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Victor Marques Dec 2009
Procurar sempre na imensidão palavras que se perdem no horizonte,
Me contentar com o recanto e água fresca de uma fonte.
Rios que correis , flor que sempre brota...!
Navios que deixaram de ser frota.



Altares que se veneram sem ter lindas rosas,
Mulheres bonitas que não são formosas.
Homens que se deitam com amores adulterados,
Penitência de sepulcros abertos, fechados.



Sentinelas dum castelo, cristão, mourisco.
Conquistador dum império nunca visto.
Sebentas maltratadas com riscos e tinteiros partidos,
Panteão Helénico de poetas desconhecidos.

Victor Marques
- From Network, wine and people....
VS Oct 2014
Os odores retorcidos da pele
Perdem-se na ambiguidade
Das gônadas
Do meu pensamento

Respiro a mim mesmo
E regozijo da auto-hipnose
Cuidadosamente elaborada pela metade da última década

Olho-me no espelho e desejo ser Deus
Estóico
A observar o escorrer da tarde

Mas quando o suor frio me desperta
Sinto o calor que transforma percorrer minhas entranhas
Eu sou homem, sou mulher
Sou nada e sou o mundo.

Ser Deus não tem a mínima graça.
Redo
Victor Marques Oct 2010
Amor meu que só tu sentiste,
Infância rude e atribulada.
Arca de Noé naufragada,
Ambições dum menino triste.


Viagens que se perdem num labirinto,
maltratado pelas ocas canseiras.
Aventuras passageiras,
Coisas que eu sinto.



Trago na alma uma acesa chama,
Areias que o sol não queimou,
Mares que sua brancura o vento lavou,
Sinónimo de quem ama.


Victor Marques
Victor Marques Dec 2012
Os Nossos sonhos e o amor que existe em nós

Os nossos sonhos são elos, alegria, tristeza,
Vagueiam sem cultos e com beleza,
O céu meu refúgio espiritual,
Descanso eterno e fatal.

A vida madrasta do que é perfeito,
Sonhar deitado no nosso leito,
Perdem-se com os dias, desvanecem,
Renascem com o amor que os adormece.

Sonhar alto com amor sem sentido,
Sonhar acordado, vestido, despido.
Tocar os vidros da janela que abriste,
Sonho velho que já partiste…

Victor Marques
Victor Marques Oct 2013
Folhas

Pedacinhos de folhas esverdeadas,
Folhas secas de Outono amareladas.
Fogem de suas árvores fustigadas,
Folhas húmidas, abandonadas…

Folhas maltratadas pelo vento,
Apodrecem com encanto.
Folhas das videiras multicolores,
Folhas escritas para teus amores.

Folhas que se perdem num tempo,
Folhas com e sem pensamento.
Folhas lindas ao entardecer,
Folhas anónimas para ler…

As folhas morrem cheias de pureza,
Exalam o perfume da mãe natureza.
Folhas parecidas, redondas e triangulares,
Folhas nas tristezas e nos olhares.

Victor Marques
folhas, árvores, papel, cores
Pago pelo preço de respirar e apreciar coisas sem real custo,
Elas são pouco, mais ou menos o que menos aqui têm valor,
Ou serão a joia preciosa, que definem meu ser como incolor,
É a transparência do carácter, de um ser tão menos, brusco!

Os paços que ficam presos na calçada da vida, são os aprendizes,
O balanço na busca embalada de sólidos conhecimentos similares,
Aos que hoje encontro, sorrio e pestanejo, como olhares de petizes,
Sem malícia, mas com a astúcia, a perícia de conviver nesses azares!

Quem caminha porque procura, busca solidez de carácter e identifica-se,
Com bruscas, mas sólidas colisões, de jogos engraçados e enfarinhados,
Conheçam-se as regras e jogue-se, livre de preconceitos e tentaculados,
O cérebro se torne a máquina na defesa de ataques e vultos da metáfrase!

Que se compilem memórias e auxílios permanentes ao jogo delinquente,
Que se tire partido desse significado figurativo, composto de maleitas,
Que se compreenda facilmente maldade, como aplicativo frequente,
Sem sugestões formais, ao quotidiano de todas essas vestes e seitas!

E assim, aproveito o vazio criado, no espaço para mim e enfim,
Ganha-se o tempo que se perdem em mentes dispersas de valor,
A joia está aqui, conservada em cofre limitado, ao real detentor,
O preço equilibrado, eu diferenço do do ouro e ficará aqui em mim!

Autor: António Benigno
Código de autor: 2013.10.02.02.27
D A Do Fleming Sep 2010
O cérebro me escapa ao crânio
num ímpeto extracutâneo,
que a tripa toda extravasa.
Perdem-se todos os totens de casa.

Temido tiro em titânio
trespassa o espaço espontâneo.
Impetra-se o pombo sem asa
em órbita de nave da Nasa.

De súbito, um subterrâneo
intenta trajar-se de urânio
e troça do que lhe atrasa.

Num giro, verte-se vulcâneo
em retrocesso extemporâneo
e irrompe-se da aeropausa.
Victor Marques Sep 2018
Olhava para as mais belas rosas,
Todas pareciam formosas...
Vi alguns cravos brancos e avermelhados,
Em campos vadios sem ser semeados...

Parece que o amor nasce no horizonte,
Gazelas bebem numa pequena fonte,
Ao acaso e sem pedir nada a alguém,
Olhar uma água de ninguém.


O amor parece o universo do bem,
Vai embora sem dizer a sua mãe,
Eu já tive amor sem o perceber,
Olhei para o livro sem letras para ler...

Ai enamorados seres que se perdem com o amor,
Confissões feitas a nosso Deus e Senhor,
Nas mais belas estrelas do universo,
Vi lençóis brancos em verso …
  
Victor Marques
amor, nasce, morre, também
Victor Marques Jan 2024
Quando acordo e penso em tudo que o mundo tem,
Me reconcilio com o vento que vem .!
Me engano a mim mesmo e a mais ninguém,
No mundo abençoados os dias sempre serão,
Acolho a noite e a sua sedutora escuridão...
O mundo de estrelas cintilantes e brilhantes no meu céu,
Velas de paz que se perdem no além.


Quando penso no mundo da tristeza, guerra e xenofobia,
As flores florescem sem o aroma, sem alegria!
Os seres humanos nascem desprotegidos e sempre nus,
Para a vida que os chama e por caminhos cruzados os conduz.


Parece que o  mundo não quer morrer com tua alma viva,
Tudo se transforma  e no universo as galáxias componentes do meu mundo organizadas como organismos ficam à deriva.
O mundo temporal que nos rodeia  aparece e desaparece,
Com ou sem magia de quem  o ama e conhece.


Deixai o mundo ser feliz com aquilo que lhe foi destinado,
Amar o seu céu,  o seu rio de água doce e seu mar sempre salgado.
Deixai que haja salgueiros verdes e campos em flor,
Que o mundo seja repleto de coisas,  gentes e amor...
Mundo, paz,natureza,guerra
Mistico 22h
A potência de minhas palavras
sussurra ao som dos ventos bravos,
como um fogo que arde sem forma,
sem rosto, sem rumo, sem dono.

Não sou eu quem escreve agora,
mas algo além de minha razão,
talvez um fragmento de mente desperta,
que acredita estar pensando em pensar.

As frases nascem sem comando,
derramam-se como rios sem leito,
e se perdem, dançando no ar,
tentando justificar o próprio caos.

Não há bordas na consciência,
não há contornos na emoção,
apenas ecos de algo que pulsa,
sem nome, sem peso, sem explicação.

E agora, ao tentar compreender,
percebo que pensar é desvendar,
mas o que escrevo não se explica,
apenas flui e assim deve ficar.
Mistico 17h
As inspirações que agora me tomam
Fazem-me pensar se olhei para o lado errado.
Talvez a mesma sensação que me invade neste instante
Seja eco da que senti mais cedo.

Mas seria possível que a indireta enviada fosse real,
Ou apenas um devaneio da minha mente inquieta?
Não seria mais justo seguir o caminho reto,
Dizer o que se quer sem rodeios?

Talvez o medo da negativa
Seja um fardo maior que o desejo,
E por isso as palavras se perdem
Antes mesmo de serem ditas.

Serenidade e culto tom são vistas como antigas,
Enquanto a irreverência e o descuido
Se tornam os novos versos da modernidade.

A juventude já não entende o querer genuíno,
Pois são poucos os que escolhem pelo ser,
E já não há quem ame por essência,
Mas apenas pelo reflexo de um instante passageiro.
Mistico 22h
Hoje duvidei de mim mesmo,
das asas que carrego sem saber.
Questionei se minhas palavras voam,
se tocam almas ou se se perdem no vento.

Pensei em compartilhar meus versos,
essas páginas dispersas do meu ser,
com alguém que lê o mundo em silêncio,
e carrega a sabedoria nas entrelinhas da vida.

Minha irmã, tão distante e tão perto,
um farol de inteligência e lucidez,
que nunca mediu esforços para me erguer,
mesmo quando a maré quis me levar.

E agora, em um impulso insano,
quero entregar-lhe minhas loucuras,
esses rabiscos de minha alma inquieta,
essas estrelas soltas no cosmos do meu peito.

Ah, que mistério é essa espera!
Mostro-me calmo, respiro sereno,
mas dentro de mim, um vendaval,
um turbilhão prestes a se romper.

Meus versos são uma galáxia viva,
matéria escura ansiando por luz,
e eu imploro ao tempo que corra,
que me traga logo sua resposta.

Meu Deus, fala logo o que achaste!
Porque enquanto espero, sou mar em fúria,
sou tempestade contida na calmaria,
sou poeta aguardando seu próprio destino.

— The End —