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Rui Serra Jan 2014
Nos meus lábios tocam lágrimas. Lágrimas que
meus olhos vertem sobre v e r d a d e s c r u a s e
insuportáveis. Passo os dias a recordar-te e aos
momentos que passámos “ juntos “. Momentos
tão especiais em que eu era capaz de jurar que
me amavas. Eram os teus olhos sem fim que o diziam...
era tanta a mentira nas tuas palavras
e nos teus carinhos... era, e é tanto o amor em mim.
Mais uma quimera.
Mas tu partiste... partiste dizendo que não me amavas.
Que julgavas tê-lo sentido, mas não. E agora cabisbaixo
e triste divagarei constantemente com meus olhos,
como duas nuvens nostálgicas.
Rui Serra Jan 2014
Fui para o deserto
delírio de emoções
cerimónia de índios
mescalina
a dor
visão do futuro
vagueio sem destino
outros mundos
outras culturas
solidão
exaltação do espírito
êxtase
velocidade
sigo em frente
pela estrada do excesso.
Rui Serra Jan 2014
No limiar do momento, minha alma demente vagueia, e sinto a angústia de não ter algo que necessito para viver.
A amizade que dois amigos podem ter, aquele sentimento profundo e dócil que tem de ser recíproco; e que se quem o dá, o não recebe, sente-se vassalo da solidão e perde-se no tempo.
Palavras profundas deambulam ao sabor do vento, ao encontro de quimeras já distantes.
Vem amigo dá-me a tua mão.
Rui Serra Jan 2014
O vento sopra por entre as folhas que vão caindo lentamente, o chão vai ficando como uma esteira dourada, a pouco e pouco as árvores vão-se
desnudando, deixando a descoberto, todo aquele tecido que as envolve num mistério tal. Envelhecer!
Sim é um pouco isso, deixar de parte as máscaras que nos encobriam desde a juventude, e tornar público, aquilo que realmente somos, deixar
ver as rugas de um tempo ido e recordado, deixar transparecer a pura essência que realmente somos.
Apreciamos num quadro as fissuras da tela, marcas de um tempo que teima em passar. Se assim é, porque é que não aceitamos o nosso envelhecimento, como fissuras em tela antiga?
Talvez porque é aqui, que pela primeira vez somos realmente nós, sem sombra de dúvida, talvez porque, simplesmente o receamos. Talvez tenhamos receio de olhar de frente o espelho da vida e ver que não voltamos mais a ser crianças.
Rui Serra Jan 2014
Sinto-me leve, livre
como um pássaro que voa
em busca da liberdade...
não sou de ninguém
não tenho lugar de origem,
de partida ou de chegada.
Sei que sou livre, livre...
como uma borboleta
que poisa de flor em flor
em busca do pólen
que lhe dá vida e força.
Sou eu, e ninguém mais para além de mim;
sou eu, com defeitos e virtudes;
vivo e deixo viver,
para amar e ser amado.
Sou livre como um pássaro
em busca do seu rumo
que o levará à felicidade.
Rui Serra Jan 2014
A noite cai lá fora
na mesa, à volta dos livros
a escuridão.
Estou sentado,
uma cama,
um telefone
tentei telefonar-te
a linha estava ocupada
estará a dormir
talvez doente
Não!
O telefone está cortado
não pagou a conta.
De novo à mesa
recomecei o livro
entrei na noite.
Rui Serra Jan 2014
Possuído por uma raiva febril segui para lá do abismo maldizendo todo o ser que um dia me fez sofrer.
Perdi a fé no homem, perdi a fé no Deus e entreguei todos os meus sonhos nas mãos da megera e fugi para lá dos meus sonhos.
Perdi a fé nas orações do homem, nas acções do homem e condenei ao fracasso cada passo desmedido e tresloucado.
Odiei.
Odiei cada ser que outrora conheci.
Fui traído.
Condenei os “amigos” que outrora possui.
Desisti de procurar a razão.
Desacreditei na amizade . . .
Desacreditei no amor . . .
E desisti!
Será loucura odiar a humanidade só porque uma donzela não dançou a valsa da vida contigo?
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