É válido dizer, sem medo ou receio,
que quem cresce ao seu lado, muitas vezes,
será o primeiro a lhe deixar para trás.
O poder sobe à cabeça como um veneno lento,
e, de repente, quem precisava de você
já não se lembra de gastar sequer dez segundos
onde antes passava horas.
No fim, a solidão se torna uma escolha imposta,
e recomeçar parece a única saída.
Mas sempre há alguém que chega
para fazer pior do que já fizeram,
e aquilo que custou tanto a esquecer
retorna com ainda mais força.
Assim é a vida: um ciclo de promessas vazias,
de emoções que se perdem nas mãos erradas,
de amizades que juram eternidade
mas se esvaem ao primeiro sinal de oportunidade.
E quando não restam mais opções,
quando todas as chances já foram desperdiçadas,
o que sobra além do cansaço?
Por que insistir em oferecer oportunidades
a quem vê apenas o que pode tomar?
A ironia amarga da vida é que
tiramos alguém do fundo do poço
e, no instante seguinte,
somos nós os afogados,
empurrados por quem ajudamos a salvar.
Se ao menos as pessoas viessem com um trailer de cinco minutos,
seria tão mais fácil evitar esse roteiro repetido...
Mas a vida não dá prévias,
apenas cenas cortadas de um filme
que sempre insiste em se repetir.