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aldo kraas Aug 2023
Depois
That my father
End this day very fast
I saw the beautiful sunset
And the night
Arrived fast
It was now 9:00 pm
Is my bed time
I take my medication
And I go straight to bed
We only have a couple
Days of Summer
Then the Summer
Will be over
Depois
That we changed the clock
Back one hour
The days had been
Short
And it got dark
Every single day at
5:00 pm
Depois
My father had brought
The Fall for me
And the hot days
Are now over
Also it is cold
Every single day
So I had to put
My Summer Clothes away
Depois
I had to start wearing my
Winter clothes again
The Fall was beautiful
Because the leaves of
The trees had changed
It's color from green to gold
Victor Marques Nov 2014
Nascimento, vida e existência…

     Nascemos de uma forma sublime que parecendo uma banalidade natural é segundo o meu ponto de vista um milagre em todos os sentidos. Parece que o ventre da mulher foi feito e eleito o local divino para mostrar ao mundo a beleza do nascimento, vida e existência, comprometida com todos aqueles que tiveram o privilégio de um dia nascerem.
Nascemos, vivemos e existimos num planeta que procura respostas que não acha para uma imortalidade pedida a preceito em orações, congressos, ou aglomerações de seres que procuram nesta vida um culto a Deus que parece estar para caprichos e devaneios de tantos seres humanos que existem por existir.
Nascimento é vida e ao mesmo tempo uma existência comprometida com o universo que é gratuito para todos aqueles que conseguem perceber a magnitude da abundância que nos é dada com o nascimento, vida e existência.
     Nascemos nus sem nada para oferecer naquele preciso momento alegria a todos aqueles que parecem esperar um Messias salvador e apaziguador de corações por vezes divididos
e adulterados com vivências da  sua própria vida.
  - Que recompensa teremos nós depois de deixarmos de existir sob esta forma material que parece ser digna e ao mesmo tempo real?
-Será o nascimento o elo principal na vida, na existência e na morte?
- Será que Deus através da beleza e complexidade do nascimento quer mostrar ao homem através da sua existência a possibilidade de aspirar com a morte à ressurreição ou melhor a outra forma espiritual de continuar a existir?
- Será que não será mais fácil e rápida a morte do que o próprio nascimento?
     Nascemos, vivemos e existimos num planeta terra maravilhoso regido com mestria por um sábio infinito e Criador que sempre com precisão consegue dar ao ser humano deleites que irão perdurar na nossa vida até ao dia que depois de nascer, viver e existir morremos para ressuscitar no Amor Sublime de Deus nosso Pai.

Victor Marques
nascimento, vida e existência
Victor Marques Oct 2013
Vindima que sempre vem

Que regalo é ver estas lindas uvas que serão destinadas a ser pisadas por tantos pés generosos deste povo duriense que nas encostas trabuca com suor no rosto. Depois de tantas canseiras chega a hora da colheita para todos começarem em festa um processo que acabará nos melhores vinhos de Portugal e do mundo.

     Para haver vindima temos de ter videiras bafejadas pelo sol, acolhidas pelo xisto e amadas pelo homem duriense que não se cansa de as amar e bajular. Este meu Douro é sem sombra de dúvida local privilegiado para a produção deste néctar abençoado por Deus.
A videira que Jesus tantas vezes enumerou me faz perceber o universo, a sua diversidade e porque não mesmo a vida depois da morte. Como simples podador o homem corta as vides na esperança de uma boa colheita. Que encanto ver durante seu ciclo o despertar constante de tantos sonhos adormecidos.

      A videira delicia, rejuvenesce, cresce embalada pelo vento em socalcos e patamares e os rios são seus fiéis companheiros e a seu lado tantas árvores dão as azeitonas da paz e serviram de aconchego no Horto das Oliveiras para Jesus Cristo amar os homens e segredar a Deus seu Pai. Temos orgulho em nossos muros de pedreiros que esculpiram seu próprio fado, eles mudaram os olhares de um Douro mal-amado…

Victor Marques
vindima, douro
Letícia Costa Jul 2013
Aquela toca, pernas longas e câmera
Você me faz me sentir como uma criança
Vivo tentando te dizer
Tento, tento, mas não sai nada de mim

Sinto raiva, depois fico derretida, e depois com raiva de novo
E tudo o que você saber falar é sobre alguns números
9, 25, 88, 97, 16...

Eu sou apenas uma adolescente volátil
Sou um panda abandonado
um panda pequeno

E agora você deve estar fotografando várias meninas de 23
uma com piercing no septo e outra com uma tatto da Marilyn
Se eu tivesse nascido em 95 tava tudo bem...
Suas unhas penetram os corações corrompidos. Me deixa rasgar você. Me deixa matar você. Ela aparece como um delírio. Me deixa provar o seu sangue. Me deixa comer você. Seu corpo alto e esguio. Sua pele feita de látex preto. Me deixa mutilar você. Sua pélvis curvada para frente e suas costas arqueadas para trás. Me deixa estuprar você. Sua longa calda que se projeta por vezes parecendo um pênis gigante. Me deixa destruir tudo o que você já construiu. Carne, eu quero carne. Seus olhos são como tontura. Sua língua é uma navalha. Seus cabelos fumaça tóxica. Matar, matar. Eu quero matar.

A rua está escura. Alguém se aproxima. Mate-o!!! Está passando ao meu lado. Não olhou, não olhou. Bata na cabeça dele! A faca! A faca! O sangue jorrando pela nuca. O corpo em convulsão dita o ritmo do gozo. Assim! Delícia!!! Quase!!! Está vindo!!! Ahhhhhhhh! O corpo inerte caído na rua. Me deixa dilacerar a carne. Me deixa rasgar a carne. Sangue, eu quero sangue! Me deixa provar. Minha faca corta freneticamente. A Avulvva está comendo. Está gostoso? Prove a carne!!!! Venha, prove.

A faca está no fundo do rio. As roupas estão queimando. O sangue já tinha secado. O fogo é atraente. Não é? Coloque sua mão no fogo! Vá, coloque! Isso eu não quero! Quer, eu sei que quer. Vamos, queime! Não vou! Ela está rindo de mim. Está me chamando de fraco. Merda, estou atrasado. Lavo meu corpo, o sangue escorrendo pelo ralo. A Avulvva está me olhando. Seus olhos são como tontura. Acho que vou vomitar! Que merda! Que nojo! Ela está rindo. Que merda... Sangue, eu quero matar! Me deixa matar! Hahahahahahaha.

Há um verme se alimentando das minhas entranhas, tomando o controle deste hospedeiro,  me fala aos ouvidos como a serpente sussurrou a Eva, provei o fruto proibido da carne crua, viva, sangrenta, provei o metálico sabor do líquido que jorra das artérias e nele me banhei, infinitamente gozei e a voz gritava ao mundo a ópera de sua ruína. Fui aos confins da lógica e ultrapassei a linha, nada significa nada, impulso: isso me faz existir.

Hoje quero amar a vida, quero que cantem os rouxinóis ao alvorecer, vou atravessar os sonhos encantados das noites de verão, gincanas e cirandas, CRIANCINHAS. Adoro criancinhas. Vinde a mim as criancinhas. Tão inocentes. Corpinhos tão pequenos. Tão macios... e cheirosos. A Avulvva gosta de crianças, ela gosta de machucar as crianças. Criança levada, cuidado cuidado que a Avulvva te pega, cuidado cuidado que a Avulvva te leva. Olá quem é o senhor? Eu sou um amiguinho e tem um lugar cheio de jogos e doces que eu posso te mostrar. É mesmo? É mesmo! Cuidado cuidado que a Avulvva te pega, cuidado cuidado que a Avulvva te leva. Carne de vitela é a mais suculenta, é porque o mundo ainda não corrompeu o filhote. A princípio  geralmente eles não entendem o que está acontecendo, mas depois... Depois é possível contemplar o pavor genuíno, um pavor que não sabe conscientemente o que está acontecendo, mas o impulso grita que é algo muito ruim, então eles berram e choram. A Avulvva sempre bebe as lágrimas primeiro, ela escorrega sua língua de navalha pelas bochechas até os olhos. Se farta das lágrimas, escorre o sangue, se farta de sangue, dilacera a carne, a carne é macia, delícia delícia, Avulvva te COME, cuidado cuidado.. As garras te apertam, você fica preso. Os olhos te fitam, você vê o medo. Cuidado cuidado, criança levada.

Já trepou com a morte? A morte tem os lábios frios, um hálito quase podre que se prolifera pelo corpo. Imóvel. Inanimada. A morte tem a boceta seca. O pau amolecido. E o cú cheio de bosta. Ó morte, amante perversa. Amante passiva e voraz. Me deixa provar a carne podre. Me deixa sugar o sangue frio. A Avulvva está vindo. Ela caminha velozmente. Ela é o trovão e a tempestade. Me deixa enfiar a cauda neste cú. Me deixa comer as fezes mortas. A Avulvva nunca se sacia. O horror pulsa em seus olhos de tontura. Me deixa brincar um pouquinho. Ela está quase sempre rindo. Suas gargalhadas perversas. Não há nada além de prazer. Nada além da maldade. Me deixa estuprar a morte.
Sonhei com a Avulvva ontem. Anteontem. E antes mais. Meu sonho é Avulvva. Ela é a voz que guia minhas visões. Terríveis. Maliciosas. Deliciosas. O que há além da carne? Se algum dia houve algo, já não existe mais . Ó Carne, és minha única e verdadeira deusa, a qual posso provar, a ti devoro toda minha paixão, a ti devoto todo meu rancor.
Victor Marques May 2023
Nós somente vivemos sem nos aperceber,
Que temos vida depois de morrer.
A morte faz parte da caminhada,
A morte afinal não é nada...

Existe uma continuidade na nossa história,
Ficando no mundo a derrota,  a vitória.
Eu continuo eu,
Sem prejuízo do que é meu.
A morte nunca é nada comparada com o que tenho vivido,
Ressuscito com amor tudo que me amou com serenidade e sentido.
Nossa consciência permanente e inalterada,
Com a morte uma possibilidade à vida será dada.

Algo me faz acreditar que viverei eternamente,
Feito futuro, passado, presente.
A morte é apenas uma transformação,
Uma passagem para outra dimensão.
Nesta vida haja esperança, espiritualidade,
Misturada de amor pela humanidade.

Com  amor, verdade,  feito espírito da luz,
Me elevarei ao Céu  com Deus,  com Jesus.

Victor Marques
Deus, vida, alma ,morte
Victor Marques May 2014
A palavra amor é mágica e exala perfume em todas as suas vertentes. O amor não pode servir de veículo para conseguir aquilo que se pode fazer ou através dele obter. ?
O amor que vivemos neste mundo é sermos felizes e fazer os outros também. Existem amores que se complementam, que unem raças, religiões, pessoas, e que acima de tudo prevalecem mesmo depois da morte.
    Um amor sem contrapartidas, sem limites, sem contratos que parecem ofuscar a leveza do amor. Existem amores nobres, solidários, palpáveis, celestiais,  universais que nos faz pensar, sempre sentir o verdadeiro significado do amor.  Existem tantos acontecimentos na nossa sociedade em que o ser humano procura desmesuradamente um trabalho fácil, um abraço, um obrigado, um amor amigo. O ser humano se abandona por vezes ao capricho de ser amado, bajulado sem no entanto,  se aperceber que o amor é algo muito bem mais importante, grandioso aos olhos de todos aqueles que se dedicam com pureza aos outros seres.
    Por vezes nada podemos fazer para conseguir amar quem queremos amar...
Demos voltas e voltas e procuramos amigos, amor em tantos deleites que o mundo nos oferece materialmente. Deixámos o amor espiritual num patamar nunca lembrado. As crianças têm uma grande predisposição para dar um beijo,  um salto, um abraço,  um sorriso, para dar amor de uma forma livre,  linda e gratuita. Elas são puras, sinceras, choram , riem, prostestam e amam descaradamente tudo o que as rodeia.  Vêem nos animais ternura, carinho, e porque não amor....
    Existem algumas pessoas que não deixam entrar nelas o verdadeiro significado da palavra amor. Existem tantos acontecimentos na nossa vida em que o amor se manifesta de uma forma muito simples e familiar: casamento, baptizado, comunhão, morte ...
    Amor parece existir desde sempre. Quantas noites na vida do ser humano parece que tudo se perdeu!
Até o próprio amor se consome, se esvazia como um balão de ar que rebenta com uma alfinetada. O amor é uma arte de se comprometer com tudo o que existe, com o universo preciso, e respeitar as leis sublimes de um Deus Criador?
     Tantos seres humanos que parecendo insignificantes tem tanto amor para dar, para partilhar.  Nascemos e nem sequer sabemos se foi por amor ou por um desejo egoísta da busca de simples prazer....
O amor deveria ser um elevar da alma,  uma força poderosa de tudo conciliar e amar.

Com amor

Victor Marques
Amor, palavra, vida, seres
Victor Marques Sep 2013
Filha, filho, Filhos…

Quando me levanto com vontade de ver alguém com seu sorriso, não escolheria mais ninguém senão tu…
No mundo que Deus nos deu não existe puro e imaculado amor igual ao teu.
Depois de tanto tempo de vivências, compromissos, viagens pelo mundo fora sempre tive presente a dádiva de te ver nascer e crescer em sabedoria.
Tu sim tens a magia da lua comprometida com um mundo feito de bem que parece ao mesmo tempo teu e de mais ninguém….
    No coração tu tens a doce melodia das harpas de Jacob, nas mãos a gentileza de quem faz tudo com mestria e exatidão. Tantas filhas, filhos nascem pelo simples facto de o homem querer se multiplicar, procriar…
Tu nasceste por um terno amor, por uma vontade que dois seres tiveram em elevar na terra através da matéria o poder da alma.
   Neste mundo de injustiças, guerras económicas, sociais, políticas nascem todos os dias filhos, filhas com leveza e amor de dois seres. Tu, hoje fizeste me pensar na abundância que Deus nos dá, nas oportunidades que muitos não têm, nos que sofrem por não terem filhas, filhos…
O ciclo da vida me ajuda a amar, a compreender e a tolerar quem não consegue sentir força
Para caminhar e fazer uma descoberta diária da beleza da vida e da companhia de nossas filhas, filhos….

   O meu legado não teria sentido sem ti, o meu ser nunca seria completo em harmonia com o Deus criador. O nosso futuro quer filhas, filhos melhor do que nós pais que tentamos apreender o constante evoluir da sociedade humana.

    Não poderia deixar de estar grato a Deus, meus pais e meus antepassados pelo que me deram e continuam a dar. A vida de todos nós seria muito melhor se a nossa preocupação fosse dar sem lembrar e receber nunca esquecendo.  
     A ti nem sei que dizer… sei que nunca vai haver nada que por ti me faça desfalecer. Por ti se cair vou pedir a Deus que me ajude a erguer…

Victor Marques
Victor Marques Feb 2014
Explicar a minha descendência

Deitei-me na cama e não consegui encontrar amor para me amar ou até me confortar e dar guarida.
   Não preciso de ter a luz acesa para entender a minha descendência.  O Pelourinho centenário que venera  minha casa é um privilégio celeste que Reis terrenos gostariam de ter e poder contemplar....
      Nossos antepassados deixarem um pouco deles que perdura para sempre em nossos corações enquanto seres humanos aptos para sobreviver.
        As pessoas estabelecem nesta vida laços que seriam impossíveis senão acreditassem que por qualquer razão iriam ser lembrados depois da sua morte.
A este pensamento  de lembrar quem docemente amou eu chamo imortalidade.  A minha definição de imortalidade é diferente de todas as outras.
A imortalidade depende duma descendência adequada que se manifesta no amor eterno por quem por amor nos deu a conhecer tantas vezes  coisas que pareciam imagens distorcidas de uma realidade que parecia não ser adequada aos nossos antepassados.
      Nem sempre todos os seres humanos conseguem perceber a sua genialidade , nem sequer a sua disponibilidade para completar percursos iniciados por seus entes queridos. Ou melhor ainda,  seus descendentes,  seus antepassados....!
      Eu vou receber sempre na minha memória,  esses ensinamentos que um dia alguém me ofereceu.
Que coisa bonita , que encanto,  que vontade sublime estes meus antepassados tiveram em me fazer acreditar que eu fazia parte de uma geração nobre .
  Victor Marques
Quando for grande quero
Ter um jardim
Para cuidar como não cuido de mim;
Fazer cama de um vaso cheio de terra
Onde cobrirei a semente de amor
Com água fresca e luz do sol
Palavras e doces melodias
Até e depois de nascer.

Quando for maior ainda,
Se amar a flor tanto assim,
Quero fazer uma horta do jardim,
Para amar o que como
Da semente até ao prato e,
Se somos o que comemos,
Plantarei amor em mim.
Perdido. Tomado pela multidão histérica de memórias. Mutilação. Gritos de agonia. Horror nos olhos de  "inocentes". Memorias de imagens presas numa parede de incapacidade. Incapaz de ver. Incapaz de saber. De ser. Sou o luto de minha tragédia. Ser o algoz do mundo. Já não me lembro.  Ele se diz meu sogro. Minha mulher está morta. As crianças foram brutalmente assassinadas. Seus corpos foram abandonados. Todos fugiram pelo terror do algoz. E eu apaguei. Já não me lembro. É preciso acreditar?  Lembrei que não me lembro do meu rosto. Ele me pediu para olhar ao espelho. Olho diretamente para aquela figura. Então este sou eu.  Apático. Ele sorri. Também tento. Pele azul. Olhos de vidro. Meus braços se misturam com uma membrana de carne. Me estico. É possível voar? Sim! Nós todos podemos voar, este é um planeta muito grande para simplesmente caminharmos. Às vezes ele fala como um mentiroso. Eu o detesto. Meus pés são como minhas mãos, só que maiores. Você deseja cavar os túmulos com seus pés? Esse não é o ponto! A questão é que sou diferente. Que vivo num mundo diferente. Onde eles são como eu. Deixe- me viver a fantasia!
Me levaram para a sala de recuperação de memória. Fizeram um tratamento
intensivo.
Tema: quem é você?
Resultado: Você é Khaladesh! Você é Khaladesh! Você é Khaladesh!(...)
Tome estes remédios!
Não posso!
Tome estes remédios!
Não quero!
Resultado: há uma guerra acontecendo. Um inimigo misterioso destruiu tudo o que importa. Quem é tal inimigo? Uma legião de sadismo. Tudo o que é perverso neste mundo carrega o nome  Arcantsulyan. É preciso sentir ódio por Arcantsulyan! É necessário se proteger contra Arcantsulyan. Oremos aos deuses!  Será que não orei o bastante? Já não me lembro. Livrai-nos de Arcantsulyan!
Há dois Sóis em meu mundo! Há também um deserto. Um jovem caminha em direção à Thaeran'khur. Seus passos cambaleantes e exaustos seguem por dois dias inteiros pelas areias do deserto... Não há noite em Thaeran'khur. Um calor crepitante invade sua alma. Há calor em seus olhos. Há calor em suas mãos. Há calor em seus brônquios. O calor e a poeira espreitam sua angústia. Incidem sem avisar em sua esperança. Um calor tão horrível que faz curvar seu corpo em incomensurável e desesperada agonia. Nada mais importa. Seu lar já foi esquecido. Suas lembranças já são meros devaneios. O que lhe resta é apenas entregar-se para a iminente morte ou seguir caminhando até morrer. À sua frente há uma fronteira que divide a parte inabitável do restante do deserto: um local onde a radiação  dos Sóis transformou toda a extensão de  areia em puro vidro. Um local onde não ha como permanecer vivo. O jovem desesperado e quase inconsciente vê a luz refletida pela gigantesca camada vitrificada. Ele segue em direção à luz. Irá cruzar o limiar da consciência: adentra o deserto de vidro... Incineração fatal... Seu corpo se transforma em areia.  O que aconteceu depois? Ele deixou de ser. Sabe o que isso quer dizer? Quer dizer que já não é. Ele abriu caminho à todas as possibilidades. Seu corpo se fragmentou em pedaços infinitos e se misturou com os infinitos pedaços que ali haviam. Ele se tornou tudo o que existe. Ele é o deserto agora. Mas o deserto está se unificando. A luz está juntando os pedaços. Os grãos estão se tornando vidro. Reflita...
Você é Khaladesh. Membro da rebelião contra Arcantsulyan. Vive escondido nas florestas sobre- oceânicas do Oceano Yuregjorth. Sua mulher e suas crianças foram destroçadas. Você perdeu sua memória. Percebe o quão insano isso tudo parece? Você não está bem. Precisa se lembrar. Não posso me lembrar de nada. Lembre-se de sua família. Lembre-se de seu ódio por Arcantsulyan. Você deve se vingar. Você deve tomar os remédios. Você deve se juntar à rebelião novamente. Você deve se fixar no que é real. Você será espião em território inimigo. Você precisa perceber seus delírios. Você precisa descobrir o que é Arcantsulyan. Você precisa se lembrar quem você é.
Wörziech May 2014
Mil-réis entre réis pagos pelo algodão e pelo o material sinteticamente enfadonho – ambos traçados na sala abafada em que, agora, a escuridão de frequência vibrante busca-me, parado, observando o sangue que segue, que traça, desenha os seus próprios afluentes em uma elaborada figura de empalhamento. Tropeço por entre galhos, perco um ou outro membro e abro os olhos. Agora, veja! Eles estão lá! Meus membros estão lá! Mas atente-se! Aquele, meio torto, veja-o com perfeição.
Digo, eram meus. Sim, pois agora a este outro pertence.  Está lá, na poça de meu sangue, com a minha própria estrutura, o que parece ter sido um simpático palhaço. Confirmo aquela minha primeira impressão: empalhado palhaço. Agora há algo dentro daqueles membros. Definitivamente há! Até vejo alguma perenidade por entre as articulações, à mostra - resultado de um trabalho mal feito pelo meu próprio líquido vermelho intenso.
Depois de muito apreciar minhas partes nunca tão bem aproveitadas, vejo algo mais além - vejo asas! Inicialmente, um âmago bastante ridículo e tedioso - mas observando mais atentamente, percebo profundamente que aquela minha obra orgânica possui, como verdadeira essência, o plano mais ao fundo, que não só se colocava de forma discreta, como aspirava se esconder do foco do olhar, retirando nitidez que a ele é supostamente é inerte. Percebi a explicação para minha atrapalhada e inconsciente criação. Humano algum será capaz de apreciá-la como eu aprecio. Amo-a agora como amo a morte! E morta está minha obra, afastada para sempre de mim. Assim como os meus olhos e libido.

*É um sangue amaldiçoado aquele que escorrera de mim, seria está a plausível explicação? Sequer traçara ele uma imagem de uma mecânica funcional.
Eu te amo com todo meu coração, 
você simplesmente é uma benção.

Obrigada por tudo que você me deu
e que sempre me entendeu.

Obrigada por tudo que você me ensinou,
por tudo que você me mostrou.

Obrigada por sempre estar ao meu lado, 
e por nunca me deixar abandonado(a).

Obrigada pelo carinho e pela companhia neste caminho.

Obrigada por secar minhas lágrimas e depois de cada chorinho, 
deixar tudo de novo certinho.

Obrigada pelo seu amor que enche o meu coração de cor.

Obrigada por segurar a minha mão
e também cuidar do meu irmão.

Obrigada por me abraçar, me beijar e me cuidar.
Você me mostrou o que significa “amar”.

Obrigada pelas brigas.
Elas me disseram que apesar de tudo somos amigas.

Em dias nublados você precisou lutar,
mas depois da tempestade o sol sempre voltou a brilhar.

Obrigada pela sua coragem e seu esforço durante esta viagem.
Já notou que isso é uma homenagem?

Obrigada por ser você, por ser linda, maravilhosa, inteligente e forte
Tenho uma mãe fantástica e já nasci com sorte!

Dizem que não há amor maior do que o amor de uma mãe, e é verdade.
mas esqueceram que uma filha pelo amor da mãe cresce em paz, gratidão e liberdade.

Não existe pessoa que merece mais estas minhas palavras do que você.

Hoje sou uma mulher jovem, bonita e inteligente.
mas o que disso tudo eu seria sem você presente?
Pois tudo que eu sou, eu devo a você.

Obrigada mamãe.  

- gio, 13.05.2018
Victor Marques Jan 2014
Não sentem com satisfação  Deus,
Escuto o cantar do chão molhado.
Fica bem com o passado,
Senhora dos pobres e dos seus.

Natureza específica de receber e dar,
Escuto o cantar do meu palpitar.
Grande parte não sente o riacho e o mar,
Luz do dia para te libertar.

Depois de um dia com chuva,
Olho para a erva que parece uva,
Singela homenagem ao fim do ano,
Seja bem católico ou profano.

A natureza simples com olhar,
Seus tesouros para nos despertar.
Os homens não a escutam nem sabem amar,
Natureza de enfeites para me deleitar.


Abraço amigo
Victor Marques
De quem é a imagem que vejo no espelho?
Não é a mesma que me observo sem vê-la
Não possui a fonte existencial que lança os arredores para o interior
A única diferença entre mim e o que me permeia
É o corpo que carrego a todo instante, e dele os diálogos mentais que me definem como uma existência, pois as vozes que me surgem só eu posso ouvi-las e interpretá-las
Mas, talvez, a consciência seja simplesmente um canalizador e não uma fonte, pois as informações vêm de todos os lugares e ao mesmo tempo de um lugar só (ego).
De quem é a imagem que vejo quando olho para outra pessoa?
Não é a mesma imagem que essa outra existência se vê
Essa imagem que vejo faz parte de mim, sou eu, ou talvez o outro que vive em mim, que independe de uma consciência própria que não a minha.
Mas como eu me vejo?
Me vejo como acredito que os outros me vêem?
Eu sou o fruto das experiências passadas
Eu sou inconstante.
Totalmente renascido e irreconhecível a cada experiência
Mas isso é meu ego, o vidro mais frágil
O medo da solidão,
O medo da rejeição,
O ódio que é o medo de amar
O medo de amar que é o ódio por si mesmo
O **** é a carta coringa do desespero
O prazer de calar a dor
Mas o **** também dói, pois é a entrega de seu íntimo para outrem (você se diferencia) nós somos incapazes de amar o que é diferente, o **** fere o ego, pois o auge do prazer se dá com algo que nossa consciência insiste em odiar,
odiamos os outros, odiamos a nós mesmos
Mas é tudo ilusão
Ódio e medo, novamente, caminhando lado a lado
Mas é tudo ilusão
"O que está em cima está em baixo, não há diferença"
O que me define como singular?
Minhas roupas, meu cabelo, meu rosto, minha casa
meu carro, minha família, minha história
Fora isso quem sou?
Onde encontra-se a singularidade da voz que só minha mente escuta?
(Minhas ideias surgem de outras ideias que não são minhas
Eu sou o vazio)
Encontra-se no vazio, onde todos são iguais
Onde uma coisa não se diferencia da outra
Onde só nos resta amar, sem dor
A realidade é simplesmente aquilo em que acredito
Nada mais, nada menos
Pois o que os olhos não vêem o coração não sente
Melhor dizendo:
O que a mente não sente os olhos não vêem!
Depois de todo o devaneio
Me lembro...
Uma mulher, cujo a forma de sorrir,
a forma de morder os lábios,
o jeito com que ela me olha com o canto do olho
é totalmente singular, única
Mas não depende do ego, e nem de experiência
é algo inato, belo, não consigo odiar mesmo sendo diferente
Amor? sim
Mas algo diferente também
a vejo e amo como irmã, como mãe, como amante, como amiga
Amo sua existência como um todo
e não sei explicar
Ela escolheu não ficar comigo,
mas sempre vem a mim
Eu ainda continuo a ama-la, sem dor, nem sofrimento

Outra vez saio de uma discussão comigo mesmo sem respostas!
Dayanne Mendes May 2014
Eu não sei o que sentir,
É tudo tão vago.
Por aqui, ele me disse.
Olhe as rosas, tão belas quanto você,
Teu perfume é melhor com certeza,
A doçura delas se perdeu ao ver
Que o meu amor era teu.
Rimas e rimas depois,
Vinhos mais tarde,
Era você e uma moça
No parque
Não eu!
Hoje enquanto dormia, sonhei que num jardim vivia,
Ouvia os pássaros, cantar lindas canções, com ternura,
Sentia-se a água da chuva correr sem sua armadura,
As flores eram verdes, como os sonhos, de pura lixivia!

Lavaram-se as vestes, lavaram-se as mãos, enquanto sonhava
Quando acordei pela manha do costume cheia de sonhos,
Percebi que se tinha tornado uma rotina ser feliz e eu amava,
Amava incansavelmente seus olhos, via o coração aos quadradinhos!

Quadros pintados nas paredes de casa cheio de nossas recordações,
Hoje, era senão mais um dia, onde pintava na tela nossas emoções,
Aquilo que começou num passeio descalço junto da lagoa vazia,
Formava agora na parede de casa retractos de uma família que crescia!

Peguei depois na espátula da minha vida, peguei-a de nova na mão,
Olhei-a nos olhos, senti-lhe as formas e apertei-a ali junto ao coração,
Em tempos atrás deixei-te fugir, deixei-te viver e crescer longe de mim,
Mas hoje, e agora, para sempre, te quero ter aqui, até aquilo que é o fim!

Quando à noite me for deitar, só quero acordar para te olhar o rosto,
Porque os sonhos, por mais belos e lindos, mesmo de nos encantar,
Não se comparam sequer a tudo aquilo que tu na vida me fazes amar!

Autor: António Benigno
Código de autor: 2013.08.29.02.17
Letícia Costa Nov 2013
Quero seu perdão
Quero amor pra vida inteira
E não só no verão
Quero comer feijoada e depois deitar na rede
Quero seu beijo com gosto de brigadeiro

Quero sua barba mal feita
Quero sua camiseta lisa na minha cama desarrumada
Quero ser sua Lisbela e ser sua Margarida
Ter paixão de novela e comercial de margarina
Posso te amar a vida inteira
Pequeno sonho, pequeno voo, todo aquele que morre,
Pouco depois de nascer, vazio de esperança e vontade,
Sentido e crescido, perdido de forte abraço com a vida,
Palavra bonita se esvanece ou fortalece por ser forte!

Nesse pequeno engenho de transporte ao lado diferente,
Cheio de razões quarentes para poder apertar de imediato,
Aconchegando a mim e partir junto com ele nesse momento!
Novo ou velho está vivo e não é hora de para já desistir!

A lata ferrugenta desse transporte de viagem ardente,
Não é o problema da morte do profundo sonho,
É falta de animo e falta de querer que ele viva,
É esperança perdida e tempo de te moldar verdadeiramente!

Estudando manuais bizarros de situações de vida vivida,
Facilmente encontro o molde de concerto desse engenho,
Esquecido e embevecido em memórias aventureiras,
Que em tempo servira para viagens contadas lisonjeiras.

Chegou a hora de pintar o espaço envolvente onde durmo,
Criar uma família, constituída por mim um peixe e um pássaro,
Porque hoje não há tempo a perder para coisas de verdade,
De verdade mesmo sou, eu, esse peixe e esse pássaro!

Autor: António Benigno
Dedicado ao tempo, à viagem e ao rumo da verdade!
Anonymous Poet May 2017
Poema de: Anonymous Poet

Durante a nossa vida
Conhecemos pessoas que vêm e que ficam,
Outras que vêm e passam.
Existem aquelas que,
Vêm, ficam e depois de algum tempo vão se.
Mas existem aquelas que vêm e vão se com uma enorme vontade de ficar...
Poema de Anonymous Poet
Letícia Costa Jul 2013
Eu
Amo minha melancolia
Amo os pensamentos que me perturbam todos os dias
Amo a fome continua
Amo a falta de sono

Amo o meu olhar vazio depois de uma noite de insônia
Amo aquele sentimentalismo barato que me vem quando vejo um filme bobo
Amo minha busca por Deus
Amo a continua insatisfação com o meu cabelo

Amo minhas mãos pequenas
Amo meus óculos
Amo o meu café da madrugada
Amo minhas qualidades e defeitos
Esperava docemente uma brisa de ar quente,
Peguei-te na mão e levei-te, tirei-te os pés do solo,
Aproveitei e senti o teu cheiro suave e fluente,
Admiração vinda dos teus olhos, em mim ao colo!

Levar-te-ei sempre comigo, seja qual for teu peso,
Nem que sejas leve como passarinho livre de dor,
Nem que teu fardo seja tão pesado, duro e coeso,
Minhas forças se unirão, confortando-te de amor!

Serenamente provar-te-ei um dia mais distante,
Contemplando teus cabelos brancos grisalhos,
Vendo tuas rugas da cara e das mãos, ofegante,
Beijando-te a alma e o chão sobre teus olhos!

Um gostar, amar, suspiro de amigo e de amado,
Serei sempre companheiro, do teu movimento,
Adepto cativado, pela tua voz e teu ar atento,
Seriam dúzias de verdades, de amor adequado!

Que nunca precises de um beijo e não te dê dois,
Que nunca te faça bem rir e eu te não conte piada,
Seja a noite de abraços e os dias verdes logo depois,
Seja o vento numa tarde de calor, refresco, amada!

Autor: António Benigno
Código de autor: 2013.08.13.02.16
Rui Serra May 2014
Parti à procura, percorri todos os bares da cidade
drogas, alucinações, ****
debati-me com o povo
fui aprisionado
pelo poderio das massas.
Guardas olham-me à passagem
vociferam
um dialecto desconhecido.
Nesta tumba estou . . . livre.
Aqui, eu sou eu
discípulo da verdade e dos prazeres.
Depois
fui para a ilha
indígenas
novamente - ****, bebidas, drogas.
E assim passaram dois anos.
Percorro agora esta avenida
em procura do que ainda não encontrei.
Eu, por min
quem sabe, tomarei
outro rumo para . . . o outro lado . . . para a terra.
Era cá uma tripé
mas eu amava-a mesmo assim.
Estava preso
era um fora-da-lei
sem crimes, nem pecados
apanhei um táxi
e segui na noite
rumo ao desconhecido.
Mariah Tulli Jun 2014
E eu continuava batendo na porta
A espera de que você abrisse
Mas chegou um tempo
Que nenhum de nós conseguiu.
Nos vimos pelo olho magico
E isso já bastou
Para que vivêssemos
Imensidão de segundos
Ou até mesmo eternos momentos
Onde existiu a magia do amor.
Mas depois paramos
E eu me vi atrás da porta
Tentado entrar
Mas enxerguei
Que se ela se abrisse
A magia ia se esvair
Então fiquei feliz
Por ter entendido
Que a vida é feita de momentos
E que se forem fortes
Da nossa lembrança não tem o porquê de apagar.
Gil Cardoso Feb 2019
Sol queima a minha pele
Inicialmente
É agradavel
Depois, é dor

Como bolo doce que vou comer
Efeito da gulosia
Afoga o meu saber
Para mais tarde me aperceber
Que foi demasia
Aí puderei me arrepender

E então pergunto, qual é real?
Qual sigo nisto tudo
O presente ou o futuro?

Dizem-me “Carpe Diem!”
Então deixem-me comer bolo
Deixem-me queimar ao sol
Deixem-me viver a vida tolo

Depois dizem, “sê comedido”
“Tudo com moderação”
Então vivo o futuro agora
Não sigo prazer
Fujo à dor
Sempre a atrasar
A minha fatalidade

Eu sei lá

Mas enquanto escrevia isto
O sol fez o seu capricho
Tenho o poema terminado
E o meu braço queimado
Escrito: Maio 2018
Tu-turvo Jan 2017
Já depois de tanto tempo perdido
Aqui, ainda quero que fique. Às 3h da matina, espero acordado olhando para a luz que queima minha minha alma e me mantem alucinado
Alucinado e condicionado.

Me viciei no celular, como em ti,
um que me mantem desconectado
Desfamiliarizado, com o sentir, que tu já não está aqui
E me afogo afogo
Em nada e perco perco
Tempo

Se já perdi
Esperançaguardanaquelacaixasecreta
mas cheia
de
tu.

Naquela madrugada fui fumar para tentar me encontrar
Choro até chegar em casa e só o celular e o sono afogam meus soluços

Insônia
para ta na cara que não tem mais eu e você
para ta na cara
taparanacara
Isso é um sonho lucido
Acorde, todos esses tempos
andou dormindo
sonhando com amor
cure essas feridas
depois de todos esses anos
viu que o amor, o que é amor?
uma ilusão, ou um sonho interminável.
Rui Serra May 2014
De repente
olho para trás
e postais antigos
invadem-me a memória,
fotografias já sem cor
de um tempo que não poderei fazer regressar.
Sou alguém, ou assim dizem
mas o que sou jamais importa.
Rebelei-me contra a escola
ataquei os professores
fui pateta
Andei por aqui e acolá
a biblioteca, os livros
sua magia, seu encanto
na adolescência a história do rock
um verão esplêndido
e à noite
uma garrafa, uma rapariga e um abençoado sonho.
Abraço as imagens de outros tempos
e torno-me num palhaço
o que faço
bebo
bebo para vos poder ridicularizar
estar bêbedo é um bom disfarce
depois
minha cabeça pifou
lamento as noites, os anos, tudo o que perdi.
À medida que o corpo se destrói
o espírito torna-se mais forte.
Dayanne Mendes Jan 2014
Eu
Quem sou eu?
Acordei hoje pensando,
No meio da noite.

Você batia na minha porta,
Furiosamente.
Jurava amor, como no ano passado.

Eu não abri,
Fiquei assistindo seu desespero tardio,
E depois me deitei.

E acordei pensando,
Mas que diabos,
sou eu?!
Rui Serra May 2014
Sente-se o caminhar
sobre ladrilhos dourados
despe-te, ama
entra, a chuva é intensa
vive, ama, amar-te-ei
no jardim, cravos murchos
pétalas caídas.
Leva-me, deixa-me navegar
posso-te amar, tenho-te
desejo-te, depois tudo passa.
Queria ser como tu
adorar-te-ei até ao fim
enfrentarei minha sombra,
serei alguém, viverei para
te proclamar, aconchego-me,
fogo crepitante, doçura
de mulher, corpo imundo
mundo imundo, sobre pedras
de silêncio, vamos ao sabor
de uma melodia, o que sou
sombra inconstante, açambarcador
de poder, ricos falsos, acabar-se-à
no fogo do desespero
não hesites
caminha e vencerás
sobre tudo e todos
vai em frente
segue o teu caminho
e serás alguém, como o eu que eu queria.
Dayanne Mendes Dec 2015
Invasão
Foi você chegar na minha vida
Já me dizendo o que fazer
E o que não fazer
E achando isso certo
Me julgando pelo passado
Minhas escolhas erradas
Eu fazia tudo errado
Pra você

Decepção
Foi você me dizer
Que eu não presto
Que não havia confiança
Pra eu parar com minhas atitudes
Pra eu não ser mais quem eu era

Solidão
Foi ver você ir embora
Depois de todo o estrago
E me culpar por isso

Doloroso
Foi o processo
De aceitar que não foi amor
Só violência
Que você não passava de um babaca
Sem essência
Dayanne Mendes May 2015
Dormi sem amor,
Foi como eu devia ter acordado hoje.
Acho que meu problema está nas expectativas.
Eu entro num balão cheio delas,
Voamos e voamos,
E no alto da emoção ele se fura,
Eu caio no mar.
E depois vou tentando sobreviver com os restos amargos que ficaram.
Aí eu me embriago, choro,
Digo que vou colocar ponto final.
E no outro dia acordo com uma vírgula.
sunflower Feb 2017
"eu te dizia que a vida é bruta, você me falava que ainda não

eu nunca acreditei que houvesse algo a mais depois que as coisas acabam

uma blusa esquecida no natal passado, uma palavra presa na fechadura da porta que bateu, um outro palpitar do coração ou alma além da que nos foi decretada aqui

e, então, você morreu

durante uma semana, eu fingi que você tinha finalmente viajado pro seu lugar favorito e que ele tinha te dado razão em ser um lugar favorito pra demorar tanto assim

durante um mês, eu desisti de esperar
paciência não era meu melhor dom
embora te esperar fosse um talento
você, de novo, não chegou

durante um semestre, eu chorei sem interrupções
embora ninguém soubesse ou visse algo
por dentro, muralhas da China caíam e oceanos atlânticos deslizavam entre órgãos e lembranças

quando eu esqueci o som da sua voz e o tom do seu olho, você morreu outra vez e, dessa, eu pude sentir o peso da mão do mundo descendo sob mim

outro ciclo se foi e a nossa conexão terminou

eu te quis no meu quarto reclamando meu atraso pro almoço; eu te quis na plateia da apresentação da minha monografia, a única na história da faculdade como centro de pesquisa a comunidade lgbt; eu te quis no meu exame de direção; eu te quis quando eu saí de casa; eu te quis atendendo o telefone enquanto eu contava que consegui um emprego novo; eu te quis e esse era o único tempo verbal em que era permitido te conjugar

durante um ano, que durou até hoje, eu soletrei saudade
já não tenho como chamar seu nome

eu toco o interfone, não há você do outro lado
me tateio, falta a sua pele bem perto

no fundo, eu acho que o universo deveria estar triste porque não posso te amar mais

eu estou."

#textoscrueisdemais
Fernanda Savaris Sep 2016
eu gosto tanto de você
mas é difícil dizer
que depois de tanto tempo
eu ainda tenho saudade

e eu já quis tanto te ver
e ver contigo o sol nascer
nos nossos meios de nada
ou no centro da cidade

eu queria que o fim
não fosse coisa ruim
que impedisse de te ver
e iniciasse tempestade

dói dentro de mim
saber que agora é assim
eu pra cá, você pra lá
e no meio, às vezes, maldade

me faz falta te abraçar
e com carinho escutar
o que cê tem a dizer
sobre eu e você
e a nossa cumplicidade

eu queria é que o mundo
a essa hora tão vagabundo
criasse alguma compaixão
e extinguisse essa saudade

minha saudade de te ter
Rui Serra Jan 2014
nascimento, luz, vida
rosto de criança, ternura no olhar
sensações inimagináveis
um sorriso
depois
prazer . estar . fazer . AMAR
FELICIDADE

— The End —