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Lua Bastos Apr 2015
Na neblina abafada
Dentre as árvores, dentre algas
Sentir a água
Ouvir os cantos
Cintilante
Suas mãos quentes tocaram meu tornozelo
Seu coração frio tocou o meu
Oh, Deus,
Se realmente estou apaixonado
Me faça não querer deixa-la
Os corações que já quebrei,
não se comparam ao dela
Deixe-me ficar
Se realmente estou apaixonado,
me diga se ela corresponde
Seu canto entrou em meus ouvidos
Uma sintonia aveludada,
salgada,
com uma pitada de perigo
O som dos pingos de água se rebatendo
Venha comigo, vamos viver juntos
Seja minha esposa.
Presa por algemas de areia
Se rebatia enquanto suas mãos puxavam as minhas
Delicada.
Uma beleza agoniante
Oh, Deus,
O que será de mim?
Um vida fria terei caso não ficar com ela.
Me trazendo para a água
Sussurrando feitiços e me deixando cego pelo amor
Meu corpo logo estará submerso
Estou indo
Ofegante
Coração frio, mãos quentes, beleza agoniante
Vendo a escuridão
Cego por um amor planejado
Um coração antes sujo,
fora iludido por olhos vibrantes
e pele cintilante
O coração quente fora apagado,
sentindo amor.
Oh, Deus,
diga-me, terminarei sendo enganado?
Serafeim Blazej Dec 2016
Eu estou atado ao garoto de cabelos negros
Ele é o rei das flechas
O príncipe e o próprio monarca
Ele é o último pássaro humano

Eu estou atado ao garoto de cabelos negros
Ele possui olhos pálidos
E canta como um rouxinol
Ele vai te enfeitiçar e atar

Eu estou atado ao garoto de cabelos negros
Ele me prendeu ao seu coração azul
Meu lar é mais frio que gelo
Eu, que um dia, fui uma fênix

Eu estou atado ao garoto de cabelos negros
Ele é o vilão de muitas lendas
Eu sou seu prisioneiro em todas elas
Inclusive em meu próprio mito

Eu estou atado ao garoto de cabelos negros
Eu fui seduzido por sua tristeza e solidão
Eu fui enganado por suas lágrimas
Eu fui preso por seus lábios

Eu estou atado ao garoto de cabelos negros
E nunca serei livre
Meu coração foi tomado de mim
Pelo garoto de cabelos negros
Escrito em 13/12/2016.
É um presente.
Histórias
Não sei ainda como pretendo escrever, nem sei se há alguma forma de dizer nada.
A cabeça, pelo menos a minha, não pensa, não age como pretendia. Porquê?
-Talvez porque esta minha escrita seja apenas para mim. Dito isto, explico.
Como posso pensar, sentir, refletir ou agir em descrever se o resultado são risos e graça que se acha na minha análise sobre as coisas. Os meus sentidos podem estar fracos e eu ser enganado permanentemente sobre as minhas análises.
Nem sempre ouço discórdia ou oposição.
Não pretendo que mundo pare nem as mentes do homem. Apenas me aborrece ver as minhas ideias bizarras e desinteressantes servirem de trampolim há intelectualidade alheia.
Não é um mundo este em que as ideias rápidas e prematuras possam servir para consolidar direções. As raízes são fortes e as mente também já foram mais brilhantes. Muito do que parece engraçado e fácil hoje pode ser destrutivo.
O ciclo pandémico do conhecido vírus de 2019, mostrou fragilidades e uma enganosa mudança que faleceu à nascença.
A mente teve e sofreu um clique real. A fragilidade. Tudo está muito mais confuso agora há medida que seguimos esta direção. Mas muitas mentes se agruparam em função de uma estirpe próxima. Parece que o interesse é salvar uma determinada espécie. Hoje é mais fácil combater qualquer inimigo. O capitalismo manda muito mais.
Esconde-se o dinheiro, até onde? Esconde-se a solução, até quando?
O que não interessa é haver uma sociedade sólida de princípios.
Quer mesmo o ser humano descobrir o que deveria estar perdido, desafiar a divindade como nunca.
Nesta derradeira e desafiante cruzada eu não serei um mero expectador, não irei temer nada, e viverei isto como um conflito de presença de sentir a vida como ela deve ser sentida.
Nenhuma outra desgraça espero passar por defender o certo e seguir os princípios da doutrina, que uns profanam e negam por mera conveniência.
Autor: António Benigno
Código de autor: 2020081022300801
Mistico Mar 2
E assim foi… mais uma história marcada,
não pelo encanto da reciprocidade,
mas pela ilusão de um afeto passageiro,
que se desfez tão rapidamente
quanto a folia de um dia de carnaval.

Representaste, por um breve instante,
o que havia de melhor em mim,
fingindo corresponder à sinceridade
que, em meu peito, era eterna.
No entanto, tua lealdade revelou-se fugaz,
tua entrega, mera conveniência,
e ao primeiro sopro da euforia mundana,
trocastes um amor sincero
por uma aventura vazia,
tão efêmera quanto tua promessa de permanência.

Pensamentos atropelam-se, o coração pesa,
e mais uma cicatriz se forma na pele da experiência.
Algumas lágrimas caem, não por arrependimento,
mas pela constatação amarga
de que fui generoso demais,
ao conceder espaço a quem jamais o soube valorizar.

Não me culpo por sentir, nem por entregar
o que havia de mais puro em mim.
A culpa recai sobre quem se perde
em suas próprias artimanhas,
fadado a colher os frutos de suas escolhas,
quando o tempo cobrar sua dívida.

Assim segue o jogo da vida:
hoje engana-se, amanhã é enganado.
Não somos perfeitos, mas a verdade sempre se impõe,
e eu fui prova viva de que minha sinceridade jamais titubeou.
Pena que nem todos possuem a mesma grandeza.

Trocar uma vida inteira por um instante de prazer
é um preço alto a se pagar.
No fim, não há rancor,
apenas a constatação do óbvio:
agora, todos sabem quem realmente és.

Por isso, deixo apenas um agradecimento –
não por tua presença, mas por tua partida.
reflexão, decepção e uma lição aprendida

— The End —