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Dayanne Mendes Jan 2013
Pra você eu deixo todo o meu desprezo,
Junto com os presentes que você me deu.
Está tudo aí, em cima da cabeceira da sua cama.

Onde muitas vezes fizemos planos juntos.
Planos para o nosso futuro.
Que foi jogado no lixo, por você.

Agora quem está no lixo é você,
E lá vai apodrecer.
Junto com meu remorso.
Celina Freire Apr 2017
No meu corpo
eu silencio as dores do passado,
escondo as cicatrizes da minha história
e guardo os sentimentos de minha jornada.
Ser como sou,
vestir-se como me visto,
falar como falo,
andar como ando,
viver como eu vivo.
São apenas vestígios que deixaram-me
ao longo do tempo.
Abusos.
Agressões.
Violências.
Ser submetida a ser submissa.
Ser jogada de cantos em cantos.
Ser tratada como lixo.
Ser menosprezada.
Ser dada como burra e ignorante.
Querer ser o que sempre fui.
Querer ser algo que não me deixaram ser.
Ser como "eles"?!
Não podia.
Hoje...
Hoje sou quem eu quiser.
Não sofro e nem me fazem sofrer.
O peso que levo em meus ombros são meus,
mas não dói.
Tenho orgulho.
E hoje sou LIVRE,
sou FORTE,
sou GRANDE,
sou MULHER.
Ana Sep 2018
Da janela do meu mundo
Poderia dizer que a vista é sôfrega
E deprimente,
Prédios que escondem as árvores,
Fábricas que me cegam as estrelas
E lixo que voa pelas ruas
Onde passam pessoas vazias,
Mas estaria a ser injusta,
Injusta para com a Lua
E com a luz que jarra neste rio.
Quando os meus olhos caem
Sob ela são conquistaos,
E esqueço o mundo
E os meus deveres,
Esqueço as árvores escondidas
Pelos prédios,
As fábricas que me cegam as estrelas
E o lixo que voas por estas ruas
Onde passam pessoas vazias.
Hipnotiza-me e o tempo para,
Só de olhar para uma das luas
Incorporadas na imensidão deste Universo,
O tempo para,
O tempo para e eu sou feliz
Por poder-me juntar a ela
Cada noite do resto da minha vida.
pp
De voz leiga, de olhar sereno e de ouvidos moucos eu digo o mundo mudou.
Mudou a primavera que chegou mais cedo, mudaram-se as vontades e a tirania escutou o mundo.
Sejam quais forem os desígnios ou as motivações dos acontecimentos,  acredito que o Homem está posto há prova. Quem sabe se de uma gripezinha ligeira se trate, ou quem sabe que sufoco trará. Desafio todos a olhar à volta de casa e olhar para o que podem e não podem comer. Encheu-se o mundo de lixo.  Um caminho que decidimos seguir. Erradamente esquecemos o contacto com a terra aquilo que a todo custo tentaremos evitar!
O mundo mudou, e nós pelo menos paramos e agora pensamos noutra direcção. Será a certa, outra será certamente.
Os nossos putos mais velhos, não só carregaram a cruz este tempo todo como fizeram também porque hoje tivessemos estes desvaneios. Não descurem a sua sabedoria e tentamos todos que nos premitam poder ouvir o que nos dizem.
Porém podemos e eu acredito que se cada um se ocupar inteligentemente tornará mais fácil este luta.
Talvez não fosse mal habituarmo-nos a este tempo encarar a coisa,  agarra-la pelo sítio e não perder a fé sejam quais forem as dificuldades.
Portugueses gente rija, gente de bem que por isso nos conhecam.
Bem hajam.

Autor: António Benigno
Código de autor: 2020.03.29.22.08.03.03

— The End —