-fuzzy-boots/
Fortes Jun 2018
mudei recentemente pra esse lugar novo
ainda não me adaptei
não sei agir de acordo
sigo sendo eu, mas parece um eu novo

teve um dia em que não respeitei o horário de silêncio
dava pra ver a lua refletindo meu anseio
então abri as janelas
(do meu peito)
e gritei

esse eu
novo eu
não cabia mais em mim
tive que explodir
então gritei, buscando um jeito de expandir

e descobri, afinal de contas
o que tinha de tão novo:
era a voz.

mudei recentemente pra um lugar silencioso
onde as explosões se escondem
atrás de olhos encharcados
e corpos domados

mas esse eu
novo eu
explode aos quatro ventos
mesmo que de um jeito manso
(ainda assusta escapar do próprio corpo)

sorri, ali
com a janela aberta mesmo
ouvindo aquilo ecoar

sinti, sem dificuldade
que esse eu
o novo eu
nunca mais vai se calar

Fortes Jun 2018
tu me tem

teu corpo envolto no meu
transcendendo o que a gente entende por tempo e espaço
e logo eu to pirado
surtado
anestesiado
de ti

me pira a cabeça quando teus lábios me percorrem
e minha mente foge
de onde quer que eu esteja
por ti

o sol refletindo diretamente nos nossos corpos pretos
suados
é energia, meu nego
assim como a lua nos banha no final de qualquer tarde
sem segredo

a sintonia que nos envolve escapa de qualquer significado que já foi atrelado a essa palavra
e eu te digo
não existe explicação pro que eu tenho contigo

e vice-versa

o que a gente tem não envolve pressa
eu já falei
tempo e espaço não nos cabem mais

que mordomia de rei!

acordar do teu lado e sentir o fervor dos teus sentidos encostados em tudo que eu chamo de corpo

quente
eu vejo tuas chamas
e logo sinto quando tu me chama
pro abraço
ou pro amasso

tudo queima, de qualquer forma
é indiferente
a intensidade no ato define tudo que a gente sente

e eu não nego
só me entrego
me encaixo nas tuas mãos
e ali me aqueço

nego, ah, meu nego
esse sorriso bobo que tu vê não consegue
mais se manter em segredo

porque tu me tem
e sem qualquer bloqueio
ou explicação
eu arrisco dizer que te tenho também

Wörziech May 2013
Intenso distúrbio de um vácuo.
Flash e imagem.
Alusão à desconhecida falta indiferente.
Em uma perfeita imaginação,
a sorrir para mim, espaço e tempo divergente.
Sem importância os elementos, 
refletindo-se pelos sons dos olhos,
espectros de um ansiar e abominar.
E quanto aos enigmas não conquistáveis,
algo sobre grande córtex cingulado anterior pregenual, minha distante dopamina.
Momentos a ponderar pela interminável busca por um horizonte sem sombras e sem luz, que resultam em sentimentos de interminável percepção,
impossibilitam-me qualquer forma de concretização.

— The End —