Submit your work, meet writers and drop the ads. Become a member

Members

Jon Jubail Aquino
33/M/Philippines    - FACTOTUM -
Aquinas
21/Non-binary/Sarasota, Florida    RCAD 2020

Poems

Aqui estou eu esperando o anoitecer ,
Chilrear dos passarinhos com melodia ,
Ousar amar com ou sem ousadia.
Acordar com a madrugada sem saber!

Mas aqui estou eu sem nada perceber,
Da vida, do mundo , nem quero saber!
Cheiros das ervas daninhas que nascem ao acaso,
Amar o céu da vida, do amor, do meu fado....

Aqui estou eu aplaudindo a natureza e seu  silêncio profundo,
Perdoando e  vivendo com os pecados meus e também do mundo!
Que bonito olhar tenho eu aqui sozinho neste local encantado,
Esperando um anoitecer que pelo  sol seja beijado.


Mas aqui estou eu sem nada perceber,
Esperando a noite e ao mesmo tempo o amanhecer!
Que a luz da noite se torne dia por prazer,
E eu possa ser alma,  vida e ser.

Mas continuo aqui à deriva como barco sem rumo, nem rota...
Esperando o ciclo da roseira que belas rosas sempre brota!
Aconteça o que acontecer,
Vou ficar aqui esperando o anoitecer....
Anoitecer,  Amanhecer
Serafeim Blazej Jan 2017
Reúna os mortos aqui
Eles não podem falar
Mas eles vêem tudo
Você não conseguirá fugir
Você não consegue se esconder

Reúna os mortos aqui
Neste lugar sagrado
Queimaremos a cidade dos mortos
Eles vão arder e amaldiçoar
Eles vão ver você queimar

Reúna os mortos aqui
Não esqueça de trazer os vivos (também)
Eles não devem perder a festa
Reúna os mortos e os queimados
Vamos reerguer a cidade dos mortos
Vamos reerguer o que queimamos

Reúna os mortos aqui
Não esqueça de você
Você está morto também.
20/01/2017
Samir Koosah  Aug 2018
Avante
Samir Koosah Aug 2018
A noite chega, soturna, calada. Os remédios parecem não fazer efeito. Sozinho novamente com meus pensamentos, embalado pelo som do ventilador e das batidas do meu coração.
Nao sei porque ele insiste em bater, parece um esforço inútil.
As horas passam lentamente, como nos movimentos de uma duna. A areia do tempo descendo vagarosamente pela ampulheta. Se ao menos pudesse ver. Me sinto cego, queria eu estar cego?
Minha decepção só não é maior que a decepção que causei.
Não há lugar aqui senão neste papel para a dor, uma fraqueza que todos tentam esconder - por questão de sobrevivência provavelmente. Os amigos poucos que me restam seguem suas vidas enquanto tento ser feliz, ao menos por eles.
Saudade aqui toma outras formas, como uma tortura ao melhor estilo Stanley
Kubrick em “Laranja Mecânica”, em que as imagens passam repetidamente por minha cabeça sem que eu possa fazer absolutamente nada.
Família, amigos, amores, à distância de uma chamada, uma chamada. Para quem ligar, como?
O cárcere em sua pior faceta, o isolamento social. Conto nos dedos de uma mão as pessoas com quem consigo manter uma conversa. Mesmo assim nao consigo conversar, a cabeça e o coracao nao estao aqui, eles fugiram, estão lá fora, espero que a minha espera.
Outro cigarro, mais um café. Quantos mais, quantas mais palavras? A caneta e o papel são meus melhores amigos, às vezes até me entendem. Monólogos em horas, diálogos em outras.
Me pergunto qual seria o limite entre a sanidade e a demência aqui. Se é que existe um, estou eu ficando são ou louco?
Nao era quando cheguei, provavelmente foi o que me trouxe aqui, agora só me resta um caminho a seguir e tenho que achá-lo sozinho.
Não tenho arrependimentos, aqui não há lugar para eles, há agora um só caminho a seguir, em frente! Adiante!