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Rui Serra Oct 2014
reparei agora
onde vivo

partes de mim,
separadas,
povoam cadernos

desenhos do meu intelecto
vivem entre linhas intemporais

sonhos
   começados
   inacabados

contam histórias
abafadas pela imensidão dos tempos

mas hoje
por detrás das metáforas que o lápis traça na minha mão

vivo e cresço
Triste há de ser; curto e doce e terno.
Que seja breve dizendo tudo.

Que seja doce confeito de manhã eterna.
Que seja belo qual água de cachoeira.
Que a pureza o invada: morte indolor.
Da febre se dissipe como quem à tempestade vence.
**
Fonte: Cadernos de Sizenando, vol. II, 2016

— The End —