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Palabras, frases, sílabas, astros que giran alrededor de un centro fijo. Dos cuerpos, muchos seres que se encuentran en una
palabra. El papel se cubre de letras indelebles, que nadie dijo, que nadie dictó, que han caído allí y arden y queman y
se apagan. Así pues, existe la poesía, el amor existe. Y si yo no existo, existes tú.

El poema prepara un orden amoroso. Preveo un hombre-sol y una mujer-luna, el uno libre de su poder, la otra libre de su esclavitud, y
amores implacables rayando el espacio *****. Todo ha de ceder a esas águilas incandescentes.

Todo poema se cumple a expensas del poeta.

Mediodía futuro, árbol inmenso de follaje invisible. En las plazas cantan los hombres y las mujeres el canto solar, surtidor de
transparencias. Me cubre la marejada amarilla: nada mío ha de hablar por mi boca.

Cuando la Historia duerme, habla en sueños; en la frente del pueblo dormido el poema es una constelación de sangre. Cuando a
Historia despierta, la imagen se hace acto, acontece el poema; la poesía entra en acción.

Merece lo que sueñas.
Un hombre dijo:
-El momento más grave de mi vida estuvo en la batalla del Marne cuando fui herido en el pecho.
Otro hombre dijo:
-El momento más grave de mi vida, ocurrió en un maremoto de Yokohama, del cual salvé milagrosamente, refugiado bajo el alero de una tienda de lacas.
Y otro hombre dijo:
-El momento más grave de mi vida acontece cuando duermo de día.
Y otro dijo:
-El momento más grave de mi vida ha estado en mi mayor soledad.
Y otro dijo:
-El momento más grave de mi vida fue mi prisión en una cárcel del Perú.
Y otro dijo:
-El momento más grave de mi vida es el haber sorprendido de perfil a mi padre.
Y el ultimo hombre dijo:
-El momento más grave de mi vida no ha llegado todavía.
A puro sol escribo, a plena calle,
a pleno mar, en donde puedo canto,
sólo la noche errante me detiene
pero en su interrupción recojo espacio,
recojo sombra para mucho tiempo.

El trigo ***** de la noche crece
mientras mis ojos miden la pradera
y así de sol a sol hago la llaves:
busco en la oscuridad las cerraduras
y voy abriendo al mar las puertas rotas
hasta llenar armarios con espuma.

Y no me canso de ir y de volver,
no me para la muerte con su piedra,
no me canso de ser y de no ser.

A veces me pregunto si de dónde,
si de padre o de madre o cordillera
heredé los deberes minerales,

los hilos de un océano encendido
y sé que sigo y sigo porque sigo
y canto porque canto y porque canto.

No tiene explicación lo que acontece
cuando cierro los ojos y circulo
como entre dos canales submarinos,
uno a morir me lleva en su ramaje
y el otro canta para que yo cante.

Así pues de no ser estoy compuesto
y como el mar asalta el arrecife
con cápsulas saladas de blancura
y retrata la piedra con la ola,
así lo que en la muerte me rodea
abre en mí la ventana de la vida
y en pleno paroxismo estoy durmiendo.
A plena luz camino por la sombra.
Victor Marques Dec 2012
Sentimento multicolor

Na esperança do insólito, sentimento multicolor…
Deixar falar palavras inertes com amor,
No caminho seguidores fiéis,
Pedras preciosas e anéis,
Montanhas esverdeadas cogitam,
O inesperado e deslumbrante acontece…

Victor Marques
Al Sofacama Dec 2013
Soy un naranjo rojo
o un rojo naranja
soy el magma, así dijeron
todo acontece aquí,
pero todo flota en la superficie

la tierra es un lugar tranquilo para vivir,dicen
una flor acaba de nacer en Tokio
Todo resuena tibio sobre la tierra,
pero no bajo ella.
Rui Serra Jun 2015
às vezes pergunto por que motivo
tu partes de mim quando entardece,
e digo às minhas esperanças e sonhos,
que nem tudo o que acontece é o que parece.

a vida às vezes pode ser um borrão,
as emoções podem-nos toldar,
às vezes escrevo para ti horas a fio,
quando preciso deixar o meu coração sarar.

o tempo fará esquecer o passado,
esta tristeza que se espalha em mim,
como os lírios à tona de um lago,
numa manhã vestida de carmesim.

o final do dia trará novas alegrias,
e embora eu sonhe acordado,
tenho em mim plena consciência,
de que preciso de ti ao meu lado.

e até que eu volte a escrever para ti amanhã,
lembra-te,
tu és toda a minha alegria, dor e tristeza.
Donde la vida te lleve
ahí se abrirá de luz
Danielle Furtado Apr 2017
Acontece o tempo todo.
Sinto meu estômago embrulhar como alguém que acaba de sair de uma montanha russa, e isso é uma analogia perfeita já que vou de total satisfação à vazio completo em três tragadas num cigarro ou menos. Não importa com quem ou onde eu esteja, é hora de trocar de música, fixar o olhar no nada para tentar sacudir o vazio pesado que repousa sobre meu peito, como se tivesse me engolindo, mas de dentro para fora. Logo me sinto vulnerável, como se tivesse uma ferida aberta e necrosada no meu âmago e todos pudessem ver através de mim, como se meus olhos contassem meus segredos, as vontades que tive e tenho de me atirar em frente a um ônibus em movimento, então volto a mim geralmente com a pergunta de alguém que gosto questionando se está tudo bem, digo que sim, que estou com sono, cansada, o que não deixa de ser verdade, eu realmente estou cansada. Eu sempre sinto que preciso ir embora, afinal. Mesmo estando em minha casa quero ir embora, para onde?! Desconheço lugar no mundo e na história que me faria sentir em casa. Desconheço o abraço que me faria sentir que pertenço, ou que me querem ali. Então digo que estou atrasada, que sinto muito, que cancelo os planos, que estou doente, que tenho que estudar, peço licença e me retiro, volto pro conforto de estar triste e sozinha, sem precisar esconder o olhar vazio encarando o vazio, e esse é o melhor que posso fazer.
D. Furtado][
Muitas são as cabeças que se agilizam em governar Portugal. Sim cabeças de políticos, que bem, ou mal formados nos encaminham no fracasso.
Aquilo que é de todos e contributo de todos deveria ser nosso. Falo do Sistema Nacional de Saúde em primeiro, para o qual todos contribuímos e onde muitos dos que lá trabalham, optam por de uma necessidade populacional fazer uma fonte de rendimento. A seguir e porque também a mim me toca, justiça. Como pode ser possível que a justiça, solene e a segunda coisa mais importante da Constituição, esteja hoje nas mãos da comunicação social que diariamente condena e absolve tanta gente, cometendo diariamente vários crimes de devassa e nada lhes acontece.
Infraestruturas de Portugal, redes viárias construídas com o dinheiro de todos nós e muitas delas exploradas por particulares.  
TAP, EDP, PT, Correios de Portugal, águas  e outras instituições privatizadas que hoje só esvaziam os nossos bolsos.
Em tempos Portugal era mais que um retângulo ao largo da península ibérica, era o Brasil, Angola, Moçambique, Guiné, Timor, Macau e muito mais ainda foi derretido nas mãos de quem as teve.
Cá dentro, apesar de pequenos hoje, Portugueses julgam-se os que vivem em cidades grandes e o interior cada vez mais é esquecidos e despovoado, onde os Portugueses que lá vivem apenas servem para pagar impostos, e no resto cada vez mais esquecidos, até o direito há saúde tem horário para se estar doente.
Caros senhores do poder, se querem que o interior do país não seja habitado mas sim esquecido, entreguem aos espanhóis o que lhes foi tirado tal como fizeram quando entregaram Macau há China, talvez assim as pessoas que lá vivem consigam sentir-se como pertencendo a um país .
Chega de arruinar a vida de quem trabalha e vangloriarem-se com a epidemia de gente que quer morrer, com a pandeleiragem e a prostituição humana que nos assola diariamente por nossas casas a dentro e nos chegam pela TV desde manhã cedo. Basta de maus costumes e má gente.
António Benigno
Codigo Activista 2018.06.04.01.06.2050
Marília Galvão Jun 2019
Todas nós temos que ter a CLARIDADE do movimento
Todas conhecemos nossos compromissos e ao que estamos convidando: tecer em uma semana por elemento

Cada elemento recebe a informação básica da mulher que o convidou.

PRIMEIRO ELEMENTO: Como elemento FOGO eu dou tudo para fazer o presente hoje! Acompanhada pela venta, nutrida pela terra e movida pelos meus sonhos e pelos da água. Eu me entrgo para ir além, para deixar o limite mental. Cumprindo o compromisso que o jogo me oferece! Entro para jogar o dia que for, na próxima quarta-feira entrego 1260 euros para a água, uma carta pessoal e um presente de desapego. Eu queimo todos os pensamentos e palavras de “não posso” e me abro para sonhar grande. Entro com vontade de atuar e ser venta na próxima semana! É por isso que saio da linha, dou minha carta, procuro o presente de desapego e materializo 1260 euros para a água!

SEGUNDO ELEMENTO: Como venta, eu cumpri meu compromisso de foga em tempo e forma, e por isso posso convidar outras mulheres para jogar no ritmo. Quando eu convido, eu falo sobre dinheiro, porque é uma das energias com as quais estamos lidando. É o que nós doamos! Falo da próxima quarta-feira, sou clara e coerente com as mulheres que estou convidando. Como venta, eu digo à minha terra meus sopros(convites), peço informações, comunico, faço comunicação um tanto bidirecional. Eu me conecto com o que eu quero atrair para a minha vida. Compartilho na chat geral quem estou convidando para que todas nós visualizemos. Eu peço zoom(video conferencia) se houver uma faísca(candidata a foga), já que elas são a prioridade. Estou também aberta para que as mulheres me digam SIM sem a necessidade de Zoom (Se isso acontecer, mando o contato da minha foga para a água para coordenar a entrega do presente e inseri-la na chat do Tear). Se eu tenho uma foga. Ja crio o chat da minha tríade e passo as informaçoes de fogo(se nao tenho material, peço para a minha terra), eu a acompanho em sua materialização. Eu confio que essa mulher possa materializar seu compromisso em tempo e forma, porque eu pude. É por isso que sopramos sem parar todos os dias nas sete direções sem esperar pela resposta de uma mulher de cada vez, nos concentramos em soprar com confiança que cada mulher possa dizer sim e entregar seu presente HOJE!


TERCEIRO ELEMENTO: Como terra eu sustento e nutro o Tear, eu mantenho as altas vibrações e a alegria de se completar hoje. Mantenho as ventas nutridas em seus sopros, explico em cada zoom com faíscas(candidatas fogas) os compromissos e tempos: "toda quarta-feira as águas recebem os presentes da FOGAS e GIRAMOS". É por isso que estou preparando a cerimônia na quarta-feira para homenagear a água, tomando cuidado para que todos recebam as informações de cada elemento. Eu estou disponível para que a água possa fluir, eu coordeno zooms, falo com as ventas para saber seus sopros, motivo na chat geral. Eu estou no aqui e agora pulsando a COMPLETUDE. Estou muito ligado à minha companheira, outra terra, sabendo tudo o que acontece neste Tear (presentes, sopros, tempos e horarios). Eu coordeno a cerimônia da água. Eu sou parte da biblioteca e de lá eu me nutro. (Quando nos tornamos terra, somos inseridas em uma chat com outras terras de muitos outros Teares, onde compartilhamos material, fotos, textos e audios para nutrir e apoiar as mulheres do nosso Tear)

QUARTO ELEMENTO: Como a água me conecto com meus sonhos. Crio a minha chat geral e coloco na frente o meu nome. Faço meu desenho do tear e o compartilho diariamente atualizado para que todas visualizemos a COMPLETUDE. Eu saio da biblioteca de terras porque agora sou àgua e tenho que deixar ir, fluir. Estou super conectada com minhas terras, comunicando sempre na nossa Triade. O tear inteiro sabe dos meus sonhos. Quando uma foga entra, comunico-me com ela e coordeno o presente para quarta-feira antes de adicioná-la ao chat. Crio minha chat de fogas, e vou compartilhando sobre os presentes. Sinto-me digno de receber presentes completos em tempo hábil. Me consagro, continuo acompanhando minhas fogas e realizo meus sonhos.

Aqui o tempo é ressignificado: como dinheiro, como linear, como "realidade". Nós criamos o tempo! Nós vamos para o ritmo que nós merecemos tudo! Tecidos leves e divertidos.

Vamos vibrar juntas a cor da COMPLETUDE. Sonhos são maiores que medos e a mente
Este jogo é lindo, funciona porque todas nós fazemos funcionar com amor e entrega.

Toda quinta-feira temos o dom de retornar ao ritmo semanal, conhecendo, sentindo, pensando e trabalhando para na quarta-feira para mudar o elemento.
#além do que se ve #movimento feminino #poder feminino #realizaçao concreta
Gil Cardoso Feb 2019
Oh coração, por onde vais?
Por que te causas tanta dor?
Isso é tudo por amor?

As minhas razões não as conheço
Nós apenas carnes somos, os corações
A mente, essa, que trate das motivações

E se ela não as tiver?
Que fazes então
Oh meu pobre orgão

Já te disse que não sei
Não quero saber
Nem quero ver

Bem dizem que o amor é cego
então é ceguês voluntária?
Ou será ela necessária?

Porque não os dois?
Mas deixa-me estar quieto
Nesse assunto eu sou analfabeto

Mas não tens medo?
Olha para o teu passado
Não te lembras de como tinhas acabado?

Já te disse que sou carne
Não me lembro de nada
Exepto da minha realidade apaixonada

Essa paixão já a vi
Mas o que eu questiono
É o que acontece em caso de abandono

Nesse caso que venha a mente
Ela que me cure
Ela que me ature
Escrito 23/01/2018
Gil Cardoso Feb 2019
Odeio ver o fim da estrada
Fixo apenas esse ponto
Não vejo nada
É ainda não estou pronto

Olho para a paisagem
Finjo-me distraído
Admiro das aves a plumagem
Dos grilos o ruído

Mas vivo no futuro
Sempre no futuro
Já sabe a podre
O fruto maduro

Sofro com o que ainda não aconteceu
E mesmo o que nunca acontecerá
Quando acontece já não é meu
E quando não, penso no que virá

Então aparece outra estrada
Mas a mesma dor em mim
Mudou a morada
Mas fixo o mesmo fim
Escrito: 28/05/2018
Mariana Seabra Mar 2022
Cresci.

E crescer é isto. Não estar restringida pelo passado.

Cresci.

E entendi

O tremer das mãos da minha mãe,

O vazio no olhar do meu pai,

O ódio no coração do meu irmão.

Não sei se perdoei,

Mas cresci.

E crescer é isto, estar sempre um passo mais perto de entender.

E entendi.

Entendi que às vezes o que nos acontece tem mais a ver com os outros do que conosco, e os outros, nós não podemos controlar, só podemos tentar entender para não os termos de condenar.

Então,

Controlo-me a mim,

E cresço.

Amadureço,

Longe da árvore onde foi o meu começo.

Eu cresço...

Cresci tanto que os deixei a todos para trás,  

no sítio onde estagnaram,  

rodeados de raízes invisíveis que os prendem,

de crenças estúpidas que os limitaram.  

Cresci.

Mas não me esqueci.

Não me esqueci de voltar atrás para lhes dar a mão.  

Sei que os posso visitar  

e estou grata por aquele lugar

que em tempos chamei de lar.

Só não fiquei para trás,

Porque cresci.

Cresci tanto…

Que algures a meio do caminho,

Talvez desde o início,

Eles deixaram de me entender a mim.

Mas eu entendi…

  E então, claro que cresci.
dead0phelia Feb 2023
te ver nos braços dela é pior do que a urticária gravissima que tive quando comi ameixas
imagina um mundo inteiro se colapsando
a gravidade de repente se extinguiu e tudo começa a despencar
gente cachorro edifício monumentos
e até mesmo a água do mar
parece que é isso
que acontece no meu peito
um buraco *****
a engolir
tudo pra dentro de si
Mariana Seabra Mar 2022
Acho curioso como, só na língua portuguesa, existem mais de 450 000 palavras e, é impossível manter uma conta exata porque todos os dias são criadas palavras novas.

E por muitas palavras que se tenham criado ao longo da existência da linguagem verbal, muitas das vezes, continuam a ser todas insuficientes para nos expressarmos, para chegarmos ao outro, para que ele nos entenda ou àquilo que tentamos transmitir. Curioso, não é? Nem sempre a abundância serve de muito se não soubermos como a repartir.

Há coisas que não podem ser escritas…Descritas…Mas é tão bonito  tentar!

Há coisas que nasceram para serem faladas, outras para serem simplesmente observadas, outras para serem sentidas, outras para serem ignoradas…Mas há sempre muito mais, muito mais para além do que se vê e do que se pode compreender.

Quantas mais palavras me passam pela cabeça, menos vontade tenho de as escrever. Quanto mais enrolada estiver no meio das emoções, menos vontade tenho de falar sobre elas.

Não acredito que algum dia se possa ter dito tudo, há sempre mais, muito mais.

Mas às vezes, parece que não há nada mais a escrever ou a comunicar. (Mas quem estou eu a tentar enganar?!)

A escrita é só outro abrigo para onde fujo da vida. Um bom abrigo, sim, mas o que acontece quando não quero fugir da vida e sim entrar nela de cabeça?

Ora, aí fujo da escrita!

Talvez seja nesses mesmos momentos em que não consigo escrever nada. Como se não me lembrasse de uma única palavra entre as 450 000 existentes. Nos momentos em que mais quero saltar para a vida, agarrá-la e abraçá-la, senti-la simplesmente, como se nunca me tivessem ensinado o que são as palavras e como as posso utilizar. Há momentos em que não sinto que as precise de usar, então, abro o caderno, olha para a página em branco e, fico só a contemplar.  

Neste momento, parei de perseguir a vida para a poder vir escrever, porque tenho sempre algo mais que quero dizer. E curioso, há muito mais em mim que se pode ler sem ter de carregar o peso de uma única palavra.  

Há uma linguagem secreta entendida por toda a gente, uma linguagem universal e paciente, mas só pode ser compreendida no silêncio, na beleza do olhar, em duas mãos entrelaçadas ou entre lábios que se estão prestes a beijar.
Hakikur Rahman Mar 2021
O nome dele é Kuber
Vive em uma área rural.
Havia um pedaço de terra, vacas para arado e uma pequena casa
Com aqueles que ele dirige sua vida.

Ele teve que vender tudo para o casamento de sua filha
Agora torne-se diarista
Come se conseguir um trabalho, caso contrário, permanece meio comido ou passando fome.

É assim que acontece, a noite chega
E as dores do desespero flutuam no ar.

Finalmente ele decidiu, ele irá para a cidade em busca de trabalho
Com tantas esperanças, um dia parte para a cidade.
Hakikur Rahman Apr 2021
Quando o tempo passou
Antes que qualquer coisa possa ser encontrada
Quando o alvo é perdido
Antes de encontrar o caminho certo, ao mesmo tempo.

Presente e inexistente
Junções estão a caminho
As idéias ficam cinza
Não entendido de forma alguma.

Em um dos momentos
Saia do caminho novamente
O que acontece quando ninguém sabe
Atravessando esse caminho em vão.
Mariana Seabra Mar 2022
A realidade é fácil de controlar.


Acordar, tomar banho, tomar o pequeno-almoço, sair para a escola ou para trabalhar, executar tarefas, conduzir, carregar neste botão, carregar naquele, tomar um café, fumar um cigarro, fazer isto ou aquilo, adormecer, acordar e repetir…o meu corpo já faz mais de metade em piloto automático, o que é ótimo, deixa-me mais tempo para viver a minha realidade, dentro da minha cabeça, onde a real ação acontece e se desenrola, onde não há tempo nem espaço, onde sou livre e ninguém me controla.



Por vezes, fico genuinamente chateada com as pessoas quando elas me interrompem e me tiram do meu mundo mais profundo. Não é culpa delas. Elas não sabem que estou a viver noutro mundo.



Encontro-te a toda a hora no meu mundo, que quase me esqueço que não te encontro na realidade.



Por vezes, estou de olhos abertos mas não é neste mundo que estou a viver. Falo contigo e consigo ver-te nitidamente, consigo viajar até ti sem ter de me mover. O meu corpo acompanha, não sei como, tem reações físicas espontâneas que o começam a atravessar.



Por vezes, arrepio-me exatamente onde imagino que me estás a tocar. Olho para o braço e sinto um toque que o explora. Olho para a minha mão e ela está a entrelaçar-se no vazio, com o polegar a percorrer o nada, esse nada que já foi algo outrora.



Por vezes, sinto cócegas na cara, onde o teu cabelo já esteve pousado. Depois, inconscientemente, vou a tentar afastá-lo para conseguir olhar para ti…e é mais um momento fracassado, porque abro os olhos e estou sozinha, não te tenho ali, onde deverias estar, ao meu lado.



Por vezes, estou no escuro, de olhos bem abertos e, apesar de não haver um único raio de luz, consigo ver tudo à minha volta, vejo a silhueta que me seduz. Sinto uma respiração junto à minha, o ar fica mais pesado, mais quente e, consequentemente, logo sinto o coração acelerado. Não me mexo. Não me posso mexer. Não quero que te assustes e saias a correr…então, assim fico.



Por vezes, estou de pé na varanda, encostada à parede, de olhos fechados, com a cara diretamente voltada para o sol e, de repente, apanho-me a sorrir. Já sei! Já sei que vens ter comigo...ou será que nunca chegaste a partir? Sinto um peso a encostar-se a mim, também de cara voltada para o sol e, claro!, não consigo evitar sorrir. Encosto a minha cara com cuidado, sinto duas peles em contacto e é quente! ardente, exatamente onde elas se tocam.



Quando me apanho de novo, estou com os braços em redor de algo. O meu corpo físico acompanha e tira as medidas certas do meu pensamento. Abraço o peso que se apoiou em mim e, não me mexo, fico paralisada com tanto sentimento. Não me posso mexer. Não posso perder este momento…

Mas não está lá nada.  



E quando a minha mente consciente se apercebe disso, rouba-te de mim.


Enfim...
Consegue ser cruel! É tão cruel. Que consciência é esta que não tem consideração por todo o amor que depositei naquele momento, para que ele existisse, mesmo que noutro mundo? E por todo o amor que foi necessário para o manter vivo, mesmo sendo realisticamente impossível eu o estar a viver? Bem dizem os outros que amar é sofrer...



Deixem-me ser inconsciente!



Sinto cheiros, ouço vozes, leio pensamentos que não são meus, toco no ar que me rodeia como se não fosse apenas isso, ar, e continuo aqui para me questionar, será que ainda estou dentro dos parâmetros da sanidade ou já me perdi em todos e não há volta a dar?



Mas seja como for,  

Deixem-me estar!

Por mais que pareça perdida, a quem não sabe sonhar, não preciso de ninguém que me venha tentar encontrar.
dead0phelia Dec 2019
.
você diz que eu sou muito afobada
"você é muito... afobada"
é que eu perdi as dobradiças da porta
como é aquela palavra em inglês que explica bem isso
"unhinged" eu tava unhinged
engraçado porque eu nunca tinha sido essa pessoa e os meus pés sempre estiveram guardados debaixo da terra
"mas eu não vou pra lugar nenhum" e
"a gente tem todo tempo do mundo"
você disse
mas eu conheço bem a impermanência das coisas
e é difícil sentir o tempo. entende?
é doloroso demais você sabe que é
quando o tempo passa assim devagar e eu passo assim devagar na sua pele
dá tempo pra sentir tudo tudo
é que nem uma lesma quando rasteja
fica marcas. entende?
você sabe, eu não gosto de marcas
elas ocupam muito espaço e comem a memória da gente então acho que é isso que acontece uma pressa de te engolir toda
que é pra eu te vomitar de uma vez e te expulsar de dentro
Como o mundo tem mudado a cada dia, tanto e tão depressa, fica cada vez mais difícil aprofundar qualquer assunto. Sobrepõem-se as promessas e os candidatos, mas a essência na procura de um lugar melhor está a afastar-se cada dia mais.
Cada vez vamos sabendo mais sobre mais coisas, e cada vez mais estamos frágeis.
Outrora falar publicamente de um assunto era uma arte de estudiosos e quem sabe, gente preparada para o fazer. Hoje todos têm o seu público e conseguimos até  escolher a plateia.
Existe uma falsa sensação de audiência, porque ela é oculta e rapidamente se divide em outras opiniões.
Vejamos o que acontece diariamente na própria comunicação social. Como sabem ela divulga artigos com base em jornalismo, política, desporto e sobretudo em dinheiro. E por isso mesmo, podem não ser verdades absolutas.
Perigosamente orientam também o seu rebanho e o conduzem à ordenha.
Não creio que tudo isto deixe de ter um propósito tirânico, como acredito que estão no pleno controle da nossa vida, humana, social, religiosa e financeira.
Uma cruzada polivalente do capitalismo que como em outros tempos, agora de outras formas comandam o leme, protegendo a sua estirpe desprovida de qualquer fé ou solidariedade.
Têm certamente um propósito garantir a prosperidade dos quem comem há mesa tal e qual como na seia do senhor.
Autor: António Benigno
Código de autor: 2020121522541201
Valeria Chauvel Oct 2020
Descose el espacio que nos separa, hilo por hilo, hasta que se desvanezca su entramado, suavemente, con tus ávidas garras que se posan sobre la curvatura de la silueta crepuscular que acontece.

Piérdete sin medida entre la marea ondulante que arde con la fiereza magnética que somos cuando el fuego se extiende en tus ojos al encontrarme.

Déjate llevar por el juego de nuestras lenguas tímidas que al conocerse violentas desafían toda regla impuesta.

Evoca el peligro de tus labios frágiles al deseo y bordea lentamente con tus ojos el entre abrir de mi mirada que te llama hacia el calor húmedo que nos envuelve.

Te doy el néctar que surge de la quebrada cuando tu desnudez abriga mi tacto al estrecharnos hambrientos.

Te pido que muerdas y consumas mi noche, sin miedo, sin calma, sin culpa, transgrediendo mi vientre y sucumbiendo ante las añoranzas de ambas montañas que, frente a ti, tiemblan.

Trepa hasta mis labios ansiosos sin despegar tu boca, sin quitar la vista, y fúndete conmigo en las llamas de la liquidez de nuestros cuerpos.

Hazme llegar sobre sábanas rasgadas que incitan cuando el oleaje jadea excitado ante la luna que lo observa.

Siénteme cuando susurras en mi piel la agitación sedienta de tu aliento desarmando el puente inverso de mi espalda.

Y en el ápice del desenfreno, nos abraza el sublime sabor del caos palpitante que los dioses envidian.

Nos abriga la noche y tus tibios labios son el placer del tiempo dilatándose entre las sombras.

— The End —