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Victor Marques Aug 2018
Esperar que o sono te leve para a cama,
Doce noite que nunca te engana,
Eu ouço os teus anseios, as tuas preocupações de acordar,
Novo dia sem a noite e o luar...

Ai que sinfonia que nunca canso de ouvir,
Bater do vento sem o sentir,
Olho para tudo e não vejo nada,
Mais sinto a natureza embriagada...

Noite,ai noite que tu escondes com mestria,
Em ti eu encontro paz e harmonia,
Me deleito com tanta serenidade,
Vales tanto para mim e para outros nada...

Os poetas contigo adormecem,
Ricos e pobres te recebem com satisfação,

Uns até te agradecem,

Outros dormem contigo e com sua solidão...


Mas tu noite amiga que pareces vadia,
Canta o mocho  e que linda melodia.
Eu te venero com leveza e no leito eu sou simples sem hipocrisia...
Noite que sempre vem e faz tanta falta como o dia....

Victor Marques
Noite , dia
Victor Marques Jun 2011
Deus e a noite

Na noite do meu silencio,
Meu pensamento e o vento,
Deus e seus passeios,
Penar com receios.

A lua cintilante,
Calma arrebatadora,
Energia pacificadora,
Deus sempre.

Noite de cegueira doentia,
Nasce logo um novo dia,
Pura é sempre a natureza,
Deus e sua beleza.

Noite de histórias sem fim,
Loureiro e alecrim,
Noite sem sono profundo,
Deus da vida e do mundo.

Victor Marques
Victor Marques Jan 2014
Durmo na noite eternamente

Deixar atrás de si amigos,
Viver no meio de perigos,
Certezas nem sempre certas,
Caminhadas por entre tojos e giestas.

Deixar para trás sonhos esquecidos,
Pernoitar ao luar com teus amigos,
Viver com esplendor a vida humana,
Noite calma e serena…

Viver impertinente um passado presente,
Dormir na noite já ausente,
Amar a cama dum horizonte distante,
Dormir na noite eternamente.

Deixar para trás a casa que te adoçou,
Amar a gente que te amou,
Viver por acaso, inconsciente,
Durmo acordado somente…

Victor  Marques

Montalegre, 6 de Junho de 1990
noite, sonho, dormir,eternamente
Danielle Furtado Nov 2014
Nasceu no dia dos namorados. Filho de mãe brasileira com descendência holandesa e pai português. Tinha três irmãos: seu gêmeo Fabrício, o mais velho, Renato, e o terceiro, falecido, que era sua grande dor, nunca dizia seu nome e ninguém se atrevia a perguntar.
A pessoa em questão chamaremos de Jimmy. Jimmy Jazz.
Jimmy morava em Portugal, na cidade de Faro, e passou a infância fazendo viagens ao Brasil a fim de visitar a família de sua mãe; sempre rebelde, colecionava olhares tortos, lições de moral, renegações.
Seu maior inimigo, também chamado por ele de pai, declarou guerra contra suas ideologias punk, seu cabelo que gritava anarquismo, e a vontade que tinha ele de viver.
Certo dia, não qualquer dia mas no natal do ano em que Jimmy fez 14 anos, seu pai o expulsou de casa. Mais um menino perdido na rua se tornou o pequeno aspirante à poeta, agora um verdadeiro marginal.
Não tinha para onde ir. Sentou-se na calçada, olhou para seus pés e agradeceu pela sorte de estar de sapatos e ter uma caneta no bolso no momento da expulsão, seu pai não o deixara com nada, nem um vintém, e tinha fome.
Rondou pelas mesmas quadras ao redor de sua casa por uns dias, até se cansar dos mesmos rostos e da rotina daquela região, então tomou coragem e resolveu explorar outras vidas, havia encontrado um caderno em branco dentro de uma biblioteca pública onde costumava passar o dia lendo e este seria seu amigo por um bom tempo.
Orgulhoso, auto-suficiente, o menino de apenas 14 anos acabou encontrando alguém como ele, por fim. Seu nome era Allan, um punk que, apesar de ainda ter uma casa, estava doido para ir embora viver sua rotina de não ter rotina alguma, e eles levaram isso muito à sério.
Logo se tornaram inseparáveis, arrumaram emprego juntos, que não era muito mas conseguiria mantê-los pelo menos até terminarem a escola, conseguiram alugar uma casa e compraram um cachorro que nunca ganhou nome pois não conseguiam entrar em acordo sobre isso, Jimmy tinha também um lagarto de estimação que chamava de Mr. White, sua paixão.
Os dois amigos começaram a frequentar o que antes só viam na teoria: as festas punk; finalmente haviam conseguido o que estavam procurando há tempos: liberdade total de expressão e ação. Rodeados por todos os tipos de drogas e práticas sexuais, mas principalmente, a razão de todo o movimento: a música.
Jimmy tinha inúmeras camisetas dos Smiths, sua banda favorita, e em seu quarto já não se sabia a cor das paredes que estavam cobertas por pôsteres de bandas dos anos 80 e 90, décadas sagradas para qualquer amante da música e Jimmy era um deles, sem dúvida.
Apesar da vida desregrada que levava com o amigo, Jimmy conseguiu ingressar na faculdade de Letras, contribuindo para sua vontade de fazer poesia, e Allan em enfermagem. Os dois, ao contrário do que seus familiares pensavam, eram extremamente inteligentes, cultos, criaram um clube de poesia com mais dois ou três amigos que conheceram em uma das festas e chamaram de "Sociedade dos Poetas Mortos... e Drogados!", fazendo referência ao filme de  Peter Weir.
O nome não era apenas uma piada entre eles, era a maior verdade de suas vidas, eles eram drogados, Jimmy  era viciado em heroína, Allan também mas em menos intensidade que seu parceiro.
Jimmy não era hétero, gay, bissexual ou qualquer outra coisa que se encaixe dentro de um quadrado exigido pela sociedade, Jimmy era do amor livre, Jimmy apenas amava. E com o passar o tempo, amava seu amigo de forma diferente, assustado pelo sentimento, escondeu o maior tempo que pôde até que o sentimento sumisse, afinal é só um hormônio e a vida voltaria ao normal, mas a amizade era e sempre seria algo além disso: uma conexão espiritual, se acreditassem em almas.
Ambos continuaram suas vidas sendo visitados pela família (no caso de Jimmy, apenas sua mãe) duas vezes ao ano, no máximo, e nesses dias não faziam questão de esconderem seus cigarros, piercings ou qualquer pista da vida que levavam sozinhos, afinal, não os devia mais nada já que seus vícios, tanto químicos quanto musicais, eram bancados por eles mesmos.
Era 14 de fevereiro e Jimmy completara 19 anos, a vida ainda era a mesma, o amigo também, mas sua saúde não, principalmente sua saúde mental.
O poeta de sofá, como alguns de nós, sofria de um existencialismo perturbador, o mundo inteiro doía no seu ser, e não podia fazer muito sobre aquilo, afinal o que poderia fazer à respeito senão escrever?
Até pensou em viver de música já que tocava dois instrumentos, mas a ideia de ter desconhecidos desfrutando ou zombando dos seus sentimentos mais puros não lhe era agradável. Continuou a escrever sobre suas dores e amores, e se perguntava por que se sentia daquela forma, por que não poderia ser como seu irmão que, apesar de possuírem aparência idêntica, eram extremos do mesmo corpo. Fabrício era apenas outro cidadão português que chegava em casa antes de sua mãe ficar preocupada, não que ele fosse um filho exemplar, ele só era... normal, e era tudo que Jimmy não era e jamais gostaria de ser; aliás, ter uma vida comum era visto com desprezo pelos olhos dele, olhos que, ainda tão cedo, haviam visto o melhor e o pior da vida, já não acreditava em nada, nem em si mesmo, nem em deus, nem no universo, nem no amor.
Como poderia alguém amar uma pessoa com tanta dor dentro de si? Como ele explicaria sua vontade de morrer à alguém que ele gostaria de passar a vida toda com? Era uma contradição ambulante. Uma contradição de olhos azuis, profundos, e com hematomas pelo corpo todo.
Aos 20 anos, o tédio e a depressão ainda controlavam seu estado emocional a maior parte do tempo, aos domingos era tudo pior, existe algo sobre domingo à tarde que é inexplicável e insuportável para os existencialistas, e para ele não seria diferente. Em um domingo qualquer, se sentindo sozinho, resolveu entrar em um chat online daqueles famosos, e na primeira tentativa de conversa conheceu uma moça do Brasil, que como ele, amava a banda Placebo e sendo existencialista, também sofria de solidão, o que facilitou na construção dos assuntos.
Ela não deu muita importância ao português que dizia "não ser punk porque punks não se chamam de punks", já estava cansada de amores e amizades à distância, decidiu se despedir. O rapaz, insistente e talvez curioso sobre a pessoa com quem se deparara por puro acaso, perguntou se poderiam conversar novamente, e não sabendo a dor que isso a causaria, cedeu.
Assim como havia feito com Allan, Jimmy conquistou Julien, a nova amiga, rapidamente. De um dia para o outro, se pegou esperando para que Jimmy voltasse logo para casa para que pudessem conversar sobre poesia, música, começo e fim da vida, todos os porquês do mundo em apenas uma noite, e então perceberam que já não estavam sozinhos, principalmente ela, que havia tempo não conhecia alguém tão interessante e único quanto ele.
Não demorou muito para que trocassem confidências e os segredos mais íntimos, mas nem tudo era tão sério, riam juntos como nunca antes, e todos sabem que o caminho para o coração de uma mulher é o bom humor, Julien se encontrava perdidamente apaixonada pelo ****** que conhecera num site de relacionamentos e isso se tornaria um problema.
Qualquer relacionamento à distância é complicado por natureza, agora adicione dois suicidas em potencial, um deles viciado em heroína e outra que de tão frustrada já não ligava tanto para sede de viver que sentia, queria apenas ler poesia longe de todas as pessoas comuns, essas que ambos abominavam.
Jimmy era todos os ídolos de Julien comprimidos dentro de si. Ele era Marilyn Manson, era Brian Molko, era Gerard Way, Billy Corgan, Kurt Cobain, mas acima de todos esses, Jimmy era Sid Vicious e Julien sonhava com seus dias de Nancy.
Ele era o primeiro e último pensamento dela, e se tornou o tema principal de toda as poesias que escrevia, assim como as que lia, parecia que todas eram sobre o luso-brasileiro que considerava sua cópia masculina. Jimmy, como ela, era feminista, cheio de ideologias e viciado em bandas, mas ao contrário dela, não teria tanto tempo para essas coisas.
Estava apaixonado por um rapaz brasileiro, Estêvão, que também dizia estar apaixonado por ele mas nunca passaram disso, e logo se formou um semi-triângulo amoroso, pois Julien sabia da existência da paixão de Jimmy, mas Estêvão não sabia que existia outra brasileira que amava a mesma pessoa perdidamente. Não sentiu raiva dele, pelo contrário, apoiava o romance dos dois já que tudo que importava à ela era a felicidade de Jimmy, que como ela, era infeliz, e as chances de pessoas como eles serem felizes algum dia é quase nula.
O brasileiro era amante da MPB e da poesia do país, assim como amava ouvir pós-punk e escrever, interesses que eram comum aos três perdidos, mas era profissional para ele já que conseguira que seus trabalhos fossem publicados diversas vezes. Se Jimmy era Sid Vicious, Julien desejava ser Nancy (ou Courtney Love dependendo do humor), Estêvão era Cazuza.
Morava sozinho e não conseguia se fixar em lugar algum, estava à procura de algo que só poderia achar dentro dele mesmo mas não sabia por onde começar; convivia com *** há alguns meses na época, mas estava relativamente bem com aquilo, tinha um controle emocional maior do que nosso Sid.
Assim como aconteceu com Allan e Julien, não demorou muito para que Estêvão caísse nos encantos de Jimmy, que não eram poucos, e não fazia mais tanta questão de esconder o que sentia por ele. Dono de olhos infinitamente azuis, cabelo bagunçado que mudava de cor frequentemente, corpo magro, pálido, e escrevia os versos mais lindos que poderia imaginar, Jimmy era o ser mais irresistível para qualquer um que quisesse um bom tema para escrever.
--
Julien era de uma cidade pequena do Brasil, onde, sem a internet, jamais poderia ter conhecido Jimmy, que frequentava apenas as grandes cidades do país. Filha de pais separados, tinha o mesmo ódio pelo pai que ele, mas diferente do amigo, seu ódio era usado contra ela mesma, auto-destrutiva é um termo que definiria sua personalidade. Era de se esperar que ela se apaixonasse por alguém viciado em drogas, existe algo de romântico sobre tudo isso, afinal.
Em uma quarta-feira comum, antecipada por um dia nublado, escreveu:

Minhas palavras, todas tiradas dos teus poemas
Teu sotaque, uma voz imaginada
Que obra de arte eram teus olhos
Feitos de um azul-convite

E eu aceitei.


Jimmy era agora seu mundo, e qualquer lugar do mundo a lembrava dele. Qualquer frase proferida aleatoriamente em uma roda de amigos e automaticamente conseguia ouvir sua opinião sobre o assunto, ela o conhecia como ninguém, e em tão pouco tempo já não precisavam falar muita coisa, os dois sabiam dos dois.
Desejava que Jimmy fosse inteiramente dela, corpo e mente, que cada célula de seu ser pudesse tocar todas as células do dela, e que todos os pensamentos dele fossem sobre amá-la, mas como a maioria das coisas que queria, nada iria acontecer, se achava a pessoa mais azarada do mundo (e provavelmente era).
Em uma noite qualquer, após esperar o dia todo ansiosa pela hora em que Jimmy voltaria da faculdade, ele não apareceu. Bom, ele era mesmo uma pessoa inconstante e já estava acostumada à esse tipo de surpresa, mas existia algo diferente sobre aquela noite, sabia que Jimmy estava escondendo alguma coisa dela pois há dias estava estranho e calado, dormia cedo, acordava tarde, não comia, e as músicas que costumavam trocar estavam se tornando cada vez mais tristes, mas era inútil questionar, apesar da intimidade, ele se tornara uma pessoa reservada, o que era totalmente compreensível.
Após três ou quatro dias de aflição, ele finalmente volta e não parece bem, mesmo sem ver seu rosto, conhecia as palavras usadas por ele em todos os momentos. Preocupada com o sumiço, foi logo questionando sua ausência com certa raiva e euforia, Jimmy não respondia uma letra sequer. Julien deixou uma lágrima escorrer e implorou por respostas, tinha a certeza de que algo estava muito errado.
"Acalme-se, ou não poderei lhe contar hoje. Algo aconteceu e seu pressentimento está mais que correto, mas preciso que entenda o meu silêncio", disse à ela.
Julien não respondeu nada além de "me dê seu número, sinto que isso não é algo que se conta por escrito".
Discando o número gigantesco, cheio de códigos, sabia que assim que terminasse aquela ligação teria um problema muito maior do que a alta taxa que é cobrada por ligações internacionais. Ele atendeu e começou a falar interrompendo qualquer formalidade que ela viria a proferir:

– Apenas escute e prometa-me que não irá chorar.
Ela não disse nada, aceitando a condição.
– Há tempos não sinto-me bem, faço as mesmas coisas, não mudei meus costumes, embora deveria mas agora é tarde demais. Sinto-me diferente, meu corpo... fraco. Preciso te contar mas não tenho as palavras certas, acho que nem existem palavras certas para o que estou prestes à dizer então serei direto: descobri que sou *** positivo. ´
Um silêncio quase mórbido no ar, dos dois lados da linha.
Parecia-se com um tiro que atravessou o estômago dos dois, e nenhum podia falar.
Julien quebrou o silêncio desligando o telefone. Não podia expressar a dor que sentia, o sentimento de injustiça que a deixava de mãos atadas, Ele era a última pessoa do mundo que merecia aquilo, para ela, Jimmy era sagrado.

Apenas uma pessoa soube da nova situação de Jimmy antes de Julien: Allan.
Dois dias antes de contar tudo à amiga, Jimmy havia ido ao hospital sozinho, chegou em casa mais cedo, sentou-se no sofá e quis morrer, comparou o exame médico à um atestado de óbito e deu-se por morto. Allan chegou em casa e encontrou o amigo no chão, de olhos inchados, mãos trêmulas. Tirou o envelope de baixo dos braço de Jimmy, que o segurava como se fosse voar a qualquer instante, como se tivesse que apertar ao máximo para ter certeza de que aquilo era real. Enquanto lia os papéis, Jimmy suplicava sua morte, em meio à lágrimas, Allan lhe beijou como o amante oculto que foi por anos, com lábios fracos que resumiam a dor e o medo mas usou um disfarce para o pânico que sentia e sussurrou "não sinto nojo de ti, meu amigo, não estás morto".
Palavras inúteis. Já não queria ouvir nada, saber de nada. Jimmy então tentou dormir mas todas as memórias das vezes que usou drogas, que transou sem saber com quem, onde ou como, estavam piscando como flashes de luz quase cegantes e sentia uma culpa incomparável, um medo, terror. Mas nenhuma memória foi tão perturbadora quanto a da vez em que sofreu abuso ****** em uma das festas. Uma pessoa aleatória e sem grande importância, aproveitou-se do menino pálido e mirrado que estava dormindo no chão, quase desmaiado por culpa de todo o álcool consumido, mas ainda consciente, Jimmy conseguia sentir sua cabeça sendo pressionada contra a poça d'água que estava em baixo de seu corpo, e ouvia risos, e esses mesmos risos estavam rindo dele agora enquanto tentava dormir e rezava pra um deus que não acredita para que tudo fosse um pesadelo.
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Naquele dia, Jimmy, que já era pessimista por si só, prometeu que não se trataria, que iria apenas esperar a morte, uma morte precoce, e que este seria o desfecho perfeito para alguém que envelheceu tão rápido, mas ele não esperaria sentado, iria continuar sua vida de auto-destruição, saindo cedo e voltando tarde, dormindo e comendo mal, não pararia também com nenhum tipo de droga, principalmente cigarro, que era tão importante quanto a caneta ao escrever seus poemas, dizia que sentir a cinza ainda quente caindo no peito o inspirava.
Outra manhã chegou, e mesmo que desejasse com toda força, tudo ainda era real, seus pensamentos eram confusos, dúvidas e incertezas tão insuportáveis que poderiam causar dores físicas e curadas com analgésicos. Trocou o dia pela noite, já não via o sol, não via rostos crús como os que se vê quando estamos à caminho do trabalho, só via os personagens da noite, prostitutas, vendedores de drogas, pessoas que compravam essas drogas, e gente como ele, de coração quebrado, pessoas que perderam amigos (ou não têm), que perderam a si mesmos, que terminaram relacionamentos até então eternos, que já não suportavam a vida medíocre imposta por uma sociedade programada e hipócrita. Continuou indo aos mesmos lugares por semanas, e já não dormia em casa todos os dias, sempre arrumava um espaço na casa de algum amigo ou conhecido, como se doesse encara
D. Furtado
Rui Serra Sep 2015
procuro na noite
uma silhueta
que se esconde

procuro na noite
o sentido
que me ofusca a mente

procuro na noite
a essência
do meu ser imaginário

escondo da noite
este meu lado sombrio
esta sina traçada
por uma cigana amaldiçoada
aldo kraas May 2021
Today the sun went down already
And there were sunsets in the sky
It was the end of the day
And boa noite arrived so fast
The stars were shining in the sky
The moon was also shining in the sky
I glazed tonight at the sky
All night long
And boa noite is ending now
Soon another day will start
And I will say good bye to boa noite
And I will sleep in my bed during the day because I am tired
From staying up all night
When the night comes, I will get up
And I will say hello to boa noite
There will be stars and the moon shining in the sky again
I love boa noite it is so quiet and peaceful at the same time
Victor Marques Sep 2018
Nem sei o que hoje te vou dizer,
Ouço a natureza  ao anoitecer...
Meu Deus, meu Deus, Meu Deus
Sigo ensinamentos teus....

Que melodia medonha na noite perdida,
Até parece pintada sem cor nem medida,
Meu Deus, meu Deus ai filhos do mundo,
Escrevo para ti num oceano sem fundo.

Continuo a tentar perceber zumbidos da noite com amor e prazer,
Meu Deus infinito e amado por tudo que é ser e não ser...
Eu escuto com a ousadia universal de algo descobrir,
Fico com teu amor e as borboletas da noite para te sentir.

A noite se deita num céu estrelado de quarto minguante,
Tu meu Deus és passado, futuro e presente.
Mesmo na noite tudo é feito com brilho e muita luz...
Eu me encanto no teu amor e na ressurreição divina de teu filho Jesus.

Victor Marques
Deus,Deus, Jesus
aldo kraas Sep 2021
Today the sun went down already
And there were sunsets in the sky
It was the end of the day
And boa noite arrived so fast
The stars were shining in the sky
The moon was also shining in the sky
I glazed tonight at the sky
All night long
And boa noite is ending now
Soon another day will start
And I will say good bye to boa noite
And I will sleep in my bed during the day because I am tired
From staying up all night
When the night comes, I will get up
And I will say hello to boa noite
There will be stars and the moon shining in the sky again
I love boa noite it is so quiet and peaceful at the same time
No rosto leproso da noite, ventos giram cartas como quem não quer nada/ Ou talvez vultos guardam melancolia no quarto branco/ Oh! tão bom beber hálito gelado da lua junto aos antepassados, lá se vão fugidios das estrelas; sete são. Os mais jovens, no rio, colhem cristais & dançam ( ritual veludo puro, sombra azul circula)/ Rápido, múltiplas festas ecoam do infinito, este cínico pastor poda asas feridas; mãos sagradas dos mortos & dos mitos/ Bebemos & cantamos, no colo floresta desnuda/ Neste banquete vermelho, virgens dão o toque úmido & todos os santos saboreiam o útero/ Sob o aconchego do delírio a loucura desfila, santa de todos os dias!
Talvez se escrever o sono venha
Cansada do excesso de cansaço
Nas alturas menos certas
Creio que há 2 horas que devia estar a dormir
Se pudesse
Mas embora o cansaço esteja presente
Nos meus músculos, olhos
Não chegou ainda à base.

Talvez o meu cérebro seja notivago.
Chego a estas conclusões na exaustão da noite
Quando, por desespero, pego num lápis
E desacredito-me ainda mais.
Mas passo a explicar:
Durante todo o dia sinto-me dormente
Ah, para quê falinhas mansas?
Sinto-me burra, sem conseguir pensar
Mas na chegada da noite
Com o silêncio e a escuridão que se sentem na noite
Tudo se liga e se ilumina
E o meu cérebro trabalha e penso, penso, penso
E mais certezas tenho de que sou burra
Não que tenha pensamentos burros, não!
Mas por que raio tê-los agora e
De forma tão agressiva e exaustiva
Sem chegar a ser agressiva e exaustiva o suficiente
Para escrever alguma coisa de jeito
Ou para me fazer cair para o lado
Suficiente apenas para uma mais noite em branco
Talvez nunca tenha acordado.
Victor Marques Feb 2014
Espero a madrugada

A noite escura estava cansada,
De esperar pela madrugada.
O galo ansioso por todos despertar,
Eu abandono-me a este fenómeno peculiar.

No ermo onde existe um Senhor da Boa morte,
Noite escura em Castanheiro do Norte.
Os cedros parecem ter luz,
Eu perdido no silêncio que seduz.

A noite aqui é simples, singular,
A madrugada de encantar.
Candeias de outrora, cavalos e suas ferraduras,
Madrugada de anseios e aventuras.

O vento sopra solitário e as mimosas são fustigadas,
As madrugadas que tantas vezes foram madrugadas.
E eu aqui sozinho espreito com curiosidade,
Uma madrugada sem tempo nem idade.

Victor Marques
madrugada, noite, espera
Rui Serra Mar 2014
Certa noite
Murmúrios
Talvez algures
No próprio quarto
Ou noutro tempo
Em parte alguma
Isolado em si mesmo
Ou na mesa do café
Fica o esplendor de um rosto
A ternura de uma flor
E num diário
A escrita
Nostálgica
Moribunda
E a noite é imensa
Marco Raimondi Jun 2017
Narrador:
Por estes escuros campos, adejam agora dois irmãos,
No gorjeio do corvo, que sela da noite um recanto
Esvoaçam as folhas no vento da mais fria escuridão
A engolfar nestas negruras seus lúgubres cantos
Filhos sem mãe! Íncolas das infindas caligens!
São Érebo e Nix, que logram do Caos suas origens

Nix:
Canto às corujas, ao escuro sepulcro das mágoas!
Ao vazio dos sonhos cuja saudade finda a viver,
À frialdade dos atascais e suas obscuras águas,
À toda graça e ser que sozinho há de morrer!
Canto às sombras quais de noite encontram harmonia!
Que há de entoar tu, irmão, em notívaga poesia?

Érebo:
Se negamos da noite o brilho das rosas,
Pois então direi que há serena beleza
No obscurecer destas clarezas revoltosas!
Canto o orgulho de meu triunfo, nossa grandeza
Que da criança rompe o chorar
E, a todos, os horrores deixa de revelar!

Nix:
Cantas estas nossas glórias, irmão
Quais apenas neste, ao despertar comovido,
Há de findar, em dia de claro loução
E deste mesmo dia, de clareza parido,
Enterramos as luzes quentes e agitadas
No interno sereno d'um'alma fechada

Érebo:
Deixa te lamentar pois do destino tens a certeza?
Este sangrar fadado já me enfastia!
Levarei a revolta da noite em eterna proeza,
Pois tenho laços caóticos, índole da agonia;
Bastam-me as graças, natureza inteira,
Vinde, se te cansas o exílio de tal maneira!

Nix:
Se permites acompanhar-te neste egresso,
Destinaremo-nos às auroras! E realço
Que, pelas bençãos, não haverá regresso,
Pois crepúsculos não hão de tornar-se percalço!
Dá-me as mãos! Guiaremos este breu acrópeto
Mesmo vulneráveis, precipitados ao sol e seu ímpeto!

Narrador:
Pelos rasgos ofuscados que avançaram,
Suspendia-se o sol dos montes além
Errando as aves que os reluzires iniciavam
Diante dos breus, dos inóspitos suspiros do aquém;
De súbito, os místicos sussurros murmurantes
Tornavam o pálido destino cada vez mais distante

A ira do viajante e seu corcel, tornava-se incerteza
Consolava-se a ventura em tão visão inominada,
E tudo amparava-se pelo desejo e tristeza,
À campesina, a ventania expressava-se gelada
E um ancião desesperava: ''Ó natureza fria e austera!
Donde estão vossos deleites que dai-nos em primavera!''

Do dia, as horas obscuras eram feridas a sangrar
Os cânticos de luz cumpriam-se alucinados
E o Caos, de Gaia, pai, ardia-se a reinar
Por seus filhos, que d'uma fonte anárquica haviam tomado;
Apenas uma delirante e insípida ilusão luzia,
Enquanto a natureza, em aflição, lamentosamente gemia
Marco Raimondi Jun 2017
Narrador:
O sol, fadando aos seus desmaios,
Em falta de luz aureolava
A face natura com seus distantes raios;
A areia qual aos clarões brilhava,
Neste sol d'agora dorme junto às figueiras
Às terras, aos vales, às distantes matas altaneiras

Gaia, que nas folhas de carvalho
Rompe a escuridão do céu vultuoso
E jorra em seu corpo as águas d'orvalho
Cobre-se, nas horas, d'um véu moroso;
Quando olham ao zênite, estrelas podem ver
Como áureo tesouro a na escuridão se irromper

Por este turvo azul sidéreo,
Entre as florestas tem-se o canto,
E dos troncos retorcidos, um mistério
Cuja noite predomina em seu encanto,
Cobrindo as nuvens do olhar,
Com seu etéreo resplendor lunar

Divagam as almas que dormem
E divagam as que repousam, sob o sentir de fantasia
As mais atormentadas, que de sonhos envolvem,
Veem nos vastos pesadelos dores de uma visão sombria;
Se em prantos, quando dormem, não podem culminar
Vezes quebram, em gritos e desatino, um longo calar

Destes prantos, cujas lágrimas caem nas profundezas
Ressoam em uma perdição do infinito
Entoando pérolas e cânticos desta proeza
Que é constituir, no espírito, o próprio mito;
Tudo não mais cintila, Gaia se cobre,
Os olhos da matéria se fecham após tanto obre

Enfim, fez-se da natureza uma realidade escrava
Na qual os dias, tão somente o tempo envenena
Mas Gaia, quando os serenos campos lava
A realidade, a mudança é ela quem condena,
À miséria dos povos, as glórias, a graça
Tudo é ao tempo, que a natureza trespassa

O lar dos sentires se silencia sob aurora
Todos desprezos, amores e outros enganos
Agrados, estupores, inclemências de outrora
Contiguamente extinguem-se, ao eclipsar dos raios meridianos
O som enleia as serranias noturnas
Sussurrando longínqua a madrugada soturna

É a glória do Destino! Ânsia abissal e dolorida,
Aprisionando a natureza em seu prazer de ilusão
Subitamente, em brumas, um estirpe que é vida
Das lembranças renovadas, canções d'uma visão
Logo o sol nascerá em amplitude
E clarear-se-á o dia em suas virtudes

Idália, a vaguear nos cúmulos imaginários
Vê as estrelas em umedecidos rochedos
A ecoarem devaneios visionários
As névoas quais, do delírio, são divinos segredos,
Empíreo enigma, perpetua-se em infinita imensidade,
Que há de trovejar os pensamentos na obscura eternidade
aldo kraas Oct 2023
Boa noite
My friend
And have a good night sleep
Boa noite
Beautiful shining stars
That are in my heaven
Shines also in the
Ocean at night
My Father did a good job
When he made
Boa noite
I stay up during
Boa noite
Every Summer
And I look up
In the sky
I can't believe
How beautiful
Are the shining stars
In the sky
At Summer I go late
To bed
The next day I wake up
At 3:00 pm
Rui Serra Jan 2014
Sobre a grande mesa
A luz de duas velas
O telefone tocou
Interrupção
Lá fora, situação delicada
Choro - Desespero
Mais tarde o jogo
Truques da vida
Conversa, mais conversa
No limiar da noite - O filme
Acordo
Um choro
Duas mortes
Um repousar incompleto
Manhã
Um outro dia
Victor Marques Apr 2022
[  ] Soletrando a vida...

Quando quiseres ir ao  encontro do mundo,
Expresso que  não tem hora para chegar ,
Soletrando  amor, noite e luar...
Ruídos sem nos amedrontar,
O teu odor primaveril  profundo,
Os sonhos de verbos por conjugar,
Amor do céu, da noite  que tudo acalma,
Soletrando amor,  coração e tua alma.

A terra e o homem com a noite se desvanece,
Silêncio de viver,  tristeza e alegria
Que engrandece .

Soletrando Deus que mundo abençoe e  abraça .

Gaivota que no céu azul sempre esvoaça .

A noite de todos nós  é  recordar os momentos felizes ,passado.

Os seres vivos podem  dizer que a morte  os tenha já ressuscitado.
E eu aqui sentado esperando a noite que me faça ser amor e fado sempre docemente Soletrado.

Victor Marques
Amor, mundo, vida
Dryden Apr 2018
Os dias acabam e a noite chega,
Acendo a minha pequena lanterna
Chamada consciência,
Com a minha solidão eterna.

A noite tranquiliza-me,
Meio mundo está a dormir
Sinónimo que está a progredir.
Durante o meu sonho
Nao existe gravidade
Posso voar, pecar ,
Ninguém estará lá para me julgar.

A madrugada costuma alimentar-se das minhas insónias,
Não me importo pois ao fim da noite encontro a aurora,
Nela encontro a minha esperança além da paranóia,
Perco o sono, levanto me, dou a volta ao mundo sem demora.

O meu quarto escuro,
Com o passar das horas
Cria um clima soturno.
É nesse ambiente que travo os meus duelos
Batalhando sob o admirável céu noturno
Mudando o rumo dos asteróides,
Faço os explodir
Apenas para alimentar esta alma nervosa,

Corro pelos anéis de Saturno
Escorrego no gelo e saio disparado pelo universo,
Enquanto gravito escrevo versos,
Sobre os mares, continentes
E formas de vida criadas na Terra.
Mas a minha mente envolvida por aquele espaço
É curiosa e faz me espreitar,
Procuro algo fantástico impossível de imaginar,
Infelizmente acordo e reparo que estava apenas a sonhar.

Dormir tornou-se um luxo,
Que raramente consigo suportar
Mas sem ele o meu pensamento fica turvo
Turvo de desencanto e claro de paixão,
Tão desorganizado como esta selva de betão.

Faz me desejar emigrar para ilhas de utopia,
Praias de naufragio onde Beethovem escreveu
Sonata ao luar á sua amada companhia..

Conheço-me, durante a noite aprendi a navegar
Tomo as minhas decisões depos d'agitaçao parar,
E sobre elas costumo meditar
Enumeros conflitos tento solucionar.

Quando tenho o corpo e a mente unidos
No unico tempo que interessa, o presente,
Foco me na respiraçao até que,
Subitamente uma decisão aparece,
Na minha totalidade transcendo-me
E vivo sem arrependimentos
Estando no presente,
Não me lamento do passado,
Não preparo o futuro ,
Apenas vivo no unico tempo existente,
Tudo o resto é a minha mente, que mente,
exageradamente.
Rui Serra Jul 2014
O manto ***** da noite cai sobre a cidade, o vento sopra por entre o vazio das ruas. Lá longe a silhueta da pessoa que amo desaparece tal e qual o fumo, e eu continuo só por entre as muralhas da vida.
Victor Marques Aug 2010
Penso em ti

Noite mal dormida sem sono nem vontade,
Calor do teu beijo dá felicidade,
Açucena flor campestre florida,
Estrela do céu esquecida.


Tu tens magia sem censura,
Pinceladas nos teus olhos,
Boca sem sede com eterna brancura,
Candeia acesa na noite escura.


Pareces uma onda sem espuma,
Uma borboleta e até coisa alguma?
Um horizonte que não se abraça,
Uma nuvem que nunca passa.


Tu tens a melodia eterna,
Pureza de água cristalina,
A serenidade de uma donzela enfeitiçada,
Fazes parte de mim e da minha caminhada.

Victor Marques
Rui Serra Mar 2014
Era noite.
Na escuridão, cintilavam pequenas estrelas.
Abriam-se e fechavam-se os olhos castanhos
daquele rosto alegre.
Ouviu-se, no meio daquela noite quente, o miar de
um gato perdido! no momento, caíra em cima da
minha cama uma violeta, tal qual os olhos, aqueles
olhos sensuais que me prendiam!
Fui convidado a amar...
Perdi o senso do lugar,
o senso do momento e perdi-me na noite...
E amei!...
Amei aqueles lindos olhos pestanudos, aquela boca
de lábios quentes, aquele corpo suave, excitante e
carente!
E pensava em não acordar; não queria perder
aquela paixão, nem imaginar que estava a sonhar.
Aquilo não era um sonho, nem tão pouco fantasia!
Finalmente descobri e gritei de alegria!
É a pura realidade.
Voltando-me para o outro lado, agarrei na almofada
e adormeci,
a pensar
em
ti.
Serafeim Blazej Sep 2016
A noite está chegando
e os pássaros estão voando,
eles vão dormir
e nós iremos assistir
ao pôr do sol
de dentro do farol.

O rouxinol vai cantar
quando a lua chegar
e então você irá ouvir
uma canção de ninar para dormir
e terá belos sonhos
todos eles risonhos.

A noite está chegando
e os pássaros estão voando,
eles vão adormecer
e ao amanhecer
todos irão acordar
e então voar.

E nós iremos acordar
após toda a noite sonhar
sorrindo para os pássaros,
são momentos raros,
ao raiar do dia
cheios de euforia.
Poema.
Era para ser uma espécie de canção de ninar.
Fazia parte de uma história.

("The nightingale will sing")
Marco Raimondi May 2017
Idália:
Glórias! Que do abismo dão-se as profundezas
E o paradoxo de uma noite escura à luz do dia
Mas que, perto de meus olhos, brilha acesa
A minha admiração magna que por ti sentia!
Tu és tudo, mais que humano
Mas apenas minhas pálpebras podem únicas sentir teu oceano.

Gaia:
Se em teus olhos vês beleza que denominas
Doce Idália, tem-te cuidado ao mundo que te inflama
Pois se hoje cintilas vida, amanhã serão ruínas
Que sucumbirão ao destino em chamas
Mede teus louvores nos horizontes desta terra,
Pois a natureza de tudo é mãe, até da mais funérea guerra!

Idália:
Fria terra sincera e de índole intensa,
Dei minha miséria e caí em pranto
Sem Deus piedoso, a meu sofrer não há recompensa!
Que farei se deste jardim, as flores desejo tanto?
Esta ventura de nada é pedido inocente
Formosa Gaia, como tortura-me em teu semblante ardente!

Gaia:
Se mais luzes sentes deste Sol coroado,
Muito te erras, raia filha, solenemente!
Se destes vastos campos sentes o céu azulado,
Há de regraciar na sombra teu espírito verdadeiramente!
Que fique tua plena vida manchada por amor,
Te lembrarás, quando desatar teus prantos em inocente dor

Idália:
De meus verdejantes olhares pressinto
A agonia formosa que tu angustias em tudo ser
Pois tu és a umbra, acolhedor recinto
E desse despontam tuas misérias, quais tristemente hão de se manter
Decifro há pouco as águas que beijam as areias
E clareia-me o ímpeto dos dilúvios com fúria tua tão cheia

Gaia:
De fúrias acusa-me teu espanto,
Mas a ti digo, quanto vigor menos,
Para o caos não jogar-te aos mantos
E a lembrar-te o sublime, em tempos tão pequenos!
Decrete-me tuas aflições, tua desventura
Que dói em meu reflexo, que em teus olhos pouco dura?

Idália:
Não digo! Há dentro d'alma tanta vida
Que desconfio, de minha, estar trancada em gelosia
Como recamo no céu de uma ave perdida
Suspiro descorada ânsia qual me havia
Ah! Atravessa-me este calor de eras a centos
Mas inda vejo airoso sopro no troar eterno dos ventos

Gaia:
Diga a cantar-te poder que nos iriantes astros amontoaste
E do mundo, os fundamentos volvia
Destas águas de criação, tu já breve, encerraste?
Lembra-te do sol de primavera, qual no vácuo as solidões enchia
Que importa se és rasga enganadora?
Se de minhas mãos saíram as raízes desta terra traidora!?

Idália:
É o destino, luz que empalidece e minh'alma estua,
Quando campo mi'a pele palpita tua alvura,
Deste infinito toco sublimado nascer de nívea Lua
Posto que, no brilho desta, cuja noite torna pura
O presente esmaece e crio-me, do fato, fugidia errante,
Como o lírio qual coroa abre pobre, por grato instante
Os versos da primeira cena não estão por vez finalizados, inclusive estes que aqui estão podem sofrer mudanças consequentes de suas adaptações, porque foram pouco revisados. Tratam-se, portanto, apenas de alguns fragmentos.
Arcassin B Sep 2015
By Arcassin Burnham

Midnight,
I realize that sometimes I fall deep asleep
But I woke up when I heard the sound of your
Voice,
Dreaming for Christmas lights in the night
To hang in my room and cover my mind and
My rage and my thoughts from the truth,
I guess I had no choice,
Keeping a lot of things from you weren't my
Intentions at all , making you feel like this
And like that,
And blowing up at you like....like......I was such a
Fool to treat you that way , I had to face the fact,
That I was in love,

Midnight,
I Can't find and mend a broken shard of time to let go
This space between us and its hard for you too,
I should have never said what i said that left your
Thoughts about me alone , if hadn't knew you would
Have grown on me too,
It took two days for a friendship to perish, nothing
But your ashes and mine,
I'll be kind towards the fact that I'm use to that,
Hide my head with full of hate , in the dangerous
Land of landmines,
I just want you know that I've missed you since
I saw that one instagram picture , that same one
That made me remember you,
For generations, I'm straight and to the point with conversations,
Hoping that we get back our friend relations so I could be close to you.
Find out what it says , because the title is in Portuguese lol seriously!!!
O dia que chegou tão depressa ao seu final,
Trouxe-me a certeza de uma noite fria e pálida,
Onde chego à cama, e espero ver-te ali deitada,
Pelos tempos fora, sinto a certeza desse sinal!

Foram três longos anos de vazio, tais como os teus sinais,
As estrelas que carregas nos ombros, são juntas na tua lua,
São profundos sonhos de um golfinho que a ti, se junta, lua tua,
Imensas vezes, a olhei, para te ver a ti brilhar em vendavais!

Hoje percebo porque sentia e via o meu quarto sempre vazio,
Quando chegaste em dia de temporal, na noite sadia e vadia,
Estava eu junto daquele precipício, esperando sair desse presidio,
De cores sem tom, de cheiros sem fragância, naquela estadia!

E assim nas voltas que dei, das estrelas que vi, tu chegas-te,
Mesmo na hora que tudo parecia perdido, desenhada perfeitamente,
E de todas as preces e palavras que preguei a Deus e ele me advir-te,
Trazendo-te a ti, contornada de perfeitas coisas, cantando acusticamente!

E assim percebi que a força que têm a cobardia de destruição,
De um coração como o meu, perfeitamente bom e agora teu,
Me dá ganas de pegar em ti, ao meu colo teu, deitar-te no céu,
Decorar as estrelas, contigo no centro, meu quarto cresceu, paixão!

Autor: António Benigno
Escusado será dizer-te a ti, que te vejo, sabia que virias, não te imaginava chegando, mas surpreendentemente, tudo que lhe havia pedido, ele me trouxe triplicando, abusando mesmo de galhardia, e eu agora me contemplando, porque tudo que me trazia, era muito mais do que lhe pedia. Liliana, lhe peço agora mesmo, que meu coração mereça sempre, tudo aquilo que Deus me prometia.
Rui Serra Jul 2014
É noite... lá fora a cidade já dorme. Aqui, o tempo passa lentamente, abro o maço, tiro um cigarro, e puxo-lhe fogo. Penso na vida. Dias passados, dores sofridas, pontapés levados, lágrimas a rolar, enfim, um amontoado de coisas, hoje já sem nexo.
Sofro, estou só, desamparado, e acima de tudo odeio a vida, ou melhor dizendo, a vida repugna-me.
A noite vai longa, o sono não chega, dou voltas na cama... por fim adormeço. 7h15m, o despertador toca, acordo, . . . enfim foi só mais uma noite.
Victor Marques Jun 2012
Acordar

Na noite adormeço os sonhos do dia,
No travesseiro repouso poesia.
As estrelas brilham no firmamento,
Eu acordo a cada momento.

Podemos ter sonhos inacabados,
Segredos bem guardados.
Silencio magistral para o corpo e nossa mente,
Acordar novamente…

Os que acordam em camas de ninguém,
Felizes sem nada acordam também.
A natureza com suas rolas a cantar,
Quatro da manhã toca a despertar.

O Silencio da noite santifica,
O Sono te acolhe e dignifica.
Nas estradas do mundo ao luar,
Eu me sentei para acordar.

Victor Marques
acordar,despertar, noite, dia
Rui Serra Dec 2014
no ***** da noite

monstros
passeiam-se pelas vielas

medo
sono
cansaço

abraça o frio
e adormece

esta noite trato eu deles

os teus monstros
os meus pesadelos

os que vivem debaixo da minha cama
os que habitam dentro da minha cabeça

o coração bate forte

esta noite os nossos monstros estarão juntos
Rui Serra May 2014
Enches a noite de aventura
P’ra uns vaidosa
Outros
Puta
Sem medos
Sem receios
Segues p’los labirintos do fauno
Noite após noite
Tropeçar
Teu destino Maria
Teu destino é penar.
Rui Serra Mar 2014
Quarto fechado
escuro
(mas não muito)
uma luz
incenso
odor
forte o(dor)
sândalo
No exterior
chuva
frio
um pedinte
gabardina velha
Janela
(de volta ao quarto)
uma face rosada
(acende-se a luz)
Princesa.
Rainha.
Mulher.
Hoje sinto que aquela bola de sabão existe!
É uma bola de verdade, leve e livre, pelo vento,
Sente-se os sons das palavras, que expeliste,
Sentiu-se aqui o timbre, presente do alento!

O longo curso, no horizonte dessa montanha,
Que um dia essa bola quis seguir, sente-se aqui!
Brilham olhares atentos à noite, agora estranha,
O olhar de bolas voando vê-se agora até daqui!

Desperta solto e livre o sol de medo dos ventos,
Dispersa cores cinza, que o habitaram por tempos,
Ouvem-se desejos de liberdade, nestes momentos,
Quem sabe agora, o tom dos seus passatempos?

Não vejo os Invernos, nem se sente o tom do inferno,
Plana sobre a linda natureza um cheiro aflito e difuso,
Que sonho teve o vento, que te levou e trouxe, recluso!
Voa-as pelos céus e nem sabes mais a forma do parafuso!

Os círculos controversos do prender da abertura das portas,
Sustentam como metal idêntico as formas do pensamento,
Não importa ser bola de sabão e voar ao saber do vento,
Foi disposição para soltar amarras e viver o que hoje adoras!

O homem fez-se fora e a mulher vê-se agora, ambos cintilantes,
Todos os medos e costumes, já doentios, na hora do descanso,
Quando à noite no silêncio, os medos dos sons são abundantes,
Fogem sorridentes porque mesmo carentes têm seu descanso!

Autor: António Benigno
Código de autor: 2013.09.18.02.23
Victor Marques Oct 2018
As estrelas brilham....

Já estou á procura de um novo dia,
Pelas as estrelas eu espero,
Sintonia eu vejo porque quero,
Sentinela do sul em eterna vigia...

Me perco nos zumbidos da noite apavorado,
Olho para o céu estrelado!
Me contento com tudo sem pedir nada,
Natureza morta e quase ofuscada....

As estrelas brilham na noite de quem quer,
Até parecem ser e ao mesmo tempo não ser,
Com olhos que até parecem nem querer dormir,
As observo com desejos de quem quer se redimir.

Elas estão todas entretidas e sempre cintilantes
Na noite são solidárias e muito brilhantes,
Parecem feitas para dar amor ao universo distante,
Mas beijando o mundo e suas gentes.


Victor Marques
Estrelas brilham
Ana Jul 2019
liberta-me do nosso imenso abandono
rasgaste-me ao meio
para que exista tristeza em todos os lugares onde não estamos
onde não existe revolução quando os nossos lábios se tocam
não consegues ser sóbrio
e por isso não conseguimos ser
tu grita o meu nome
arde
o teu cheiro
a única coisa onde não existe dor
nós em todo o lado
de todas as formas
e eu sem ti inteira
regressas e sinto calor
o mesmo calor de quando chegaste pela primeira vez
e será sempre assim quando apareceres
querer-te-ei calada
sozinha
mas a ti magoa-te saber que serei sempre eu
o sol que te alumbra a noite
Victor Marques Apr 2012
Para ti meu amor

Sem ti não saberia viver,
Abrir o livro para ler,
Sentir o orvalho da manhã,
Noite fria e vã.


A Primavera seria Inverno,
O Céu inferno.
A poesia nunca lida,
A vida não seria vida.

Conquistas sem valor,
Aconchego e amor,
Conselhos sensatos,
Relatos e relatos.

Vida enfadonha,
Solidão seria medonha,
Tu tens alegria e simpatia,
Tanto de noite como de dia.

Victor Marques
Serafeim Blazej Sep 2016
Minha mãe sempre me contou a mesma história
De como Narcissus quebrou Drinick
Porque nem sempre o amor é suficiente
Ás vezes ele só causa dor

Narcissus foi o primeiro amor de Drinick
A primeira verdadeira paixão
Drinick foi o único amigo de Narcissus
Durante longos verões e todo o resto do tempo

Narcissus nunca chorou
Nem quando sentiu dor
Drinick nunca desacreditou
Nem quando chegou ao fundo do poço

Então Narcissus quebrou Drinick
Em pedaços tão pequenos
Que ninguém seria capaz de consertá-lo
E ninguém nunca consertou

Minha mãe sempre me contou a mesma história
De como Narcissus quebrou Drinick
Porque nem sempre o amor é suficiente
Ás vezes ele só causa dor

Narcissus se foi e nunca mais voltou
Drinick ficou e nunca mais correu
A história dos dois morreu
No dia em que Narcissus quebrou

Minha mãe sempre me disse
Nunca seja como Narcissus
Que perdeu tudo o que tinha
E nunca seja como Drinick
Que foi deixado sem nada

Minha mãe sempre me contou a mesma história
De como Narcissus quebrou Drinick
Porque nem sempre o amor é suficiente
Ás vezes ele só causa dor

Eu já fui Narcissus
E já tive meu Drinick
Mas a história se repetiu
Minha mãe sempre me disse

Quando Narcissus quebrou Drinick
Uma jovem lua pairava no céu
Naquela noite as estrelas não apareceram
E todas elas se apagaram do olhar de ambos
Poema.
História e canção também.
Fazia parte de uma história e é sobre dois personagens importantes dela.

("Narcissus and Drinick")
Sinto o meu corpo voar como um passarinho,
Nos teus braços, sinto conforto do nosso ninho!
Os teus olhos, são a alegria do meu caminho,
E quando chego a ti, sinto mesmo o teu carinho!

Sinto-me a planar no ar como uma pena,
A energia que vem de ti, me é tão amena,
O teu perfume cor de energia tão plena,
Teu abraço único é meu, querida Liliana!

Nada é igual a ti, à tua doce presença,
Tua imagem, sempre uma boa lembrança,
Respiro melhor, estes sonhos de criança,
A vida contigo, é agora a melhor aliança!

Sinto-me tão grande no teu aconchego,
Sinto-me vaidoso da tua companhia,
Sinto a tua presença com muita alegria,
Beijo teu, eu vejo e logo de vontade, pego!

Esta noite eu vou deitar-me alucinado,
Descanso sobre a almofada apaixonado,
É tão leve minha consciência, abobadado,
Vénia pela noite a teu ser, por mim amado!

Autor: António Benigno
Código de autor: 2013.07.23.02.08
Victor Marques Nov 2011
Nossa Senhora da Aparecida


Na noite te pedi inspiração,
Divulgar teu nome e devoção.
As correntes do escravo Zacarias,
Velas apagadas Tu acendias.


A corrente to rio era muito forte,
O menino Tu livraste da morte.
Aqui em Castanheiro do Norte,
Te pedimos pão e sorte.


A fé em Deus, ele é amor,
Olhai para as vinhas do Senhor,
Ao Jorge e á D. Anita,
Agradecemos a festa  bonita.

Victor Marques
Victor Marques Oct 2013
A chuva

Chove intensamente esta noite na penedia,
Escuto e interiorizo melodia…
A noite está muito sonolenta e escura,
Eu vagueio em vales de ternura.

Chuva miudinha que nem molhais,
Regas vinhas, oliveiras de meus pais.
Pões escorregadios durienses rochedos,
Chuva de amor e seus segredos.

Chuva de um Verão com toque de Outono,
Cão vadio sem senhor e seu trono.
Chuva torrencial de águas paradas,
Chuva de contos e fadas…

Chuva que esbate em frente na pobre janela,
Cores de um arco-íris feito Cinderela.
Ritmo parecido com o toque do sino,
Chuva que cai ao desatino….

Victor  Marques
Rui Serra Apr 2014
Do pouco da minha
miséria, trago esta
túnica que irei
estender a teus pés.
Tudo recomeça
e eu deixar-te-ei.
Leva-me para a
cama
ama-me
embriaga-me.
Amanhã não
serei mais eu.

— The End —