O gineceu ******* da ânsia
Sondando a esfera celestial do nada
Eu vejo o atrito de uma eterna repugnância
A vida seduzindo a morte alada
Na noite escura da alma eu arrebato
O hemisfério de mil apriorismos
Vão fluindo em mim como o fundo dos abismos
A vitória de meu inferno abstrato!
Encéfalo aceso!, treva e luz
Ajaezado de sânies e feitiços
A ingratidão da vida me reduz
À sorte incógnita dos pensamentos mais mortiços
Eu quero correr, ir para o inferno
Parir a vida eterna de um Deus
Na consciência aflita de todos os meus eus
Açoitar e perdoar o meu diabo eterno!
Eternas ruínas do pensamento!
Para o fim ou início de uma nova jornada
Fugidio de mim, pela última ou primeira cruzada
Uma sílaba suprema sem acalento.
Morrer na cruz, crucificado pela realidade
Amargar a tristeza que a tudo corrói
Sentir cravado no peito uma eterna saudade
De uma coisa que nunca foi!