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Triste há de ser; curto e doce e terno.
Que seja breve dizendo tudo.

Que seja doce confeito de manhã eterna.
Que seja belo qual água de cachoeira.
Que a pureza o invada: morte indolor.
Da febre se dissipe como quem à tempestade vence.
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Fonte: Cadernos de Sizenando, vol. II, 2016
Mariah Tulli Jun 2019
Na mesma posição, estática por dentro, pra quem olha de fora a inquietação é vívida, aquele esfregar das mãos e as pernas que não param de balançar. Gosto de observar a fundo todas as situações enquanto a mente tenta formular algo pra dizer, mas por final já está tudo pronto e a boca parece estar acostumada a repetir aquelas falas. Sabe quando você para na beira de uma cachoeira contemplando aquela natureza linda e nota como a água segue o seu fluxo natural? É apenas sobre isso... A vida adulta é sobre aceitação ela disse, mal sabia o quão habituada estou a essa palavra, já faz parte de mim a um bom tempo. O chá de camomila esfriou, o sono prometido nem deu as caras e sigo escutando as gotas de água caindo sobre o chão da vila, acompanhada das minhas escorrendo pela face. Agradeço pelo encontro, vivi mais uma vez e foi bom.
Yashiro Jan 15
Me falaram que eu era importante,
Que não queriam me ver distante (mentira, mentira, mentira).
Parem de dizer que não era verdade,
Vocês persistem em dizer com crueldade,
Porque insistem tanto em me atormentar?
E pra que o caos criar?!
(Diversão, diversão, diversão)

Sabe aquele caminho cheio de sorrisos?
Aquele com animais coloridos,
O mesmo que todos estão enxergando.
Eu não estou pirando.
Vocês poderiam parar de gritar?
Estou tentando fazer outras pessoas o caminho enxergar.

(Minta, minta, minta)
O que eu ando fazendo?
Apenas estou escrevendo,
É que chocolate me lembra palavras.
Mordo elas e elas são amargas.
As luzes estão piscando,
Meu corredor está fechando.
Estou me perdendo na confusão,
Minha mão não é minha mão.

Acordei de novo no caminho colorido,
Ele me parece tranquilo,
Agora tem um espelho e uma cachoeira,
Parece uma doideira,
Os dois estão quebrados,
Por algo foram afundados.
Vi uma noiva bonita,
Em seu rosto respingava tinta,
Ela disse que tinha caído,
De um penhasco, eu imagino,
Tive uma alucinação
E o medo me fez prender a respiração.

E quando eu acordei,
Nada novo eu encontrei,
Apenas meu caminho destruído,
E aquele chocolate, agora mordido,
Mas até que o amargor o agradou
E a voz por inteira se deliciou,
Enquanto no espelho e na cachoeira,
Eu cruzava a fronteira.
E com tinta me pintei
Pra disfarçar a loucura que para mim eu inventei.

— The End —