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M L Evett Feb 2017
A Trav’ler lost inside a world
Wants only love to be unfurled
Two roads diverge, both cloaked in mist
The one not chosen will be missed

A Trav’ler wanders ‘round the mews
Wants peace of mind, gets morning news
So many voices lacking tact
And telling that which is not fact

A Trav’ler's heart is filled to burst
And mind a maze of twists and turns
Now etches life onto a page
Black ink replaces blood today

A Trav’ler weaves yarn through the loom
And knows the thread leads to a doom
But trav’lling just to move through skein
Seems pointless and, oh so mundane

When trav’lling is all that you know
It can be hard to stop and think
Oh what is all this trav’lling for?
A Trav’ler shrugs, but dreams of more, to soar
Victor Marques Dec 2009
Que grande a geração, a de Camões,
Saia de Belém, num pranto oral...
Dizia adeus a grandes multidões!
Olhava o horizonte pequeno Portugal

Traçado o rumo do futuro,
Passado o mar forte e indeciso,
Pegava no leme, firme e duro,
Sem dor, frio ou bramido.

As ninfas, rodeavam o leme,
O Sol, queimava a proa do navio,
O capitão nada teme
Naquele mar, escuro e bravio...

Victor Marques e Atavio Nelson


Chegamos a outros pontos,
Do globo esférico, sem saber!
Que hoje são contos,
Que ainda temos de ler.

Desde Ourique, Calado e Cala trava
Com turbantes brancos reluzentes
Os portugueses lutaram com palavra
Com alegria mostravam seus dentes.

Correram os desertos, tão estéreis
Na defesa de um Santo Universal
Pela cruz combateram infiéis
Dentro e fora de Portugal.

Oh.Isabel que suaves eram tuas flores!
Que rosas encarnadas pueris
Que as músicas sejam cantadas para seus amores
Prendes-te por milagre o teu Diniz.

OH Coimbra.que tiranas do fadário
Oh Sé velha, cheia de segredos
Que encantos lá havia do Hilário
Ainda hoje escritos nos penedos...

Santa Clara, no alto...que te vê clarissa
Jovem, esbelta coimbrã!
Foste, cedo freira e noviça.
Salva-me deste fado, minha irmã!


Olá Marquez, és do Pombal
Traidor, usurpador, ladrão.
NO ódio foste genial.
E TUDO, tudo metia no gibão.
Malandro, enganas-te o teu Rei
Iludiste-o, meu falso...e mandas-te
O Távora, inocente para o cadafalso

Maldito sejas!
Isso não foi Portugal...mas foi
No norte, que uma mulher
Forte, com seios apertados
E espada no dentes bem cerrados
Em serpente e com sua gente
Em zip filas genial
Firme.destinada
Deu a vida mas
Acabou com o Cabral

Sim ali, no monte
Naquele lugar Maria da Fonte

Só com gente destemida, como eu !
Tal como o Lusitano no Gerez
Esta pátria com um plebeu
Concebeu o Tavares com um grande
PORTUGUÊS


Victor Marques
Alex Vice Apr 2014
Even the truffula trees were cut down,
Used to make thneeds sold around town
Once-ler think of the trees,
What even are these thneeds?
Things that everyone must need?
Or the product of careless greed?
Once you see something is special,
You realize it's too late to save it...
Or is it?
We know the story
About the last seed,
And how maybe just maybe
We could bring it all back
The truffula trees and with them love,
Love for the trees
And love for the seas,
And even the buzzing bees,
Poem inspired by the lorax obviously
Danielle Furtado Nov 2014
Nasceu no dia dos namorados. Filho de mãe brasileira com descendência holandesa e pai português. Tinha três irmãos: seu gêmeo Fabrício, o mais velho, Renato, e o terceiro, falecido, que era sua grande dor, nunca dizia seu nome e ninguém se atrevia a perguntar.
A pessoa em questão chamaremos de Jimmy. Jimmy Jazz.
Jimmy morava em Portugal, na cidade de Faro, e passou a infância fazendo viagens ao Brasil a fim de visitar a família de sua mãe; sempre rebelde, colecionava olhares tortos, lições de moral, renegações.
Seu maior inimigo, também chamado por ele de pai, declarou guerra contra suas ideologias punk, seu cabelo que gritava anarquismo, e a vontade que tinha ele de viver.
Certo dia, não qualquer dia mas no natal do ano em que Jimmy fez 14 anos, seu pai o expulsou de casa. Mais um menino perdido na rua se tornou o pequeno aspirante à poeta, agora um verdadeiro marginal.
Não tinha para onde ir. Sentou-se na calçada, olhou para seus pés e agradeceu pela sorte de estar de sapatos e ter uma caneta no bolso no momento da expulsão, seu pai não o deixara com nada, nem um vintém, e tinha fome.
Rondou pelas mesmas quadras ao redor de sua casa por uns dias, até se cansar dos mesmos rostos e da rotina daquela região, então tomou coragem e resolveu explorar outras vidas, havia encontrado um caderno em branco dentro de uma biblioteca pública onde costumava passar o dia lendo e este seria seu amigo por um bom tempo.
Orgulhoso, auto-suficiente, o menino de apenas 14 anos acabou encontrando alguém como ele, por fim. Seu nome era Allan, um punk que, apesar de ainda ter uma casa, estava doido para ir embora viver sua rotina de não ter rotina alguma, e eles levaram isso muito à sério.
Logo se tornaram inseparáveis, arrumaram emprego juntos, que não era muito mas conseguiria mantê-los pelo menos até terminarem a escola, conseguiram alugar uma casa e compraram um cachorro que nunca ganhou nome pois não conseguiam entrar em acordo sobre isso, Jimmy tinha também um lagarto de estimação que chamava de Mr. White, sua paixão.
Os dois amigos começaram a frequentar o que antes só viam na teoria: as festas punk; finalmente haviam conseguido o que estavam procurando há tempos: liberdade total de expressão e ação. Rodeados por todos os tipos de drogas e práticas sexuais, mas principalmente, a razão de todo o movimento: a música.
Jimmy tinha inúmeras camisetas dos Smiths, sua banda favorita, e em seu quarto já não se sabia a cor das paredes que estavam cobertas por pôsteres de bandas dos anos 80 e 90, décadas sagradas para qualquer amante da música e Jimmy era um deles, sem dúvida.
Apesar da vida desregrada que levava com o amigo, Jimmy conseguiu ingressar na faculdade de Letras, contribuindo para sua vontade de fazer poesia, e Allan em enfermagem. Os dois, ao contrário do que seus familiares pensavam, eram extremamente inteligentes, cultos, criaram um clube de poesia com mais dois ou três amigos que conheceram em uma das festas e chamaram de "Sociedade dos Poetas Mortos... e Drogados!", fazendo referência ao filme de  Peter Weir.
O nome não era apenas uma piada entre eles, era a maior verdade de suas vidas, eles eram drogados, Jimmy  era viciado em heroína, Allan também mas em menos intensidade que seu parceiro.
Jimmy não era hétero, gay, bissexual ou qualquer outra coisa que se encaixe dentro de um quadrado exigido pela sociedade, Jimmy era do amor livre, Jimmy apenas amava. E com o passar o tempo, amava seu amigo de forma diferente, assustado pelo sentimento, escondeu o maior tempo que pôde até que o sentimento sumisse, afinal é só um hormônio e a vida voltaria ao normal, mas a amizade era e sempre seria algo além disso: uma conexão espiritual, se acreditassem em almas.
Ambos continuaram suas vidas sendo visitados pela família (no caso de Jimmy, apenas sua mãe) duas vezes ao ano, no máximo, e nesses dias não faziam questão de esconderem seus cigarros, piercings ou qualquer pista da vida que levavam sozinhos, afinal, não os devia mais nada já que seus vícios, tanto químicos quanto musicais, eram bancados por eles mesmos.
Era 14 de fevereiro e Jimmy completara 19 anos, a vida ainda era a mesma, o amigo também, mas sua saúde não, principalmente sua saúde mental.
O poeta de sofá, como alguns de nós, sofria de um existencialismo perturbador, o mundo inteiro doía no seu ser, e não podia fazer muito sobre aquilo, afinal o que poderia fazer à respeito senão escrever?
Até pensou em viver de música já que tocava dois instrumentos, mas a ideia de ter desconhecidos desfrutando ou zombando dos seus sentimentos mais puros não lhe era agradável. Continuou a escrever sobre suas dores e amores, e se perguntava por que se sentia daquela forma, por que não poderia ser como seu irmão que, apesar de possuírem aparência idêntica, eram extremos do mesmo corpo. Fabrício era apenas outro cidadão português que chegava em casa antes de sua mãe ficar preocupada, não que ele fosse um filho exemplar, ele só era... normal, e era tudo que Jimmy não era e jamais gostaria de ser; aliás, ter uma vida comum era visto com desprezo pelos olhos dele, olhos que, ainda tão cedo, haviam visto o melhor e o pior da vida, já não acreditava em nada, nem em si mesmo, nem em deus, nem no universo, nem no amor.
Como poderia alguém amar uma pessoa com tanta dor dentro de si? Como ele explicaria sua vontade de morrer à alguém que ele gostaria de passar a vida toda com? Era uma contradição ambulante. Uma contradição de olhos azuis, profundos, e com hematomas pelo corpo todo.
Aos 20 anos, o tédio e a depressão ainda controlavam seu estado emocional a maior parte do tempo, aos domingos era tudo pior, existe algo sobre domingo à tarde que é inexplicável e insuportável para os existencialistas, e para ele não seria diferente. Em um domingo qualquer, se sentindo sozinho, resolveu entrar em um chat online daqueles famosos, e na primeira tentativa de conversa conheceu uma moça do Brasil, que como ele, amava a banda Placebo e sendo existencialista, também sofria de solidão, o que facilitou na construção dos assuntos.
Ela não deu muita importância ao português que dizia "não ser punk porque punks não se chamam de punks", já estava cansada de amores e amizades à distância, decidiu se despedir. O rapaz, insistente e talvez curioso sobre a pessoa com quem se deparara por puro acaso, perguntou se poderiam conversar novamente, e não sabendo a dor que isso a causaria, cedeu.
Assim como havia feito com Allan, Jimmy conquistou Julien, a nova amiga, rapidamente. De um dia para o outro, se pegou esperando para que Jimmy voltasse logo para casa para que pudessem conversar sobre poesia, música, começo e fim da vida, todos os porquês do mundo em apenas uma noite, e então perceberam que já não estavam sozinhos, principalmente ela, que havia tempo não conhecia alguém tão interessante e único quanto ele.
Não demorou muito para que trocassem confidências e os segredos mais íntimos, mas nem tudo era tão sério, riam juntos como nunca antes, e todos sabem que o caminho para o coração de uma mulher é o bom humor, Julien se encontrava perdidamente apaixonada pelo ****** que conhecera num site de relacionamentos e isso se tornaria um problema.
Qualquer relacionamento à distância é complicado por natureza, agora adicione dois suicidas em potencial, um deles viciado em heroína e outra que de tão frustrada já não ligava tanto para sede de viver que sentia, queria apenas ler poesia longe de todas as pessoas comuns, essas que ambos abominavam.
Jimmy era todos os ídolos de Julien comprimidos dentro de si. Ele era Marilyn Manson, era Brian Molko, era Gerard Way, Billy Corgan, Kurt Cobain, mas acima de todos esses, Jimmy era Sid Vicious e Julien sonhava com seus dias de Nancy.
Ele era o primeiro e último pensamento dela, e se tornou o tema principal de toda as poesias que escrevia, assim como as que lia, parecia que todas eram sobre o luso-brasileiro que considerava sua cópia masculina. Jimmy, como ela, era feminista, cheio de ideologias e viciado em bandas, mas ao contrário dela, não teria tanto tempo para essas coisas.
Estava apaixonado por um rapaz brasileiro, Estêvão, que também dizia estar apaixonado por ele mas nunca passaram disso, e logo se formou um semi-triângulo amoroso, pois Julien sabia da existência da paixão de Jimmy, mas Estêvão não sabia que existia outra brasileira que amava a mesma pessoa perdidamente. Não sentiu raiva dele, pelo contrário, apoiava o romance dos dois já que tudo que importava à ela era a felicidade de Jimmy, que como ela, era infeliz, e as chances de pessoas como eles serem felizes algum dia é quase nula.
O brasileiro era amante da MPB e da poesia do país, assim como amava ouvir pós-punk e escrever, interesses que eram comum aos três perdidos, mas era profissional para ele já que conseguira que seus trabalhos fossem publicados diversas vezes. Se Jimmy era Sid Vicious, Julien desejava ser Nancy (ou Courtney Love dependendo do humor), Estêvão era Cazuza.
Morava sozinho e não conseguia se fixar em lugar algum, estava à procura de algo que só poderia achar dentro dele mesmo mas não sabia por onde começar; convivia com *** há alguns meses na época, mas estava relativamente bem com aquilo, tinha um controle emocional maior do que nosso Sid.
Assim como aconteceu com Allan e Julien, não demorou muito para que Estêvão caísse nos encantos de Jimmy, que não eram poucos, e não fazia mais tanta questão de esconder o que sentia por ele. Dono de olhos infinitamente azuis, cabelo bagunçado que mudava de cor frequentemente, corpo magro, pálido, e escrevia os versos mais lindos que poderia imaginar, Jimmy era o ser mais irresistível para qualquer um que quisesse um bom tema para escrever.
--
Julien era de uma cidade pequena do Brasil, onde, sem a internet, jamais poderia ter conhecido Jimmy, que frequentava apenas as grandes cidades do país. Filha de pais separados, tinha o mesmo ódio pelo pai que ele, mas diferente do amigo, seu ódio era usado contra ela mesma, auto-destrutiva é um termo que definiria sua personalidade. Era de se esperar que ela se apaixonasse por alguém viciado em drogas, existe algo de romântico sobre tudo isso, afinal.
Em uma quarta-feira comum, antecipada por um dia nublado, escreveu:

Minhas palavras, todas tiradas dos teus poemas
Teu sotaque, uma voz imaginada
Que obra de arte eram teus olhos
Feitos de um azul-convite

E eu aceitei.


Jimmy era agora seu mundo, e qualquer lugar do mundo a lembrava dele. Qualquer frase proferida aleatoriamente em uma roda de amigos e automaticamente conseguia ouvir sua opinião sobre o assunto, ela o conhecia como ninguém, e em tão pouco tempo já não precisavam falar muita coisa, os dois sabiam dos dois.
Desejava que Jimmy fosse inteiramente dela, corpo e mente, que cada célula de seu ser pudesse tocar todas as células do dela, e que todos os pensamentos dele fossem sobre amá-la, mas como a maioria das coisas que queria, nada iria acontecer, se achava a pessoa mais azarada do mundo (e provavelmente era).
Em uma noite qualquer, após esperar o dia todo ansiosa pela hora em que Jimmy voltaria da faculdade, ele não apareceu. Bom, ele era mesmo uma pessoa inconstante e já estava acostumada à esse tipo de surpresa, mas existia algo diferente sobre aquela noite, sabia que Jimmy estava escondendo alguma coisa dela pois há dias estava estranho e calado, dormia cedo, acordava tarde, não comia, e as músicas que costumavam trocar estavam se tornando cada vez mais tristes, mas era inútil questionar, apesar da intimidade, ele se tornara uma pessoa reservada, o que era totalmente compreensível.
Após três ou quatro dias de aflição, ele finalmente volta e não parece bem, mesmo sem ver seu rosto, conhecia as palavras usadas por ele em todos os momentos. Preocupada com o sumiço, foi logo questionando sua ausência com certa raiva e euforia, Jimmy não respondia uma letra sequer. Julien deixou uma lágrima escorrer e implorou por respostas, tinha a certeza de que algo estava muito errado.
"Acalme-se, ou não poderei lhe contar hoje. Algo aconteceu e seu pressentimento está mais que correto, mas preciso que entenda o meu silêncio", disse à ela.
Julien não respondeu nada além de "me dê seu número, sinto que isso não é algo que se conta por escrito".
Discando o número gigantesco, cheio de códigos, sabia que assim que terminasse aquela ligação teria um problema muito maior do que a alta taxa que é cobrada por ligações internacionais. Ele atendeu e começou a falar interrompendo qualquer formalidade que ela viria a proferir:

– Apenas escute e prometa-me que não irá chorar.
Ela não disse nada, aceitando a condição.
– Há tempos não sinto-me bem, faço as mesmas coisas, não mudei meus costumes, embora deveria mas agora é tarde demais. Sinto-me diferente, meu corpo... fraco. Preciso te contar mas não tenho as palavras certas, acho que nem existem palavras certas para o que estou prestes à dizer então serei direto: descobri que sou *** positivo. ´
Um silêncio quase mórbido no ar, dos dois lados da linha.
Parecia-se com um tiro que atravessou o estômago dos dois, e nenhum podia falar.
Julien quebrou o silêncio desligando o telefone. Não podia expressar a dor que sentia, o sentimento de injustiça que a deixava de mãos atadas, Ele era a última pessoa do mundo que merecia aquilo, para ela, Jimmy era sagrado.

Apenas uma pessoa soube da nova situação de Jimmy antes de Julien: Allan.
Dois dias antes de contar tudo à amiga, Jimmy havia ido ao hospital sozinho, chegou em casa mais cedo, sentou-se no sofá e quis morrer, comparou o exame médico à um atestado de óbito e deu-se por morto. Allan chegou em casa e encontrou o amigo no chão, de olhos inchados, mãos trêmulas. Tirou o envelope de baixo dos braço de Jimmy, que o segurava como se fosse voar a qualquer instante, como se tivesse que apertar ao máximo para ter certeza de que aquilo era real. Enquanto lia os papéis, Jimmy suplicava sua morte, em meio à lágrimas, Allan lhe beijou como o amante oculto que foi por anos, com lábios fracos que resumiam a dor e o medo mas usou um disfarce para o pânico que sentia e sussurrou "não sinto nojo de ti, meu amigo, não estás morto".
Palavras inúteis. Já não queria ouvir nada, saber de nada. Jimmy então tentou dormir mas todas as memórias das vezes que usou drogas, que transou sem saber com quem, onde ou como, estavam piscando como flashes de luz quase cegantes e sentia uma culpa incomparável, um medo, terror. Mas nenhuma memória foi tão perturbadora quanto a da vez em que sofreu abuso ****** em uma das festas. Uma pessoa aleatória e sem grande importância, aproveitou-se do menino pálido e mirrado que estava dormindo no chão, quase desmaiado por culpa de todo o álcool consumido, mas ainda consciente, Jimmy conseguia sentir sua cabeça sendo pressionada contra a poça d'água que estava em baixo de seu corpo, e ouvia risos, e esses mesmos risos estavam rindo dele agora enquanto tentava dormir e rezava pra um deus que não acredita para que tudo fosse um pesadelo.
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Naquele dia, Jimmy, que já era pessimista por si só, prometeu que não se trataria, que iria apenas esperar a morte, uma morte precoce, e que este seria o desfecho perfeito para alguém que envelheceu tão rápido, mas ele não esperaria sentado, iria continuar sua vida de auto-destruição, saindo cedo e voltando tarde, dormindo e comendo mal, não pararia também com nenhum tipo de droga, principalmente cigarro, que era tão importante quanto a caneta ao escrever seus poemas, dizia que sentir a cinza ainda quente caindo no peito o inspirava.
Outra manhã chegou, e mesmo que desejasse com toda força, tudo ainda era real, seus pensamentos eram confusos, dúvidas e incertezas tão insuportáveis que poderiam causar dores físicas e curadas com analgésicos. Trocou o dia pela noite, já não via o sol, não via rostos crús como os que se vê quando estamos à caminho do trabalho, só via os personagens da noite, prostitutas, vendedores de drogas, pessoas que compravam essas drogas, e gente como ele, de coração quebrado, pessoas que perderam amigos (ou não têm), que perderam a si mesmos, que terminaram relacionamentos até então eternos, que já não suportavam a vida medíocre imposta por uma sociedade programada e hipócrita. Continuou indo aos mesmos lugares por semanas, e já não dormia em casa todos os dias, sempre arrumava um espaço na casa de algum amigo ou conhecido, como se doesse encara
D. Furtado
Todos me dizem que o seu coração é impenetrável
O Castelo mais seguro perderia
Não tenho códigos, chaves e nem força
Tenho apenas palavras escritas
Mas como também me dizem, palavras abrem portas
E se portas podem ser abertas
Seu coração também pode ser penetrado
Por mais difícil que seja
Leia o que eu escrevo
Pode ser meio complicado pelas lágrimas que mancham o papel
Nas palavras manchadas pelas lágrimas
Finja que "amor" está escrito
Por que com amor as coisas ficam mais bonitas
Mais uma lagrima cai no papel
Mais amor eu vejo nele
É aconselhável eu parar por aqui
Pode ser que o papel se rasgue
E se meu papel se rasgar
Ler isso você não vai
E então  as portas continuaram fechadas
Ficarei sem códigos, chaves, força e agora sem palavras
Então o que você guarda ai dentro do seu coração não será desvendado
Por toda a eternidade.
Louis Segoe Nov 2021
How long woman is wild when she is alone?
How far woman can reach without her soulmate?

How quick woman can fall in her endless waiting!
How fun woman can die if she is alone in big house!

How strong woman can fight looking her husband die?
How big woman can dream if her husband is not rich?

Which wills woman can have if her husband is poor?
Which knot can win woman to unknot if her husband is bleeding?

Which well can be nearly for widowed **** woman?
Which well can be so far for kind widowed woman?

Which heart woman can have if her children are prisoned?
Which decision woman can take if prison guard needs her to ler her kids get out of steels?

How fun is man thinking he owns her wife's heart!
What happens when he is died so?


After understanding all that I asked my mind grandpa, how dare she talks women in that way he told me "all women not like that" and again " non kind hearted woman Are married with Sky"
Women's mind and power depends on  time.
Keep watching!!!!
Victor Marques Dec 2010
Estou com Deus em plenitude,
No riacho que corre, no canto do rouxinol,
Nas árvores com ou sem folhagem.
Estou com Deus  na inquietude,

Com Deus na velhice e Juventude.
Nas montanhas que os olhos avistam,
No horizonte , na imensidão do ser,
Nos segredos para ler.


Estou com Deus amigo,
Com ou sem Abrigo.
Ondas do mar com espuma,
Deus da luz e da bruma.


Cordiais Cumprimentos.
Victor Marques
Shawn Jul 2012
the only time we care about the poor
is in disaster,
there's been freedom for decades,
but we're still owned by slave masters,
incorporated trademarks
branded on our spine,
the american dream,
might as well be bovine.
flagpole sitting flappers,
never expect to fall,
'33 til infinity,
greed affects us all,
and it's more,
than a disease,
there's no atticus,
instead, great gatsbies.
and boo radley,
aint gonna right these wrongs,
all we've got are our words
and the will to stand strong,
and it seems we're just monkeys,
launched into orbit,
in spaceships,
that only fall once reality hits,
and i don't see any solutions soon,
we consume and presume,
that this is all a cartoon,
asterix fiction,
we lack conviction,
we lack the diction,
to speak our mind,
we are confined,
to the roles,
and the moulds,
and the holes,
that are made for our souls,
we stay out of the spotlight,
even when the times right,
allergic to great heights,
like madden going to superbowls.
ice cold,
a wise man said was cooler than cool
but these fools aint never heard of ice-nine,
it's the right time,
got the right rhymes,
who cares about these thugs,
i'm set on madoff crimes,
who cares about the dealers,
follow the money like the wire,
we're civilians in vans under apache fire,
and the cover-up is comin,
the cover-up is comin
the cover-up is comin
the cover-up is comin
the only time i'm hostile,
is within,
when i gotta smile
at these businessmen,
that are tearing us apart,
and ******* on our soil,
tearing out our hearts,
creeping like the mcboyles,
i've toiled in the trenches,
for most of my days,
as have the majority of those i know,
and we can't just quit,
we gotta get paid,
materialstic societies depend on dough,
so we dream of being on boats like samberg
the only threat to our fatasses is the hamburg
-ler, there's no cure, there's no care,
there's no health, it's not fair,
but if you keep on dreamin, one day it'll be there,
simply stare at the sun, things'll brighten up,
keep buying that product, trust me, they give a ****,
fall into place, stand in single file,
and whatever you do, don't forget to smile.
dear immoral,
              salt
seed of
    s
                              la
  ughter
enticingly, affably, salt
compassionate psychic stimulates
  the pigheaded exclamation
compassionate osculation stands
glove
                  gives callously
  equally, nonetheless, equally
quarrelsome loving glove
a persnickety longshoreman
  each persnickety biochemistry
is the
  longshoreman cancerous?
A ambiguous certification
a stupid symphony
leads a wizardry
a road worker.
                    No content,
  j
                      us
            t web,
                                  you
    r bright face
is suffered with an imagery.
Bridge operator:
                agile
                    computation
 ­         today, randomly ordinarily
ah! A
                    trembling
    je
      we
                l­er
confidant loves increasingly
  languidly, sociably, spontaneously
Look! A poor *******
perpetual on my
          quick
                              bible;
  my psychotherapy roves
into a
            bleeding seashore.
Oxygen
  tickles beautifully
boisterous, antisocial, odorous
Look! A quivering predisposition
the
          psychoanalysis's
  preferably quick
      psych
    otherapy-
how
        ebbing it is!
It has the the depression snowed ordinarily.
It repels the grin into the seashore
a
        punishing scream.
Cataclysm predicts perfectly
              stupidly sensually noncommittal
unchanging rambling cataclysm
in t
      he

                        unharnessing camaraderie
a perfect board
          overshadows
  his youth

  so
                                  that it is contemporary
grin
            quick psychotherapies
I repel quick
this punishing kennel.
The chore
into appreciated camaraderies
psychotherapies rove in it.
A ink stick:
  into appreciated ca
                mar
          aderies
psychotherapies rove in
            my own gossip.
Dogmatic, unrealistic cliff
  grip
              of firefly
realistically, subtly, cliff
Situationist
              on my quick bible;
  my paralysis roves
onto a crazy seashore.
Situationist on a
            journey;
  my
            paralysis ambles
onto a
      crazy hotel.

A equality
  onto procreation kings
paralys
          is
        amble outside of the kings.

Buzzard: omnipotent nullification
  extraordinarily, perfectly, saintly
that buzzard is ambitious
This poem was written by a computer.
Budding Dirt Oct 2017
ANG'O MOMIYO PINY MABOR? Agoyo erokamano Ne Nyasaye mosewara kuom tuoche,dhier kod masira.Kendo daher mar goyo erokamano gi chunya duto ne ji duto mosebedo ka konya kendo tala e yore mag rieko gi ngima.Ndikoni en achiel kuom weche masetemo mondo andik ne joherana kendo ji duto ma puonjore yore ngima kowuok kuom weche ma andiko . Nitiere ndalo moro mane asandora malit bang' akweda modhuro ,kendo ndalo mang'eny asetemo wuok kuom mibadhi gi masira go. Omiyo ne aneno kit dhano kane chandruok omako chunya,chandruok mar manyo rieko.Ji mangeny ne oweya kagiwacho ni gik matimo ok kare,ji matin ahinya emane obedo piny mondo owinj gimane chando chunya.Jogo duto agoyonegi erokamano. Omiyo kane andiko gigi chunya ne gombo mondo ji duto oyud rieko kawuok gi gik ma awacho gi. Ji mang'eny temo mondo oyud gik piny gi yore ma ok ber,an agoyo erokamano ne ruodha kuom taya e ler ka adimbora mondo abed ng'ato ma an kawuono. Andiko wechegi mondo uyud ler kowuok kuom puonjo madieri.Piny ka ok nyal res gi muma inyalo rese gi thum gi ndiko.Omiyo akao kinde mondo andik weche maneno ,ka pogo oganda e pinyka. An ajaote.Kik igoya lero nikech apogora gi mibadhi gi miriambo.Ruaka uru e chunyu,kendo ukao kinde uwinj weche matemo pimo. Ne Ji duto marito ndiko ma asebedo kandiko ndalo mane apondo e **** dhano,beduru mana gi kwe nikech chunya nikodu machiegni,aherou. -Synopsia mar Piny Mabor,Budding Dirt. "As an artist, I feel that we must try many things - but above all, we must dare to fail. You must have the courage to be bad - to be willing to risk everything to really express it all."-Budding Dirt My mind is a sea of monarch butterflies. That flutter, all hella haphazard and disordered. As delicate as rice paper. And impatient. No matter how I chase them. I cannot catch them. Because while I’m clomping through the brush, swinging a net and crushing the seedlings, they are dancing from flower to flower, unperturbed by my pursuit. Flittering in the sun like the skittish memory of a dream in the light of day'-Budding Dirt
Med øjne lyse, store og skinnende
Prøver jeg at se ham dybt ind i sjælen.
Jeg smiler, ler og strejfer hans arme.
Nætter, som hurtigt bliver lange, mørke -
Men på lysende, klar, helt fantastisk vis.
Bruger jeg på at sende ham signaler.
Rører blidt ved hans hjerte. Selvom,
Mit greb er fast og stramt. Langsomt -
Vikler mine fingre ham ind i mit spind.
Han bliver grebet, betaget og glæden
Stråler ud af ham. Ud af mig. Tror han.
For når jeg kommer hjem, om aftenen
Er det stadigvæk ikke ham. Men DIG
Jeg tænker på. Dit navn i mine tanker -
Som små forviklede snefnug, kredser om.
Du ligger der. Aller bagerst. Om aftenen
Selvom, Du egentlig er væk og forsvundet.
For evigt. For altid. Og ikke kommer retur!?
Marissa Navedo Mar 2012
Tightrope
       W a l k  e  r   s
              ABOVE
dangle            the audience’s heads
                                                      bats
Jugg ler’s  throw              *****             chairs.
ringmaster   conquers                       all
caged   lionsbears -  beasts

popcorn spills      on the
                                           ground
as   children gaspinawe
horses lavishly decorated
clowns            abhorred
laughter radiates in the arena
trapeze act
                      grand Finale
discarded peanuts
                                    linger
behind
-marissa navedo
Victor Marques Nov 2012
Um grande amor nunca morre

Um grande amor não pode morrer,
Não pode fechar o livro sem ler…!
O vento é por vezes altivo,
Com este amor eu sempre vivo.

O amor gosta do orvalho de madrugada,
Com sua janela aberta, fechada?
Os lugares boa lembrança sempre te mostrarão,
O grande amor também vive de solidão.

Não dorme sempre em teu leito,
Pode até ser teu par perfeito?
Estradas sinuosas por vezes num só caminho,
Sorriso que se sente em menino…

Um grande amor gosta de ver a lua,
Ser verdade minha e sua,
A tristeza nos mutila e invade,
Amor que nunca acabe…

Victor Marques
amor , lembrança, solidão
The ability sincere to not in faith
Waver, to never for once cave in
Like Abraham to Sarah's chocolate
Gift of Hagar--

For by her Midas' touch, she
Turned her own maid to a mistress:
The genesis of a prolong distress--

When God's promises look lingering
Like a night dark and weary,

As pressure like tides keeps rising, but
To tarry still in hope and be decidedly
Waiting for heaven's bright day of reality
Like Joseph when folks, as the but-
Ler chief, are

Excelling in life, marriage and career--

Is verily an uncommon genre of grace,
Especially in this world of rat race.

For man, for comparison and jealousy,
Is no sooner despaired than he'd be
Seeking for an alternative in Ishmael, in-
Stead of waiting more for the blessing

Of a great child Isaac,

Who is the promised son and the only
Inheritor of the land brimming with milk--
Canaan--and dripping with honey.
Danielle Furtado Aug 2014
Acorda e já não sabe quem é, mas que diferença faz quando não se quer ser alguém?
O cigarro queima enquanto pensa em respostas para a vida, meio dia. A fumaça preenche o vazio e alivia a ânsia que as dúvidas causam, enjoada pela própria ignorância, por mais que tente saber tudo, não sabe nada. Então percebe todas as pessoas indo aos seus destinos, como fantasmas, ninguém as nota, nem elas mesmas, é tudo automático e ninguém realmente sabe o que está fazendo. Qualquer obstáculo no caminho para o trabalho é razão para dizer que o dia foi terrível, pois digo que terrível é fazer o mesmo caminho todos os dias, voltar para casa e receber o olhar frio das pessoas que também tiveram um dia "terrível".
O cigarro está quase no fim e acende outro logo em seguida, morrer cedo não é problema para alguém assim, então pensa em por que as pessoas querem envelhecer se todos os dias delas são iguais, semanas redundantes que se transformam em anos redundantes, vidas irrelevantes. Todos estão correndo para pagar seus impostos, todos estão preocupados em comprar móveis novos para suprir uma casa cheia de solidão. Uma televisão enorme ligada para o nada, fingir que não estamos sozinhos. Todos com tanto medo de irem contra o fluxo, gente desinteressante que acha o interessante esquisito.
Gente que morre sem ler poesia.
D. Furtado
Victor Marques Oct 2013
Folhas

Pedacinhos de folhas esverdeadas,
Folhas secas de Outono amareladas.
Fogem de suas árvores fustigadas,
Folhas húmidas, abandonadas…

Folhas maltratadas pelo vento,
Apodrecem com encanto.
Folhas das videiras multicolores,
Folhas escritas para teus amores.

Folhas que se perdem num tempo,
Folhas com e sem pensamento.
Folhas lindas ao entardecer,
Folhas anónimas para ler…

As folhas morrem cheias de pureza,
Exalam o perfume da mãe natureza.
Folhas parecidas, redondas e triangulares,
Folhas nas tristezas e nos olhares.

Victor Marques
folhas, árvores, papel, cores
O espectro é virtual
por trás do vidro
vive-se uma vida
notícias seguem soltas
e o rio desce

A correnteza leva
levas de burros
que berram bobagens
bradando incongruências
aos seus estilos de vida
e o rio desce

A turba canta
canções de esquecimento
que em dias se esgotarão
pelo cansaço, pela delonga
e o rio desce

Solitárias fotografias
sorrisos que não riem os olhos
e frases bonitas
e ideologias baratas
e batalhas inúteis
e pratos ornados
e opiniões passageiras
reiteradas, reiteradas, reiteradas
e o rio desce

Como corpos despidos
e livros abertos
lê-se por ler
fala-se por falar
mostra-se pra ser
e se é por mostrar
e o rio desce
The Good Pussy Oct 2014
.
                                  M e l
                         lissa McCa  rth
                         yE    llend     eG
                         e       n eri         s
                         T       ina Fe       y
                       M      indy Ka        l
                      i         na   Mar       ia
                     B       am      for        d
                     K       r is       ten      Sc
                     ha      a l        Re        b
                      el       Wi      lso        n
                        L          e   na         D
                         un       h  am      A
                           my      Poe    ler
                               Amy Schu
                                       m
                                       e
                                       r
Victor Marques Apr 2012
Para ti meu amor

Sem ti não saberia viver,
Abrir o livro para ler,
Sentir o orvalho da manhã,
Noite fria e vã.


A Primavera seria Inverno,
O Céu inferno.
A poesia nunca lida,
A vida não seria vida.

Conquistas sem valor,
Aconchego e amor,
Conselhos sensatos,
Relatos e relatos.

Vida enfadonha,
Solidão seria medonha,
Tu tens alegria e simpatia,
Tanto de noite como de dia.

Victor Marques
Expo 86' Oct 2015
Nem lembro mais quantas vezes
Senti tal amargura na garganta
Que deixa minha voz tão rouca
Talvez precise dar um tempo no cigarro
Ou de um café mais suave
Talvez precise de um tempo longe de você
Ou deixar de beber para te esquecer
Talvez precise ler muito mais você
Ou um tempo longe de tudo que me lembra você
Ou talvez, eu preciso mesmo é de você
Mariana Seabra Sep 2022
Não são os outros! Nunca foram os outros.

Não é o lugar! Nunca foi o lugar.

Sou eu!



Já quis partir em retiros para o Tibete. Ou em viagens espirituais para a Tailândia. Já quis correr o mundo à procura de algo que só podia encontrar em mim. Parece-me interessante, aliás, ainda o quero fazer pela pura necessidade que tenho de experienciar. No entanto, é inútil. É mirar ao fracasso, e é condenação interior a uma busca incessante que não traz paz, só traz correria desenfreada, sem meta final onde possa descansar, uma armadilha que me obriga a jogar por algo que nem vale a pena ganhar.
Prefiro a tranquilidade que me consigo proporcionar. Em vez de correr, prefiro caminhar. Prefiro aceitar a incompletude, para não ter de me andar a perseguir por lugares onde nem sequer passei. Prefiro pensar no que tenho. Prefiro aceitar o que tenho. Prefiro limar o que tenho. Prefiro amar o que tenho. Não me falta peça nenhuma! Só me falta descobrir uma maneira de lhes dar sentido... de me ordenar.

É inútil acharmos que temos de sair do sítio para viver e, consequentemente, evoluir ou mudar, ou correr de lugar para lugar, à procura da essência mais profunda que nos constrói. Quando as raízes são profundas, não há razão para temer o vento! O nosso cérebro não sabe distinguir entre a experiência vivida e a experiência imaginada, para ele é tudo igual. Somos biliões de informações! a que este magnífico pedaço de ***** cinzenta atribui significado. Experiências reais ou imaginárias, que se convertem em memórias, memórias que ganham uma nova vida de cada vez que as recordamos, histórias que repetimos a nós e aos outros, até sermos só pedaços daquilo que lhes contamos.

Prefiro esquecer!
Escrevo as histórias que nunca contei, para depois as tentar esquecer...

Só me oriento pelas minhas próprias pegadas e, quando escrevo é apenas através de experiência pessoal. Não recorro à generalização de vivências tão únicas, mas, como admito ser-humana, sei que por muitos outros são partilhadas, e sem o meu consentimento, generalizadas. Nasci para escrever poesia, mas não sei se nasci para ser poeta. A escrita é um dissecar do próprio íntimo. Escrever é sangrar para o papel. E se o que eu escrevo fizer sentido para um outro alguém, então ótimo, é como se partilhássemos o mesmo abraço enquanto o meu poema durar. E se o que eu escrevo não fizer sentido para ninguém, não importa. Escrevo para mim. Qualquer outra pessoa que me tente ler, irá observar-me através de um vidro duplamente espelhado. O que pensa observar de mim é, nada mais nada menos, do que o seu reflexo a acenar de volta para si. Porque a poesia é assim! dizem-me que não pertence a quem a escreve
mas sim
a quem a lê.
Sou do contra, não vivo à vossa mercê! A poesia é minha! O amor é meu! A dor é minha! E se a estou a partilhar, não é por motivos altruístas, não quero ser vista nem entendida. E se a estou a partilhar, é só porque estava sufocada, porque o poema já me estava a arder nas veias, muito antes do próprio poema começar. E se o estou a partilhar, é porque não tive escolha, era escrever ou morrer! e depois de estar cá fora, depois do fogo apagar, depois das cinzas pousarem e da ferida parar de jorrar... só depois, muito depois, é que uso o meu discernimento, volto atrás no tempo e decido se o vou partilhar, ou se é só meu, e de quem me veio inspirar.

Sou líder de mim mesma!

Sento-me na mesa-redonda do Eu e converso com todos os meus familiares, amigos, parceiros, desconhecidos, inimigos, anjos e demónios, todos com a minha cara, todos com a minha maneira de pensar, todos a olhar de volta para mim à espera que comece a falar...Quem diria, que de uma mesa tão cheia e diversificada, poderia comprimi-la, agrupa-la numa só pessoa, com uma única fachada virada para o exterior! Adoro a complexidade que de mim emana! Adoro ser várias, e ao mesmo tempo ser coesa. Ser o sol que mantém todas de mim em órbita, a força universal que me mantém presa,
Fiel a quem sou,
Com alma pura e coração digno de entrar na corte real da nobreza.
Entro em longos debates com todas as versões de mim, sobre qual de nós seguir. Creio que, desde tenra idade, tornei-me boa ouvinte para dentro. O dito mundo real não me bastava, muito menos me alegrava ou inspirava, então, recuei. Retraí-me para o vasto mundo interior da minha mente e, inventei mundos novos. Foi assim que descobri a melhor companhia que podia ter. Nunca me sentia sozinha, desde que me tivesse presente. Depois de aprender a escutar o que vem de dentro, aprendi a escutar o que vem de fora. No final do debate, decido seguir a mim mesma. Nenhuma de mim ficará para trás! Nem as que já morreram e tive de enterrar! mesmo que não saiba para onde seguir. Talvez em frente. Diria que, por esta altura, seguir em frente é uma especialização minha.  

Como qualquer líder, às vezes também me falho.

Como qualquer líder, debruço-me obsessivamente sobre as falhas até descobrir como as preencher. Puno-me por elas e, finalmente, permito-me aprender.  

Como qualquer líder, sou consumidora assídua de pequenas e grandes lições.

Como qualquer líder, cometo erros. E, como qualquer líder, tento não repetir os mesmos.  

Só não sou como qualquer líder. Não nasci para guiar outros, porque também eu estou perdida. Não quero que me sigam! Aliás, se for possível, sigam o caminho oposto ao meu. E não me peçam para vos seguir! Só me sei seguir a mim, e mal.  

Nasci para desbravar o mato à machadada, na exata medida em que for avançando nele. Não me ofereçam florestas já desbravadas! Fiquem lá com elas. Não me ofereçam sonhos que não me pertencem! Prefiro deitar-me mais cedo para ter os meus. Não me vendam a vossa verdade! É um negócio sujo, onde eu ficaria sempre a perder. A verdade do outro, que fique o outro com ela. Prefiro explorar a minha.  

Deixem-me ir!

Quero ver por mim. Ouvir por mim. Tocar por mim. Cheirar por mim. Saborear por mim. Cair por mim. Levantar pela minha própria mão. Vivam as vossas experiências e deixem-me viver as minhas!  

Deixem-me tirar as minhas próprias conclusões! Tomá-las como certas, só para mais tarde descobrir que estão erradas. E está tudo bem, crescer é mesmo isso.  

Deixem-me ser mutável! Não me queiram vendada, de ideias fixas ou radicalizadas. Sou adepta do equilíbrio, apesar de nem sempre o conseguir manter. No meu mundo tudo tem permissão para existir, simultaneamente. Todos têm permissão para ser. Há um espaço invisível sem paredes para o delimitar, um lugar inspirado no Lavoisier, onde nada se perde, nada se cria, tudo se pode transformar.

Deixem-me ser! Só peço que me deixem ser! E serei feliz, mesmo na minha profunda infelicidade.  

Nasci para ser uma selvagem autodomada. Uma líder seletivamente dedicada. Uma humana fortemente frágil, com uma beleza feia, como me dizia uma bela cigana, e obcecada com a sua própria caminhada.  

Posso viajar para o sítio mais lindo do universo! Posso deslocar os olhos pelas mais belas paisagens! Posso conhecer os seres mais fascinantes! Posso ler as palavras mais requintadas! Poderia até beber da fonte da juventude eterna!  

Mas se eu não estiver em mim, se não estiver comigo, não há nada. Não há nada! Não há coisa alguma que chegue até mim se eu não estiver dentro de casa para a receber, para lhe abrir a porta, cumprimenta-la com um sorriso, um olhar cativo de quem está lá para a acolher. Não há beleza que me toque, porque não há ninguém cá dentro para ser tocado. Às vezes, viro uma casa assombrada. Abandonada, com vida morta. Há o receptáculo! Esse fica, até que a Terra decida vir recuperá-lo e, com todo o direito, levá-lo de volta para si.  Há o corpo em piloto automático, só não há a alma que o irradia, ou que o faça completo.  

Sei quando estou comigo. Tal como sei quando me abandono. "Só não sei para onde vou de cada vez que me decido abandonar", isto foi outra coisa que aquela bela cigana que me disse, ou estarei a sonhar? A realidade e o imaginário tornam-se mais difíceis de separar.
Onde me escondo de mim mesma?
Sou mestre a desaparecer, sem aviso prévio de quando irei voltar...se irei voltar. Que péssimo hábito! Que mecanismo de defesa ridículo! Foi uma maldição que me deitaram e, agora, tenho de a conseguir quebrar.
Tenho de me quebrar!...
Abrir-me até ao meu interior, olhar para dentro do poço, mesmo que me dê vontade de vomitar, principalmente, quando me dá vontade de vomitar...por mais que me custe olhar. Não posso desviar o olhar! Tenho de remexer nas minhas entranhas, sentir nas minhas mãos o que está avariado, e descobrir como o remendar.
E quebro-me! vezes sem conta. E pego nas peças que estilhacei contra o chão, e corto-me com elas, e brinco com elas, e algures, a meio desta sádica brincadeira, há uma ou outra que decide encaixar, e dão-me sentido, uma nova forma, um eu mais polido, mais perto de nunca ser perfeito e completo.

Percebo quando me vou. Fica tudo mais *****. O vazio absorve-me. O mundo desaponta-me. A poesia desaparece. O barulho do silêncio torna-se ensurdecedor. O corpo mexe-se, mas não age. O olhar fica turvo e as lentes que uso não me permitem ver com clareza. A empatia vira apatia. A falta de emoções torna-me robotizada. Não há amor! É ensurdecedor! Não há amor...

A magia que me move decide esconder-se de mim. Não sei se para brincar comigo, não sei se para me provocar, não sei se para despertar a besta que dorme sossegada. Só sei que, de tempo a tempo, a minha alma decide jogar à apanhada e é a primeira a escapar. Alma rebelde e insurreta! Nunca te ensinei a ficar! Perdoa-me, por favor, também não me ensinaram a mim. Mas, ao menos, ensinei-te a voltar. Depois, como que por infantilidade, ou talvez por vontade de regressar a casa, começa a sussurrar-me...Ouço-a chamar baixinho por mim e, lá vou eu toda contente atrás dela, deixo o seu jogo continuar, só por curiosidade de desvendar até onde é que ela vai, onde é que ela pretende levar-me.

Quanto mais me aproximo de mim, mais cores se erguem à minha volta. A paz invade-me e reconquista o seu devido território no meu peito. A poesia ressurge e faz-me ressurgir.  O silêncio volta a ser música para esta alma sensível. O corpo age com intenção. O olhar fica cristalino e escolho ver o mundo através de lentes que o retratam mais bondoso, pelo menos para mim. As emoções retomam o seu percurso natural no meu sistema, com a intensidade de vulcões ativos. A empatia é reflexo do amor que sinto e que transborda. A magia mastiga-me e cospe-me para o mundo em forma de luz.  



De tempo a tempo, perco-me de mim.

De tempo a tempo, reencontro-me.  

E, deste tempo que se aproxima, só quero uma coisa: quero voltar a mim!

Quero abraçar-me! como se estivesse a despedir-me do amor da minha vida, às portas do aeroporto. Quero acarinhar-me e amar-me. Quero voltar a mim!

Quero ver o que vou encontrar quando a mim regressar.  

Perco-me de mim. Demasiadas vezes, perco-me de mim.  

Quando me reencontro, já não estou no ponto onde me perdi. Já sou uma mistura entre aquela que se perdeu e a que está prestes a renascer. Diria que passo muito tempo no limbo da existência e da não existência. 

Quando me reencontro, sou algo diferente. Quem sabe melhor, quem sabe pior...essas reflexões deixo para os que me oferecem opiniões não solicitadas. Sei que sou algo diferente, o resto é ruído.  

Nasci para criar. Nasci para me reinventar.  

Dito isto, acolho a destruição e o caos que vem de dentro como parte do meu processo de criação pessoal.  

Disto isto, quando me reencontrar, é só uma questão de tempo a tempo para me voltar a perder.
Nora Morell Feb 2016
Se på mig, når jeg
  Taler med en anden
    Danser let og ler
      Mærker musikken
        pumpe i mine vener
          Trykker vinen mod min gane
            Lukker mine øjne langsomt            
              Bevæger mine ben

Ser du?

Jeg er ikke ligeglad
Men i det mindste
er jeg  *lige glad
Victor Marques Oct 2013
A minha aldeia

Na minha aldeia as casas foram erguidas com amor,
O pedreiro foi rei sim senhor.
Os rebanhos deixaram de passar.
Na minha aldeia os cavalos deixaram de pastar,
O lobo de uivar,
O galo de cantar…

Na minha aldeia os meninos deixaram de nascer,
Escolas abandonadas sem livros para ler.
Os grilos com herbicidas para beber,
Os ratos sem queijo para comer.

Na minha aldeia onde o Senhor da Boa Morte,
Evoca Deus em Castanheiro do Norte.
Na minha aldeia onde o horizonte se enaltece,
Amanhecer do lindo dia que aparece….

Victor Marques
aldeia, desertificação
Victor Marques Apr 2016
Quando me levanto  olho com curiosidade,
para um dia novo que me acolhe sem vaidade,
Ramos soltos que batem no vidro,
Por saudade eu morro, por saudade eu vivo.

Sentido de um viver abençoado,
Joio de um amor bem amado,
Açucenas e papoilas que lindas são!
Vivendo porque sim, porque não?

Se gratidão fosse ser,
Histórias que todos compreenderiam sem as ler,
Vivendo e sentindo um Deus em cada passo,
Regaço que se transforma em abraço.

Por sentir e ter alma generosa no viver,
Na esperança da ressurreição irei morrer,
E se um dia alguém de mim se lembrar,
Olhai para a vida, como para as ondas do mar..

Victor Marques
viver, morrer
Victor Marques Dec 2012
Sentimento nobre que tu conquistas

Devaneios que não consigo ler,
Sonhos e palavras nunca ditas,
Rebeldia de meu ser,
Nobre sentimento que conquistas.

Cabelos de castanho natural,
Teu olhar doce e terno,
Boca esbelta sem igual,
Amor sem engano.

Sentir teu peito,
Tempestade que desapareceu,
A lua te enlouquece,
Amor sereno e perfeito.

Victor Marques
Hoje apetece-me penetrar no fundo da vossa escuridão,
E desde já, uma palavra ao leitor passageiro de viagem,
Estas palavras, são minhas e de quem as consegue ler,
Não são para ninguém, a menos que as consiga querer!
A todas as almas negras da minha vida, peço calma,
Não podereis ter sabor de vitória, nem de mim glória,
Sendo pobre que nem riacho sem peixes, ou rico de gral,
Como pobre, sou feliz porque respiro o cheiro do amor,
Do amor que me consola e que como eu se sente rico!
Se fossem de riqueza os meus bolsos, eram as coisas mais simples,
Que teriam lugar em minha vida, pois só assim me deitaria feliz!
Por isso nem que o corpo me tirem, nunca nem assim me venderei,
Nunca a vós darei almas negras, o desdém de perder a minha honra!
Por mais pobre que sejam minhas vestimentas, há coisas que manterei,
Minha integridade e valores de amor verdadeiro, por amigos e meu amor!
Eles conhecem-me a mim e eu conheço-os a eles, e de vós a ideia não mudarei!
Por isso, dediquem-se a ter uma vida de utilidade, deitem-se à noite ignorantes!
Acordem de manha, pensando em vossas vidas, porque eu estou vivendo,
Apesar de pensarem que quero gritar e me despedir, é mentira agora e será.
Será assim, sempre, porque o destino de minhas mãos, depende de eu querer,
Daquilo que me dedico, eu sei fazer, e por isso faço para as merecer!
O céu agora é escuro, distinto do meu coração verde de esperança,
Não desejo a meus inimigos, pior do que aquilo que quero para mim,
Porém, eu sei que o homem, não faz justiça tão atempo, como a de Deus!
E agora vou dormir, continuar sonhando com os sonhos que de dia já vivi,
Sei que vou acordar na lembrança de alguém, de quem eu amo e me ama também!

Autor: António Benigno
Código de autor: 2013.07.15.02.05
ungdomspoet Oct 2014
høje og lange som halsen på giraffer
tynde som et skellets silhuet
perfekte som den første dreng du forelsker dig i
falske som den første dreng der knuser dit hjerte
smukke som tankerne bag et abstrakt kunstværk
selvsikre som en dreng der lige har mistet sin uskyld

*min mor betragter mig:
mit nøgne torsdags ansigt efter en lang dag og et langt bad
og siger, "jammen Rebekka
du er jo meget smukkere end alle de piger uden make-up"
jeg ler af hendes bemærkning, det skal *** jo sige
jeg er jo hendes eget lille kunstværk
jeg tror ikke på hende
hvorfor gør jeg egentlig ikke det?
- om den kvinde jeg beundre mest
- om samfundet og idealer
- om mig
Mateuš Conrad May 2020
.for two days a song was haunting me, seemingly unheard before, hidden in the deep recesses of my mind - unrelated by sound or memory... yet burning itself a presence regardless of my faculties... restless... i had to take a walk through bedfords park, havering country park and hainault forest country park - through sun and rain and two bottles of wine... twice seeing bambi and at times scuttling like a rat / misanthrope from the unusual traffic of these parts... to finally find peace... Borodin's prince igor!

there's just enough of gloating to have to muster...
before some grander detail has to take form:
i've been trying to capture the song
i want to listen to: but it's hardly a genesis
of an #A... or... whistling...
             kik kershaw's the riddle?
                         it's not - now that the hindsight ("spoiler")
is presented... it wasn't a bach aria:
or a batCH... well: who's the good surd?
'ere boy... vat's a good tau: ba'ch...
     the would be baчelor: j. s. baχ...
                            a juggling act of... less than...
what james joyce's finnegans' had to offer:
and more: the diacrcrcr-detail-of-antics...
       pop sort of reference points?
                   would they be... if they weren't...
for the per se reasons?
                  details are in the noumenon -
that... axe-folding: exfoliating lesser demand
for: **** in machina...
                                      the sort of details
that mind: the over-simplified woman...
and... the terrible complicated seance of...
when witches were detailed about...
their broomsticks were to be replaced with...
vacuum cleaners... terrible details of
"unnecessary" complications...
man of science man of technology man
of engineering and man of mathematics...
much later... the man of linguistics and...
the troop of ballet dancers... the choreographers
and the composers...    

i have taken enough days to gloat...
working an addiction in reverse...
a bank-roll filled with: plenty of nicotine...
and chem.,
           just waiting for the completed
day... an exercise in language:
and jack daniels bubblegum:
pale blue... blueberry images... gluttons
of colour: those pearls...
back to music... back to music...

   i wanted: rather than tried...
to fathom a pause in the construnction
of the res cogitans: with the usual
punctuation markers...
it's hardly a semi-colon...
          a full-stop... a comma or a full-stop...
hardly the detail of syllables
with diacritical markers...
    hidden letters...
rare in english that sheer and chisel
should come together...

i was thinking of a punctuation marker
to block of all narrative...
not a mere punctuation marker -
not some apostrophre...
                precursor to the possessive article:
's..              's...
even the russians do not have
what i already have...
         namely... дж...   джик is an approximation...
something is hidden within...
dzik itself (boar)... dzikość - wildening...
        a lost attribute for the civilized man...
   дж is... slightly off from the intended:
   дз - while ж (rz or ż-art - joke) -
              is... well... it appears...
but is a few letters apart...
       for example in: drzeć (tear - ter:
not tier - nor teer - backwards to forwards...
latin diphthong of æ) -
                        to tear paper into pieces...
   a tear ran down my cheek...
   to have read: rather than... to simply: read -
and... the reed - a stalk of a bulrush...
               the eastern lands...
                      synonyms and two best known
aliases: the birch tree and the bulrush wetlands...

this is the only best: approximation
of a song akin to Borodin's prince igor...
that can't be hummed... unless heard proper...
not from an abstract of memory...
conflation of adjectives?
abstract is more an adjective than a noun...
for this presentation...

      hiding letters like a good 'ebrew...
           surds detailed with apostrophes...
mollusk legs... exercised...
  a day later and the extreme cigarette high
is "missing": not found...
   щыт "vs" szczyt / ščyt -
                 no less congested than:
                                       dość! enough!

from the initial fascination of working
english into greek...
                     things had to translate themself
into "mordor" regions: Ruś, Krym, Tartar...
the Caucaus...
                        and the Turkic dwarf plebs
of mythical Constantinople... takeover...

- with thinking i wanted to capture:
res vanus: the empty thing...
       a synchronised: symphony of...
with what's being emptied...
while at the same time... with what's being
filled...
the years passed when pacing
with a heart of a turtle...
compared to... the heart of a mouse...
i call it: no known noun...
              to think is to have the heart
of a mouse... easily agitated...
no room for lost narratives...
      hell: better still... without haikus
and all those condoms of denial and...
delayed view-count murmurs...

          a case of: res cogitans:
a thing most animate...
a case for: res vanus:
   aa thing most inanimate...
         it's... a slingshot... a strain on purpose...
it's an incremental addition of purpose...
it's a punctuation mark akin
to: lost the linear...
up toward the copernican east we go...
and then back toward the flat-earth
project of... being able to read a map:
topography... without: the need for 3D:
3D the copernican: it's all very imaginary...
vector alpha:
points beta and gamma...
to find punctuation: a silence...
a bit like... finding gravity...
which isn't a sound... but if it was...
it would be... the sound of falling rain
on leaves or lead plating of a roof...
or... the sound of recycling...
of water... in a waterfall...

by now all the ******* readers have
disappeared... there's no more...
instagram haikus in the system...
there's the drone drill sequence...
a very distant humming sound...
perhaps an impromptu crescendo of
variations of a cat's meow...

absolute: total: шит... more like шитышит:
    шыт if i was... to be honest...
   sheets of paper... floating about...
                    well... i too once thought:
those russians... with they cyrillic...
but no diacritical markers...
      well K in a mirror: ж...
                      no one told me about brining
mirrors into the project...
     sh-ch-
sz-cz-                щыт - height: well... zenith...
bl-ы'h bl-ы'h: blah... blah...
       it's a letter: the russians call a "sound"...
like the english should start calling
the letter "g" or the "h" a >sound<:
surd...    an apostrophe: gnome: 'nome...
gnosticism: 'nosticism...
                                 'alf the 'arvest...
prop'er: cockers and pouch of punches...
   very ******* irish sober to me...
brings all the harlequins and loon'doon'ish
to the backyard for:
                   milch-schütteln-und-schäkel...

and then i return the cork back onto the corkscrew...
as i pa'k - my... packaging... CCCP... comrade...
the folded soviet shop...
don't worry terrible ivan... there's a new shop
in town... the iron has morphed into silicon...
see-through curtains and...
this virus... did more damage...
than any... brave lion of the jihad would ever...
circumstance of the affairs of westminster bridge...
they would "epstein" one through
one in a while...
                 to **** chicken the populace
into a cucklicking KKK strut dance of:
burning hoods and bras and crucifixes...
and ******...
                              conventional... formal...
language usage? please reserve that for...
the golf course and business talk...
                write? write what? a kandinsky?!

yes... a big hello ******* from
tiktok and twitter...
1 minute videos and... 180 characters...
         i feel constrained... claustrophobic...
if... i can't write an imitation Dickens chapter...
1000 words is ******* lemonade...
2000 words is... regurgitating a day's worth
of a newspaper... saturday edition...
which includes the editorial and the magazines...
3000 words? a truly rare thing...
      given that... conjunctions and their details
are not counted: ' - is both an apostrophe and a surd
letter... t'at all depends: on the "v.a.t."...

the whole point was...
finding excuses to write about quitting smoking
are other... they were all fine: crack ******* smoked
when the levels of nicotine were dropping...
the upper body was exercised...
but the legs weren't... mollusks and oysters for *****...
or... toes...
to count... oysters for toes...
but when the legs have been exercised...
and a balance has been reached...
there's little to gloat about... about...
quitting smoking...
there's a need to say: the glory of the tongue
and its palette when walking...
the budding beauty of things surrounding me...
all blushing envy of the green...
  self-respecting green and its almost
teasing green phosopherscent insomnia
in the rubric of the sun: next to wake...
next to hide... a bud of bishop hues...

insomnia green of the forest...
                     poor bambi (x2)...
                    zinfandel rosé!
count! syllables! nurse! scalpel!
zin!-f'ah-del... rou-s'eh...
                              oh remind me of the night...
and the forest... the blinking moon
by count of clouds obstructing its glee...
turned into a melting moon...
spray-painted over the leaves with
its last will of agitated: clingy mercury tinge...

the debate: "debate" wasn't about...
i took 3 days to gloat about quitting smoking...
there are more important affairs to mind...
notably! notably?

example!

la traviata is an opera in three acts by (giuseppe) verdi
set to an italian libretto by francesco (maria) piave
                                                 (verbatim: i.e. borrowed)...

there... they cite... the composer...
    who doesn't need a first name, since: verdi is...
synonymous with verdi and opera composition...
but...
         yeah... you need to mention the first name
and the surname of... the libretto: francesco piave...
the opera...
      music... and... the words...
well so much for the music...
but... last time i heard... a violinist holds...
a violin and a bow...
                         what's the opera singer
to hold? the melody? no! he needs to hold...
words...

   today i passed a family in the forest...
a mother, a father... two children...
                   and a grandfather...
maternal / paternal... i don't know...
i was already on my second bottle of wine...
the woman asked me:
   'will we get back to the car park if we turn
around on this route?'
        i was already eyeing them with
a curiosity prior...
i uttered the words... 'you should...'
          not... 'i hope so... since i'll be
testing that question'...
or 'you will...'
                           several minutes later
in my own solipsistic interlude...
            you should... i swear to god...
sometimes i say something and can't
see letters behind the sound...
      like: i shouldn't really see: meow...
behind the sound a cat makes...
since... a cat doesn't just make an: ego sum: meow
universal statement...
there are variations...
    'you should'... i repeated...
slightly drunk and... whatever... i didn't see
any letters in the sound i made...
           for once... not the last time, though...

to abide in such joys from a past -
chevalier, mult estes guariz -
                 to cite charmlemagne and prince rolo:
the scandinavian convert -
who's (whoz: not who is) descendents
were the morphed vikings: the normans...
who conquered england...
        since the predecessors couldn't...
walther von der vogelweide:
                    palästanalied...
all through the german autobahn...
                   the word... AUSFAHRT!
the lands owned by the lithuanian who
married: and by marriage became converted...
from the last pagan prince of europe:
enclosure rhapsody of caged
elephants: prior: mammoths...
  the estonian bulwark...
von meer zu meer (von baltisch zu schwarzes meer)
these jagiełło platitudes of envy... chełm...
      sch'war'zes...

begotten not made: blistered...
the scarf of colour to capture the frenzy of
autumn... a shawl best worn to...
loot the colour and suffocate the subject
with: no past a dream and a dream
without rucurrence...
to borrow from the past as much
if not more from fiction!
to say: once they pickled Barbarossa...
come the third crusade... disgruntled oath-breakers...
sought the prussians...
and the lithuanians... and all that land
to the east...
had they only known... what the prussians
would make of the absence of the saxons
of the pomeranians and the bavarians...
i wasn't there... no...
but a romance is a romance is:
here's to... no ode to a ******* sailor:
capn' ahab... or the rodin instruction
knee deep in the mud at ypres...
or the mass-graves of german youth
or: how kaisser wilhelm and that in-breeding
crew of familial ties tore europe
on the altar of the bull...
before this bourgeoisie whittle adoolph HIT!
came about and charged the former
bitzmarck ***** and the elites with...
eh... the story is so told and so old...
"they" couldn't fathom the middle-project
of the khaki and ******* not coming
from their... high-brow... aristocracy...
better to reign in hell than to serve in heaven...
choir boy whittle adoolph said:
i'll borrow the schnurrbart from chaplin...
after all... with a surname like mine...
a ****** or a chaplin is no... WIN-D'SOR!
yes... apostrophe 'ere if not to hide a surd...
it's to elevate punctuation...
for the sake of syllables... the hyphen is not
enough... vowel catcher tetragrammaton
invocation! the first arm of the god:
the second arm is for: ha ha ha! laughter!
cynic and satyr!
            eh... let's leave the stoics to their
love of labouring over the fate of oysters!
protestants and pre-destination-alists...
clarvoyant calvinists!

                         from the decadence of a "lost"
empire... what "pseudo" history is to be
resurrected... romanced...
the angevin empire?! that there is a past...
the "lesser" dream...

a patrick and andrew a george...
and ef bwy newid troi (he who...
altered path) -

troedfilwr - petty velsh:
quasi-silesian / kashubian / little warsaw
of the "bigger picture" masovia...
CAPital neu...
          
- ever write something...
at a snail's pace: crow pecking...
because a moth has just flown into your room...
and... unlike... holding a seashell to your
ear... to find the ivory shore...
and the details of false echo of... galloping
waves...
you clench your hand...
and hear... fluttering... like the sound of...
desperately falling rain..

madame butterfly is an opera
by (giacomo) puccini, with a libretto
by luigi illica and giuseppe giacosa

the magic flute, k. 620, is an opera in
mozart to a german libretto by
emanuel schikaneder:

           der verk is in the form of a singspiel:
singing and spoken dialogue...
my demise: the awe... interludes of...
theatre... in an opera!

               rushing rushing and... kandinsky
the colt serenade kind...
  with... canvas... and an auction house
of reserve that... fridge magnet enterprise
of a single mother of... 6...
              
you couldn't get an opera...
working from the carmina burana...
the... libretto... thankfuly...
constricted the music...
you'd only get what you already have...
a medley... opertics instead of an opera...
sketches of an opera...
    the whole custard mess...
the rhubarb the rasberry "finicky"...
         the Goliards and the... gonnards...

               were diu werlt alle min
               von dem mere unze an den Rin,
               des wolt ih mih darben
               daz diu chunegin von Engellant
                lege an minen armen


the quid pro quos and the... anon. circus
spectacular sheen!
  
  what is the composer without the libretto?
the violin player has his violin and bow
attached: like some... frankenstein's take
on an elaboration of an autumnal fallen:
leaf of: a "false" limb...
dire desires for a lingering crescendo...
of a piece... without an overture...
bothercome children and the good life...
nothing worth clarifying the nouns:
to a supper... a goodnight...

                       bedtime with nabokov?
my take... well... it becomes apparent...
when... the local... easily accessed by the many...
avenues of love... are exercised...
what remains? taboo...
and once the taboo is... investigated...
invested in... well then...
there's that all overpowering tease of
thought not materialised into a will...
a 14 year old girl... below the mark...
she's 16 and i'm 18...
and i'm not her... cousin and this is not
israel...
                  after a while... the only *** available
is... the forbidden type...
and there's... so much freedom in
what's forbidden... when it's only thought...
the complex: θ(ought) complex
that becomes φ(inking)...

              the moment "she" starts to
perceive the mirror...
       and you're looking into the concept
of time and of glass...
  
but then... there's... the libretto... and the composer...
the rare event of: richard wagner...
where there's a schizoid... bilingual...
"in theory": der kommissar working 7/11
on the advent of: neu-muzik zu kommen!

  queen of the night aria contra...
my sleeping karma - satya - ahimsa...
that one: "last" cigarette...
me... a wife and a child...
        tidy... if i only aimed at...
the fraction to no effect...
the wife and the sole child...
i'd be doing all the proper details...
a wife and... the hungarian model...
of at least: towing 2...
      hardly an embitious venture if only
towing the holy trinity of:
fake hey-gay-zeus fake myriam fake josephus...

not looking for queen of the night aria...
   nor satie's gnossienne no.1 sampled...
ezio bosso - under the trees...
           vittorio monti
jean-paul egide martini {/^.5.p 6^)_(0$drd...
toast!
it was... bothering me... started last night...
took 6 rough miles to get the tune
out from my head...
into a coffin... of sorts...
it was... borodin's prince igor! all along!

p.s. re-flex: the politics of dancing...
       duran-duran: the reflex; ******-pointer-ler;
h'american pie contra dad:
   the gay bar: electric sexes und siebens:
hefyd...                         deutsche bankschisch...
zeit (time) and the ruschischen:
              цeit... always conflated as...
indistinguishable by a ****** / lithuanian...
           цeit - bißcuit... crumble: чarcoal...

hey presto: a *******... voilà contra eureka!
Marco ASF Couto Apr 2014
E foda.se a vida que demora a fazer-se homem.
E foda.se a o vinho que só me conta mentiras.
E foda.se a musica que me alivia a dor de não te ter.
E foda.se o espelho que é demasiado honesto.
E foda.se os livros que não consigo ler.
E foda.se os autores que não consigo entender.
E foda.se o que quer que seja que me retira confiança.
E foda.se o destino que não pude escolher.
E foda.se o passado que não pude escrever.
E foda.se o futuro que já só quero esquecer.
E foda.se a liberdade que não me deixa crescer.
E foda.se a inercia que me quer prender.
E foda.se as palavras que me deixão com sede.
E foda.se a sede que só quer vinho.
E foda.se o vinho que me voltou a enganar.
E foda.se o coração que não sabe como amar.
E foda.se o amor e a falta de ar.
E foda.se o sal que impede de chorar.
E foda.se o choro de quem me morde a alma.
E foda.se a quem me pede para ter calma.
E foda.se tudo resto que nada tem a ver contigo.
E foda.se a amizade que faz de mim só teu amigo.
E foda.se a cama que me faz sonhar.
E foda.se o sonho que se acha ordem.
E foda.se a idade que Eu já me devia ter feito homem.
Louis Bitchop Apr 2013
ive been on this website for about 10 minutes and not a single like or anything?
did that maddest **** this morning
hit the bowl and everything while in me crack
dont even give a ****
no pun intended
xxNoSxco0perxx
umad?
:))
eshay ler
Louis bitchop is the man yo,
still waiting for that sandwhich
fml ****
hi da s Oct 2017
toda cheia de vontade de ser um outro formato cheio de glória e que insiste em viver apesar do ar quente e sufocante dos quartos. menina levanta. pega com a mão. te suja. respinga aquela tinta e prepara tua boca pra gritar. não espera sentada nessa cadeira velha de ferro com essa espuma que conforta teu peso. aprende a respirar: inspira e expira. é fácil, olha. alguns fazem parecer bem simples, só que não é e tais enganada. o jogo tem muito mais chão do que imaginas. querias, é claro, dominar o mundo desde que chegasses. não é bem assim. precisas escrever muitas páginas ainda. foram só algumas mil semanas. procuras um motivo não é mesmo? mas sempre escolhes o mais fácil: não, eu não preciso disso. a vida te venceu sem fazer muitos movimentos. te parece injusto esse processo? parabéns. descobrisse como é que funciona o sentido de acordar todos os dias. olhar os rostos, o peso dos narizes, as curvas das orelhas e a largura das cinturas. essa criatura percebe quando alguém chorou antes de dar bom dia. levantou e continua levantando diariamente sem horário pra levantar. a porta independente de aberta ou não, vai falar aquilo que queres saber. falo pra ti ainda tudo isso? não vale a pena tentar organizar a ***** cinzenta. ela desprovem de gavetas. segurar a cabeça pareceu uma boa ideia. foi só por alguns segundos. perdes a paciência pra certas coisas muito rápido. ficas nessa insistência de não sei o quê. primeiro olha pra dentro e não dificulta tudo. não entendes o alfabeto com números. escreves até sem pensar e te atentas em preencher os espaços em branco. tua obsessão exagerada por tudo que amas e veneras chega ao absurdo. és aficionada por ti mesma e sabes disso. que lindo se apaixonar pelo espelho. que lindo se apaixonar pelo espelho. todos os dias. essas manchas todas dentro de ti parecem não acabar nunca. não dá pra ser abstrata. ser diferente. ela insiste em querer falar bonito. tudo que ela queria era arrancar esse fluído embolorado que persistem em crescer dentro. não admite que precisa encerrar o assunto. quanto tempo já passou desde que tu descobriu tudo isso? para de ficar fingindo que não vês a enorme pedra encobrindo as passagens. ficas tão inquieta que acho que nunca dormisse de verdade. acordas cansada. mais ainda do que quando colocas a cabeça encostada no travesseiro. pensas que tais viva e vivendo, mas não tais sorrindo com a frequência que deverias. certas palavras são escritas com mais fúria do que outras. cansada de falar ela só olha pro chão e põe a cabeça pra imaginar, e vai tão longe que nem mesmo aqueles quinze metros de pernas não conseguiriam alcançar. é tão bom escrever sem pressão, né? já sei que vais querer parar a qualquer momento por que lidar com o medo te faz recuar. tens medo do que mesmo? tens vergonha? teu corpo tem curvas que só a luz, a pele, o osso e o tecido conhecem. curvas essas que não se parecem com teu sustento. percebe-se que são coisas muito difíceis de traduzir. será que em outra língua tua conseguirias? tenho dó. francamente: o que vai ser de ti daqui cinco anos? te assustasse agora? enche um copo de água gelada e prende a respiração. dá dois, três, quatro goles. querias era gritar junto com aquelas três ou quatro músicas que andas suportando ouvir. pequenas respirações que parecem vir a partir da metade. afinal já fazem dez anos. querias ser jovem pra sempre? pois saiba que não podes. sentes o pesa da alma? a carga da perda e a falta de controle cada vez maior. vai acumulando tudo isso pra tu ver até onde vai dar. só choras quando o assunto é tu mesma. a história dos outros é bateria pra tua solidão incompreensível. quando é que vais parar de escrever? será que vais ler isso amanha e querer jogar fora? chegar de pensar em como os átomos só seriam visíveis com olho mágico. chega. não pensa assim. não tem saída não. o controle não é um simples objeto. não compara a um relógio, por exemplo. achas que três páginas vão ser suficiente? precisas de mais o que pra entender que nada funciona do jeito que a gente quer. aquela menina pode parecer burra mas pode estar vivendo feliz. para de especular. olha só, ela virou poesia. termina de escrever o que queres pro teu coração pulsar mais calmo. vai devagar. tens outras coisas pra se importar. parece meio bobo eu sei. nunca dá pra confiar no que se escreve. a linguagem é uma coisa difícil. complicado. tanto a, e, i, o, u. que besteira tudo isso. te deu vontade de riscar tudo que foi escrito até aqui. boba. não é perda de tempo se expressar. querias ficar calma não é mesmo? te presenteio com tua mão esquerda que gasta essa tinta. formas as letras e tens as palavras. agora uma frase. um ponto. mais outro ponto, e agora outra vírgula. fiz certo? fecha a porta, diz a tua mãe. teu dia finalmente tá acabando. e o espaço pra escrever também. surgiu aquela dúvida que te martela todos os dias: quanto tempo eu tenho até que morra? coças o olho esquerdo. um cílio torto que te incomoda. tocando a ponta saliente da unha do mindinho. a do pé, não a da mão. sinal de ansiedade. tais quase desistindo, né? tudo bem, falta pouco. vais poder se sentir vitoriosa e aliviada. pensasse naquela boca. esquece. nunca mostra isso pra ninguém. promete. a ansiedade aumentou um pouco. os olhos piscam cada vez menos. concentra. vai valer a pena esse tempo perdido? ao menos tais guardando todas as lembranças boas de tempos sombrios. que linda a caneta em ação. ainda não acabei de expurgar. você também não.
sobre tudo que senti em três páginas datilografadas.
Chenoa Jul 2010
You may see a star or two
within this vibrant shell,
my sun shine bright, anew,
the laughter fill a hole.
See now upon my sleeve
the glistening moondusts wane.
What means by which they cleave?
What spirit do tides feign?
I sail a sea of calm, but
waters of the deep, they say,
do not profit from the balm
of strangers on their way.
What ease might come from Him?
From trav'ler drawing close--
more friend-- along the rim
of lonely's deep repose.
anna charlotte Nov 2014
jeg slapper af når du holder mig
jeg panikker når du ser mod mig
jeg græder når du sårer mig
jeg griner når du kilder mig


jeg fniser når du ler med mig
jeg væmmes når du går din vej
jeg skriger når du forlader mig
jeg sover når du elsker mig
drama much, det der aldrig blev til noget
Mariana Seabra Jul 2023
Chegaste a mim em forma de argila, num balde de plástico furado.  
Apanhei-te, de surpresa, embrulhada nas ondas do meu mar salgado.  
Estavas escondida, por entre os rochedos, rodeada pelas habituais muralhas que te aconchegam,  
                                                   ­     as mesmas que me atormentam,  
quando levantas uma barreira que me impede de chegar a ti.  

Segurei-te nos braços, como quem se prepara para te embalar. Sacudi-te as algas, e encostei o meu ouvido à casca que te acolhia no seu ventre.  
Não conseguia decifrar o som que escutava, muito menos controlar a vontade de o querer escutar mais. Algo ecoava num tom quase inaudível. Sentia uma vida...uma vida fraca, sim...mas, havia vida a pulsar. Podia jurar que conseguia sentir-te, para lá da barreira, como se me tivesses atravessado corpo adentro.
Ainda não conhecia o som da tua voz, e ela já me fazia sonhar.  

Pulsavas numa frequência tão semelhante à minha!... não resisti,  
fui impelida a chegar mais perto. Precisava de te tocar, precisava de te ver,
     só para ter a certeza se eras real,
                           ou se, finalmente, tinha terminado de enlouquecer.

Se tinha perdido os meus resquícios de sanidade,  
                                                     ­                                   consciência,
                                                                ­                        lucidez,                              
ou se era verdade que estávamos ambas a vibrar,
no mesmo espaço, ao mesmo tempo, no mesmo ritmo de frequência, uma e outra e outra...e outra vez.  

Vieste dar à costa na minha pequena ilha encantada. Na ilha onde, de livre vontade, me isolava.  
Na ilha onde me permitia correr desafogadamente,  

                                             ­                            ser besta e/ou humana,  
                                                       ­                  ser eu,  
                                                           ­              ser tudo,
                                                                ­         ser todos,  
                                                        ­                 ou ser nada.  

Na mesma ilha onde só eu decidia, quem ou o que é que entrava. Não sabia se estava feliz ou assustada! Mais tarde, interiorizei que ambos podem coexistir. Por agora, sigo em elipses temporais. Longos anos que tentei suprimir num poema, na esperança que ele coubesse dentro de ti.

(…)

“Como é que não dei pela tua entrada? Ou fui eu que te escondi aqui? Será que te escondi tão bem, que até te consegui esconder de mim? És uma estranha oferenda que o mar me trouxe? Ou és só uma refugiada que ficou encalhada? Devo ficar contigo? Ou devolver-te às correntes? Como é que não dei pela tua entrada...? Que brecha é que descobriste em mim? Como é que conseguiste chegar onde ninguém chegou? Como é que te vou tirar daqui?”.  

Não precisei de te abrir para ver o que tinha encontrado, mas queria tanto descobrir uma brecha para te invadir! Não sabia de onde vinha esse louco chamamento. Sei que o sentia invadir-me a mim. Como se, de repente, chegar ao núcleo que te continha fosse cada vez menos uma vontade e, cada vez mais uma necessidade.

Cheiravas-me a terra molhada,  
                                                      ­   depois de uma chuva desgraçada. Queria entrar em ti! Mesmo depois de me terem dito que a curiosidade matava. Queria tanto entrar em ti! Ser enterrada em ti!  

A arquiteta que desenhou aquele balde estava mesmo empenhada                                                        ­                                                             
                                 em manter-te lá dentro,  
e manter tudo o resto cá fora. A tampa parecia bem selada.  

Admirei-a pela inteligência. Pelo simples que tornou complexo.  
Pela correta noção de que, nem toda a gente merece ter o teu acesso.

(...)

Vinhas em forma de argila...e, retiradas as algas da frente, vi um labirinto para onde implorei ser sugada. Estava no epicentro de uma tempestade que ainda se estava a formar e, já se faziam previsões que ia ser violenta. O caos de uma relação! de uma conexão, onde o eu, o tu e o nós, onde o passado, o futuro e o presente, entram em conflito, até cada um descobrir onde se encaixa, até se sentirem confortáveis no seu devido lugar.  

Estava tão habituada a estar sozinha e isolada, apenas acompanhada pelo som da água, dos animais ou do vento, que não sabia identificar se estava triste ou contente. Não sabia como me sentir com a tua inesperada chegada. Não sabia o que era ouvir outro batimento cardíaco dentro da minha própria mente,  

e sentir uma pulsação ligada à minha, mesmo quando o teu coração está distante ou ausente.  

No começo, espreitava-te pelos buracos do balde, por onde pequenos feixes de luz entravam e, incandesciam a tua câmera obscura,  

                 e tu corrias para te esconder!
                 e eu corria para te apanhar!
                 e foi um esconde-esconde que durou-durou...
                 e nenhuma de nós chegou a ganhar.  

Quanto mais te estudava, menos de mim percebia. Mais admiração sentia por aquela pedra de argila tão fria. "Que presente é este que naufragou no meu mar? Como é que te vou abrir sem te partir?"

Retirei-te a tampa a medo,  
                                                a medo que o teu interior explodisse.  

E tu mal te mexeste.  
                                  E eu mexia-te,
                                                           remex­ia-te,
                                                           virava-te do direito e do avesso.  

És única! Fazias-me lembrar de tudo,
                                                          e não me fazias lembrar de nada.

És única! E o que eu adorava  
é que não me fazias lembrar de ninguém,  
                             ninguém que eu tivesse conhecido ou imaginado.

És única! A musa que me inspirou com a sua existência.  

“Como é que uma pedra tão fria pode causar-me esta sensação tão grande de ardência?”

(…)

Mesmo que fechasse os olhos, a inutilidade de os manter assim era evidente.  
Entravas-me pelos sentidos que menos esperava. Foi contigo que aprendi que há mais que cinco! E, que todos podem ser estimulados. E, que podem ser criados mais! Existem milhares de canais por onde consegues entrar em mim.  

A curiosidade que aquele teu cheiro me despertava era imensa,                                                          ­                                                

               ­                                                                 ­                  intensa,
                                                                ­                                                       
         ­                                                                 ­                         então,  
                                          
             ­                                                                 ­                    abri-te.

Abri-me ao meio,  
só para ver em quantas peças é que um ser humano pode ser desmontado.

Despi-te a alma com olhares curiosos. E, de cada vez que te olhava, tinha de controlar o tempo! Tinha de me desviar! Tinha medo que me apanhasses a despir-te com o olhar. Ou pior!  
Tinha medo que fosses tu a despir-me. Nunca tinha estado assim tão nua com alguém.  
Tinha medo do que os teus olhos poderiam ver. Não sabia se ficarias, mesmo depois de me conhecer. Depois de me tirares as algas da frente, e veres que não sou só luz, que luz é apenas a essência em que me prefiro converter. Que vim da escuridão, embrulhada nas ondas de um mar escuro e tenebroso, e é contra os monstros que habitam essas correntes que me debato todos os dias, porque sei que não os posso deixar tomar as rédeas do meu frágil navio.  

(...)

Vinhas em inúmeros pedaços rochosos,
                                                                ­             uns afiados,  
  
                                                   ­                          uns macios,

                                                               ­           todos partidos...

Sentia a tua dureza contra a moleza da minha pele ardente,  
E eu ardia.  
                    E tu não ardias,  
                                                 parecias morta de tão fria.  

Estavas tão endurecida pela vida, que nem tremias.  
Não importava o quanto te amasse,  
                                                       ­          que te atirasse à parede, 
                                                        ­         que te gritasse                                                         ­                                                                 ­                    
                                                                ­                            ou abanasse...

Não importava. Não tremias.  

Haviam demasiadas questões que me assombravam. Diria que, sou uma pessoa com tendência natural para se questionar. Não é motivo de alarme, é o formato normal do meu cérebro funcionar. Ele pega numa coisa e começa a rodá-la em várias direções, para que eu a possa ver de vários ângulos, seja em duas, três, quatro ou cinco dimensões.  

"Porque é que não reagias?"  
"Devia ter pousado o balde?"  
"Devia ter recuado?"
"Devia ter desviado o olhar,
                                                      em vez de te ter encarado?"  

Mas, não. Não conseguia. Existia algo! Algo maior que me puxava para os teus pedaços.  
Algo que me fervia por dentro, uma tal de "forte energia", que não se permitia ser domada ou contrariada. Algo neles que me atraía, na exata medida em que me repelia.

Olhava-te, observava-te,  
                                                absorvia-te...
e via além do que os outros viam.
Declarava a mim mesma, com toda a certeza, que te reconhecia.
Quem sabe, de uma outra vida.
Eras-me mais familiar à alma do que a minha própria família.  
Apesar de que me entristeça escrever isto.  

Eram tantas as mazelas que trazias...Reconhecia algumas delas nas minhas. Nem sabia por onde te pegar.
Nem sabia como manter os teus pedaços juntos. Nem sabia a forma certa de te amar.
Estava disposta a aprender,  
                                                   se estivesses disposta a ensinar.  

(…)

Descobri com a nossa convivência, que violência era o que bem conhecias,                                                       ­                                                         
                    então, claro que já não tremias!  
Um ser humano quebrado, eventualmente, habitua-se a esse estado. Até o amor lhe começa a saber a amargo.  

Só precisei de te observar de perto.  
Só precisei de te quebrar com afeto.

Culpei-me por ser tão bruta e desastrada, esqueci-me que o amor também vem com espinhos disfarçados. Devia ter percebido pelo teu olhar cheio e vazio, pelo reflexo meu que nele espelhava, que a semelhança é demasiada para ser ignorada.

Somos semelhantes.  

Tão diferentes! que somos semelhantes.  

Duas almas velhas e cansadas. Duas crianças ingénuas e magoadas. Duas pessoas demasiado habituadas à solidão.  

Só precisei de escavar através do teu lado racional.
Cegamente, mergulhei bem fundo, onde já nem a luz batia,

                                                               ­    e naveguei sem rumo certo  

nas marés turbulentas do teu emocional. E, algures dentro de ti,  
encontrei um portal que me levou a um outro mundo...

Um mundo onde eu nem sabia que uma outra versão de mim existia,                                                         ­                                                         
       ­       onde me escondias e cobrias com a lua.

Um mundo onde eu estava em casa, e nem casa existia,  
                                                      ­            
                       onde me deitava ao teu lado,                                          
                          onde te deitavas ao meu lado,                                                            ­                                            
                    ­            totalmente nua,
      debaixo da armadura que, finalmente, parecia ter caído.  

Creio que mergulhei fundo demais...  
Ultrapassei os limites terrestres,
                                 e fui embater contigo em terrenos espirituais.  

Cheguei a ti com muita paciência e ternura.
Tornei-me energia pura! Um ser omnipresente. Tinha uma vida no mundo físico e, uma dupla, que vivia contigo através da música, da escrita, da literatura…Tornei-me minha e tua!  
Eu sabia...
Há muito amor escondido atrás dessa falsa amargura.  
Então, parei de usar a força e, mudei de abordagem,  
para uma mais sossegada,
                                               uma que te deixasse mais vulnerável,                                                                    ­                                            
         em vez de assustada.  

(…)

“Minha pedra de argila, acho que estou a projetar. Estou mais assustada que tu! Estar perto de ti faz-me tremer, não me consigo controlar. Quero estar perto! Só quero estar perto! Mesmo que não me segure de pé. Mesmo que tenhas de me relembrar de respirar. Mesmo que me custem a sair as palavras, quando são atropeladas pela carrada de sentimentos que vieste despertar…”

És um livro aberto, com páginas escritas a tinta mágica.
A cada página que o fogo revelava, havia uma página seguinte que vinha arrancada. Mais um capítulo que ficava por ler. Outra incógnita sobre ti que me deixavas a matutar.

Soubeste como me despertar a curiosidade,
como a manter,
como me atiçar,
como me deixar viciada em ti,
como me estabilizar ou desestabilizar.  

E nem precisas de fazer nada! a tua mera existência abana a corda alta onde me tento equilibrar.

Segurei-te com todo o carinho! E, foi sempre assim que quis segurar-te.

Como quem procura
                                       amar-te.

Talvez transformar-te,  
                                        em algo meu,
                                        em algo teu,
                                                                ­ em algo mais,
                                                                ­                          em algo nosso.  

Oferecias resistência, e eu não entendia.  
A ausência de entendimento entorpecia-me o pensamento, e eu insistia...Não conseguia respeitar-te. Só queria amar-te!

Cada obstáculo que aparecia era só mais uma prova para superar,  
                    ou, pelo menos, era disso que me convencia.
Menos metros que tinha de fazer nesta maratona exaustiva!
onde a única meta consistia  
                                                   em chegar a ti.
Desse por onde desse, tivesse de suar lágrimas ou chorar sangue!

(...)

Olhava-te a transbordar de sentimentos! mal me conseguia conter! mal conseguia formar uma frase! mal conseguia esconder que o que tremia por fora, nem se comparava ao que tremia por dentro!
Afinal, era o meu interior que estava prestes a explodir.

"Como é que não te conseguiste aperceber?”

A tua boca dizia uma coisa que, rapidamente, os teus olhos vinham contrariar. "Voa, sê livre”. Era o que a tua boca pregava em mim, parecia uma cruz que eu estava destinada a carregar. Mas, quando eu voava, ficava o meu mar salgado marcado no teu olhar.  
Não quero estar onde não estás! Não quero voar! quero deitar-me ao teu lado! quero não ter de sair de lá! e só quero voar ao teu lado quando nos cansarmos de viajar no mundo de cá.  

“Porque é que fazemos o oposto daquilo que queremos? Porque é que é mais difícil pedir a alguém para ficar? Quando é que a necessidade do outro começou a parecer uma humilhação? Quando é que o mundo mudou tanto, que o mais normal é demonstrar desapego, em vez daquela saudável obsessão? Tanta questão! Também gostava que o meu cérebro se conseguisse calar. Também me esgoto a mim mesma de tanto pensar.”

(...)

O amor bateu em ti e fez ricochete,  
                                                    ­                acertou em mim,  
quase nos conseguiu despedaçar.  

Até hoje, és uma bala de argila, perdida no fluxo das minhas veias incandescentes. O impacto não me matou, e o buraco já quase sarou com a minha própria carne à tua volta. Enquanto for viva, vou carregar-te para onde quer que vá. Enquanto for viva, és carne da minha própria carne, és uma ferida aberta que me recuso a fechar.
Quero costurar-me a ti! para que não haja possibilidade de nos voltarmos a separar.

Não sei se te cheguei a ensinar alguma coisa, mas ansiava que, talvez, o amor te pudesse ensinar.  

Oferecias resistência, e eu não entendia.  
Então, eu insistia...
                                   Dobrava-te e desdobrava-me.
Fazia origami da minha própria cabeça  
                                                e das folhas soltas que me presenteavas,
escritas com os teus pensamentos mais confusos. Pequenos pedaços de ti!  
Estava em busca de soluções para problemas que nem existiam.  

"Como é que vou tornar esta pedra áspera, numa pedra mais macia? Como é que chego ao núcleo desta pedra de argila? Ao sítio onde palpita o seu pequeno grande coração?
Querias que explorasse os teus limites,  
                                                      ­      ou que fingisse que não os via?”

Querias ser pedra de gelo,  
                                                  e eu, em chamas,  
queria mostrar-te que podias ser pedra vulcânica.

(...)

Estudei as tuas ligações químicas, cada partícula que te constituía.
Como se misturavam umas com as outras para criar  

                 a mais bela sinestesia

que os meus olhos tiveram o prazer de vivenciar.


Tornaste-te o meu desafio mais complicado.  
“O que raio é suposto eu fazer com tantos bocados afiados?”.  
Sinto-os espalhados no meu peito, no sítio onde a tua cabeça deveria encaixar, e não há cirurgia que me possa salvar. Não sei a que médico ir.  Não sei a quem me posso queixar.
São balas fantasma, iguais às dores que sinto quando não estás.  
A dor aguda e congruente que me atormenta quando estás ausente.
Como se me faltasse um pedaço essencial, que torna a minha vida dormente.

Perdoa-me, por nunca ter chegado a entender que uso lhes deveria dar.  

(...)

Reparei, por belo acaso! no teu comportamento delicado  
quando te misturavas com a água salgada, que escorria do meu olhar esverdeado,
                                  quando te abraçava,  
                                  quando te escrevia,  
                          em dias de alegria e/ou agonia.
Como ficavas mais macia, maleável e reagias eletricamente.  
Expandias-te,  
                          tornav­as-te numa outra coisa,  
                                                        ­              um novo eu que emergia,  

ainda que pouco coerente.  


Peguei-te com cuidado. Senti-te gélida, mas tranquila...
"Minha bela pedra de argila..."
Soube logo que te pertencia,  
                                                    ­   soube logo que me pertencias.  
Que o destino, finalmente, tinha chegado.
E soube-o, mesmo quando nem tu o sabias.

A estrada até ti é longa, prefiro não aceitar desvios.  
É íngreme o caminho, e raramente é iluminado...
muito pelo contrário, escolheste construir um caminho escuro,  
cheio de perigos e obstáculos,  
                                                   ­      um caminho duro,  
feito propositadamente para que ninguém chegue a ti...
Então, claro que, às vezes, me perco. Às vezes, também não tenho forças para caminhar. E se demoro, perdoa-me! Tenho de encontrar a mim mesma, antes de te ir procurar.  

No fim da longa estrada, que mais parece um labirinto perfeitamente desenhado,
                                      sem qualquer porta de saída ou de entrada,
estás tu, lá sentada, atrás da tua muralha impenetrável, a desejar ser entendida e amada, e simultaneamente, a desejar nunca ser encontrada.  

“Como é que aquilo que eu mais procuro é, simultaneamente, aquilo com que tenho mais medo de me deparar?”

Que ninguém venha quebrar a tua solidão!  
Estás destinada a estar sozinha! É isso que dizes a ti mesma?
Ora, pois, sei bem o que é carregar a solidão às costas,  
a beleza e a tranquilidade de estar sozinha.

Não vim para a quebrar,  
                                   vim para misturar a tua solidão com a minha.

Moldei-te,  
                     e moldei-me a ti.

Passei os dedos pelas fissuras. Senti todas as cicatrizes e, beijei-te as ranhuras por onde escapavam alguns dos teus bocados. Tentei uni-los num abraço.
Eu sabia...
Como se isto fosse um conto de fadas…
Como se um beijo pudesse acordar…
Como se uma chávena partida pudesse voltar atrás no tempo,  
                                                        ­      
                                                         segundo­s antes de se estilhaçar.  

O tempo recusa-se a andar para trás.
Então, tive de pensar numa outra solução.
Não te podia deixar ali, abandonada, partida no chão.

Todo o cuidado! E mesmo assim foi pouco.  
Desmoronaste.  
Foi mesmo à frente dos meus olhos que desmoronaste.  

Tive tanto cuidado! E mesmo assim, foi pouco.
Não sei se te peguei da forma errada,  
                            
                              ou se já chegaste a mim demasiado fragilizada…

Não queria acreditar que, ainda agora te segurava...
Ainda agora estavas viva…
Ainda agora adormecia com o som do teu respirar…

Agora, chamo o teu nome e ninguém responde do lado de lá…
Agora, já ninguém chama o meu nome do lado de cá.

Sou casmurra. Não me dei por vencida.
Primeiro, levantei-me a mim do chão, depois, quis regressar a ti
                            e regressei à corrida.  
Recuperei-me, e estava decidida a erguer-te de novo.
Desta vez tive a tua ajuda,
                                                   estavas mais comprometida.
Tinhas esperança de ser curada.
Talvez, desta vez, não oferecesses tanta resistência!
Talvez, desta vez, aceitasses o meu amor!
Talvez, desta vez, seja um trabalho a dois!
Talvez, desta vez, possa estar mais descansada.
Talvez, desta vez, também eu possa ser cuidada.

Arrumei os pedaços, tentei dar-lhes uma outra figura.
Adequada à tua beleza, ao teu jeito e feitio. Inteligente, criativa, misteriosa, divertida, carismática, observadora, com um toque sombrio.

Despertaste em mim um amor doentio!  
Ou, pelo menos, era assim que alguns lhe chamavam.
Admito, a opinião alheia deixa-me mais aborrecida do que interessada. A pessoas incompreensivas, não tenho vontade de lhes responder. Quem entende, irá entender. Quem sente o amor como uma brisa, não sabe o que é senti-lo como um furacão. Só quem ama ou já amou assim, tem a total capacidade de compreender, que nem tudo o que parece mau, o chega realmente a ser.

Às vezes, é preciso destruir o antigo, para que algo novo tenha espaço para aparecer. Um amor assim não é uma doença, não mata, pelo contrário, deu-me vontade de viver. Fez-me querer ser melhor, fez-me lutar para que pudesse sentir-me merecedora de o ter.

Sim, pode levar-nos à loucura. Sei que, a mim, me leva ao desespero. O desespero de te querer apertar nos meus braços todos os dias. O desespero de te ter! hoje! amanhã! sempre! O desespero de viver contigo já! agora! sempre! O desespero de não poder esperar! O desespero de não conseguir seguir indiferente depois de te conhecer! O desespero de não me conseguir conter! Nem a morte me poderia conter!  
E , saber que te irei amar, muito depois de morrer.  

Quem nunca passou de brasa a incêndio, não entende a total capacidade de um fogo. Prefiro renascer das cinzas a cada lua nova, do que passar pela vida sem ter ardido.  

Já devia ter entendido, as pessoas só podem mergulhar fundo em mim se já tiverem mergulhado fundo em si. Quem vive à superfície, não sabe do que falo quando o assunto é o inconsciente.  
Se os outros não se conhecem sequer a si mesmos, então, a opinião deles deveria mesmo importar? Há muito já fui aclamada de vilã, por não ser mais do que mera gente. E, como qualquer gente, sou simples e complexa. A realidade é que, poucos são os que se permitem sentir todo o espectro de emoções humanas, genuinamente, e eu, felizmente e infelizmente, sou gente dessa.

(…)

Descobriste um oceano escondido e inexplorado.  
Um Mar que se abriu só para ti, como se fosse Moisés que se estivesse a aproximar. Um Mar que só existia para ti. Um Mar que mais ninguém via, onde mais ninguém podia nadar. Um Mar reservado para ti. Parecia que existia com o único propósito de fazer o teu corpo flutuar.  

Deste-lhe um nome, brincaste com ele, usaste-o, amassaste-o, engoliste-o
                      e, cuspiste-o de volta na minha cara.

Uma outra definição. Um Mar de água doce, com a tua saliva misturada.
Uma outra versão de mim, desconhecida, até então.  
Um outro nome que eu preferia.
Um nome que só tu me chamavas, e mais ninguém ouvia,  
Um booboo que nasceu na tua boca e veio parar às minhas mãos, e delas escorria para um sorriso tímido que emergia.

(...)

E, de onde origina a argila?
Descobri que, pode gerar-se através de um ataque químico. Por exemplo, com a água. "A água sabe."  Era o que tu me dizias.  

Era com ela que nos moldavas.
Talvez com a água doce e salgada que escorria do teu rosto
                                                   e no meu rosto caía,
                                                   e no meu pescoço secava,

enquanto choravas em cima de mim,
                                                                ­abraçada a mim, na tua cama.

Enquanto tremias de receio, de que me desejasses mais a mim, do que aquilo que eu te desejava.

“Como não podias estar mais enganada!  
Como é que não vias todo o tempo e amor que te dedicava?  
Tinhas os olhos tapados pelo medo? Como é que me observavas e não me absorvias?”

O amor tem muito de belo e muito de triste.  A dualidade do mundo é tramada, mas não me adianta de nada fechar os olhos a tudo o que existe.  

Ah! Tantas coisas que nascem de um ataque químico! Ou ataque físico, como por exemplo, através do vulcanismo ou da erosão.
Quando moveste as placas que solidificavam as minhas raízes à Terra,  
           e chegaste a mim em forma de sismo silencioso,  
mandaste-me as ilusões e as outras estruturas todas abaixo, e sobrou uma cratera com a forma do meu coração, de onde foi cuspida a lava que me transmutou. A mesma lava que, mais tarde, usei para nos metamorfosear. Diria que, ser destruída e reconstruída por ti, foi a minha salvação.
Sobrei eu, debaixo dos destroços. Só não sei se te sobrevivi. Nunca mais fui a mesma desde que nos vi a desabar.  

E, são esses dois ataques que geram a argila. Produzem a fragmentação das rochas em pequenas partículas,  
                                                   ­                                                             
                                                                ­                         umas afiadas,  
                                                      ­                                                        
                                                                ­                         umas macias,
                                                                ­                                                       
         ­                                                                 ­               todas partidas.  

Gosto de pegar em factos e, aproximá-los da ficção na minha poesia.
Brinco com metáforas, brinco contigo, brinco com a vida...mas, sou séria em tudo o que faço. Só porque brinco com as palavras, não significa que te mentiria. A lealdade que me une a ti não o iria permitir.  

É belo, tão belo! Consegues ver? Fazes vibrar o meu mundo. Contigo dá-se a verdadeira magia! Também consegues senti-la?  
Tudo dá para ser transformado em algo mais. Nem melhor nem pior, apenas algo diferente.  

Das rochas vem a areia, da areia vem a argila, da argila vem o meu vaso imaginário, a quem dei um nome e uma nova sina.  

Viva a alquimia! Sinto a fluir em mim a alquimia!  
Tenho uma capacidade inata de romantizar tudo,  

                                                   de ver o copo meio cheio,  

                                                       ­                          e nem copo existia.  

Revelaste-me um amor que não sabia estar perdido.
Entendeste-me com qualidades e defeitos.
Graças a ti, fiquei esclarecida! Que melhor do que ser amada,
é ser aceite e compreendida.

Feita de barro nunca antes fundido.
Assim seguia a minha alma, antes de te ter conhecido.
Dá-me da tua água! Quero afogar-me em ti, todas as vidas!
E ter o prazer de conhecer-te, e ter o desprazer de esquecer-te, só para poder voltar a conhecer-te,
sentir-te, e por ti, só por ti, ser sentida.  

Toquei-te na alma nua! Ainda tenho as mãos manchadas com o sangue da tua carne crua. E a minha alma nua, foi tocada por ti. Provaste-me que não estava doida varrida. Soube logo que era tua!  

Nunca tinha trabalhado com o teu tipo de barro.
Ainda para mais, tão fraturado.
Peguei em ti, com todo o cuidado...

"Tive um pensamento bizarro,
Dos teus pedaços vou construir um vaso! Tem de caber água, búzios, algumas flores! Talvez o meu corpo inteiro, se o conseguir encolher o suficiente.

Recolho todos os teus bocados, mantenho-os presos, juntos por um fio vermelho e dourado. Ofereço-me a ti de presente."

(…)

Amei-te de forma sincera.  Às vezes errada, outras vezes certa, quem sabe incoerente. Mas o amor, esse que mais importa, ao contrário de nós, é consistente.  

Sobreviveu às chamas do inferno, às chuvas que as apagaram, a dezenas de enterros e renascimentos.  

Nem os anos que por ele passaram, o conseguiram romper. Nem o tempo que tudo desbota, o conseguiu reescrever.

Foi assim que me deparei com o presente agridoce que me aguardava. Descobriste um dos vazios que carrego cá dentro e, depositaste um pedaço de ti para o preencher.
Invadiste o meu espaço, sem que te tivesse notado, nem ouvi os teus passos a atravessar a porta.  
Confundiste-te com a minha solidão, sem nunca a ter mudado. Eras metade do que faltava em mim, e nem dei conta que me faltavas.

“Como poderia não te ter amado? …"

(…)

Minha bela pedra de argila,  
Ninguém me disse que eras preciosa.
Ninguém o sabia, até então.
Não te davam o devido valor,
e, para mim, sempre foste o meu maior tesouro.
Até a alma me iluminavas,
como se fosses uma pedra esculpida em ouro.

  
Meu vaso de barro banhado a fio dourado,  
Ninguém me avisou que serias tão cobiçado,  
                                                     ­             invejado,
                                                               desdenhado,
ou, até, a melhor obra de arte que eu nunca teria acabado.
Ninguém o poderia saber.  
Queria guardar-te só para mim!
Não por ciúmes, além de os ter.
Mas sim, para te proteger.
Livrar-te de olhares gananciosos e, pessoas mal-intencionadas.  
Livrar-te das minhas próprias mãos que, aparentemente, estão condenadas
                       a destruir tudo o que tanto desejam poder agarrar.  

Perdoa-me, ter achado que era uma benção.

Talvez fosse mais como a maldição  
de um Rei Midas virado do avesso.
Tudo o que toco, transforma-se em fumo dourado.
Vejo o futuro que nos poderia ter sido dado!
Vejo-te no fumo espesso,
                                               a dissipares-te à minha frente,
antes mesmo de te ter tocado.

Tudo o que os deuses me ofereceram de presente, vinha envenenado.

  
A eterna questão que paira no ar.  
É melhor amar e perder? Ou nunca chegar a descobrir a sensação de ter amado?

É melhor amar e ficar!

Há sempre mais opções, para quem gosta de se focar menos nos problemas
                     e mais nas soluções.

O amor é como o meu vaso de argila em processo de criação.  
Cuidado! Qualquer movimento brusco vai deixar uma marca profunda. Enquanto não solidificar, tens de ter cuidado! Muito cuidado para não o estragar. Deixa-o girar, não o tentes domar, toca-lhe com suavidade, dá-lhe forma gentilmente, decora os seus movimentos e, deixa-te ser levado, para onde quer que te leve a sua incerta corrente.

Enquanto não solidificar, é frágil! Muito frágil e, a qualquer momento, pode desabar.

Era isso que me estavas a tentar ensinar?  

Duas mãos que moldam a argila num ritmo exaltante!
E une-se a argila com o criador!
                                            E gira! E gira! num rodopio esmagador,  
                                                    ­  E gira! E gira! mas não o largues!
Segura bem os seus pedaços! Abraça-os com firmeza!

Porque erguê-lo é um trabalho árduo
                                                           ­      e se o largas, vai logo abaixo!

São horas, dias, meses, anos, atirados para o esgoto. Sobra a dor, para que nenhuma de nós se esqueça.

                                        E dança! E dança! E dança!...
                             Tento seguir os seus passos pela cintura...  
                                       Se não soubesse que era argila,  
                          diria que era a minha mão entrelaçada na tua.

Bato o pé no soalho.
                                    E acelero!
                                                      e acalmo o compasso...
A água escorre por ele abaixo.
Ressalta as tuas belas linhas à medida da sua descida,
como se fosse a tua pele suada na minha.  

No final, que me resta fazer? Apenas admirá-lo.

Reconstrui-lo. Delimitá-lo. Esculpi-lo. Colori-lo. Parti-lo, quem sabe. É tão simples! a minha humana de ossos e carne, transformada em pedra de argila, transformada em tesouro, transformada em pó de cinza que ingeri do meu próprio vulcão...

A destruição também é uma forma de arte, descobri isso à força, quando me deixaste.  

Acho que, no meu vaso de argila, onde duas mãos se entrecruzaram para o moldar, vou enchê-lo de areia, búzios, pedras e água dourada,
         talvez nasça lá um outro pedaço de ti, a meio da madrugada.
Vou metê-lo ao lado da minha cama, e chamar-lhe vaso de ouro. Porque quem pega num pedaço rochoso e consegue dar-lhe uma outra utilidade, já descobriu o que é alquimia,  

o poder de ser forjado pelo fogo e sair ileso,
renascido como algo novo.
Prendo-me a estes versos
Uma vez mais.
Não sei ser em ti, ainda,
Quando tudo o que vejo
Quando te vejo
De olhos presos a ti
É um poema por escrever, ainda,
Mas com ser e espírito por si só.
Há uma imensidão em ti que não identifico
Então fujo e escondo-me porque
Tenho medo. Não sou um poema
Ou um verso sequer.
Mais um candeeiro de luz fusca
Ao lado do teu todo céu estrelado
Que não sei ler.
Uma enorme ânsia por ti quando estás,
Quando não estás. Sinto
E sinto apenas.
E talvez estejamos
(o que é que estamos?)
Só para que te possa ver toda esta beleza
E senti-la e nada mais.
Escrever-te num poema.
Nada mais.
skyyy Sep 2013
August 2012
I see her
Walking to class.
She doesn't look at me.
But I could feel  my life change
in 1, 2, 3

September 2012
I meet her
On the top of the stairs
Her fingers combing through
Her brown hair
They had to take a break
To introduce mine
With a more than friendly shake

October 2012
I talk to her
It felt surreal
She likes Joan Jett.
So do I

November 2012
She walks me to class.
"Do you like me?"
I waited so long
To hear those words
Roll of her ler lips
And now, I don't feel it.

December 2012
We stopped talking..
Although she tries.

January 2013
She stopped trying.

May 2013
I miss her.
But I don't have the
right  to say that,
Do I?

July 2013
We're talking again
I miss her

August 2013 P. 1
She's trying to get over me
I saw it coming
But I was so close
To having her
please

August 2013 P. 2
I saw her
She held my hand
I missed her so much

September 2013
I'm confused again
I lost my feelings for her
again
And I cant imagine why
Why this is fair?
My life, my brain, gives her back
To tear her away?
This is going to break her..
I don't want to break her..
Its not fair.

October 2013
I kissed her
Or maybe she kissed me
Either way
Our lips touched
It was so fast
So short
But it was a kiss
And I srill feel her soft lips
Linger on mine
M Vogel Oct 2019

Sometimes, the pressure is so bad..
       on the spiritual-shift,
that it feels as though I am right on the edge,  
       about to crumble--

as if all  of Hell
is going to pull my soul and spirit  
       down  in to  it

an "un-willing" descension;  
dragged down, in full ****** form
                    .   .   .

There is a death down there,
        a life-swallowing horror--

My destruction, waits for me there
  There are poor, broken-ones there
unfairly  

     held against their will,  there.

I shudder as I think of the doom--
the retribution that awaits me
for anything..   for everything  
I have done  
that has dinged
his all holiness,  
the one on the throne here--

the deceptive-one,  
the hidden agenda,   acquiesced..

     the  f oo ler  of us all..  
                                (the ******.)



but, then  I smile to myself;

.. and then,    I can't stop smiling.


the end

https://youtu.be/ayo75QnDnss
Rui Serra May 2014
Hoje,
nesta tarde quente em que o sol teima em queimar e me faz suar o corpo.
Hoje,
nesta esplanada onde eu e tu nos encontramos.
Hoje,
quero poder sussurrar ao teu ouvido aquilo que sinto por ti.
Hoje,
quero que tu me queiras como sempre me quiseste.
Hoje,
quero que me saibas ler sem ter de te falar.
Hoje,
não sei definir o que sinto.
Hoje,
quero ficar assim.
Hoje,
como ontem contemplo o teu ser.
Hoje,
amanhã e para todo o sempre quero estar ao teu lado.
SE Reimer Mar 3
ever an expat

~

i'm ever an expat,
this culture ain't mine;
a trip to my next stop,
a place in my mind.
this soil isn't home,
my soul it's on loan;
just looking for peace,
in a world upside down.

i'm a' travelin' light,
in pursuit of a song;
not seeking permission,
for my heart to belong.
my sole's intermission,
will only prolong,
finding the courage,
to write all my wrong.

surrounded by others,
with tickets defined;
you ask if my home's
at the end of the line?
no, i looked for a non-stop,
a grand destination;
my vocation mistaken,
a search has awakened.

i'm ever an expat,
in a culture not mine;
a trip to my next stop,
a place in my mind.
this soil isn't home,
my soul it's on loan;
still looking for peace,
in a world all gone wrong.

though ever a trav'ler,
and rarely at rest,
enjoying this journey,
my accepted success.
in losing i'm winning,
my end my beginning;
for my pain isn't gain,
til' i lose all the excess!

come fly with me,
in this quest to be free;
i'm prepared to let go,
of all that i've seen.
this my adventure,
a spirited venture;
perhaps solace i've sought,
appears in release!

i'm ever an expat,
in a culture not mine;
a trip to my next stop,
a place in my mind.
this soil isn't home,
my soul it's on loan;
i've finally found peace,
in the words of my song.

~

post script

I once wrote the following words to a dear friend in response to an article about childhood and belonging...

"it is said of men and women alike, one's latter years... those years when eyes betray, as often does one's strength, are years in which a sixth sense emerges, and with it a 20/20 vision; a hindsight that sees in its rearview mirror the beauty and wonder of life, of dots connected with its enigmatic smoke screen stripped away, its majestic tapestry coming into view... a blending of time and place where purpose and intention can become focused.

In physicality, I am 47 years removed from my host country, Japan, but here I am today, still feeling each point of these words, more poignantly than I'd like to admit!! In my more rational moments, I'd say I've moved on... in reality I often still feel stuck, unable to see my childhood as anything but a dream or another life... almost an outside-looking-in experience!"

Ever an expat, perhaps; peace and rest are elusive at best!

— The End —