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colddistance Aug 2012
Eu vou te achar em todo lugar.
Mesmo quando as gotas da chuva
Caírem para cima.
Nenhum lugar é seguro
Longe do seu acalento,
Da sua pele macia
Da doçura dos seus lábios.
Rui Serra Jun 2013
E nesta tarde em que a chuva cai madura
Pego nesta folha e neste lápis de carvão
Rascunho esta tua suave pintura
Com a subtileza desta minha mão.

Quem desenha sou eu, feito alquimista
Que em ti sempre viu algo especial
Com estes meus olhos de artista
E esta minha sensibilidade radical.

Estou simplesmente apaixonado por ti
E p´ró papel, eu te levo p’ra te ter
P’ra sempre ficarás junto de mim
Nesta pintura que de ti estou a fazer.

E em teus olhos eu vejo acalento
Um brilho especial e muita alegria
Um dia destes chegará o momento
Em que ficaremos junto o dia-a-dia.

Este singelo papel é agora um tesouro
Porque nele está desenhada a tua imagem
És a face dum anjo que vale mais que ouro
Por mim criado em tua homenagem.

Venero-te com sublime fervor
Agora que és o meu quadro principal
Para sempre te darei o meu amor
Minha filha, minha princesa real.
O gineceu ******* da ânsia
Sondando a esfera celestial do nada
Eu vejo o atrito de uma eterna repugnância
A vida seduzindo a morte alada

Na noite escura da alma eu arrebato
O hemisfério de mil apriorismos
Vão fluindo em mim como o fundo dos abismos
A vitória de meu inferno abstrato!

Encéfalo aceso!, treva e luz
Ajaezado de sânies e feitiços
A ingratidão da vida me reduz
À sorte incógnita dos pensamentos mais mortiços

Eu quero correr, ir para o inferno
Parir a vida eterna de um Deus
Na consciência aflita de todos os meus eus
Açoitar e perdoar o meu diabo eterno!

Eternas ruínas do pensamento!
Para o fim ou início de uma nova jornada
Fugidio de mim, pela última ou primeira cruzada
Uma sílaba suprema sem acalento.

Morrer na cruz, crucificado pela realidade
Amargar a tristeza que a tudo corrói
Sentir cravado no peito uma eterna saudade
De uma coisa que nunca foi!

— The End —