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Lua Bastos Apr 2015
Na neblina abafada
Dentre as árvores, dentre algas
Sentir a água
Ouvir os cantos
Cintilante
Suas mãos quentes tocaram meu tornozelo
Seu coração frio tocou o meu
Oh, Deus,
Se realmente estou apaixonado
Me faça não querer deixa-la
Os corações que já quebrei,
não se comparam ao dela
Deixe-me ficar
Se realmente estou apaixonado,
me diga se ela corresponde
Seu canto entrou em meus ouvidos
Uma sintonia aveludada,
salgada,
com uma pitada de perigo
O som dos pingos de água se rebatendo
Venha comigo, vamos viver juntos
Seja minha esposa.
Presa por algemas de areia
Se rebatia enquanto suas mãos puxavam as minhas
Delicada.
Uma beleza agoniante
Oh, Deus,
O que será de mim?
Um vida fria terei caso não ficar com ela.
Me trazendo para a água
Sussurrando feitiços e me deixando cego pelo amor
Meu corpo logo estará submerso
Estou indo
Ofegante
Coração frio, mãos quentes, beleza agoniante
Vendo a escuridão
Cego por um amor planejado
Um coração antes sujo,
fora iludido por olhos vibrantes
e pele cintilante
O coração quente fora apagado,
sentindo amor.
Oh, Deus,
diga-me, terminarei sendo enganado?
Gil Cardoso Feb 2019
Oh coração, por onde vais?
Por que te causas tanta dor?
Isso é tudo por amor?

As minhas razões não as conheço
Nós apenas carnes somos, os corações
A mente, essa, que trate das motivações

E se ela não as tiver?
Que fazes então
Oh meu pobre orgão

Já te disse que não sei
Não quero saber
Nem quero ver

Bem dizem que o amor é cego
então é ceguês voluntária?
Ou será ela necessária?

Porque não os dois?
Mas deixa-me estar quieto
Nesse assunto eu sou analfabeto

Mas não tens medo?
Olha para o teu passado
Não te lembras de como tinhas acabado?

Já te disse que sou carne
Não me lembro de nada
Exepto da minha realidade apaixonada

Essa paixão já a vi
Mas o que eu questiono
É o que acontece em caso de abandono

Nesse caso que venha a mente
Ela que me cure
Ela que me ature
Escrito 23/01/2018
Samir Koosah Aug 2018
A noite chega, soturna, calada. Os remédios parecem não fazer efeito. Sozinho novamente com meus pensamentos, embalado pelo som do ventilador e das batidas do meu coração.
Nao sei porque ele insiste em bater, parece um esforço inútil.
As horas passam lentamente, como nos movimentos de uma duna. A areia do tempo descendo vagarosamente pela ampulheta. Se ao menos pudesse ver. Me sinto cego, queria eu estar cego?
Minha decepção só não é maior que a decepção que causei.
Não há lugar aqui senão neste papel para a dor, uma fraqueza que todos tentam esconder - por questão de sobrevivência provavelmente. Os amigos poucos que me restam seguem suas vidas enquanto tento ser feliz, ao menos por eles.
Saudade aqui toma outras formas, como uma tortura ao melhor estilo Stanley
Kubrick em “Laranja Mecânica”, em que as imagens passam repetidamente por minha cabeça sem que eu possa fazer absolutamente nada.
Família, amigos, amores, à distância de uma chamada, uma chamada. Para quem ligar, como?
O cárcere em sua pior faceta, o isolamento social. Conto nos dedos de uma mão as pessoas com quem consigo manter uma conversa. Mesmo assim nao consigo conversar, a cabeça e o coracao nao estao aqui, eles fugiram, estão lá fora, espero que a minha espera.
Outro cigarro, mais um café. Quantos mais, quantas mais palavras? A caneta e o papel são meus melhores amigos, às vezes até me entendem. Monólogos em horas, diálogos em outras.
Me pergunto qual seria o limite entre a sanidade e a demência aqui. Se é que existe um, estou eu ficando são ou louco?
Nao era quando cheguei, provavelmente foi o que me trouxe aqui, agora só me resta um caminho a seguir e tenho que achá-lo sozinho.
Não tenho arrependimentos, aqui não há lugar para eles, há agora um só caminho a seguir, em frente! Adiante!
Quem tem coragem de amar não faz chorar,
Porque amar é lindo, se se souber amar!
Amar é procurar sonhos e descobrir virtudes,
Quem ama procura consertar defeitos!
Quem ama não desiste nem põem defeitos!
Porque quem ama é cego, e corrige por amor!
Quem ama não nos recebe com desdém,
Nem chora por dentro quando nos vê!
Quem ama, procura o que une esse amor.
Quem ama, não fica há espera e vai atrás!
Quem nunca amou deve ter muito amor,
Porque o amor faz bem ao coração!
A frieza só trás tristeza, torna-te vazio,
Sem força, sem sonho, sem objetivos!

Autor: António Benigno
Código de autor: 2012.02.12.01.03
Mafe Oct 2012
"Esboços de rostos duvidosos.
Levanta o mestre:
- O amor é excêntrico, faz-nos exasperar a loucura, e infiltra-se em meio a alma pura,
faz gostosuras a cada menção!
Não faço-me incréu frente ao amor.
Ele é fronstispício judicante de nossos erros.
E nem a própria sorte o pode interrogar.
O amor é cego? Faceta da mentira.
O amor é ver demais, é demasiada plenitude.
O amor é predador praticante de cada força,
e nem em quinhentas poesias bardas, em resmas, poderão o definir.
O amor é um requerimento mútuo,
que pode ser negado ou negar-se, renegar-se, resgatar-se.
Resguarda-o, que ele é obtentor da sua obstinação.
Por obséquio resguarde-o com temor,
faz do veneno, pudor, encorajador, amante selador.
Não o deixa obumbrar o teu bater.
Aja de boa fé perante o amor, não banze-o demais,
procurando até ofegar.
Deixe que venha, deixe chegar.
O amor é canurdo de desejo,
carpir e resistir não te emancipará.
Chulo!
Deixa o amor florescer, sem temer,
arremessar suas fraquezas.
É chorado mas é valido, é gotejado de estranhezas.
Um estrangeiro nobre no território do teu estofo e frágil coração.
Mas o amor também é vidraça,
se não o cuidas, o tempo passa,
e cada trinca é o mais ínfimo da solidão."
Mariah Tulli Jun 2014
Owl
O dona coruja,
Me ensina a ser como você
Tão bela e destemida
Sai à procura de comida
Nesta noite desprovida de amor
Onde só existem ódio e dor.
Olhos tão abertos
Onde sempre enxergam
Nessa imensa escuridão
Um pobre cristão
Que será sua próxima refeição.
Olhos que parecem vigiar até o cego
Mas de um encanto fenomenal
Olho espectral
Onde é essencial
Para cairmos na real.
Dayanne Mendes Nov 2018
Nos dias em que eu me sinto mais sozinha, eu me agarro as palavras...
É bem verdade que elas nunca tem me abandonado, nem sempre me agradam, eu confesso.
Mas estão sempre presentes.
As palavras que permanecem só em pensamento: essas pra mim são as mais sagradas.
Elas me conhecem.
São meu íntimo.
Já me mostraram as coisas mais bonitas e as mais horríveis.
Dentro de mim: revelaram minha ira e meu amor cego...
As palavras: elas nunca me abandonaram!
Queria eu que fossem as pessoas, mas ah, as pessoas falham.
Rui Serra Jul 2015
não vês
não ouves
este meu sentimento cego

não vês
não ouves
esta paixão ardente

não vês
não ouves
esta minha dependência

não vês
não ouves
esta minha dor

não sentes
este meu pesar.
Victor Marques Mar 2023
A noite vem com seu silêncio em demasia,
Gritando ao luar pela luz do dia.
A vida perde sentido por vezes  sem querer,
Acordo com o aroma do amanhecer.
Amar com gratidão sol que queima desejos,
Amor da alma, dos teus beijos.


Ouvir regatos que levam pouca água,
Amar com leveza e sem mágoa.
Sentir a noite que procura ser suave,
Penando por amor  feito ave,
Cruzando o céu aberto da minha liberdade .

Noite de adorno, de enfeite,
Luar onde meu ser se deite.
Caminhos cruzados do olhar,
Ser Terra,  céu e mar.
Num barco sem velas navego,
E assim ao mundo me entrego.


Victor Marques


Amor, cego,  ave
O ano de 2020 é um restauro. Combinação exponencial do algoritmo máximo duplicado e zerado. Porém são números espero que errados. Nada alterou nestes últimos tempos a não ser a fórmula biológica que acrescentou ruína. Publicamente a verdade, voltou-se a economia bélica pra área da necessidade. Só se para quem o diz. Impossível compreender o homem!
Enfim, ou eu sou burro cego ou surdo que não entendo a serenidade na resolução do problema. A política nua e crua, pelo menos a política que até aqui conhecemos. Surgiu uma doença séria com consequências nefastas e o combate há doença? Duas tragédias juntas!
Os países caminham para uma destruição previsível.
Apocalipse de quê. Por desaparecer o que não faz falta ao mundo, tudo iria acabar e escondiam tudo numa caixinha debaixo da cama. O homem é semelhante a si mesmo, nada têm de divino. O dito Deus que se conste não vive observado por dinheiro ou coisas bélicas. As profecias também dizem que o Alfa e o Omega, fizeram este mundo e não teve início nem terá fim. Supomos que estamos a meio.
Era óptimo que o homem na sua existência virasse a sua inteligência para a sua fragilidade desde início.
Destruíram escolas, hospitais, quartéis e serviços públicos, isolaram os contribuintes de primeira dos contribuintes do fundo. Existe Portugal do Oeste e o Portugal de Leste. No meio uma papa de arroz 🍚 com água fervida. No combate há guerra soltaram abelhas biológicas sem rainha. Temos rainha? por quanto tempo? A caça à colmeia começará depois. Unidades militares a socorrer civis. Bravo. E os hospitais privados socorrerão os militares? Talvez não seja preciso. Deixem de ser betinhos e assumam a condição de Homens. Afinal como me dizia um amigo: As prisões foram feitas pros Homens assim como esta arma biológica, ou não é de interesse resolver o problema.
À democracia do momento exige-se regidez e a meu ver que nada invejo na política averdadeira democracia têm regras a esta pátria a quem devemos a vida. Pensem senhores se é que ainda vamos a tempo.
Autor: António Benigno
Código de Autor: 2020.03.25.23.08.03.01
Na hora que o sopro quebrou meu telhado
E a enxente ensopou meu piso
Choveu dentro de minha casa
E meu livros ficaram completamente inundados

Meu lar se tornou o oceano
mergulhei de pronto em suas profundezas
à procura do tesouro que caíra do galeão pirata
A pressão estava prestes a estourar meus tímpanos

A luz aos poucos deixava de alcançar meus recintos
Somente o tato...
áspero, cego, surdo e amargo
poderia reconhecer o baú encantado

Roubei o fôlego de uma bolha escondida abaixo de uma pedra
Já sou um náufrago perdido e intocável pela superfície
Pra quê me serve qualquer tesouro agora?

— The End —